terça-feira, dezembro 16, 2014

 

3ª feira da 3ª semana do Advento


João Baptista veio até vós, ensinando-vos o caminho da justiça, e não acreditastes nele; (cf. Mt 21,28-32)

A fidelidade de Deus à sua aliança conjuga-se no presente eterno.
Vai enviando os seus mensageiros, enviados da misericórdia,
para nos despertar da rotina da mentira e da infidelidade.
O sim a Deus, sem um presente continuado,
é um sim descontinuado e um não surdamente confessado.
O alerta para a conversão tanto pode chegar do deserto,
como do rebuliço da cidade, o importante é praticar o sim.

Há a tentação de viver, conjugando a vida no passado e no futuro.
No passado: fui batizado, andei na catequese, fiz a primeira comunhão,
fui crismado, frequentei o grupo de jovens, casei na Igreja... e hoje?
No futuro: vou rezar mais, vou ser melhor, vou deixar de fumar,
vou ter mais tempo para estar com a família, vou perdoar... e hoje?
Hoje não tenho tempo, tenho mais que fazer, quero gozar a vida,
tenho que aproveitar a ocasião para ganhar mais,
não posso pensar na ética, nos valores, na justiça, na ecologia...
E quando surge um João Batista a pregar a conversão,
assobio para o lado e continuo a conjugar o presente de sempre.

Senhor, fidelidade enraizada no amor eterno,
perdoa as nossas promessas troantes de vento
e vazias de compromisso à tua aliança de vida.
Cristo, sim incondicional gravado na cruz,
fortalece a nossa vontade inconstante e incoerente,
e dá-nos o dom dum seguimento fiel e descentrado.
Dá-nos a ousadia do Espírito que nos desinstala,
para que vivamos o presente com a verdade da caridade

e o louvor duma vida justa, piedosa e evangelizadora.

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