sábado, outubro 31, 2015
Sábado da 30ª semana do Tempo Comum
‘Amigo, sobe mais para cima’
(cf. Lc 14,1.7-11)
Jesus
é o sacramento de um Deus que se faz pequeno,
desce
das alturas e caminha como “Filho do Carpinteiro”.
Sabe
esperar 9 meses para nascer, 30 anos para aparecer,
3 anos
para se revelar, 3 dias para ressuscitar,
e
permanecer connosco uma eternidade para nos salvar!
Desceu
até à condição do prostrado e dos infernos
para
nos dizer: “amigo, sobe mais para cima!”
E
mansamente nos desafia a convida-Lo a ter o primeiro lugar
e a
ser o primeiro e o mais importante nas nossa vidas!
É a
descoberta da sabedoria do último lugar por amor,
que
eleva os caídos, os sem dignidade nem esperança humana!
Num
mundo em concorrência, todos desejam o primeiro lugar.
Por
ele se luta, se tenta anular ou destruir o outro,
fazendo
da história um campo de batalha permanente!
Os
fracos são o bombo de festa que os violentos tocam!
A
ganância e a vanglória apoderam-se de nós,
anestesiam-nos
a compaixão pelo outro
e
torna-nos indiferentes, insensíveis e autoreferenciais.
A
dúvida e o medo de nada sermos, põe-nos em bicos de pés,
faz-nos
gritar que somos os maiores, rebaixa os outros
e
constrói palácios de faz-de-conta onde se exige o primeiro lugar!
Senhor,
que sois tão grande que vos podeis fazer pequeno,
preenche-nos
com a tua graça para que descubramos a dignidade
de ser
eternamente amados, redimidos e elevados pelo divino!
Desce
aos recônditos mais escuros da nossa vida
e traz
a tua luz que purifica e aquece a nossa solidão mendicante!
Envia-nos
o teu Espírito e dá-nos a sabedoria do último lugar,
sem a
vanglória de sermos juízes em causa própria,
mas,
com fé e humildade, vivermos construindo fraternidade
e
esperamos que seja a Verdade que nos pese a alma!
Fortalece-nos
com a tua Palavra para que aprendamos a subir descendo!
sexta-feira, outubro 30, 2015
6ª feira da 30ª semana do Tempo Comum
Jesus tomou o homem pela mão,
curou-o e mandou-o embora. (cf.
Lc 14,1-6)
Jesus
toma-nos pela Mão que cura e nos coloca a caminhar.
Com
Jesus todos os dias são Sábados, dias de salvação.
Cura-nos
da hidropisia, do coração e rins doentes,
incapazes
de amar o próximo e purificar o interior,
que
incham de si, num acumular doentio e deformante.
Cura-nos
da paralisia obesa, centrada sobre si,
sem
horizontes nem alegria para louvar a Deus!
É a
Misericórdia a tirar água do balão em que encerrámos,
com a
mão do amor compassivo e a palavra libertadora!
Vivemos
numa sociedade virada para a acumulação,
geradora
de obesos, consumistas obsessivos
e
produtores de lixo indiferenciado e tóxico.
Bebe-se
para esquecer e para festejar,
come-se
para conviver e alimentar a gula de se afirmar,
acumula-se
para engordar poder e glória,
incha-se
por não partilhar nem discernir o essencial!
A uns
o coração e os rins funcionam mal por excesso,
a
outros por falta de nutrientes básicos para viver!
Precisamos
da mão de Jesus para nos curar!
Senhor
do coração grande a jorrar amor sem medida,
fortalece
o nosso coração inchado de tanto acumular.
Jesus,
que és os rins que nos purificam da mal e do pecado,
cura
os nossos sentimentos e memórias contaminadas
de
ressentimentos, vinganças e sonhos de poder.
Envia-nos
o teu Espírito e dá-nos um coração novo,
semelhante
ao Teu, que bate misericórdia!
Faz de
nós rins que purificam o diálogo e a comunhão
da
mentira, do egoísmo, da injustiça e da prepotência!
quinta-feira, outubro 29, 2015
5ª feira da 30ª semana do Tempo Comum
Não voltareis a ver-Me, até chegar
o dia em que direis: ‘Bendito o que vem em nome do Senhor!' (cf.
Lc 13,31-35)
Jesus
veio para salvar o seu povo, não a sua vida.
Há
forças de resistência que O rejeitam e querem impedir,
mas
Jesus segue o seu caminho de Páscoa libertadora,
dando
a vida como Cordeiro que se oferece em sacrifício!
A
fidelidade à aliança é mais forte do que o medo!
O seu
amor é semelhante ao cuidado de uma galinha
que
reúne e protege os seus pintainhos debaixo das suas asas!
Só
quando nos damos conta, por meio da fé,
que
está Páscoa é eterna e a sua fidelidade é para sempre
é que
vemos hoje Jesus a continuar o seu caminho,
e O
louvamos e seguimos com confiança!
Gostaríamos
de ser omnipotentes e omniscientes,
mas
não somos, por isso tentamos compensar a limitação
com
teimosia, arrogância, agressividade, mentira!
Gostaríamos
de ser sempre jovens e saudáveis,
mas
somos processo que nasce, cresce, adoece e morre!
Há um
caminho visível, sensorial e temporal
e há
um caminho invisível, espiritual e eterno
que só
Quem é mais do que nós, anterior e posterior a nós,
nos
pode ajudar a fazer e a consolidar!
O
bonito é quando descobrimos por entre as sombras das folhas:
“Aquele
que vem em nome do Senhor!”
Senhor
Jesus, enviado do Céu para salvar a criação rebelde,
ajuda-nos
com a luz do teu Espírito e aumenta a nossa fé,
para
que Te vejamos como salvador, Te escutemos como Mestre,
Te
amemos de todo o coração e Te sigamos com fidelidade!
Cura a
nossa teimosia em querer fazer as coisas à nossa maneira,
num
experimentalismo permanente que nos mata a esperança!
Ajuda-nos
a reconhecer hoje a tua voz e a tua presença,
para
que não percamos a oportunidade de nos salvarmos
e
colaborarmos contigo na missão redentora de Deus!
quarta-feira, outubro 28, 2015
S. Simão e S. Judas
Escolheu Simão, chamado o Zelota;
Judas, irmão de Tiago... (cf.
Lc 6,12-19)
Jesus
prepara a continuidade da sua missão
numa
vigília de oração, em diálogo com o Pai.
Escolheu
Simão, defensor da violência armada,
para
ser apóstolo da paz e arauto da mansidão!
Escolheu
Judas, irmão de Tiago, para dar testemunho
pelo
silêncio humilde e fiel de quem fica na sombra.
Ninguém
é excluído pelo que é ou o que faz!
O
chamamento supõe seguimento, aprendizagem,
disponibilidade
para partir e O anunciar!
A
criatividade inventa formas de nos entreter e enganar!
Andam
por aí uns iluminados a dizer que somos o nome
que
recebemos e que este determina o nosso caráter!
O nome
dos apóstolos mostra que o mesmo nome
revelou
apóstolos totalmente diferentes:
temos
Judas, irmão de Tiago e o Judas iscariotes,
um deu
a vida por Jesus e o outro traíu-O!
Temos
Simão, chamado Pedro e irmão de André,
e
temos o Simão, chamado zelote,
um
traiu Jesus e foi escolhido para ser o chefe da Igreja,
outro
levou uma vida pouco destacada, mas deu a vida por Jesus.
Não é
o nome que nos determina, mas nós que fazemos o nome!
Senhor,
obrigado porque nos chamaste à vida,
nos
desafiaste a seguir-Te e a anunciar-Te,
cada
um à sua maneira, pondo à prova a nossa fidelidade!
Envia-nos
o teu Espírito de testemunho e de caridade
para
podermos continuar a tua missão,
apesar
da fragilidade do nosso seguimento!
E
quando falharmos ou até Te trairmos,
vem ao
nosso encontro, olha-nos e levanta-nos com a tua mão,
para
que recomecemos de novo, mais humildes e mais vigilantes,
fazendo
da tua misericórdia o testemunho do nosso evangelho!
terça-feira, outubro 27, 2015
3ª feira da 30ª semana do Tempo Comum
«A que hei-de comparar o reino de
Deus? É semelhante a um grão de mostarda... ao fermento.
(cf. Lc 13,18-21)
Jesus
fala-nos do Céu com imagens da terra.
Todas
partem da esperança que vale a pena semear,
e
amassar a vida com este fermento novo.
Recebe-se
como dom, mas exige empenho pessoal:
semear
no seu jardim, deitar na sua farinha e leveda-la.
O
resto é cuidar, saber esperar e respeitar o ritmo,
alegrar-se
com as pequenas mudanças,
passar
a notícia e ensinar a levedar e a semear!
Cristo
oferece-se como semente e fermento da nossa vida!
A
especialização da sociedade e a oferta do produto acabado,
sem
sabermos qual foi o processo para lá chegar,
leva-nos
a ter dificuldade de compreender o reino de Deus!
A que
o comparamos: a uma máquina de venda de produtos,
onde
se mete uma moeda, se escolhe o produto e este sai!
É a
religião de serviços religiosos a pedido e à medida,
que se
aproxima da Igreja apenas quando precisa,
mas no
resto do tempo vive à margem, sem laços permanentes!
Também
pode ser comparado a um centro de saúde,
a que
se recorre apenas quando se sente mal!
Por
isso, se este médico não nos curou, vai-se a outros,
tentando
desesperadamente a solução em diversas religiões!
Senhor,
agricultor de uma vida nova no nosso coração,
semeia
na nossa vida a tua Palavra de amor
e
ajuda-nos a mondar as ervas daninhas,
cujas
sementes acolhemos sem nos apercebermos!
Cristo,
Pão vivo que desce do Céu, dá-nos do teu fermento
e
ensina-nos a levedar a nossa vida com a tua graça,
purificando-nos
do fermento mau que nos embolora!
Dá-nos
fé e perseverança para sermos pão para o irmão
e
semente que cresce em árvore solidária que aponta o céu!
segunda-feira, outubro 26, 2015
2ª feira da 30ª semana do tempo Comum
Ela endireitou-se logo e começou a
dar glória a Deus. (cf. Lc
13,10-17)
Jesus vê o Pai e o
próximo permanentemente.
O amor não tem
folgas nos feriados e nos Sábados!
Para Ele o dia do
Senhor é a compaixão para com o irmão
e a paixão pela
vontade de Deus em escuta constante.
Endireita as
pessoas para que possam também louvar o Senhor
e contemplar o
infinito no horizonte insondável,
que nos faz ser
grandes e redescobrir a nossa dignidade!
Endireita a mulher
para que se sinta companheira e não escrava,
filha e não
enteada, pessoa amada e não máquina de trabalho!
Quando se trata de
curar e libertar não há dias de descanso,
encerrados para
apenas alguns poderem louvar!
Ontem como hoje de
tudo se faz serviços prestados
em dias marcados e
horários de expediente.
O resultado é uma
vida fragmentada e encurvada sobre nós.
O papel que se
representa na hora de serviço,
muitas vezes
contradiz a atitude tomada fora de serviço!
A indiferença
humana toma conta de nós nos dias de folga,
compreendidos como
dias livres de amar os outros!
É preciso
recuperar a sabedoria da manta de retalhos
que vai cozendo os
vários fragmentos numa só manta,
que agasalha,
protege e embeleza o lugar do descanso!
Senhor, liberta-nos
de uma vida encurvada sobre nós mesmos,
que não consegue
ver os outros nem olhar o infinito!
Ensina-nos a fazer
de cada dia um dia do Senhor,
pela forma fiel e
feliz com que Te louvamos e escutamos,
e pela maneira
atenta e compassiva com que damos a mão ao irmão.
Liberta-nos de uma
vida encurvada pelo peso do trabalho,
que nos tira o
descanso duma cama merecida
e nos incapacita
para amar os que nos são mais próximos!
Liberta-nos do peso
das coisas que consumirmos sem necessidade,
da obesidade que
nos torna lentos e preguiçosos,
do espiritualismo
desencarnado, legalista e insensível!
domingo, outubro 25, 2015
SENHOR, FAZ QUE EU VEJA!
Porque Tu és a Luz,
Só em Ti, Senhor Jesus,
Eu poderei ver
O belo e o bom,
Que me faz crescer,
Bebendo, em Ti,
O jeito de ser,
E alimentada
Da Tua Palavra,
Saiba caminhar,
Sempre à Tua imagem,
Te ver e louvar,
Em qualquer paragem,
A saborear
A Tua mensagem
E a Te bendizer,
Pela Criação,
Onde me convidas
À paz e à harmonia,
Comigo, contigo,
E com cada irmão,
Sempre a agradecer
A luz e a cor
Que, em tudo,
revelas,
Sem eu merecer,
Porque és Amor.
Senhor, faz que eu veja,
A importância da Palavra,
Que ilumina minha alma
E é minha força, por dentro,
Coração e pensamento,
Para que encantada Te siga
E, fielmente, Te sirva,
Atenta a quem mais precisa,
Defendendo e promovendo
O irmão fraco e pobre,
Pelos grandes, excluído,
Desprezado e empobrecido,
Porque todo o ser humano,
Ao Teu olhar amoroso,
Terno e misericordioso,
É Teu filho, digno e nobre.
Maria Lina da Silva, fmm
Lisboa, 25.10.2015
30º Domingo do tempo Comum
Ao ouvir dizer que era Jesus de
Nazaré que passava, começou a gritar: «Jesus, Filho de David, tem
piedade de mim». (cf. Mc
10,46-52)
Jesus
é Deus que peregrina pelos nossos caminhos.
Uns
têm a graça de O ver e ouvir e seguem-nO,
outros
estão cegos à beira do caminho a pedir esmola!
São
os que vêem que devem anunciar aos cegos
que
Jesus, o Messias, está a passar e a distribuir misericórdia!
Jesus
a todos quer salvar, curando-nos a cegueira,
para
que O possamos seguir e tornar-nos também missionários!
O
anúncio de Jesus gera a fé, a fé permite a cura e o perdão,
o
encontro com Cristo gera seguimento e missão!
A
Igreja é o Corpo de Cristo ressuscitado
a
peregrinar nos caminhos de toda a humanidade.
Há
muito cego, parado no meio do caminho,
que
deseja ver a Deus e encontrar a luz da esperança.
É
quem vê e escuta Jesus como salvador, que O deve anunciar!
Como
podem acreditar se nós falarmos apenas para dentro?
Por
isso, a Igreja deve estar sempre atenta aos cegos na fé,
em
missão de anúncio e de encorajamento,
disponíveis
para acompanha-los até junto de Cristo!
A
conversão, a fé, o seguimento e o testemunho
são
dons que brotam do encontro com Cristo!
Senhor
Jesus, Emanuel que estás no meio de nós,
cura-nos
e faz que Te vejamos, escutemos e sigamos!
Envia-nos
o teu Espírito e dá-nos o dom da fidelidade,
para
que seguindo-Te, Te anunciemos como Messias,
com
palavras e obras, alegria, audácia e coerência.
Que eu
não faça parte dos que impedem as pessoas
de se
rezar e de se encontrar com Cristo!
Ajuda-me
a ser dos anunciam, animam, acompanham
e
conduzem os cegos de fé a encontrarem-se com o Salvador!
sábado, outubro 24, 2015
Sábado da 29ª semana do Tempo Comum
Julgais que eram mais culpados do
que todos os outros? (cf. Lc
13,1-9)
Jesus
quer que despertemos, que olhemos para os frutos que damos
e
entremos num processo de conversão, vigilante e persistente!
Cada
Palavra, cada acontecimento é uma interrogação:
“Se
hoje me acontecesse algo semelhante e inesperado,
eu
estaria preparado para o encontro com o Senhor?”
Em vez
disso, entretemo-nos a julgar a Deus e aos outros:
“Deve
ter sido castigo merecido, devido às suas faltas!”;
ou a
lamentar o caso de forma revoltada:
“Não
é justo, se Deus existe não devia ter permitido isso!”
Jesus
quer ensinar-nos a ler a vida para a nossa salvação!
A vida
é feita de inesperados que tocam o sinal de alarme:
um
acidente, uma doença mais grave, uma morte,
um
despedimento, um roubo, uma coima, uma separação...
A
reação de uns é ficar paralisados cheios de medo,
outros
é ficar revoltados contra Deus e os outros,
outros é deitar
mãos à obra e ver o que é possível fazer,
outros é dar
palpites e julgar sobre quem teve a culpa...
Jesus ensina-nos a
olhar os acontecimentos como despertadores:
“A vida são dois
dias, vale a pena andar nesta vida de guerra,
não será melhor
investirmos no amor e no bem comum?”
Senhor, agricultor
paciente desta árvore que somos nós,
obrigado por tanto
cuidado, tanto tempo despendido,
para que tenhamos
vida e demos muito e bom fruto!
Liberta-nos do afã
em ser grande e ter muita folhagem
e ajuda-nos a
deixar-nos podar humilde e acessível
para que todos
possam ser fortalecidos com a nossa presença.
Envia-nos o teu
Espírito de discernimento
para que cada
acontecimento se torne um incentivo
para uma vida mais
santa, mais caridosa, mais paciente!
Ensinai-nos a tudo
reciclar para a nossa conversão
e salvação do
criação e da humanidade!
sexta-feira, outubro 23, 2015
6ª feira da 29ª semana do Tempo Comum
Porque não sabeis discernir o tempo
presente? (cf. Lc 12,54-59)
Deus
vai-nos dando sinais das causas e feitos na natureza,
para
que nos demos conta da harmonia e leis da natureza,
fundamento
da previsibilidade científica e fenomenológica.
Deus
vai-nos também dando sinais da sua presença aliada
e do
seu diálogo que comunica esperança e luz,
cura
tristezas, alimenta relações comunitárias,
ensina
a perdoar e a amar, floresce justiça e paz!
Estes
sinais da ação do Espírito de Deus em nós
andam
misturados com outros sinais e impulsos
que
nos curvam sobre nós mesmos e a ídolos dourados,
num
presente sem futuro, sem Deus nem o outro!
Por
isso, viver supõe vigilância e discernimento!
O
marketing especializou-se na arte da tentação!
Por
isso, cultiva a aparência e ingenuidade,
especializou-se
em repetir promessas utópicas,
enche-nos
de ruído e de distrações para evitar a reflexão,
cansa-nos
até à exaustão para que não pensemos!
Andamos
hipnotizados e telecomandados
a
correr e a desejar ter e a consumir coisas e sensações,
numa
paranoia insaciável, onerosa e massificadora!
A
mensagem subliminar é “compra-nos a nós a felicidade”,
a
mensagem oficial é “pensa em ti e na tua realização pessoal!”
Com
olhos cansados e luxuriosos é difícil discernir!
Senhor,
diálogo de aliança libertadora no sussurro dos tempos,
ensina-nos
a gramática do eterno misturado no tempo!
Envia-nos
o teu Espírito e capacita-nos para ler a história,
onde
Tu escreves graça e misericórdia, sem marketing,
nem
altifalantes, nem praças de mercado bolsista!
Dá-nos
o dom da contemplação da natureza e do dia,
para
que saibamos perceber o essencial da vida
e
aprender a viver com os acertos e os desacertos!
Dá-nos
o dom do discernimento e a vontade de o cultivar,
parando
um pouco, cada dia, para orar, avaliar, corrigir,
agradecer,
perdoar, recomeçar e reprogramar o rumo!
quinta-feira, outubro 22, 2015
5ª feira da 29ª semana do Tempo Comum – S. João Paulo II
Eu vim trazer o fogo à terra.
(cf. Lc 12,49-53)
Jesus
vem do Fogo da santidade que não se apaga,
como
Luz do mundo e Fogo que purifica o verdadeiro do falso.
É um
fogo que faz arder as aparências e revela corações,
eleva
a aurora dos que andam nas trevas e sem rumo,
divide
o trigo do joio e os cabritos dos cordeiros,
neste
cocktail que ensalada a nossa vida de misturas pacíficas!
O seu
Evangelho exige respostas claras, fidelidade e conversão,
não
nos pode deixar em águas tíbias, de compromissos confusos
do sim
de mãos dadas com o não, numa incoerência consagrada!
Gostamos
de colocar uma vela a arder para o santo,
mas
custa deixar-nos arder de conversão e santidade!
Mandam-se
as crianças à catequese e à missa,
mas os
adultos fogem da formação bíblica e dos sacramentos!
Criticamos
os outros, porque são incoerentes e pecadores,
mas
nós pouco fazemos por nos convertermos!
Queremos
uma paz de “batido de fruto” e de “sopa-com-tudo”,
que
consagra o sincretismo e o relativismo neste mundo plural!
Criamos
um cristianismo desativado, que não é carne nem peixe,
amorfo,
insípido, “light”, fogo-de-vista e ritual de festa!
Senhor,
Fogo que arde sem se consumir e Luz inextinguível,
desce
sobre nós, ilumina-nos, e conduz-nos à verdade e à vida.
Senhor,
que despertaste seguimento e oposição,
envia-nos
o teu Espírito e sustenta a profecia do nosso testemunho.
Fortalece-nos
para que saibamos ser santos audazes e verdadeiros,
sem
nos tornarmos juízes violentos dos outros e fundamentalistas,
nem
nos contaminarmos com o fermento do farisaismo!
S.
João Paulo II intercede por esta Igreja que tanto amas,
para
que o fogo da evangelização ateie a nossa vida
e nos
purifique da mentira de uma vida a bem com todos!
quarta-feira, outubro 21, 2015
4ª feira da 29ª semana do Tempo Comum
Feliz o servo a quem o senhor, ao
chegar, encontrar assim ocupado. (cf.
Lc 12,39-48)
Jesus
é o Servo de Deus fiel e prudente
que se
ocupa de cada um pacientemente
para
nos dar a graça e o dom de que precisamos.
O seu
nome é “Partilha de Vida” e “Misericórdia redentora”,
“Pastor
zeloso” e “Médico personalizado”,
“Evangelizador
da esperança” e “Luz das nações”!
Ele
quer fazer de cada um de nós servos fieis e prudentes,
ocupados
em acompanhar e cuidar do próximo,
dando
a cada um a medida que necessita para viver!
Como
ocupamos o nosso tempo ao longo do dia?
Quanto
tempo reservamos para os outros e para Deus?
Quanto
tempo reservamos para nós?
Ocupamo-nos
a fazer coisas úteis e para o bem comum,
ou
passamos o dia em distrações inúteis e maliciosas?
Como
usamos a língua: para animar, louvar e aconselhar,
ou
para murmurar, insultar, rebaixar e explorar?
Ocupo-me
em aprender com Jesus a ser servo fiel e prudente,
ou
invisto na agressividade despótica, no poder maquiavélico,
na
exploração injusta, no comodismo egoísta e consumista?
Senhor,
fidelidade eterna e serviço redentor,
ensina-nos
a ser servos fiéis e prudentes,
que
sabem dar a cada um segundo a sua medida e necessidade.
Dá-nos
o teu Espírito e que Ele nos ensine a arte de acompanhar,
de
forma personalizada, pedagógica e movida pelo amor.
Não
nos deixes cair na tentação do abuso do poder e da força,
que
faz dos outros escravos ao sabor da nossa medida!
Liberta-nos
duma vida inútil, centrada apenas em nós,
a
dormitar enfado, sem horizonte nem paixão solidária!
terça-feira, outubro 20, 2015
3ª feira da 29ª semana do Tempo Comum
Felizes esses servos, que o senhor,
ao chegar, encontrar vigilantes. (cf.
Lc 12,35-38)
Jesus
arde de amor pela nossa salvação,
mas
respeita a nossa liberdade, por isso,
bate à
porta antes de entrar e nos servir a sua graça!
Anunciou
a sua vinda, mas não marcou a hora,
por
isso, gosta de nos ver vigilantes, cheios de confiança,
à
espera da sua vinda, atentos à sua voz durante a noite,
para
lhes abrirmos prontamente a porta
e lhe
entregarmos a nossa casa, como hóspede e Senhor.
Estar
vigilantes é evitar ruídos, distrações e adormecimentos
que
nos impeçam a escuta da sua Palavra,
que
chega de improviso, disfarçada de peregrino!
Estamos
a perder a capacidade de esperar!
Tudo
tem que ser rápido, “fast” e na hora.
O
desejo não mobiliza para a preparação e o esforço,
mas
para a exigência, o capricho ou o desespero.
O
jovem quer ter tudo de “mão beijada”,
a
família, em vez de investir no diálogo, enche-se de ruído,
a
indústria e a agricultura rompe os ritmos naturais,
a
ciência altera os genes para ser mais rápido e produtivo,
a
medicina alonga a vida e foge à dor com a eutanásia.
Assim
é dificil escutar o murmúrio da eternidade no tempo!
Senhor,
que nos esperas desde toda a eternidade,
fortalece
a nossa esperança ao ritmo do teu coração.
Cristo,
salvador omnipotente que sabe bater à porta,
até
que o nosso sim seja verdadeiro e se abra à hospitalidade,
entra,
arruma a minha vida, liberta-me dos podres que a infernizam,
serve-nos
a tua misericórdia e alimenta-nos com a tua Palavra.
Envia-nos
o teu Espírito e inspira-nos o diálogo da felicidade,
sem
fugas à verdade, nem ao desconforto de sermos quem somos,
mas
agradecidos pela salvação que entrou na nossa casa!
segunda-feira, outubro 19, 2015
2ª feira da 29ª semana do Tempo Comum – S. Paulo da Cruz
Vede bem, guardai-vos de toda a
avareza. (cf. Lc 12,13-21)
Deus é
na sua essência a anti-avareza:
o seu
amor é criação, providência, descentramento,
misericórdia,
dom total, iniciativa de salvação...
Jesus
revela essa imensa riqueza que se faz pobre
para
nos enriquecer a todos numa fidelidade eterna.
A cruz
é ao mesmo tempo o despojamento total
e o
trono da graça que abraça a história numa aliança eterna!
Os
sacramentos são fontes de graça inesgotável
que
brotam dessa nascente sem medida que é o coração de Deus!
A
cultura do consumismo supõe a necessidade de acumular:
para
assegurar o amanhã sem depender de ninguém,
para
poder comprar o que quero e ir para onde sonho...
Esta
espiral egocêntrica enche-nos de coisas e de dinheiro,
mas
afasta-nos e empobrece-nos de Deus e dos outros!
É por
isso, que a partilha de heranças, em vez de ser uma festa,
se
torna numa batalha para ver quem fica com mais,
esquecendo
a riqueza da fraternidade e da paz na família!
É por
isso, que o fosso entre ao mais ricos e os mais pobres
se
aprofunda e alarga cada vez mais, numa insensibilidade estrutural.
É por
isso, que há tanta gente com dinheiro no banco
que
geme solitário a pobreza de fé e de amigos!
Senhor,
riqueza omnipotente em permanente doação de si,
ensina-nos
a ver o essencial, a riqueza do que permanece,
que
gera vida à nossa volta e nos torna ricos à tua maneira.
Cristo,
Trono da graça, que quer reinar servindo a todos,
liberta-nos
da avareza, fruto da idolatria e da falta de fé.
Cura-nos
da avareza que gera a guerra e a injustiça
e
enriquece-nos com o teu amor que gera fraternidade!
Torna-nos
herdeiros dessa riqueza que enriquece a todos
e faz
da vida uma partilha de tempo e de ternura,
de fé
e de esperança, de dons e de hospitalidade!
domingo, outubro 18, 2015
DIA MUNDIAL DAS MISSÕES
Dia, que não basta celebrar,
Mas novo ardor encontrar,
Para anunciar Jesus
E o seu plano de acção,
A todo o povo e nação,
Tendo mente e coração
Inspirados e formados
Por Jesus Cristo Senhor,
Para servir, com amor,
A todos, sem excepção,
Sobretudo, os oprimidos,
Desprezados e excluídos.
Jesus veio para servir
E não para ser servido
E fez-se o menor de todos,
Para a todos libertar,
Acabando perseguido,
Por quem não queria escutar
A voz do amor a falar
E a verdade anunciar.
Quem quiser Jesus seguir,
Aprenda com Ele a servir
E a não ser o primeiro,
Bebendo, no Evangelho,
Como ser sempre o menor
E nunca o maior,
Como os chefes das nações
Que só pretendem mandar,
Subjugar e dominar,
Porque não sabem amar,
Nem a vida defender,
Em verdade e coerência,
Pois só o amor tem paciência
De cuidar e proteger,
Como tem o nosso Deus,
Que vela, dos altos Céus,
O mais débil e fraco ser.
ASSIM, QUEM ME QUISER SEGUIR,
SERÁ O PRIMEIRO A SERVIR,
COM AMOR E GRATUIDADE,
OS FRÁGEIS DA SOCIEDADE,
PARA, AO MUNDO, REVELAR
O DEUS DO AMOR SALVADOR
DO POBRE E DO PECADOR.
Maria Lina da Silva, fmm
Lisboa, 18.10.2015
29º Domingo do Tempo Comum – Dia Mundial das Missões
O Filho do homem veio para servir e
dar a vida pela redenção de todos.
(cf. Mc 10,35-45)
O
Enviado do Pai é um Servo da Vida para todos.
Não
veio para ser servido nem bajulado,
pois
tudo lhe pertence e é Senhor de tudo e todos.
A sua
missão nasce da superabundância de amor,
da sua
eterna misericórdia e fidelidade,
da sua
compaixão por quem se encaminha para a morte.
Ele
quer envolver-nos a todos nesta missão redentora,
neste
reinado do serviço, testemunhado e anunciado,
que
age por amor, numa doação total e jubilosa,
e não
empurrado ou forçado, como funcionários do dever!
A
missão de cada cristão é servir a vida, doando-se com paixão,
com a
grandeza de coração de Jesus!
Cada
instante pode torna-se um pedaço de sangue e suor doado,
um
sacrifício oferecido, uma prece solidária elevada,
um
sorriso partilhado, uma ofensa perdoada!
A
Missão não é apenas palavras proclamadas como Evangelho,
mas
também serviço e doação habitual e identitária do cristão,
que
cuida da vida, floresce valores, respira fé, esperança e caridade!
A
forma como nos comportamos em situações de poder
provam
se assimilámos ou não Jesus como caminho de vida!
A
incoerência e a imitação dos valores do mundo
são a
anti-missão que desacredita o Evangelho anunciado!
Senhor
Jesus, missionário da Trindade, como servo da salvação,
envia-nos
o teu Espírito e ajuda-nos a compreender
que há
maior alegria em dar do que em receber!
Enche
o nosso coração de amor por Ti e pelos irmãos,
para
que nada façamos por interesse em ser grandes e famosos,
mas
aprendamos a alegria de servir e salvar vidas e a vida!
Imprime
no nosso coração a fidelidade da tua misericórdia,
para
que não nos contagie a tentação de andar em bicos de pés,
a
fazer de conta que somos os maiores do céu e da terra!
S.
Lucas ensina-nos a escrever o Evangelho com o testemunho!
sábado, outubro 17, 2015
Sábado da 28ª semana do Tempo Comum – S. Inácio de Antioquia
O que Me tiver reconhecido diante
dos homens também o Filho do homem o reconhecerá diante dos Anjos
de Deus. (cf. Lc 12,8-12)
Jesus
revela Deus e o seu projeto diante da humanidade
e esta
reconhece em Jesus a presença de Deus.
Esta é
a missão do discípulo de Jesus:
reconhecer
pela fé a presença salvadora de Cristo
e ser
reconhecido pela humanidade como seguidor de Cristo.
O
testemunho e o anúncio de Jesus perante a humanidade
salva
aqueles que vierem a acreditar e aquele que O anuncia!
Quem
vive da fé, contagia e desperta para a fé
e
salva-se salvando os que andam perdidos e errantes!
Há os
cristãos líquidos que tomam a forma onde estão:
na
cidade não são praticantes, na aldeia são,
em
casa não rezam, no santuário rezam e choram emocionados,
na
Eucaristia dão o abraço da paz, na vida alimentam intrigas,
na
Igreja dizem “ámen” à aliança, na vida mandam a ética “à
mãe”!
Há os
cristãos tímidos, que até procuram viver a sua fé,
mas a
vivem de forma privada, incolor e espiritualizada,
de
forma que ninguém note, ninguém se contagie ou saiba!
Há os
cristãos insensíveis à sorte de quem anda perdido na fé,
buscam
a sua salvação,
mas
nada fazem pelos náufragos que estão perto ou longe!
Senhor,
enviado do Pai na força do Espírito
a
revelar o projeto misericordioso que salva a humanidade,
faz de
nós verdadeiros discípulos e missionários,
para
que nos possamos salvar a nós mesmos
e
colaborar na salvação de toda a humanidade.
Envia-nos
o teu Espírito de testemunho e de fortaleza
para
que não nos deixemos tomar pelo medo da perseguição,
mas
aproveitemos todas as situações para provarmos a nossa fé,
o
nosso amor aos irmãos e a nossa esperança na vida eterna.
S.
Inácio de Antioquia intercede pela paz na Síria
e
pelos cristãos perseguidos e deslocados da sua terra.
sexta-feira, outubro 16, 2015
6ª feira da 28ª semana do Tempo Comum
Acautelai-vos do fermento dos
fariseus, que é a hipocrisia. (cf.
Lc 12,1-7)
A
Verdade de Deus é o amor misericordioso.
Jesus
é a Palavra que revela este segredo boa-nova
e o
seu verdadeiro segredo é a sua união e amor ao Pai,
na
comunhão eterna e envolvente do Espírito Santo.
A
transparência deste amor fica totalmente nua e clara na cruz.
Quem
passa na prova da rejeição e da injustiça
e
continua a amar é porque é mesmo a Fonte de amor!
Este é
o fermento da Verdade que nos traz a paz
e com
o qual Jesus quer combater a hipocrisia,
que
investe na aparência e na mentira
e teme
ser descoberta numa ansiedade depressiva!
O
fermento da hipocrisia maquilha-se de piedade e de heroicidade,
faz as
coisas para que os outros vejam,
para
ganhar prémios e méritos, teatraliza emoções,
esconde-se
no virtual, baixa o olhar, murmura por detrás...
A
hipocrisia tem vida dupla: interior e exterior,
social
e privada, familiar e laboral, religiosa e económica...
É um
fermento que contagia porque a verdade penaliza
ao
nível fiscal, económico, judicial, político e religioso!
Numa
cultura do “para já”, do rapidamente, do hoje,
vale
tudo: a mentira, a corrupção, a exploração da natureza...
A
verdade perdeu valor, porque deixamos de crer em Deus nos vê!
Senhor,
verdade escondida que se revela boa-nova.
aumenta
a nossa fé e fermenta-nos com a Verdade,
para
que também a nossa vida seja uma bela surpresa
que se
revela nas provas e acredita na eternidade.
Cristo,
transparência do amor misericordioso de Deus,
cura-nos
a partir de dentro, para que sejamos um só,
no
escondido da oração e na praça das relações humanas.
Espírito
Santo fortalece a nossa vida com a profecia da verdade,
para
que não temamos o que os outros dizem ou pensam,
mas
sejamos fieis ao que nos pedes para viver e anunciar.
quinta-feira, outubro 15, 2015
5ª feira da 28ª semana do Tempo Comum – S. Teresa de Jesus
Eu lhes enviarei profetas e
apóstolos; e eles hão de matar uns e perseguir outros.
(cf. Lc 11,47-54)
A
aliança de Deus nasce no eterno e não tem medida certa!
A
humanidade, quando se afasta ou esquece esta aliança,
ensurdece
a profecia e definha o testemunho evangelizador.
Domestica
a Lei e persegue todos os que a põem em causa
e
introduzem inquietação e necessidade de conversão!
Jesus
é a profecia viva, pois é a própria Palavra de Deus;
é o
apostolado incansável, pois é o enviado do Pai
a
anunciar o Reino de Deus e a distribuir a graça da salvação.
Por
isso, foi perseguido por aqueles que O deviam
acolher,
apoiar, seguir, confirmar e anunciar!
Vivemos
num mundo que prega a tolerância,
mas
que persegue o diferente e quem introduz questionamentos.
É
perseguido quem denuncia os subterrâneos da tortura,
as
malhas da exploração, os desequilíbrios de oportunidades,
as
guerrilhas contra a vida, a descaraterização da família...
É
perseguido quem incomoda o adormecimento,
quem
introduz inquietação na rotina da vida,
quem
provoca crises de crescimento e renovação,
quem
aponta para lá do horizonte já conhecido.
É
perseguido aquele que, não só prega,
mas
vive o que prega com a humildade do testemunho!
Senhor
Jesus, mensageiro do amor, perseguido ontem e hoje,
dá-nos
o dom da fé e da profecia que acorda a aurora!
Envia-nos
o teu Espírito e amadurece a nossa sede de Deus,
para
que sejamos sempre peregrinos da aliança
e
fieis cuidadores da criação e da vida do irmão.
Ensina-nos
a ousadia de sermos profetas e apóstolos,
sem
medo da concorrência nem a arrogância da violência.
Faz da
tua Igreja uma profecia viva e uma missão incansável,
onde
cada um à sua maneira, vive a anuncia o Evangelho,
com a
fortaleza da fidelidade e a humildade da verdade!
Dá-nos
a coragem de começar a renovação por nós mesmos,
a
exemplo de S. Teresa de Jesus, profecia que ainda fala!
quarta-feira, outubro 14, 2015
4ª feira da 28ª semana do Tempo Comum
Ai de vós, doutores da lei, porque
impondes aos homens fardos insuportáveis. (cf.
Lc 11,42-44)
Jesus
é a lei da aliança que vive a anuncia.
Não
faz uma lei para os outros e outra para si.
Podendo
estar fora e tranquilo no Céu, desce à terra,
nasce
homem e submete-se ao ritmo do tempo.
Veio
para o que era seu, mas os seus não O receberam,
apesar
disso não usa da força para condenar,
mas da
misericórdia para recuperar e salvar.
Por
isso, pode resumir toda lei e o seus ensinamentos:
“Amai-vos
uns aos outros como
Eu vos amei!”
O
legislador, ao legislar, pensa nos outros,
como
potencialmente criminosos e corruptos.
Alguns,
conscientes da sua própria fragilidade,
já
deixam exceções ou formulações dúbias
para
que se possam livrar-se das malhas da lei!
O povo
simples e os sem poder para contratar bons advogados,
é que
acabam por suportar os pesados fardos dessas leis.
É
assim na sociedade, mas também o pode ser na Igreja!
As
leis morais pregadas e aconselhadas aos outros,
nem
sempre são as que o próprio segue!
O
rigor e a agressividade com que se julgam os outros,
fica
longe da paciência e da bondade de Deus para connosco!
Senhor
de ideais altos e de compreensão misericordiosa,
ensina-nos
a arte de aprender a subir altas montanhas,
sem
desanimar quando, para subir a um monte mais alto,
temos
que descer a um vale profundo e escarpado.
Cristo,
Filho de Deus encarnado e fiel Emanuel,
ajuda-nos
a colocar-nos na pele do outro,
quando
temos que auxiliar, aconselhar, educar e julgar.
Que o
teu Espírito nos ensine uma pedagogia pastoral,
feita
de testemunho humilde e de presença profética.
Dá-nos
a sabedoria de sabermos apresentar o ideal da santidade
conjugado
com o evangelho da misericórdia e da graça divina!