quarta-feira, fevereiro 19, 2014
4ª feira da 6ª semana do Tempo Comum
Renunciando a todos os vestígios de maldade, acolhei docilmente a palavra que em vós foi plantada. (cf. Tg 1,19-27)
Deus semeia, incansavelmente, a Sua Palavra de vida em nós.
Por meio dela, comunica-nos a salvação e a força criadora do amor.
Se andamos entretidos com projetos maus e iras de estimação,
os ouvidos zumbem de ausência e ruído,
a memória fica cheia de recorrências, em disco riscado,
e solta-se a língua em solilóquio intempestivo.
Só um coração assumidamente pobre de verdade e de luz
anseia pela Palavra como o cego pelo seu guia.
A ira cega e ensurdece-nos o coração.
Os outros passam a ser árvores a andar, sem rosto e dignidade.
O que ouvimos são vozes interiores que ecoam raiva e vingança.
É uma vida infetada pelo vírus do ódio e da desconfiança,
que vegeta à volta de si mesma, sem horizontes de paz.
O antivírus que nos cura é o scan da Palavra de Deus,
que nos faz ver no espelho da verdade e da compaixão
e nos liberta da ira e pacifica o coração.
Senhor Jesus, Palavra do evangelho com sandálias de peregrino,
limpa a nossa memória do ressentimento
e tonifica o nosso coração para a ousadia do perdão fraterno.
Cura-nos da empedernite do coração que nos desfigura
e limpa-nos da cera ensurdecedora do ativismo consumista e avaro.
Envia-nos o Teu Espírito que afina os nossos recetores
e aprendem a escutar-Te nos sinais dos tempos,
na voz da consciência e na Palavra celebrada e proclamada.
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