quinta-feira, março 12, 2015
5ª feira da 3ª semana da Quaresma
Jesus estava a expulsar um demónio
que era mudo. (cf. Lc 11,14-23)
Expulsar
um demónio mudo é abrir os ouvidos do coração,
transformar
corações empedernidos, autorreferentes e amuados
em
corações acolhedores, reconciliados, confiantes e dialogantes.
O
pecado fecha-nos sobre nós mesmos, num autismo surdo,
que só
escuta a sua cobiça, os seus caprichos, a sua glória...
O
pecado separa-nos de Deus e dos outros,
surdos
e mudos de indiferença e altivez, feridos de orgulho.
É
tempo de nos entregarmos a Cristo para que nos cure
e
liberte da surdez à Palavra de Deus e da mudez ao irmão.
Desde
criança que nos habituámos ao mutismo como arma:
quando
queremos mostrar que estamos descontentes,
cheios
de raiva, a vingança é cortar o diálogo, ficar mudo!
É
assim que aparecem dias, semanas... de amuo familiar,
irmãos
e vizinhos que não se falam anos sem termo,
clubes,
partidos e nações que cortam relações...
Quando
queremos fazer a nossa vontade adolescente,
fechamos
os ouvidos aos conselhos dos pais e de Deus.
O
Diabo (o que divide) gosta de nos ver surdos e amuados,
tristes
e teimosos, amarrados ao nosso pecado.
Senhor,
amor dialogante e reconciliador,
dá-nos
o teu Espírito libertador e um coração novo.
Cristo,
Palavra misericordiosa e abraço de perdão,
desarma-nos
do mutismo que corta o diálogo
e da
surdez que foge da escuta da Palavra de Deus.
Ensina-nos
a perdoar e a dar passos de reconciliação,
fazendo
da Quaresma tempo para reaprender o diálogo,
a
oração, a conversão, o anúncio da boa nova da graça.
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