terça-feira, maio 31, 2016
Visitação de Nossa Senhora
Donde me é dado que venha ter
comigo a Mãe do meu Senhor? (cf.
Lc 1,39-56)
Deus é
uma visita permanente que salva, alegra e compromete!
Quem
acolhe esta visita de Deus, torna-se um visitador,
um
portador de Deus e da alegria, que anda ao sabor do Espírito!
Assim
aconteceu com Maria de Nazaré, a Virgem visitada,
que
corre ligeira e leve pelas montanhas da Judeia!
Isabel,
a escondida agraciada por Deus, na sua velhice,
abre
as suas portas à Mãe do seu Senhor,
rejubila
com o Messias escondido no seio de Maria
e
confirma no seu seio o Precursor que dança de alegria!
Como
podemos ficar fechados, nós que fomos tão visitados?
O
mundo todo visita a nossa casa, a cada instante,
pela
porta da televisão, pela coluna da rádio,
pela
janela da internet, pelo espelho do telemóvel...
Há
visitas que nos deixam tristes, outras alegres,
umas
alimentam a fé, outras o materialismo,
umas
despertam compaixão, outras raiva e revolta,
umas
geram solidariedade, outras medo ou apatia,
umas
comprometem-nos com o bem comum,
outras
adormecem-nos no sonho e no passatempo!
São
visitas, a maioria virtuais, que não têm o calor do abraço,
o
cheiro da intimidade, a beleza da verdade,
o peso
da presença, a comunhão dos sentidos!
O
verdadeiro encontro mexe com as entranhas,
alimenta
o amor, move para novas visitas!
Senhor,
louvado sejas pelos sinais do teu amor misericordioso,
no Sol
que cada manhã nos visita,
na
sinfonia de aves que cantam,
no
amigo ou o pobre que nos bate à porta,
na
Palavra que ecoa bem fundo como vendaval suave,
na
Eucaristia que visita o coração, às vezes desarrumado...
Louvado
sejas, ó Maria, por seres Mãe que nos visita,
nos
dás alento, nos escutas e conduzes a Jesus!
Faz de
nós visitadores que levam a alegria,
transmitem
a paz, se tornam presente
e
transformam a rotina num tempo especial e evangelizador!
Maria
da visitação faz de nós missionários da esperança!
segunda-feira, maio 30, 2016
2ª feira da 9ª semana do Tempo Comum
A pedra rejeitada pelos construtores
tornou-se pedra angular. (cf. Mc
12,1-12)
Deus
criou o jardim da criação com amor e carinho.
Depois
criou os seres humanos, homem e mulher,
e
deu-lhe poder e sabedoria para cuidar deste jardim.
A
humanidade esqueceu as orientações de bom funcionamento
e
começou a inventar, usando a força para dominar e matar!
Deus
ficou triste e plantou uma vinha nova no jardim,
cercando-a
e construindo uma torre com as pedras rejeitadas
pelos
construtores deste mundo frio, desigual e agressivo!
Foi a
um povo frágil, pequeno e errante que entregou
a
missão de fazer desta vinha um exemplo e uma memória
do
projeto original de Deus e da salvação do mundo!
Mas
este povo corrompeu-se, matou os profetas e o Filho de Deus,
não
cuidando da pedra rejeitada e frágil, enviados de Deus!
Hoje
fala-se em 1º, 2º, 3º e 4º mundos,
em
massas sobrantes e lixos da humanidade...
Aos
que não são qualibrados pelos critérios da perfeição,
nem
sequer se deixam nascer ou facilita-se-lhe o fácil morrer!
Aos
portadores de deficiência procura-se institucionaliza-los!
Aos
pobres e analfabetos exploram-se e instrumentalizam-se,
ou
quando não são necessários, ignoram-se e marginalizam-se!
No
entanto, a esperança demográfica vem dos pobres!
Os
grandes gestores são aqueles que conseguem gerir um mês
e uma
grande família com a reforma ou o salário mínimo!
Mata-se
a fome de muita gente com os desperdícios alimentares!
Os
grandes sábios são os não violentos e misericordiosos!
Há
tanto lixo a fertilizar o deserto estéril!
Senhor,
força dos fracos e beleza dos sem rosto,
louvado
sejas porque fazes dos últimos os primeiros,
e
escolheste a via da minoridade para enviar o teu Filho!
Envolve-nos
com o teu Espírito de amor e de hospitalidade
e
ajuda-nos a ver os invisíveis que suportam a vida!
Dá-nos,
Senhor, a sensibilidade para o mais pequeno,
o mais
frágil, o diferente, o disfuncional, o incómodo,
para
que não rejeitemos os teus enviados,
o teu
próprio Filho querido, na pessoa da pedra rejeitada!
Ajuda-nos
a dar frutos de amor fraterno,
sem
nos apoderarmos de nada nem de ninguém!
domingo, maio 29, 2016
FÉ EM JESUS, INTEGRANTE E ENVOLVENTE
A Fé fundamentada em Jesus,
Se torna, p’ra todo o crente,
Integrante e envolvente,
Tal como a Sua Luz
Que ilumina coração e mente
Do crente e do não crente,
Inquieto e buscador
Da resposta mais coerente,
Com sua fome interior
De vida, paz e amor,
Para o humano coração,
Que pulsa por toda a gente,
Como mostra Salomão,
Na sua bela oração,
E o próprio centurião,
Pelo seu servo doente,
Que ousa pedir a Jesus,
Plenamente, confiante,
No poder da Sua Palavra,
Porque só ela bastava,
Para o servo ficar curado
Da febre que o não deixava,
Porque era assim que agia,
Como homem justo e honrado.
Vendo-o, recto e fiel,
Embora dito não crente,
Jesus diz, publicamente,
Mostrando admiração,
Que não havia encontrado
Fé tão grande em Israel
E, por isso, lhe garante:
- “Vai, que o teu servo está curado.”
Se assim, orava um pagão,
Só de ouvir falar em Jesus,
Como orará um cristão,
Que crê, aprofunda e segue
A Palavra de Jesus,
Caminho, Verdade e Luz?
QUE A NOSSA FÉ EM JESUS,
AUMENTE E SE FUNDAMENTE,
SE TORNE FORTE E INTEGRANTE,
DO SEU AMOR ENVOLVENTE,
QUE FAZ CHEGAR SUA LUZ,
À VIDA DE TODA A GENTE.
Maria Lina da Silva, fmm-Lisboa, 29.05.2016
9º Domingo do Tempo Comum
Não mereço que entres em minha
casa, nem me julguei digno de ir ter contigo.
(Cf. Lc 7,1-10)
Jesus
é a única Palavra que cria, cura e salva!
Toma a
iniciativa de vir ao nosso encontro,
acompanhar-nos
nos percursos sinuosos da nossa vida,
bate à
nossa porta como um pedinte-amante,
entra,
ajuda a limpar a casa e permanece connosco!
Nós
não somos dignos de ir ter com Ele,
nem
merecemos que Ele entre em nossa casa,
mas se
acolhermos a sua Palavra com fé,
a sua
graça envolve-nos com o seu amor, perdão e salvação!
A
Eucaristia é mistério de fé que ora, celebra, escuta, acolhe,
comunga
e anuncia a grandeza da tão grande Hóspede divino!
O
mistério do pecado afasta-nos de Deus,
porque
nos sentimos indignos,
temos
consciência que não merecemos estar com Ele!
Esta
má consciência leva-nos a evitar a proximidade de Deus,
a
andar escondidos, envergonhados e ocupados,
procurando
evadir-nos de tudo o que nos pode confrontar
com a
verdade que somos,
mas
também desconfiados da palavra misericordiosa de Jesus!
É
talvez por isso, que os jovens se afastam da Igreja,
os
escrupulosos duvidam da misericórdia da Deus,
os
dependentes desistem de procurar cura e libertação...
A
indignidade leva-nos a preferir acreditar que Deus não existe!
Senhor,
louvado sejas pelo teu coração aberto a todos,
que Te
faz especialista em recuperar e acolher os pecadores!
Eu sei
que sou indigno de Te receber e de Te celebrar,
de
estar em comunhão conTigo e por Ti ser habitado,
mas
porque o teu amor misericordioso suplanta a minha miséria,
eu Te
agradeço e Te louvo, com humildade a gratidão Te acolho!
Na
fraqueza aumenta a minha fé na tua fidelidade,
para
que só em Ti encontre o perdão e paz, a alegria e a salvação!
Liberta
quem tem medo de Ti ou desiste de si,
para
que a tua Palavra seja ouvida e o teu Corpo seja recebido,
como
fonte de vida e sol que ilumina a esperança!
sábado, maio 28, 2016
Sábado da 8ª semana do Tempo Comum
Vou fazer-vos só uma pergunta.
Respondei-Me e Eu vos direi com que autoridade faço isto. (cf.
Mc 11,27-33)
Jesus
é a Palavra que vem do Céu
e
purifica a criação da mentira de uma vida à volta de si mesma,
sempre
pronta a julgar os outros e a questioná-los,
mas
que evita sempre ser questionado e julgado!
Jesus
só nos faz uma pergunta:
“porque
não acreditais nos enviados de Deus
e
continuais fechados à conversão do vosso coração à aliança?”
A
autoridade de Jesus vem da verdade que ilumina as trevas,
com a
fortaleza da sua misericórdia e a paciência do seu amor!
O
afastamento da Igreja e a contestação militante que lhe é feita,
não é
tanto devido a uma crise sincera de ateísmo ou agnosticismo,
mas a
uma resistência estratégica a tudo o que questiona o seu proceder!
A
Igreja anuncia o valor de toda a vida e da vida toda,
a
verdade na caridade, o cuidar da justiça, da paz e da solidariedade,
a
libertação do medo, a esperança na vida eterna, o dom da
santidade...
e a
maioria, em vez de se deixar questionar por esta boa nova,
pôe-se
a questionar a autoridade da Igreja na sociedade civil
e a
desvaloriza-la, devido ao pecado de alguns do seus membros...
Outros
preferem afastar-se, vivendo numa indiferença surda e sobranceira,
para
não terem problemas de consciência na angústia do seu viver!
Senhor,
obrigado pela tua Palavra que hoje continua a ecoar
na
Bíblia aberta e proclamada, na profecia e evangelização da Igreja,
nos
acontecimentos da história, no heroísmo da verdade e da justiça,
no
grito do pobres, na contemplação da natureza, na voz da
consciência...
Envia-nos
o teu Espírito e liberta-nos da surdez interesseira,
que
tudo justifica, tudo relativiza, tudo branqueia!
Aumenta
a nossa fé e abre-nos à tua verdade que nos salva,
para
que vivamos em permanente conversão e crescimento na santidade,
e nos
tornemos mais humanos, mais sensíveis à dor do outro,
mais
orantes, mais discernidos, mais maduros na fé e no seguimento!
sexta-feira, maio 27, 2016
6ª feira da 8ª semana do tempo Comum
E quando estiverdes a orar, se
tiverdes alguma coisa contra alguém, perdoai.
(cf. Mc 11,11-26)
Jesus
faz da sua vida oração, misericórdia e purificação!
Reza
ao Pai para escutar a sua vontade,
resistir
às tentações de ser apenas folhagem de vista
e dar
frutos de fé, de aliança e de profecia!
Olha o
seu povo e vê-o entretido com os seus negócios,
orgulhoso
do seu templo, mas com o coração longe de Deus,
vaidoso
do seu passado, mas desleixado do seu presente,
preocupado
com rituais religiosos, mas fechado à misericórdia!
A
oração, como abertura à comunhão com Deus,
sem o
perdão misericordioso a quem nos ofendeu
é
como a figueira cheia de folhas, mas sem frutos!
Vivemos
num tempo em que se privilegia a aparência:
investe-se
muito na decoração, na maquilhagem,
no
design, no embrulho,
no marketing, na montra, na
estética...
É tal
o desequilíbrio que se esquece a ética,
se
desvaloriza a verdade, se relativiza o conteúdo,
se
escondem os efeitos negativos e secundários,
“se
vende gato por lebre” como modernidade e moda!
Esta
vida desvirtuada de valores e de verdade
acaba
por influenciar a qualidade de vida religiosa,
pensando
que é possível amar a Deus sem amar os irmãos,
enganar
a Deus com uma vela acesa ou um Pai-Nosso
e
continuar com a sua vida de mentira, de injustiça,
e de
coração envinagrado pelo ódio e a vingança!
Senhor,
Casa onde todos temos lugar,
alarga
o nosso coração e faz dele uma fonte de perdão!
Senhor,
Terreno onde todos podemos crescer e viver,
poda-nos
da vaidade que nos excentra na aparência,
e
ensina-nos a dar frutos de fé verdadeira,
de
amor curativo e misericordioso,
de
esperança que nos liberta do hedonismo míope!
Envia-nos
o teu Espírito e ajuda-nos a viver em são discernimento,
para
que não vivamos enganados numa santidade balofa!
Dá-nos
um coração humilde, misericordioso e hospitaleiro,
para
que sejamos a Betânia que Te acolhe e sacia a fome!
quinta-feira, maio 26, 2016
Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo
Partiu-os e deu-os aos discípulos,
para eles os distribuírem pela multidão. (cf.
Lc 9,11b-17)
Jesus
é o Pão do Céu que alimenta as multidões,
com a
sua Palavra, a sua misericórdia e o seu Corpo e Sangue!
É um
dom gratuito, que não se compra nem se vende,
mas se
partilha, abençoa, reparte e entrega à Igreja,
para
que esta continue a ser memória dEle,
com
fidelidade, generosidade e celebração festiva e missionária!
A
pequena hóstia consagrada e repartida
é um
fermento de cristãos que não despedem nem afastam,
mas
acolhem a multidão que no deserto procura alimento,
sentido
para a vida, orientação para a felicidade,
luz
para a verdade, amor e perdão para a relação!
A
Eucaristia, Pão dos fortes e dos mártires, hoje é conotada
com a
comida dos fracos, crianças, mulheres e idosos!
Alguém
que se ache esclarecido, não perde tempo com missas,
pois
há outras coisas mais importantes para fazer,
como
dormir, ver televisão, ficar na internet,
fazer
desporto, passear, divertir-se, comer e beber, trabalhar!
Assim
os domingos deixam de ser “Dia do Senhor”
e
passam a ser dias de trabalho como os outros
ou
“dias para nós” de descanso, divertimento e comesainas.
Anda o
Corpo de Cristo em procissão pelas ruas da nossa vida
e nós
de persianas fechadas, entretidos connosco mesmos,
à
volta do nosso umbigo, a alimentar o fosso da indiferença,
a
cultivar um deserto na cidade cheia de pessoas sem rosto!
Senhor,
Pão do Céu, escondido no fruto do nosso trabalho,
alimenta-nos
com a tua Palavra da verdade vivificante
e com
o teu Corpo que gera coração novo, comunhão perseverante,
horizonte
aberto de misericórdia, doação pela vida do mundo!
Envia-nos
o teu Espírito e abre os olhos da nossa fé à tua presença,
para
que saibamos ajoelhar para Te adorar,
caminhar
para celebrar juntos a tua memória
e
abrir as mãos e o coração para Te anunciar e partilhar!
Faz de
nós pedras vivas da tua Igreja e duma sociedade renovada,
onde
habite a liberdade, a justiça, a fraternidade e a paz!
quarta-feira, maio 25, 2016
4ª feira da 8ª semana do Tempo Comum
Os grandes fazem sentir sobre elas o
seu poder. (cf. Mc 10,32-45)
Faz
parte da essência de Deus a omnipotência e a omnisciência.
Sem
Deus nada existe, nada se sustenta.
No
entanto, Deus não nos esmaga com o seu poder!
O seu
poder manifesta-se na fragilidade da encarnação do Filho,
que
veio para servir e dar a vida por todos!
A
grandeza de Deus manifesta-se na beleza da criação,
na
harmonia e na diversidade, na marca de amor em todas as coisas,
na
misericórdia infinita com que nos perdoa,
na
liberdade de escolha, na sua presença invisível,
na
confiança incompreensível com que delega em nós
a sua
sabedoria, a sua Palavra, a sua missão!
Quem é
investido de autoridade tem necessidade de o fazer notar:
usar
um carro de alta gama, ter condutor próprio,
usar
diariamente roupa domingueira,
comer
e alojar-se em hoteis de luxo,
voar
em 1ª classe, ter um salário chorudo,
falar
alto e em tom de domínio, impondo medo...
É um
poder que se serve a si mesmo, se eleva sobre os outros,
cria
diferenciação privilegiada, vê os outros como subalternos!
Tem
guardas ao seu serviço para castigar quem não obedece,
humilha
para corrigir, despede quem não cumpre os objetivos!
O
Senhor Jesus diz que não deve ser assim na Igreja,
na
família de batizados, na comunidade de consagrados!
Senhor,
Altíssimo e omnipotente, fonte de amor,
nós
Te louvamos pelo poder com que nos serves a vida,
nos
amas e nos propõe a aliança,
nos
perdoas e estás sempre disposto a recomeçar de novo!
Louvado
sejas pelo envio do teu Filho, enlevo da tua alma,
nascido
de Maria pela ação do teu Espírito,
sem
truques que aliviem a lentidão do tempo de crescimento,
como
servo, trabalhador, galileu, pobre e livre!
Louvado
sejas pela liberdade que nos dás em acreditar em Ti,
em
responder ao teu chamamento, em pecar e aceitar o teu perdão!
Louvado
sejas pelo teu amor, sempre presente sem se fazer notar,
sempre
paciente sem nos desprezar, sempre bondoso sem se vingar!
Ajudar-nos,
Senhor, a aprender contigo a ser grande na humildade,
no
respeito pelo outro, na capacidade de amar e perdoar,
no
esforço de cuidar sem criar dependências, de servir com alegria!
terça-feira, maio 24, 2016
3ª feira da 8ª semana do Tempo Comum
Vê como nós deixámos tudo para Te
seguir! (cf. Mc 10,28-31)
O
Filho de Deus desceu em missão,
deixando
tudo para nos resgatar do pecado
e dar
vida nova a quem anda sobrecarregado com possuir!
Deixou
o Pai e encontrou pai e mãe,
deixou
casa e família e encontrou casas,
amigos
e amigas, discípulos e discípulas.
Deixou
o repouso da paz e do amor eterno
e
encontrou incompreensões e perseguições até à cruz.
Quem O
quer seguir deve descobrir também
a
liberdade para amar e deixar tudo para O seguir!
Há
muitas formas de deixar tudo na vida:
uns
deixam a casa e família para emigrar,
outros
procurarem refúgio numa terra de paz,
outros
para fugirem da responsabilidade e gozarem a vida,
outros
pela ambição do poder e da realização pessoal,
outros
pela aventura e desejo de conhecer novidades,
outros
por motivação religiosa ou ideológica,
outros
por ressentimentos e guerras não curadas...
O que
deixa tudo por causa de Jesus e do seu Evangelho,
não
foge de nada nem nega o amor a ninguém,
mas
abre-se à surpresa de Deus e abraça um amor sem limites,
que
enriquece a todos com a sua pobreza!
Senhor,
louvado sejas pelo desprendimento da tua Encarnação,
que Te
fez um de nós, Cordeiro Pascal que nos dá a própria vida!
Louvado
sejas pela tua ressurreição e Ascenção,
Emanuel
dador do Espírito Santo que faz brotar o amor e a paz!
Louvado
sejas por nos chamares a ser livres para Te seguir,
empobrecendo-nos
a ambição de possuir, por causa do Evangelho,
e
fortalecendo-nos a coragem e a fidelidade,
quando
a perseguição aperta e a tentação de regressão ataca!
Louvado
sejas pela grande família da Igreja,
que
nos faz sentir em casa onde quer que se reza o Pai Nosso!
segunda-feira, maio 23, 2016
2ª feira da 8ª semana do tempo Comum
Um homem se aproximou correndo... e
retirou-se pesaroso. (cf. Mc
10,17-27)
Jesus
acolhe a todos os que dele se aproximam,
escuta
os seus questionamentos e pedidos,
e, a
cada um, dá a palavra personalizada que conduz à vida.
A uns
pergunta “tens fé?”, a outros diz “fica curado”,
a
outros “cumpre os mandamentos”, “levanta-te”,
a
outros “vai em paz e não voltes a pecar”,
a
outros “desce depressa, porque hoje quero ficar em tua casa”,
a
outros “falta-te uma coisa, vende tudo, dá-os aos pobres
e
segue-me”!
Quem
escuta a sua palavra sai feliz e correndo,
quem
pensa que nada tem para melhorar, sai pesaroso!
Há
dependentes de tabaco e álcool, que embora se sintam mal,
adiam
a ida ao médico até poderem,
com
medo que este lhes diga tem que deixar de fumar ou beber!
Há
cristãos, senhores de si mesmos,
que
acham que a religião é uma coisa e a ética da vida outra:
aproximam-se
de Jesus, mas não querem mudar nada!
Gostariam,
como este homem, que Jesus lhe dissesse:
“está
bem como estás, és o maior, já ganhaste a vida eterna!”
Quem
acha que já não precisa de crescer mais, até à estatura de Jesus,
é o
verdadeiro rico, porque estacionou e fechou-se naquilo que tem!
Mas um
rico assim, jamais pode ser discípulo de Jesus!
Jesus,
bom Mestre, liberta-me da minhas seguranças,
da
minha vaidade, para que possa escutar de Ti:
“cumpre
os mandamentos; ainda te falta uma coisa,
vai
vende tudo o que tens, dá-os aos pobres e segue-me!”
Envia-nos
o teu Espírito e dá-nos um coração humilde e aberto,
para
que nos aproximemos de Ti pesarosos e contritos
e
saiamos a correr para cumprir e anunciar a tua vontade!
Liberta-nos
de todas as seguranças que nos impedem de crescer,
na
capacidade de amar, de louvar, de servir e de Te seguir!
domingo, maio 22, 2016
DEUS TRINDADE, UNIDADE DE ACÇÃO E AMOR!
Deus Trindade em Unidade,
Trino e Uno no amor,
Mistério que escapa à razão,
Mas aquece o coração,
Que, cheio de espanto e encanto,
Descobre, na revelação,
Que há um só Deus e Senhor,
Deus Uno e três vezes santo,
Pai, Filho e Espírito Santo,
No mesmo projecto de amor
E acção/libertação,
Em Deus Pai, o Criador,
No Filho, o Salvador,
E no Espírito Santo,
Santificador, por amor,
Que tudo cria e recria,
Para o justo e o pecador,
Caminhar em santidade
E formar comunidade,
À imagem de Deus Trindade,
Que ama e Se deleita
Em estar com a humanidade,
Apesar de tão imperfeita.
Deus Trindade em unidade,
É mistério revelador
Da fome de paz e amor
Desta nossa humanidade
Que, na sua diversidade,
Sonha e busca, com ardor,
Descobrir qual a razão
Porque o humano coração,
Em qualquer raça ou cor,
Pulsa e bate por amor.
Potencia, Deus de Amor,
A minha fome interior,
De crescer em unidade,
Em espírito e verdade,
Contigo, Deus e Senhor,
E com toda a humanidade,
A partir do meu irmão,
Mais próximo e mais carente
De ternura, amor e pão,
Feitos sinal envolvente,
Da esperança que me alenta,
É segura e não engana
Minha frágil existência.
Maria Lina da Silva, fmm
Lisboa, 22.05.2016
Santíssima Trindade
Ele Me glorificará, porque receberá
do que é meu e vo-lo anunciará. (cf.
Jo 16,12-15)
O
Espírito Santo é a brisa de amor, terna e suave,
que
une e personaliza as Pessoas da Santíssima Trindade!
Esse
mesmo Sopro Divino pairava sobre o caos,
quando
o Pai criou o universo por meio da Palavra!
A
desconstrução da criação, provocada pela desobediência,
não
fez Deus distanciar-se ou desistir da humanidade,
mas
aproximar-se cada vez mais, numa cumplicidade redentora!
Por
isso, a história feita de linhas tortas e sem sentido,
foi
sendo preenchida por palavras de esperança,
propostas
de aliança, manifestações de misericórdia,
despertar
proféticos, promessas de salvação messiânica!
Por
fim, a Palavra desceu e montou a sua Tenda na Terra
e
convidou-nos a entrar na dinâmica dum amor que glorifica a Deus!
Há um
ideal de unidade e de comunhão que subsiste na história.
A
construção da Torre de Babel é um ícone deste ideal desvirtuado:
anular
a diversidade de línguas e povos,
para
juntos construírem uma torre que toque e anule o Céu!
O
resultado foi o desentendimento e a dispersão!
Hoje o
projeto de globalização, a diversos níveis,
económico,
ideológico, financeiro, gastronómico...,
é, em
alguns casos, uma versão moderna da Torre de Babel.
A
tentativa de desvanecer as diferenças fisiológicas,
por
meio da ideologia do género, retomando o neutro,
é
mais uma tentativa de anular o dom das diferenças,
perdendo
a especificidade e exaltando a opção de escolha!
Santíssima
Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo,
como é
belo o teu mistério de comunhão e de amor,
que
age em comunhão de missão
e
conserva a especificidade de cada Um!
Jesus,
Palavra do Pai, ungido pelo Espírito Santo,
dá-nos
um coração novo, com ouvidos de discípulos,
mãos
de servos da vida e pés de anunciadores da esperança!
Espírito
Santo, Sopro de amor, dá-nos a tua sabedoria,
para
que aprendamos a trabalhar em comunidade,
sem
querermos dominar, nem destruir, nem humilhar ninguém!
Que a
Igreja seja um reflexo de unidade na fé
e de
catolicidade na diversidade de línguas, culturas e ritos!
sábado, maio 21, 2016
Sábado da 7ª semana do Tempo Comum
Quem não acolher o reino de Deus
como uma criança, não entrará nele.
(cf. Mc 10,13-16)
Jesus
vive numa atitude eterna de Filho deslumbrado pelo Pai:
Nele
confia a sua vida, Dele recebe todo o seu ser,
a Ele
se dirige como seu eterno e querido Papa, “Abba”,
por
Ele tudo faz, até dar a vida por aqueles que o Pai ama!
A sua
alegria é gerar filhos de Deus, fecundados pela Palavra,
alimentados
pelo seu Corpo e animados pela sua missão!
Não
se trata de crianças ingénuas, infantilizadas e caprichosas,
mas de
pessoas sempre discípulas, que vivem da fé,
que
conhecem a voz do seu Pastor, enlevo da sua alma,
e se
comprometem em viver, amando e servindo,
com
alegria e fidelidade, guiados pelo Espírito do Filho!
Muitas
crianças, por serem filhos únicos, crescem tiranas,
mandonas,
exigentes, caprichosas, egoístas
e
impenetráveis a qualquer orientação dos pais ou educadores!
Enchem-se
de muitas coisas, mas perderam o essencial:
o
sorriso aberto e gratuito, a capacidade de escutar e confiar,
a
singeleza de fazer amigos e partilhar brinquedos,
o
calor de um abraço amigo do pai e da mãe
e a
prudente segurança perante uma proposta traiçoeira!
Há
também as crianças abandonadas na internet e nos jogos,
na
rua, no campo de refugiados e no trabalho infantil,
que
andam como cachorros vadios à procura de dono
e se
entregam ao primeiro lhes promete um afeto e pão!
Não
sabem distinguir os que os amam dos que os exploram,
como
bestas que parecem cordeiros,
mas
falam e agem como um dragão (cf. Ap 13,11)!
Querido
Papá do nosso querido e amigo Jesus,
obrigado
porque nos acolheres no teu amor e misericórdia,
e nos
amares tanto que nos queres a todos contigo
por
toda a eternidade, na alegria de uma Trindade alargada!
Louvado
sejas, ó Jesus, porque sendo nós velhos na malícia,
semeias
no nosso coração a Palavra da vida
e nos
fazes nascer de novo, crianças de coração puro,
discípulos
do Cordeiro, missionários da vida fraterna!
Louvado
sejas, Espírito Santo, porque nos revelas
a
alegria da infância espiritual e do discernimento,
que
gera paz, abertura ao horizonte infinito do amor,
compromisso
com o bem do outro,
de
modo especial com o que é mais frágil na vida!
sexta-feira, maio 20, 2016
6ª feira da 7ª semana do Tempo Comum – S. Bernardino de Sena
Quem repudiar a sua mulher ou o seu
marido e casar, comete adultério.
(cf. Mc 10,1-12)
Jesus
vem do seio do amor incondicional,
da
palavra para valer, da aliança eterna,
da
misericórdia inesgotável,
do
paciente perdão que salva o outro!
Por
isso, vê a união do homem e da mulher,
à
imagem da aliança entre Deus e o seu povo,
entre
Cristo e a sua Igreja, numa Eucaristia permanente!
Mas a
desobediência afastou-nos do projeto de Deus,
o
egoísmo e o edonismo pôs-nos à procura de nós mesmos,
a
ambição pessoal corroeu e relativizou a fidelidade e a aliança!
E o
pecado do adultério foi branqueado pela lei e pela moda!
Vivemos
numa sociedade com níveis de felicidade muito baixos,
sem
consciência do pecado que o entristece e adoece,
buscando
remédios para aliviar os sintomas, mas não as causas!
O
individualismo e a imaturidade no amor,
dificilmente
podem sustentar uma união para sempre,
em que
juntos deviam aprender a crescer na capacidade de amar,
de
perdoar, de dialogar, de serem fieis, de cozinharem a vida juntos!
O
adultério é apenas o resultado final de muitas situações de
pecado,
que
vão desunindo e solteirando a união que devia ser uma só carne!
Numa
sociedade de serviços e de iguais oportunidades,
se
damos largas ao desejo da trincadela, só para experimentarmos,
acabamos
todos com os dentes desbotados e a alma insatisfeita!
Santíssima
Trindade, modelo de amor que une e alegra,
dá-nos
o teu Espírito e a inteligência da fé em Jesus Cristo!
Jesus,
Palavra da vida e caminho da felicidade eterna,
ensina-nos
a amar como Tu, na mesa da comunhão
e na
cama do amor e da entrega ao serviço da fragilidade!
Liberta-nos
do síndrome da abelha, que tudo quer experimentar
e do
autismo egoísta que conjuga tudo na primeira pessoa!
Dá-nos
a consciência do pecado que enferma a nossa vida,
para
que não nos limitemos a amortecer a dor,
com
consumismo, escapes de prazer, drogas lícitas ou ilícitas,
medicação
antidepressiva, alienação virtual!
Dá-nos
pessoas santas para podermos ter casais felizes e fieis!
quinta-feira, maio 19, 2016
5ª feira da 7ª semana do Tempo Comum
Tende sal em vós mesmos e vivei em
paz uns com os outros. (Mc 9,41-50)
Jesus é o sal do Céu que vem dar
sabor à vida
e preservar a vida de todo o mal e
podridão!
Ele tempera a nossa vida com a entrega
do seu amor,
a misericórdia do seu coração e a
alegria do seu Evangelho!
Não são teorias celestiais apenas
para alguns iniciados,
mas testemunho da aliança, vivido na
encarnação,
experimentado na família, testado na
sociedade,
posto em prática no grupo dos seus
discípulos!
Cada pequena coisa da vida quotidiana,
como dar de beber a quem tem sede,
evitar o escândalo ou saber perdoar e
fazer as pazes,
são pitadas de sal que temperam a vida
com fé e esperança!
O individualismo, aliado ao desejo de
dar nas vistas,
quebra o sentido da oportunidade e da
proporcionalidade!
Ouvir música é bom e faz dançar a
vida,
mas ouvi-la a altos decibéis e em
todas as ocasiões,
faz mal ao ouvido, aliena-nos da
realidade e perturba os vizinhos!
Um beijo e um abraço entre namorados é
normal,
mas usar expressões de intimidade na
praça pública
é fazer da vida um “reality show”,
nem sempre benéfico!
Dizer-se cristão e praticante é o
fruto normal da adesão a Cristo,
mas estar sempre a moralizar e a julgar
os outros,
muitas vezes sem correspondência com o
testemunho,
não é nada missionário, nem tempera
a convivência!
Senhor, tempero que dá gosto eterno à
vida,
sem se fazer notar, dando-nos pouco a
pouco
a consciência de sermos amados por um
Amigo invisível!
Envia-nos o teu Espírito e dá-nos o
dom da quantidade certa,
quando se trata de dar testemunho do
teu Evangelho,
na família, na sociedade, no trabalho
e na Igreja!
Liberta-nos do orgulho que escandaliza
e afasta,
da rigidez fundamentalista que julga e
condena,
da intolerância que nos fecha ao
diálogo e ao outro lado da moeda!
Senhor ensina-nos o que significa hoje
ser sal da Terra!
quarta-feira, maio 18, 2016
4ª feira da 7ª semana do Tempo Comum
«Mestre, nós vimos um homem a
expulsar os demónios em teu nome e procurámos impedir-lho» (cf.
Mc 9,38-40)
Jesus
escolheu a sua Igreja para continuar a sua missão,
mas
atua em todo o coração sincero e aberto,
porque
o que Ele quer é que este fogo de amor
contagie
o maior número e se difunda por toda a parte!
O
Espírito Santo semeia vida nova em campo aberto,
sem
fronteiras religiosas, culturais, sociais ou políticas!
Tudo o
que de bom, belo e amável existe, nasce de Deus,
faz o
bem e promove a vida, a paz e a justiça,
é
fruto escondido do Espírito que nos configura com Cristo!
Há
muita semente que cai fora do Caminho e do campo da Igreja,
que
germina, cresce e dá muito fruto, por iniciativa de Deus!
O que
é preciso é que a Igreja continue a semear com generosidade!
A
Igreja tem por missão ser fermento de uma nova fraternidade
e de
uma nova espiritualidade: mística, libertadora e humildade;
mas
não é única, porque também ela se pode acomodar,
se
deixar enfraquecer pelo pecado e desejo de poder!
Por
isso, o Espírito de Deus inspira em todos o culto do Deus vivo,
o
perdão das ofensas, a paz, a justiça, a defesa dos mais frágeis,
a
hospitalidade do estrangeiro e do deficiente, o amor sincero!
A
Igreja deve ser especialista em humanidade e em diálogo,
que
não luta contra ninguém, por não pertencerem aos seus,
mas a
todos anima a ser melhores,
com
todos trabalha pela defesa da vida e da justiça!
Senhor,
Pai, Salvador e Incrementador do amor em todos,
faz de
nós contemplativos da tua ação no mundo!
Cristo,
redentor do mundo, que a todos nos interpelas à conversão,
ensina-nos
a escutar-Te e a converter-nos,
quando
nos falas no magistério ou no fervor missionário das seitas,
na
sinceridade pacífica de outros grupos religiosos
ou no
compromisso com a solidariedade e a justiça
da
sociedade civil ou partidos que até se confessam agnósticos!
Faz de
nós autênticos semeadores da tua Palavra,
não
como pescadores de prosélitos da tua Igreja,
mas
como agricultores duma fé sem idolatria,
dum
amor sem interesse, dum perdão divino,
dum
mundo que caminha de mãos dadas,
promovendo
a vida e aprendendo a ver com horizontes de eternidade!
terça-feira, maio 17, 2016
3ª feira da 7ª semana do Tempo Comum
Tomando uma criança, colocou-a no
meio deles, abraçou-a. (cf. Mc
9,30-37)
Jesus
coloca a vida frágil no centro da sua missão!
Este
cuidado pela vida, descentra-O de si mesmo,
leva-O
a oferecer a sua vida para que todos tenham vida,
a
ensinar os discípulos a desejar servir, em vez de querer dominar!
Quem
vive como predador não entende esta linguagem,
não
escuta este abraço carinhoso à vida frágil,
apenas
discute os primeiros lugares e explora os mais fracos!
Jesus
é o enviado do Pai, que sendo a fonte de tudo,
se faz
pequeno e propõe, como pedinte, uma aliança de amor,
enviando-nos
o seu querido Filho, como Cordeiro pascal!
Em
Portugal estamos a celebrar a Semana da Vida, com o lema:
“Cuidar
da vida, a Terra é a nossa casa”!
É uma
oportunidade para despertarmos para a missão de cuidar
e
evitarmos tudo o que for mero explorar, dominar,
instrumentalizar,
destruir, ficar indiferente, ambicionar!
A
inteligência que recebemos do Criador,
não
se deve tornar em arma maquiavélica ao serviço da ambição,
mas em
atenção terna e responsável pela Terra, nossa casa comum,
pelo
ar que todos respiramos, pela água, nosso líquido amniótico,
pela
diversidade que enriquece a criatividade da existência,
pelo
frágil (criança, deficiente, pobre, doente) que chora por proteção!
Senhor
e Mestre da vida doada para que todos tenham vida,
continua
a ensinar-nos a cuidar e a respeitar a vida toda!
Envia-nos
o teu Espírito e faz-nos sensíveis e fraternos,
na
arte de sermos jardineiros desta sociedade desigual,
assumindo
a mesma missão que para Ti é sempre atual!
Na
Eucaristia, em que te ofereces em sacrifício para nos salvar,
ensina-nos
a oferecer a nossa vida por um mundo mais justo,
mais
respeitador e cuidador da cada espécie animal, mineral e humana,
e se
coloca sempre do lado do mais fraco!
Faz de
nós missionários da vida que brota amor divino!
segunda-feira, maio 16, 2016
2ª feira da 7ª semana do Tempo Comum
«Espírito mudo e surdo, Eu te
ordeno: sai deste menino e nunca mais entres nele». (cf.
Mc 9,14-29)
Jesus
é a Palavra que escuta e transmite a vontade do Pai,
que
questiona e escuta a prece de quem está em aflição.
É a
Palavra que acolhe, cura e salva, plena de confiança,
na
força sem limites Naquele que é a vida e a paz!
Jesus
é a Palavra que combate a surdez e a mudez,
de
quem não não ouve a voz do amor e da confiança,
e por
isso, se autotortura, se mata aos poucos
e faz
sofrer a quem o ama, semeando o terror!
Jesus
diz que esta surdez e mudez procurada como estratégia,
só se
pode curar com muita oração e fé nAquele que é a Palavra!
Na
adolescência passa-se por um síndrome de surdez e mudez,
em
relação aos pais e a qualquer autoridade.
Não
se escuta nem se fala, a não ser aos gritos,
fechando-se
no mutismo, entrando em aventuras autodestrutivas,
sofrendo
e fazendo sofrer a quem os ama!
Há
pessoas ressentidas que lhes custa perdoar uma ofensa
outras
que se deixam dominar pela inveja e pela rivalidade,
tornando-se
pessoas amargas, incapazes de dialogar,
porque
incapazes de escutar outra voz que não seja a da revolta!
Numa
palavra, deixam-se dominar por um espírito impuro,
mudo e
surdo, agressivo e autodestrutivo,
que
semeia tristeza, corta a comunicação e faz da vida um inferno!
Senhor,
Palavra de Deus que brota da misericórdia infinita,
cura-nos
com o teu amor e liberta-nos do mutismo egoísta!
Cristo,
que tudo podes porque confias no poder do Pai,
aumenta
a nossa pouca fé quando ficamos mudos e surdos!
Liberta-nos
de tudo o que nos faz parar no tempo,
escutando
sempre a mesma experiência amarga,
que
nos deprime, contamina e nos faz definhar lentamente!
Neste
ano da misericórdia, cura as feridas do nosso coração
e
ensina-nos a perdoar a quem nos ofendeu,
para
podermos voltar a caminhar com o sorriso da esperança,
a
generosidade da escuta e a oferta da palavra de comunhão!