sábado, abril 19, 2014
Sábado Santo
Sepultaram
a Vida!
A
Eternidade desceu à morada dos mortos.
Guardaram
o túmulo com medo que seja verdade.
Pensaram
que se viram livres da Palavra que interpela.
Rolaram
a pedra e selaram o túmulo à pressa.
Mas
a Luz escondida já fermenta as trevas,
a
Vida crucificada já fecunda a morte como grão de trigo,
o
Amor incansável já aquece corações e abraça solidões antigas.
O
tempo ficou grávido de eternidade,
mas
só sentimos o silêncio e a ausência do Amado!
O
Sábado Santo é uma parábola da história:
olhamos
o mundo e só vemos sinais de vitória do mal.
Parece
que o mundo está entregue ao reino da morte!
Senta-se
no trono o poder, a injustiça e a mentira;
enriquece
o que rouba e corrompe inteligentemente;
os
fracos, os ingénuos, os bons, os verdadeiros e os crentes
parece
que são filhos da pouca sorte e esquecidos de Deus.
Mas
quem vive da fé sabe que a vida está grávida do Eterno
e a
última palavra da história é a Palavra do Amor!
Senhor,
Trigo semeado na morte do nosso pecado,
germina
em nós nova vida e enraíza-nos na fé.
Senhor
da Luz, que aceitaste descer às trevas mais profundas
que
nos sepultam a esperança e amedrontam a confiança,
purifica-nos
e fecunda-nos com a Tua Paz.
Neste
Sábado de silêncio, sente-se o pulsar dum Coração novo,
à
espera de dar à luz nas lágrimas da Senhora das Dores.
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