quarta-feira, julho 24, 2013

 

4ª feira da 16ª semana do Tempo Comum

Vou fazer que chova para vós pão do céu (cf. Ex 16,1-5.9-15)

Deus quer um povo livre e fiel,
capaz de sonhar para além dum estômago cheio.
O deserto e as privações inflacionam a liberdade
e murmuram contra Deus e contra Moisés e Araão.
Estão dispostos a vender a sua liberdade
por uma panela de carne e o pão duma opressão escrava.
Deus envia-lhes o Maná, o pão nosso de cada dia,
que chove da Nuvem da Glória do Senhor,
cada manhã, como orvalho que fecunda um povo novo.
Devem aprender a alimentar-se deste pão do céu,
acompanhado pelo sustento da Palavra e da Aliança.

As necessidades primárias vêm acompanhadas
duma sensação de desconforto
e compensadas por uma sensação de prazer.
Determinam o instinto de sobrevivência (fome e dor)
e de continuidade da espécie (impulso sexual).
O desafio do ser humano é fazer destas necessidades,
que determinam toda a vida animal,
numa oportunidade de satisfação de outras necessidades
mais humanas e libertadoras, mais espirituais e redentoras:
a mesa como lugar de encontro, convivência e fraternidade,
a sexualidade como expressão dum amor unitivo,
gratuito e fiel que transforma dois seres diferentes,
numa família única, solidária e fecunda.
A tentação, perante os desertos e as privações novas,
é querer voltar atrás, regredir à condição de dependência
dum seio materno pequeno e limitado,
mas confortável e alimentado de olhos fechados.

Senhor, Pão vivo descido do Céu,
ensina-nos a aprender, na Tua mesa da Palavra e do Corpo,
a comungar a esperança e a fortalecer a fraternidade.
Faz-nos crescer até à maturidade de filhos de Deus,
livres de tudo, de todos e até de nós mesmos, para amar,
capazes de enfrentar os desertos e os fracassos,
pois confiamos que a meta não está em voltar atrás,
mas em prosseguir sob a Nuvem da promessa e da fé.


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