sexta-feira, março 24, 2017
6ª feira da 3ª semana da Quaresma
Que terá ainda Efraim de comum com os ídolos? Sou Eu que o atendo e olho por ele. (cf. Os 14,2-10)
O mistério da vida tem por detrás a mão de Deus.
Tudo faz com sabedoria e discrição,
para que a adoração não anule a fé,
o dom generoso não abafe a liberdade de escolha,
a fidelidade se sustente num verdadeiro amor.
Os ídolos, obra das mãos de Deus ou criações nossas,
podem colocar-se à frente e enganarem-nos dizendo:
“Sou eu que te pode salvar e fazer feliz, vai por mim!”
E a ilusão muitas vezes vence a verdade intangível.
É difícil ver o Salvador em Jesus a sangrar de amor por nós
ou a Deus-Pai escondido a chorar por nos ver num ciclo de morte!
Quaresma é tempo para readquirirmos a sabedoria da fé!
Escutamos e damos crédito a tudo ao que nos aponta o para já,
sem tempo de espera, sem dor, sem esforço...
Na publicidade explora-se este filão tentador e falso:
“aprenda uma língua sozinho e sem esforço”
“jogue aqui e fique milionário num segundo”,
“compre este produto e será feliz no amor”...
É escutando este caminho ilusório que
os jovens querem ser adultos antes de o ser,
os idosos negam a sua história, maquilhando-se de juventude,
o crédito malparado se vai adiando com novos empréstimos...
O Céu é uma promessa e um dom, não é uma conquista;
aguentamos a espera ou preferimos soluções mágicas e instantâneas?
Senhor, louvado sejas por seres o nosso tudo,
de forma escondia, não tirânica, como fonte de amor
e brisa suave, como oxigénio vital sem se ver nem cheirar!
Cristo, Filho de Deus com mãos de carpinteiro,
quem esperaria que viesses de Nazaré
e morresses sangrando paz e perdão na cruz da tortura!
Espírito Santo, alento divino que nos faz sábios e sensatos,
ensina-nos a resistir às soluções fáceis e sem dor,
para que escutemos a Voz do Amor, que nos fala em:
renunciar a si a nós mesmos para sermos livres para amar,
em perdoarmos sempre para estarmos disponíveis para sonhar,
em servirmos com alegria para podermos concriar!
Enviar um comentário