sábado, março 22, 2014

 

Sábado da 2ª semana da Quaresma


Qual é o deus semelhante a Vós que perdoa o pecado e absolve a culpa. (cf. Miq 7,14-15.18-20)

Deus ama quando cria, sofre quando lhe viramos as costas,
perdoa quando nos deixamos perdoar, é misericórdia infinita.
A sua memória não guarda cadastros de faltas e de condenações,
como um tribunal, um serviço policial ou fiscal,
mas guarda o calor de filhos acariciados, sonhos interrompidos,
vitelos a engordar à espera da festa dum regresso,
dum reencontro que apague a separação e sare a saudade.
Quaresma é a Primavera da misericórdia a florir perdão.

Vivemos num mundo onde nos sentimos espionados e controlados.
Há escutas secretas de telefonemas, gravações e leituras de mensagens,
satélites que nos fotografam, GPS que nos localizam,
pesquisas que estudam os nossos gostos para fins comerciais,
chips que guardam as nossas dívidas, coimas, condenações...
Esta memória vigilante assusta-nos porque não nos sentimos amados,
mas perseguidos, instrumentalizados e cadastrados sem remissão.
O mais grave é quando projetamos este sentimento para Deus
e fazemos dele um juiz, um polícia, um inspetor
que só busca a nossa condenação eterna.

Senhor, Pai de misericórdia e Porta da salvação,
cura-nos da vergonha de nós mesmos
e aumenta em nós a confiança nos Teus braços abertos
que nos esperam e recriam em festa de novo nascimento.
Jesus, nosso salvador, obrigado por tanto amor de entrega,
que teima em acompanhar-nos sem se cansar,
mostrando-nos a luz sem nos cegar, dando-nos a mão sem obrigar,
curando-nos as feridas sem se notar, ousando sempre acreditar.

Faz desta Quaresma um despertar para a conversão ao Teu amor.

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