quinta-feira, março 30, 2017

 

5ª feira da 4ª semana da Quaresma


Fizeram um bezerro de metal fundido, prostraram-se diante dele. (cf. Ex 32,7-14)

Deus está atento às nossas obras e desmandos.
Denuncia os bezerros de ouro que fabricamos
para termos um deus à nossa medida, como os outros,
que podemos tocar, agarrar, utilizar segundo o nosso capricho. 
É um Deus mais cómodo e dominável, 
do que um Deus totalmente outro, só visível aos olhos da fé,
que nos ensina a caminhar, fazendo connosco caminho! 
É esta situação de peregrinos da fé e do mistério que nos aflige,
preferindo um deus tangível, reluzente, controlável,
mesmo que seja um deus faz-de-conta, obra das nossas mãos!
E quando Deus se faz homem em Jesus, achamos pouco!

O ideal de autonomia aponta para o desejo de ser deus.
Achamos que a melhor forma de sermos autossuficentes
é ter dinheiro para comprar coisas e poder para dominar.
Para alcançar isso, prostramo-nos perante o dinheiro,
vendendo o corpo e serviços, sacrificando tempo e amor,
para ter o tão desejado bezerro de ouro,
que hoje é uma boa conta bancária, novidades vistosas,
lugares de poder político, social e económico.
Para ter tudo isto, está-se disposto a sacrificar tudo,
a dar a vida, a fazer vigílias, a expor-se até ao risco de vida,
para ter, nem que seja, um minuto de fama e de prazer!
Quaresma é tempo para descobrir qual é o meu bezerro de ouro!

Senhor, Deus vivo, Criador e libertador, 
louvado sejas pelo dom da tua aliança que nos conduz
e pelo dom da tua misericórdia que nos salva.
Cristo, Filho de Deus vivo e Irmão de caminhada, 
dá-nos a tua mão, cada vez que nos afastamos de Ti
e nos perdemos à volta de nós mesmos e dos nossos bezerros.
Espírito Santo, Luz que discerne o vazio dos nosso ídolos,
ajuda-nos a tomar consciência das idolatrias que nos enfraquecem
a busca inquietante da fé e a fonte generosa do amor!

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