terça-feira, outubro 14, 2014

 

3ª feira da 28ª semana do Tempo Comum


Em Jesus Cristo, só vale a fé que actua pela caridade. (cf. Gal 5,1-6)

Deus criou-nos com a capacidade de amar
e gosta de nos ver inteiramente focados na doação.
Há formas simbólicas que expressam este amor esponsal:
oferecer um presente, manifestar um gesto afetuoso,
dedicar tempo para escutar e dialogar...
Mas tudo isto, deve ser apenas expressão e não substituição
de um coração apaixonado, de uma vida totalmente descentrada.
Se no Antigo Testamento a aliança se expressava
na circuncisão, na oferta de sacrifícios e purificações rituais,
no Novo Testamento, brota da fé e adesão a Cristo pelo Batismo,
no acolhimento da unção do Espírito que ilumina e conduz,
e manifesta-se numa vida de caridade em Igreja, Corpo de Cristo.

A família é a forma mais clara de compreender a Igreja.
Há cônjuges que gastam todo o seu tempo a trabalhar,
não têm tempo nem disposição para escutar e acarinhar o outro.
Para compensar o incompensável, compram presentes,
satisfazem caprichos, adquirem equipamentos de entretimento.
Dão coisas, mas não se dão na gratuidade do estar e do saborear.
Fazem das relações familiares um mercado sem coração.
A fé que não atua pela caridade, vive de exterioridades enganosas.
A prática religiosa que não brota da fé no Amor crucificado,
autossatisfaz-se com ritos que não atingem o âmago do conversão.

Senhor, Coração partilhado com a intensidade eterna na história,
purifica a nossa fé e cura-nos a fonte dos desejos.
Cristo, Tesouro escondido na túnica dum carpinteiro,
envia-nos o Teu Espírito e conduz-nos no seguimento fiel
da Tua arte de amar, doando-nos totalmente ao Pai e aos outros,
com a verdade e a intensidade dum coração puro e humilde.
Purifica a nossa prática religiosa do ritualismo descomprometido,
para que se torne testemunho evangelizador

dum amor e dedicação aprendiz, mas confiante na Tua graça.

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