sexta-feira, novembro 15, 2013
6ª feira da 32ª semana do Tempo Comum
A grandeza e a
beleza das criaturas, conduzem, por analogia, à contemplação do
seu Autor. (cf. Sab 13,1-9)
Deus
deixou a Sua marca gravada em cada criatura.
É
um autor inconfundível pela beleza e diversidade.
Tudo
é único e personalizado, tudo é harmonia e cor.
Quanto
amor, sem se impor, transpira em cada coisa!
Cada
sentido é nutrido, numa salada de sensações:
o
ver, o ouvir, o sentir, o degustar, o cheirar, o tocar...
Sentimos
Deus na rocha firme e na água maleável e purificadora,
no
vento impetuoso e na brisa suave,
no
brilho e calor do Sol e na penumbra da Lua,
no
doce dos frutos e no gosto da verdura,
no
perfume das flores e na sinfonia das aves,
na
inteligência do ser humano e na candura da criança,
na
beleza dum pôr de sol e num lírio do campo,
na
montanha íngreme e no horizonte do universo...
Hoje
tudo corre veloz, sem tempo para contemplar.
Como
no tempo de Noé e Lot vive-se em círculo fechado,
sem
horizonte do amanhã nem a visão do Autor da vida.
Mas
em nós há uma fome de eterno, uma sede de infinito,
por
isso, muitos, necessitados de respostas rápidas,
viram-se
para as coisas e de tudo fazem deuses.
Este
neo-paganismo cultua a Mãe-Terra e o Rei Sol,
a
energia cósmica e espiritual, o “eco” e o “bio”,
num
panteísmo sem rosto, onde todos vivemos.
Substituem-se
as festas dedicadas aos santos padroeiros
por
festas da natureza: festa das amendoeiras, da flor,
das
vindimas, da cereja, da cortiça, do mel, do queijo...
Senhor,
Pai e Criador, numa dinâmica de amor,
faz-nos
especialistas na contemplação do pormenor,
sem
perdermos a visão complementar do conjunto.
Ensina-nos
o alfabeto das Tuas marcas indeléveis na natureza
para
compreendermos as mensagens personalizadas
que
deixastes inscritas, à espera de quem as saiba ler.
Jesus,
nosso irmão por opção, ensina-nos a contemplação
que
nos transporta para o mundo da fé:
“O
Reino de Deus é semelhante a uma semente, ao fermento...”
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