sexta-feira, novembro 25, 2016

 

6ª feira da 34ª semana do Tempo Comum – S. Catarina de Alexandria


Olhai a figueira e todas as árvores. (cf. Lc 21,29-33)

Deus escreve beleza e harmonia na natureza.
Tudo fala do Criador, com a mesma gramática de amor.
Pela contemplação, aprendemos a ler a natureza,
descobrimos-nos irmanados no dom e no cuidado.
Jesus, em Nazaré, aprendeu a observar o sol e chuva
que vem para todos, bons e maus,
e compreender a misericórdia divina!
Aprendeu a olhar os lírios e os pássaros
e a ouvir a providência divina falar.
Aprendeu a surpreender-se com a pequenez da semente
e a acreditar na força da fé e do reino de Deus.
Aprendeu a ver na busca ansiosa e no festivo encontro
do pastor que perdeu e encontrou uma ovelha perdida
ou da mulher que perdeu e encontrou uma moeda,
a sua missão de salvar os pecadores e de os procurar.
Aprendeu com a figueira e a videira,
que o importante são os frutos que dão vida aos outros
e não a folhagem com que se enfeita a si mesmo!

A velocidade com que andamos
e os entretens com que preenchemos o silêncio,
impede-nos de contemplar, de aprofundar, de meditar!
Quando a opção é andar de autoestrada,
a natureza e a paisagem não nos entram dentro,
mas ficam para trás, pois o foco é chegarmos ao destino.
Os produtos chegam-nos a casa, via supermercado,
todos processados, embalados e às vezes pré-cozinhados.
A luz elétrica eclipsou a beleza misteriosa de um céu estrelado!
A cidade, ao ritmo do telecomando,
fez-nos estranhos aos ritmos naturais do semear e cuidar,
do podar e tratar, do mondar e colher, do cheirar, tocar e saborear...
Hoje há muita gente analfabeta na contemplação da natureza!

Bendito sejas, nosso Senhor, pelo jardim da criação,
autónomo e dependente, que colocaste ao nosso serviço
e nos pediste que cuidássemos dele com arte e com alma!
Bendito sejas, Jesus, pela prolongada vida oculta em Nazaré,
onde aprendeste a ler no livro da vida os mistérios do reino de Deus!
Ensina-nos a gramática da contemplação e da meditação
em cada pormenor e em cada acontecimento,
sabendo deter-nos, silenciar os ruídos escolhidos,
e expor-nos à sinfonia natural dos sons, dos cheiros,
dos sabores, das cores, das formas, da criatividade...
Espírito Santo, dá-nos o dom da sabedoria,
para sabermos ler e compreender o sentido da vida,

no livro da Escritura e no livro da Criação!

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