segunda-feira, novembro 30, 2015
S. André, Apóstolo
Caminhando Jesus, viu dois irmãos:
Simão, chamado Pedro, e seu irmão André. (cf.
Mt 4,18-22)
Jesus
caminha pelas veredas da nossa vida,
não
como quem passeia a ociosidade ou cultiva o corpo,
mas
como quem procura colaboradores para a sua missão!
Viu
dois irmãos, que sabem trabalhar juntos,
que
aprenderam a enfrentar a adversidade do mar,
a
resistir ao desânimo quando a pesca é pequena
e a
saber não perder a cabeça quando esta é abundante
e
chama-os para outras pescas, igualmente exigentes!
Eles
deixam tudo e seguem Jesus, Mestre peregrino,
sem
redes nem barco, a não ser um olhar e coração de amigo!
As
famílias de filho único, pais ausentes e super produtores,
estão
a criar uma geração de pessoas solitárias, inseguras,
habituadas
a tudo receber, bastando para isso um pedido ou birra!
Quando
a vida adulta os chama a enfrentar tempestades adversas,
a
suportar “nãos” sem apelo, a caminhar sem a proteção de
alguém,
acabam
por se achar vítimas do mundo, deprimidos da sorte,
e
alienados da realidade no subterfúgio do virtual ou da droga!
Tudo
isto interfere na pastoral vocacional
e no
barómetro da esperança para a sociedade e a Igreja!
Senhor,
obrigado por continuares a frequentar os atalhos da nossa vida
e a
chamar pessoas para deixarem tudo para Te seguir.
Envia-nos
o teu Espírito e capacita-nos para continuar a tua missão.
S.
Pedro e S. André, irmãos e trabalhadores da mesma faina,
ajudai-nos
a encontrar caminhos de unidade e de comunhão
entre
a Igreja Católica e as Igrejas Ortodoxas!
Dá-nos
a tua paz e o ardor pela evangelização,
alimentados
pela tua Palavra e pelo teu Corpo na Eucaristia.
domingo, novembro 29, 2015
ERGUEI-VOS E LEVANTAI VOSSA CABEÇA
Porque a libertação
está próxima,
Ergamos nossa cabeça,
Para que não aconteça
Que do céu para nós
desça
A paz e s salvação
E nos encontre a
dormir
Ou de olhos fixos no
chão,
Por isso, sem
conseguir
Ver e ler os sinais do
céu,
Avisos que Deus nos
deu,
No sol, na lua e
estrelas,
Como a nos solicitar
Ajudemos a
transformar
O sofrimento e a
tristeza
Em vida de esperança
e beleza.
Vem, rebento de
Jessé,
Reavivar nossa fé,
Fazer germinar e
florir
A justiça e o direito,
No humano coração,
Sem razões para
sorrir,
Porque dividido e
desfeito,
E sem amor ao irmão,
Ao ter deixado entrar
O ódio a envenenar
seu peito.
Vem, Senhor, fica
connosco,
E arranca-nos deste
fosso,
Onde, sem Ti,
mergulhamos,
Por fraqueza e enganos.
Vem libertar-nos, de
novo,
Para sempre Te
louvarmos,
Te amarmos e nos
amarmos,
Uns aos outros como
irmãos,
E sermos Teu fiel
povo,
E consagrada nação,
Que olho todos os
povos,
Como amados filhos
Teus,
Senhor da terra e dos
céus.
Senhor, em Ti, eu
confio,
Leito e água do meu
rio,
Para, Teu nome levar
Aos sequiosos de vida,
De paz e amor
abundante,
E, a todos, saciar,
Progredindo sem
cessar,
No Teu amor que nos
une
E sermos irmãos, afinal,
Presépio vivo. Natal!
Maria Lina da Silva,
fmm
Lisboa, 29.11.2015
1º Domingo do Advento
Vigiai e orai em todo o tempo. (Cf.
Lc 21,25-28.34-36)
Jesus
está no meio de nós como uma presença ausente,
mas
prometeu-nos vir como presença revelada,
como
luz que expõe a verdade da nossa vida escondida!
O
Advento é este tempo de despertar para Deus,
vigiando
e orando para não adormecermos na rotina,
recordando
a primeira vinda anunciada no Evangelho,
dialogando
na fé e na oração com esta presença escondida
para
nos prepararmos para o encontro face a face
com
Quem nos amou primeiro, nos ama sempre
e nos
quer discípulos de um amor abrangente e permanente!
Estar
atento à vida e aos seus frutos dá trabalho
e, por
isso, gravamos o conhecido na memória,
repetimos
rotinas no automático,
e
vamos indo pelo que nos dá prazer!
Se
temos objetivos a alcançar, aproveitamos o tempo livre
para
os conseguir, aprender coisas novas e os possuir!
Quando
as metas são meramente materiais
deixamos
de lado as metas espirituais e eternas!
Mas
nós fomos feitos para a vida eterna e não para o nada!
Daí a
importância do Advento antes do Natal,
do
vigiar e orar em vez de levarmos uma vida de sonâmbulos!
Senhor,
mistério sempre novo que nos esperas e pões à procura,
aumenta
a nossa fé e faz da nossa vida uma vigilância inquieta,
um
barómetro da nossa capacidade de amar e servir com verdade!
Envia
o teu Espírito e auxilia-nos com o dom do diálogo orante,
que
sabe procurar o silêncio que escuta o Invisível
e
desperta para a nuvem que nos envolve na comunhão
e nos
preenche a solidão com valores inefáveis!
Senhor,
que eu não me contente com análises e diagnósticos,
de
mim, dos outros, da sociedade e da Igreja,
mas
entre num caminho de conversão que prepare o encontro!
sábado, novembro 28, 2015
Sábado da 34ª semana do Tempo Comum
Tende cuidado convosco, não suceda
que os vossos corações se tornem pesados.
(cf. Lc 21,34-36)
Jesus
conhece como funciona o nosso coração.
Sabe
que o coração fica pesado e obeso
quando
acumulamos demasiado e damos pouco,
quando
andamos à volta de nós mesmos
e
adormecemos a solidariedade e o bem comum!
Por
isso, convida-nos a viver na temperança,
na
sobriedade, no serviço que busca tesouros no Céu,
na
vigilância e na oração que dialoga com o Invisível!
Vivemos
na cultura do sedentarismo ensimesmado.
Quase
tudo se faz sentado com um simples toque de mão!
Com
isso, o coração torna-se pesado e custa-nos dar passos,
caminhar
ao encontro do outro, fazer esforço físico,
acomodados
na intemperança e com as preocupações com o amanhã!
É
como se nos tornássemos um rodopio insaciável
que
acumula e consome, numa psicose compulsiva!
Sentimo-nos
vazios, apesar de estarmos cheios de tudo!
É
preciso voltar ao ginásio da ascese dos ruídos e dos desejos,
ao
passeio do diálogo tranquilo e da contemplação,
ao
exercício da visita aos amigos e do voluntariado,
ao Spa
da celebração litúrgica e da renovação sacramental!
Senhor,
de coração leve, saudável e amante,
ensina-nos
a arte de viver leves para servir e amar!
Cristo,
insaciáveis pés que anunciam boas novas,
liberta-nos
do comodismo que nos enche de colesterol egoísta!
Ajuda-nos
a fazer dieta daquilo que nos torna pesados:
a
indiferença, o prazer umbilical, as dependências,
o
vazio ateu, o descompromisso com o bem comum!
Senhor
desperta-nos cada dia para o bom senso e para a razão,
e que
o teu Espírito nos ensine a arte saudável de viver
como
filhos de Deus e arautos da esperança que permanece!
sexta-feira, novembro 27, 2015
6ª feira da 34ª semana do Tempo Comum
Passará o céu e a terra, mas as
minhas palavras não passarão.
(cf. Lc 21,29-33)
Jesus
é a Palavra de Deus viva e eterna,
encarnada
no Nazareno mortal e ressuscitado!
O que
fez e ensinou, não foram palavras feitas de feno,
mas
Videira fecunda e eterna, onde todos damos bom fruto!
O seu
Evangelho é caminho de vida na terra,
válido
em todo o tempo e vivido desde sempre no Céu!
Tudo o
que existe foi criado por esta Palavra,
por
isso, nós e este universo passaremos,
mas a
sua Palavra não passará!
O ato
de nascer e ser criado supõe o processo de evoluir e de morrer.
A
nossa identidade permanece num corpo a renascer e a morrer.
Tudo é
dinâmico, mas nem tudo preanuncia desenvolvimento,
evolução
para valores eternos, melhoria de qualidade de vida para todos!
O
desenvolvimento atual está a destruir o equilíbrio do planeta,
a
aprofundar o fosso entre os que possuem e os miseráveis,
a
fermentar sentimentos violentos de revolta e injustiça!
Há
que voltar à Palavra sempre atual do amor fraterno,
da
verdade que salva, do cuidado do mais frágil, do perdão que cura,
da
justiça que traz segurança e felicidade, da esperança que não
acaba!
Senhor,
que Te fizeste Filho do Homem
para
que nós fôssemos filhos de Deus,
abre
os nossos ouvidos e o nosso coração à tua Palavra
e
conduz-nos com bordão de Mestre e de Pastor.
Aumenta
a nossa fé nesta Palavra que não passa
e
dá-nos o discernimento de saber avaliar as palavras de turno,
sem as
menosprezar nem as idolatrar, num diálogo aberto
em
busca da Verdade que nos espera e que por nós anseia!
Faz de
nós porta-vozes dessa Palavra que não passa,
com a
ternura de quem semeia para a vida eterna!
quinta-feira, novembro 26, 2015
5ª feira da 34ª semana do Tempo Comum
Erguei-vos e levantai a cabeça,
porque a vossa libertação está próxima.
(cf. Lc 21,20-28)
Jesus
é a Palavra que permanece na ruína do tempo.
Quando
tudo parece ruir e as fortalezas começam a desmoronar-se,
aparece
sempre a luz da esperança que vem do Céu
e nos
faz erguer a cabeça para acolher a salvação!
Já
passaram muitos reinos e impérios,
mas o
amor e o nome de Jesus não passa!
Já
apareceram muitos carrascos de Deus,
que
juraram mata-Lo e acabar com a fé,
mas
esses foram acabando e Deus permanece para sempre!
É quando se
desmoronam as nossas seguranças
que ficamos mais
abertos para aquilo que permanece:
uma doença grave e
súbita, um desaire económico,
a situação de
velhice, uma desilusão política ou social...
A própria situação
de mudanças rápidas e provocadas do clima,
levam-nos a
interrogar sobre a ética e o modelo de desenvolvimento!
São momentos de
crise que nos fazem erguer a cabeça
e olhar para além
do imediato e do interesse egoísta!
É então que
tomamos consciência de que somos casa comum,
passageiros do
mesmo barco, peregrinos a caminhar juntos!
Senhor, Sol da
justiça que não queres ofuscar outros sóis da moda,
brilha sobre nós,
dá-nos a tua força e a sabedoria de viver!
Liberta-nos da
miragem enganosa de que somos todo-poderosos
e não precisamos
de Ti nem de ninguém!
Cura-nos da
cegueira do cão que ladra de medo e de arrogância!
E nos momentos mais
difíceis e críticos da nossa vida,
não nos deixes
cair na tentação do desânimo e do desespero,
mas ajuda-nos a
levantar a cabeça da conversão
e da confiança em
Ti, que és a mão que sustenta e salva!
quarta-feira, novembro 25, 2015
4ª feira da 34ª semana do Tempo Comum
Assim tereis ocasião de dar
testemunho. (cf. Lc 21,12-19)
Jesus
veio ao mundo para dar testemunho da verdade.
Testemunhou
a fidelidade da aliança entre Deus e a humanidade,
por
meio da palavra proclamada e da vida provada.
As
adversidades, perseguições e paixão na cruz
foram
ocasiões para dar testemunho da verdade da aliança,
válida
em todas as situações, até na morte injusta!
Os
cristãos, discípulos deste Mestre para todo o terreno,
devem
aproveitar todas as situações para manifestar a sua fé
e dar
testemunho que ela é válida em todas as situações!
Às
vezes desejamos um Deus que nos retire as adversidades
e
queremos que todos acreditem no que nós acreditamos,
que
ninguém se oponha nem nos hostilize...
mas se
isto não acontecesse não teríamos ocasião de dar testemunho!
Perante
a perseguição alguns desistem de acreditar,
outros
fortalecem e enraízam a sua fé e a sua esperança.
Perante
um ambiente adverso à manifestação da sua fé,
uns
remetem a sua prática para o espaço do privado,
outros
fazem-no publicamente e naturalmente!
São
as provas onde se amadurece a fé!
Senhor
Jesus, encarnação da perseverança e da arte de amar,
ensina-nos
a levar a nossa fé para todas as situações da vida,
sem
fugas, nem violências, nem desistências!
Envia-nos
o teu Espírito e liberta-nos do medo e da vergonha!
Fortalece-nos
com o dom da perseverança e da ternura,
que
floresce amor, mesmo no meio de espinhos
e no
seio de uma terra árida e adversa!
Perante
a indiferença e a rejeição não me deixes fazer camaleão,
mas
lírio do campo que testemunha a vida no meio do inverno!
terça-feira, novembro 24, 2015
3ª feira da 34ª semana do Tempo Comum – S. André Dung Lac e companheiros
Comentavam alguns que o templo
estava ornado com belas pedras e piedosas ofertas. (cf.
Lc 21,5-11)
Os
olhos humanos distraem-se com a beleza exterior do templo,
Jesus
recorda-nos que tudo isso é secundário e passageiro!
O mais
importante é o lugar de encontro da comunidade celebrativa
com o
Deus que tomou a iniciativa de fazer connosco uma Aliança!
O rolo
da Lei pode ser queimado e o Templo destruído,
mas
Deus continua presente e fiel à aliança no coração do que
acredita!
Jesus
veio destituído de títulos e adornos externos:
nem
era sacerdote, nem doutor da Lei, nem fariseu...
era
apenas um “Filho de Homem”, nazareno e galileu!
A sua
autoridade brotava do seu testemunho e da coerência da palavra!
Há
uma arte litúrgica que nos envolve no mistério de fé,
cria
silêncio e intimidade, concentra o coração em Deus;
há
outra arte que nos enche de orgulho, brilha riqueza material,
cria
ruído de fotógrafos e turistas, distrai-nos do mistério!
Há
uma beleza que reflete olhar límpido e sorriso franco,
mesmo
nas rugas de uma pele envelhecida;
há
outra beleza, fruto de muitas maquilhagens e cirurgias,
de
adornos brilhantes e revestida de marcas sonantes,
mas
que fala oco, em voz troante, e revela vazio de valores!
Senhor,
palavra final da verdade num mundo de aparências,
dá-nos
a tua luz e revela a riqueza única da nossa pobreza.
Ajuda-nos
a não nos distrairmos com o cintilar do ouro
ou o
engano do embrulho com que mascaramos a realidade!
Ensina-nos
a ousar viver na verdade, mesmo que nos doa
e, com
humildade e desejo de conversão à santidade,
acolher
a tua misericórdia e a graça de recomeçar!
Que o
teu Espírito nos fortaleça na nossa peregrinação sagrada,
em
Igreja e guiados pela tua Palavra, anunciando a esperança
e
despojando-nos das seguranças que nos acomodam no pecado!
segunda-feira, novembro 23, 2015
2ª feira da 34ª semana do Tempo Comum
Em verdade vos digo: Esta viúva
pobre deu mais do que todos os outros. (cf.
Lc 21,1-4)
Jesus
vê a oferta, mas também aquele que a oferece:
quem
tem muito dá do que sobeja, quem nada tem dá-se totalmente!
Jesus
não se impressiona pela quantidade, pois tudo lhe pertence,
mas
pela totalidade, pois assim revê-se na doação de si!
Para
Deus todos somos importantes e seus filhos!
Também
Ele, sendo omnipotente e eterno,
se fez
pobre e mortal, oferecendo aos homens a salvação
e ao
Pai a entrega total da sua vida à sua vontade!
Por
isso, Jesus é tão grande na sua nudez na cruz,
como
na sua exaltação e reinado no seio da Trindade!
A
máquina calculadora ignora pessoas, só vê números,
por
isso, os pobres são massas sobrantes e descartáveis,
pois a
sua contribuição não se nota no aumento do PIB.
O que
conta e é protegido e privilegiado são que têm muito:
inteligência,
poder, iniciativa, tecnologia, liderança...
As
crianças, os desempregados, os doentes, os deficientes,
os
idosos são vistos como um peso, não como um dom!
Nesta
lógica, a vida contemplativa não tem sentido,
é um
desperdício passar a vida em oração no mosteiro!
Como é
possível, mulheres com um curso universitário,
encerrarem-se
num convento para se consagrarem a Deus?
É a
lógica do dom, incompreensível e inútil
para a
lógica do mercado e de produção de bens de consumo!
Senhor,
que vês o interior do coração e não apenas as mãos cheias,
ajuda-nos
a doar-nos totalmente em cada pequeno gesto e encontro!
Cristo,
que te entregaste totalmente à missão de nos salvar,
doando-te
incansavelmente até à última gota de sangue na cruz,
ajuda-nos
a acolher a nossa vocação e missão com alegria,
continuando
com o mesmo zelo e fidelidade a tua missão!
Espírito
de discernimento ajuda-nos a não desanimar
quando
nos damos conta do pouco que podemos fazer
e da
fragilidade do pecado em que navegamos!
Ensina-nos
a concentrar, não na pequenez do que somos,
mas na
generosidade com que nos damos na oração,
na
escuta, no acolhimento, na consolação, na evangelização!
domingo, novembro 22, 2015
O MEU REINO NÃO É DESTE MUNDO
Eis o que afirmou
Jesus,
Sem medo à morte de
cruz,
Diante do próprio
Pilatos,
Com poder para O
mandar
Condenar e
crucificar,
Poder bem contrário
ao Seu
Que é Rei para salvar
E, para isso nasceu,
Ele, o Princípio e o
Fim
De tudo quanto
existe,
Que n’Ele renasce e
persiste,
Porque Ele é Aquele
que é,
Que era e que há-de
vir,
O Senhor do Universo,
Que congrega e
reanima
Todo o ser fraco e
disperso,
Pelos séculos dos
séculos,
Pois Seu Reino não
terá fim.
Escutai, vós que
temeis
As noites em que
viveis,
Se credes na Sua
Palavra
E na vida de Jesus,
Que morreu para
salvar,
Perdoar e libertar,
E vive num trono de
Luz,
De santidade e
bondade,
Atento à humanidade,
Pois, nos arrancou
das trevas,
Das noites das várias
eras,
Para nos levar ao
Reino de Deus,
Como filhos amados
Seus,
Em Cristo regenerados
E na fé a Ele
ligados,
Vivendo no meio do
mundo,
Mas por Ele, bem
guardados,
Protegidos e
iluminados,
Pelo fogo de amor
profundo,
Saberão contemplar os
Céus,
E ver surgir lá do
Alto,
Entre as nuvens do
espaço,
O enviado de Deus,
Rei e Senhor do
Universo,
Cujo Reino não é
deste mundo,
Que vem intervir e
salvar,
Ensinando-nos a amar,
Ao contrário dos
critérios
Dos poderosos do
mundo.
COM A TUA LUZ DIVINA,
A MINHA MENTE
ILUMINA,
MEU CORAÇÃO E OLHAR,
PARA, EM TUDO E
TODOS, TE AMAR,
TE SERVIR E BENDIZER,
EM TODO O TEMPO E
LUGAR,
REI DA VIDA
UNIVERSAL.
Maria Lina da Silva,
fmm-Lisboa, 22.11.2015
34º Domingo do Tempo Comum - N. S. Jesus Cristo, Rei do Universo
É por ti que dizes que sou rei, ou
foram outros que to disseram de Mim? (cf.
Jo 18,33b-37)
Jesus é rei, não
apenas do que é perecível,
mas, acima de tudo,
do que é verdadeiro e eterno.
Veio ao mundo, não
para conquistar poder, pois tudo lhe pertence,
mas para dar
testemunho da verdade e nos libertar da mentira.
Quem O escuta e O
segue, faz parte do seu reino libertador,
constrói pontes de
comunhão, faz do quotidiano um templo de louvor,
alimenta-se do pão
da vida e jejua do pão da avareza e da violência,
semeia fraternidade
e serve a misericórdia com alegria!
Estamos no final de
mais um ano litúrgico, guiados por S. Marcos.
Nesta caminhada
anual, fomos ouvintes do evangelho
e deixámo-nos
iluminar pelo Sol da justiça
ou cumprimos
relógio, mas estamos no mesmo sítio?
Falamos do que
outros nos disseram sobre Jesus,
ou do que sentimos,
assumimos e vivemos no encontro com Cristo?
Foi mais um tempo
de paciência de Jesus e de sementeira do bem,
que nos aproximou
ou afastou do reinado de Cristo?
Senhor, Rei que
serve como missão redentora,
toma conta da nossa
vida e vive em nós com a tua santidade!
Envia-nos o teu
Espírito de discernimento e aumenta a nossa fé,
para que demos
testemunho de Ti com fidelidade e alegria,
e continuemos a tua
missão de anúncio de esperança e de salvação.
Dá-nos o dom da
alegria que serve o cuidado da criação e do irmão
e liberta-nos da
miopia que só vê o presente e o poder do instante!
Ajuda-nos, Senhor,
a crescer em Ti, para que sejas tudo em nós!
sexta-feira, novembro 20, 2015
Sábado da 33ª semana do Tempo Comum – Apresentação de N. Senhora
Não é um Deus de mortos, mas de
vivos, porque para Ele todos estão vivos.
(cf. Lc 20,27-40)
Deus é
a vida que é, que era e que será eternamente.
Criou-nos
para a vida e não para a morte!
O
pecado coroou-nos de solidão e afastou-nos do amor,
mas
Deus não se afastou de nós porque quer ver-nos felizes,
em
comunhão uns com os outros e com Ele.
Enviou
Jesus para ser a Porta que nos conduz à vida
com a
chave do Evangelho provado na cruz.
A
morte destas células é um novo nascimento para a eternidade,
que
brota das opções feitas nesta vida de peregrinos!
O
cristianismo está associado à morte:
a
capela mortuária ao lado da Igreja,
os
funerais e missas pelos falecidos...
Muitos
só entram na Igreja em celebrações ligadas à morte
e
ouvem sempre as mesmas leituras e a mesma homilia!
Mesmo
na Semana Santa só participam na procissão dos passos,
ignorando
a Vigília da Páscoa e a celebração da Ressurreição.
Não
admira, por isso, que não vivam a fé na eternidade,
que
não sigam Jesus como Caminho e Porta,
e dos
mortos só sintam medo e respeito pelo mistério!
Senhor,
fonte e colo que nos espera eternamente,
obrigado
pelo dom da vida e da salvação
com
que sustentas a nossa vida e nos levantas do chão!
Cristo,
nosso salvador, que não queres que ninguém se perca,
toma-nos
pela mão e desperta-nos da solidão acomodada.
Cura-nos
do medo da morte e ensina-nos a ser vida em oferta,
solidária
e fraterna, amiga e misericordiosa, feliz e companheira,
fiel e
eucarística, numa ternura que vale a pena viver!
Santa
Maria, Mãe da Vida, intercede por nós cegos do eterno!
6ª feira da 33ª semana do Tempo Comum
A minha casa é casa de oração’;
e vós fizestes dela ‘um covil de ladrões’.(cf.
Lc 19,45-48)
Jesus
é a casa de oração que acolhe o Pai e o Espírito,
num
diálogo de amor que favorece a comunhão e a missão.
Por
isso, fica triste quando vê o templo de Jerusalém,
símbolo
da casa de oração, cheio de ruído mercantil,
que
sacraliza a desigualdade entre ricos e pobres
e
distrai da relação gratuita e comunitária com Deus!
Quem
se aproxima e ouve Jesus, escuta o próprio Deus,
porque
nele a aliança é um fogo que arde sem se consumir,
gratuito,
misericordioso, zeloso, fraterno e sacramental!
Como
gostaria que cada um de nós fosse “casa de oração”,
em
permanente comunhão de louvor a Deus
e de
amor solidário e silencioso aos irmãos!
A
natureza é casa de oração, acolhedora e contemplativa,
na
montanha que eleva, no vale que descansa,
no
deserto que purifica, no oásis que fortalece,
no rio
que fecunda, no campo que acolhe a semente e dá fruto.
O lar
familiar é casa de oração no amor que aquece,
no
diálogo que semeia valores, na prece que liga ao Céu,
na
partilha que abre a porta ao pobre, no cuidar do mais frágil.
O
corpo é casa de oração que se abre à fé,
fala
com o Invisível presente e escuta a verdade,
doa-se
gratuitamente e respeita a dignidade e a liberdade.
A
Igreja é casa de oração de portas abertas,
presença
sacral no silêncio hospitaleiro,
escola
de vida fraterna e altar de oferta fiel.
Tudo o
que foi criado por Deus é casa de oração,
que
pode gerar intimidade, escuta e comunhão!
Senhor,
obrigado porque queres morar no meio de nós,
apesar
da nossa impureza, da nossa ausência e distração.
Cristo,
que vieste para purificar este mundo,
que se
converte facilmente num “covil de ladrões”,
purifica-nos
das relações interesseiras e agressivas,
da
impaciência pelo diferente e do cansaço provocado pelo frágil!
Ajuda-nos
a ser casa de oração que acolhe o mistério da fé,
se
abre ao mistério do outro e louva o Criador com a sua vida.
Dá-nos
famílias e comunidades que sejam casas de oração,
onde
se fala de Deus e se fala com Deus,
onde
há diálogo e tempo para a escuta gratuita,
onde
se serve o perdão sempre fresco como o pão!
quinta-feira, novembro 19, 2015
5ª feira da 33ª semana do Tempo Comum
Jesus ao ver a cidade, chorou sobre
ela. (cf. Lc 19,41-44)
Jesus
olha-nos com o coração a sangrar de amor.
Chora
ao ver-nos entretidos com a guerra,
a
jogar ao monopólio de quem é o mais forte,
à
volta de nós mesmos, num rodopio estonteante!
Visita-nos
e ninguém O acolhe, fala-nos e poucos O escutam,
avisa-nos
da ratoeira em que caímos,
mas
cada um segue o seu caminho de violência competitiva!
Chora,
mas resiste a entrar na mesma lógica de guerra,
por
isso, quando a cidade O prende para calar esta Voz de paz,
entrega
a sua vida e oferece o seu perdão e salvação!
Hoje
também Jesus chora este planeta a destruir-se!
Chora
porque vê o resultado das opções de morte
dos
pais que se tornam carrascos dos filhos antes destes nascerem,
dos
adultos que abusam das crianças a seu belo prazer,
dos
jovens que entram na dependência que os faz envelhecer,
da
idolatria do eu que faz do divórcio a solução mais fácil,
do
vazio de sentido que busca no consumo a forma de o preencher,
na
falta de diálogo que usa as armas de morte para vencer,
na
injustiça que usa os fracos para se engrandecer!
Chora
ao ver os seus discípulos a entrarem na mesma lógica,
a
gritar vingança, em vez de chorarem misericórdia e oração!
Se
hoje soubéssemos o que nos pode trazer a paz!
Senhor,
peregrino da paz e mestre da aliança,
aumenta
a nossa fé no Deus do amor e do perdão,
apesar
do reinado do ódio e do rancor que nos envolve!
Dá-nos
a tua paz e sacia a nossa sede de ter e possuir,
com a
tranquilidade do pão nosso de cada dia,
que
senta à mesa a inclusão e a solidariedade com alegria!
Envia-nos
o teu Espírito e cura a nossa cegueira e surdez,
para
que não percamos a capacidade de chorar
pelo
irmão que sofre e escutar o gemido do solitário marginalizado.
Ajuda-nos
a rezar pelos nossos inimigos e pelos pecadores,
para
que aprendamos contigo a chorar por este mundo!
quarta-feira, novembro 18, 2015
4ª feira da 33ª semana do Tempo Comum – Dedicação das Basílicas de S. Pedro e de S. Paulo
Entregou-lhes dez minas, dizendo:
‘Fazei-as render até que eu volte’. (cf.
Lc 19,11-28)
Jesus
apresenta-se como Rei que se ausenta e delega em nós
a
administração dos seus bens e da sua missão.
Pede-nos
que sejamos fecundos e bons gestores,
para
que todos os dons recebidos se multipliquem.
Ficar
a olhar para o Céu à espera que Ele faça o que podemos fazer,
ou
parados, com medo de arriscar ou de não sermos dignos,
é ser
servo mau e preguiçoso, estéril e inútil!
Jesus
quer cristãos maduros, ousados e evangelizadores!
Receber
o Batismo e não dar frutos crísticos,
ser
ungido com o óleo do Crisma e não viver segundo o Espírito,
comungar
o Corpo de Cristo e não ser membro ativo da Igreja
é ser
servo-administrador mau que não põe a render o que recebeu!
Habituámo-nos
a ser consumidores de bens espirituais,
que
guardamos no curriculum do nosso orgulho
e
escondemos para nós, à espera de termos tempo,
estarmos
bem preparados e equipados espiritualmente,
de
sermos santos e anunciarmos apenas o que já vivemos.
Tanto
dom enterrado ou guardado no lenço do comodismo,
numa
vida de espetador e comentador da vida dos outros!
Senhor,
louvado sejas pelo dom da vida e da vocação.
Conduz-nos
com a luz do teu Espírito e da tua Palavra,
para
que não corramos sem rumo nem nos cansemos inutilmente,
mas
geremos vida à nossa volta e testemunhemos a esperança.
Ajuda-nos
a responder com verdade e fidelidade
à
pergunta: “o que faria Jesus hoje no meu lugar?
Que
opções, sentimentos, atitudes e projetos tomaria?”
Senhor,
estremeço ao ousar ser Cristo nesta conjuntura,
mas
quero tentar pôr a render a minha mina,
como
Pedro e Paulo e tantos outros fizeram!
terça-feira, novembro 17, 2015
3ª feira da 33ª semana do Tempo Comum – Isabel da Hungria
O Filho do homem veio procurar e
salvar o que estava perdido.
(cf. Lc 19,1-10)
Jesus
caminha no meio da multidão,
mas
está atento ao coração daquele que O procura,
embora
tenha um passado e um presente de pecado!
Para
Jesus, Zaqueu não é um publicano rico e execrável,
mas um
filho de Abraão que desperta para a Luz.
Jesus
pede-lhe hospedagem em sua casa,
para,
a partir de dentro, lhe oferecer a salvação.
Ele
veio procurar e salvar o que estava perdido
e por
isso hospeda-se na casa de um pecador,
não
para premiar o pecado, mas para o redimir!
Jesus
desce à nossa miséria para nos elevar à sua santidade!
Ensinam-nos
a ética do “salve-se como puder”,
mas se
alguém é apanhado e denunciado,
é
julgado na praça pública da comunicação social
e
rotulado de criminoso, mesmo antes de ser julgado!
Mesmo
sabendo que não somos santos,
andamos
à procura de pecadores para os denunciar!
Por
isso, quando nos damos conta dos nossos pecados,
temos
medo de nos aproximar de Jesus, que vemos como juiz,
em vez
de procurar Aquele que nos procura para nos curar!
Senhor,
misericórdia com bordão de peregrino e pedinte,
obrigado
porque nos convidas a abrir-Te a porta da nossa casa,
atulhada
de coisas, de lixo tóxico e de solidão dourada!
Entra
Senhor e ajuda-nos a arrumar a casa,
a
abrir as janelas de vida nova, a partilhar a alegria,
e a
recuperar a grandeza de ser filho de Deus!
Liberta-nos
da culpa, que nos martiriza e paralisa,
e
dá-nos força para correr e subir aos sicómeros,
por
onde Tu vais passar e nos podes falar:
silêncio
meditativo da Tua Palavra,
confiança
na Tua misericórdia infinita e sacramental,
partilha
de bens e hospitalidade dos pobres!
segunda-feira, novembro 16, 2015
2ª feira da 33ª semana do Tempo Comum
Ele recuperou a vista e seguiu
Jesus, glorificando a Deus. (cf.
Lc 18,35-43)
Jesus
caminha no meio da multidão que O segue.
Muitos
só veem a multidão, mas não veem Jesus
e
perguntam aos cristãos o porquê de ser Igreja,
comunidade
que caminha unida na mesma fé!
A
Igreja deve anunciar Cristo presente, como salvador,
mas
não deve ser um obstáculo aos buscadores de fé.
Para
poder ver Jesus, a partir dos olhos da fé,
é
necessário reconhecer a nossa cegueira,
orar
com insistência e persistência, pedindo o dom da fé,
e
deixar-se conduzir a Cristo, quando Ele nos chama.
A
prova da fé que vê é o seguimento de Jesus
e uma
vida que glorifica a Deus!
Alguns
dizem que acreditam em Jesus,
mas
não aceitam caminhar em Igreja,
nem
seguir os valores que esta proclama!
É uma
religião vertical e solitária,
como
se cada um fosse uma ilha,
apesar
de viver nesta casa comum!
Falta-lhes
a dimensão da cruz, que liga verticalmente o céu à terra,
e
abraça horizontalmente toda a humanidade e a natureza!
Ter fé
em Jesus é acreditar que só podemos viver em comunhão,
caminhando
solidários no louvor e no amor!
Senhor,
quando penso só em mim, tem piedade de nós
e cura
o nosso egoísmo cego e insensível!
Cristo,
quando o comodismo se apodera de mim
e fico
à margem dos problemas da sociedade e da Igreja,
tem
piedade de mim e cura o meu autismo!
Senhor,
quando me digo cristão, mas sou apenas juiz da Igreja,
ajuda-me
a começar por mim a renovação que exijo dos outros!
Faz
que eu Te veja a caminhar connosco
e Te
siga nesta aventura de ser Igreja universal e bela,
diversa,
celebrativa, justa, solidária, pacífica e evangelizadora!
domingo, novembro 15, 2015
33º Domingo do Tempo Comum
Aprendei a parábola da figueira.
(cf. Mc 13,24-32)
Jesus
desperta-nos para a esperança do encontro,
a
partir dos sinais do tempo presente.
O
brotar das folhas na figueira revela a estação da Primavera,
mas
Jesus não quer que nos fixemos nas folhas da aparência,
mas
que desejemos o Verão, estação dos frutos.
É no
Verão que a figueira se revela resistente ao sol ou não,
com
muitos ou poucos frutos, figos doces ou amargos!
Aprender
com a parábola da figueira é viver o presente,
com o
olhar no futuro, viver na fé desejando o encontro,
andar
à luz do sol e das estrelas procurando ser luz do mundo,
viver
nas aparências, mas tendo o verdadeiro tesouro no coração.
A
alegria da figueira é que Jesus a encontre com figos maduros! (Mt
21,18-19)
O
consumismo incentiva-nos a comprar agora e a pagar a crédito.
Vai-se
tentando adiar a juventude com plásticas e medicamentos.
O
estudante goza a camaradagem do momento com vigílias de prazer,
esquecendo
que os exames se vencem após duro tempo de estudo.
Os
namorados entretêm-se com beijos e banalidades de primavera,
em vez
de prepararem o Verão da maturidade no amor e no diálogo.
Os
políticos, para assegurarem o poder, prometem um presente de sonho,
esquecendo
a sustentabilidade e escondendo a verdade que nos espera.
A
imediatez quer fazer da natureza uma fábrica rápida e em série,
sem dó
nem descanso, esquecendo as gerações futuras!
Como
temos que aprender com a parábola da figueira!
Senhor,
agricultor que nos plantaste neste jardim de encontros,
aumenta
a nossa fé e ajuda-nos a caminhar na fraternidade.
Cristo,
que vieste, que vindes e que haveis de vir,
ensina-nos
a estar vigilantes e atentos ao teu bater da nossa porta,
para
que nos encontres fecundos de santidade e de caridade.
Desperta-nos,
Senhor, nas distrações do tempo presente!
Que o
teu Espírito crie em nós uma cultura de encontro
e um
sentido de verdade e fidelidade, que serve a justiça e a paz.
sábado, novembro 14, 2015
REAVIVANDO O ESPÍRITO DE MARIA DA PAIXÃO
Quando um silêncio
profundo,
Pareceu envolver o
mundo
E atingiu o mais
profundo
Do sensível coração
Das irmãs que
assistiam
Ao adormecer, em paz,
De Maria da Paixão,
Deixando de ouvir a
voz
Que as motivava e aquecia,
Com a Palavra de
Deus,
E agora entrava nos
céus,
Em oração, se uniram,
Gratas pelo dom da
vida,
Doada a Deus e ao
mundo,
Inteiramente e sem
medida,
Reforçando a
confiança,
Na Palavra do Senhor,
Autor daquela obra de
amor,
Que continuaria
presente,
P’ra fazer do
Instituto
Das Franciscanas
Missionárias de Maria,
Um sinal vivo de
amor,
Universal e
multicolor,
Feito sonho eficaz,
A envolver o mundo
inteiro
No sol da justiça e
da paz,
De vida e amor
verdadeiro.
A exemplo de Maria da
Paixão,
Ativemos a Missão
E a chama da vocação,
Que Deus lhe
confiara,
Orando, sem
desanimar,
Para, em Deus, força
encontrar,
E a tempo e
contra-tempo,
Nos deixarmos
inflamar
Do fogo pela Missão
E a nova
evangelização,
Servindo sempre os
mais pobres
E simples de coração,
A quem Deus ama e
defende
Das garras da
exploração.
Reaviva, em nossa
mente,
Nossa alma e coração,
Ó Maria da Paixão,
A tua fidelidade
A Deus e à
humanidade,
Pelo ardor à Missão!
Maria Lina da Silva,
fmm
Lisboa,
14.11.2015
Sábado da 32ª semana do tempo Comum
A necessidade de
orar sempre sem desanimar
(cf. Lc 18,1-8)
Jesus
ora sem cessar ao Pai, num diálogo vital.
Ele
deixaria de ser Filho de Deus sem esta união com o Pai.
O
Filho do Homem sem oração não poderia ser Cristo,
ungido
pelo Espírito Santo, pois agiria apenas por si!
É
a oração que permite que seja Filho do Carpinteiro e de Maria,
sem
deixar de ser Filho de Deus, inspirado pelo Espírito!
Jesus
associa-nos a esta aventura de diálogo na fé,
que
é estarmos permanentemente ligados ao Céu,
para
sabermos viver na terra como Jesus viveu!
As
novas técnicas permitem-nos estar sempre “on line”:
com
o telefone, a internet, a televisão, as redes sociais...
Umas
vezes para passar o tempo, outras para comunicar,
outras
para preenchermos a nossa solidão,
outras
satisfazer curiosidades,
outras
para buscar respostas à nossa sede de conhecer...
Comunicar
com Deus é um pouco mais difícil,
porque
supõe fé no invisível, escuta no silêncio do desejo,
paciência
para sintonizar com o tempo de Deus,
luta
teimosa entre o que eu quero e o que Deus quer de mim,
ascese
para não me desligar de Deus quando alguém me liga...
A
oração é um exercício de fé e de amor ao projeto de Deus!
Senhor,
eis-me aqui em busca da aurora
no
silêncio da madrugada que quer vencer a noite.
Obrigado
pelo orvalho da tua Palavra fecundante!
Envolve-nos
com o teu Espírito de luz que purifica o desejo.
Alimenta
a nossa fé e ajuda-nos a elevar o nosso coração
no
meio do ruído do trabalho e das canseiras da vida!
Ensina-nos
a permanecer em Ti, sem divisões nem pressas,
para
aprendermos a estar com os outros gratuitamente,
com
o ouvido interessado e um olhar atento,
num
diálogo de amigo, que busca a comunhão e a partilha!
Dá-nos
o dom da oração permanente e perseverante
para
que vivamos como filhos de Deus no Filho e no Espírito!
sexta-feira, novembro 13, 2015
6ª feira da 32ª semana do Tempo Comum
Como sucedeu nos dias de Noé... e
de Lot, assim será também nos dias do Filho do homem.
(cf. Lc 17,26-37)
Deus
está atento à forma como cada um de nós vive.
Muitos
iludem-se com a plena liberdade com que Deus nos envolve,
agindo
como fossem senhores de si, dos outros e da natureza,
esquecendo-se
da aliança e da ética, fugindo da verdade e da justiça.
Mas os
dias de Noé e de Lot mostram que Deus está atento
e que
nós devíamos avaliar cada dia a nossa conduta,
estar
vigilantes, investir no amor e na conversão de todos!
Veio o
Filho de Deus e agiu com paciência e mansidão,
ensinou-nos
a rezar e a amar Deus, servindo e perdoando o próximo,
passou
fazendo e ensinando o bem, e por fim deixou-se morrer na cruz!
Ressuscitou
e ficou connosco para sempre para continuar a sua missão!
Tudo
isto faz sem violência nem castigo, procurando fazer-nos crescer,
a
partir de dentro, pela ação do seu Espírito!
A
educação baseada no prémio e castigo
distrai-nos
da personalização e interiorização dos valores,
concentrando-nos
nos sentimentos de medo ou de prazer
para
avaliar a bondade ou não de uma conduta de vida.
Por
isso, deixa-se de falar em consciência e verdade,
e
fala-se mais em adrenalina, ansiedade, mecanismos de defesa,
corrupção,
cunhas, distração, realização pessoal...
Como
Deus não age na base do prémio e castigo,
o
insensato acha que Deus não existe nem conhece o seu íntimo!
Talvez
perante uma morte jovem, um acidente inesperado,
estremeça
por dentro e por uns instantes se emocione,
mas
muitas vezes prefere calar o susto com distrações e drogas!
Senhor,
obrigado pelo dom deste estágio de vida no tempo
para
nos preparamos para viver na eternidade!
Cristo,
nosso irmão, amigo e redentor invisível,
que Te
fizeste nosso companheiro libertador,
continua
a ensinar-nos o caminho da vida feliz e madura
que
ama o irmão, constrói a justiça e a paz, e louva o Criador!
Envia-nos
o teu Espírito e desperta-nos para a verdade
para
que saibamos relativizar e perdoar as fragilidade dos outros
e ser
exigentes e autênticos nos valores que nos movem.
Liberta-nos
do medo e enraíza-nos no amor misericordioso,
num
diálogo permanente entre os sonhos que nos assaltam
e o
sonho de eternidade feliz que nos prometes e ensinas!