terça-feira, novembro 26, 2013

 

3ª feira da 34ª semana do Tempo Comum


Levou-os o vento e não ficou rasto deles. (cf. Dan 2,31-45)

Deus fez-nos a todos, em projeto, para sempre,
com coração de ternura, olhar de fraternidade,
mãos solidárias e de louvor, ouvido de discípulo,
boca de ouro, entranhas de misericórdia.
No entanto, alguns preferem ser gigantones estátuas
com cabeça luzente de ouro, peito e braços de prata,
ventre e coxas de bronze, pés de ferro misturado com barro.
Basta a pedra rolar o tempo e provar a fidelidade
para que o agressivo mostre a sua fragilidade,
o mentiroso revele a verdade escondida,
e tudo o vento leve e o rasto desapareça.

O sonho de ser estátua gigante continua:
possuir toda a novidade e andar na moda de marca,
ser famoso e andar nos ecrãs do mundo,
ganhar a sorte grande e viajar extravagâncias,
conquistar o mundo e ter amores aos pés,
parecer jovem e charmoso até morrer...
Mas quem não se liga à corrente do para sempre,
acaba sempre surpreendido com o inevitável pó
do barro que fomos formados.
Sem o sopro e o beijo apaixonado de Deus,
não passamos de vento e pó animado.

Senhor Jesus, pedra angular da vida em construção,
alicerça a nossa vida na esperança da salvação.
Ajuda-nos a sonhar a ser discípulos da eternidade,
que acham pequeno ser estátuas veneradas e paradas
nas praças da idolatria do poder e da fama efémera.
Dá-nos a arte do oleiro que sabe cuidar e reconstruir
o barro partido e deformado da dignidade do irmão

e faz surgir a beleza escondida na humildade assumida.

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