sábado, julho 08, 2017
Sábado da 13ª semana do tempo Comum
Quem és tu, meu filho? (cf. Gen 27,1-5.15-29)
A astúcia de Rebeca troca o primogénito pelo predileto.
Aproveita a cegueira de Isaac, para roubar a bênção de Isaú
para o seu filho mais novo, Jacob.
Esta narrativa não é um manual de más práticas,
mas o retrato de uma história de faz-de-conta
que vamos construindo, aproveitando-nos das fraquezas do outro.
A Deus ninguém engana, pois nos conhece o íntimo,
mas para que a verdade se revele por detrás do disfarce,
pergunta a cada um de nós: “Quem és tu, meu filho?”
A nossa oração é uma resposta a esta pergunta fundamental.
Jesus respondeu na cruz: “Eu sou Tu, no amor permaneço!”
A vida tornou-se uma arte de representar, de disfarce.
A mentira subiu ao pódio como instrumento de sobrevivência,
que já não nos rubra a pele nem nos envergonha a honra.
A maquilhagem, o culto do corpo, a cirurgia plástica,
a desculpa esfarrapada, a camuflagem, a decoração...
são alguns dos sintomas de uma forma de viver sem verdade.
O mais grave é que transportarmos esta forma de estar
para as relações familiares e para a espiritualidade.
Muitas vezes a confissão é uma tentativa de justificar,
de esconder, de passa-culpas, de auto-elogio.
Hoje o Senhor também nos pergunta: “Quem és tu, meu filho?”
Senhor, Tu sabes quem eu sou, uma manta de retalhos,
que Tu consertas e embelezas, para, sem mérito, agasalhar.
Louvado sejas pela arte com que governas a história,
sem desânimos nem desistências, perante a mentira e o engano,
levando em frente o teu projeto, apesar dos sepulcros caiados.
Cristo, Verdadeiro Filho e imagem do Pai,
obrigado porque confias em nós, pecadores,
e Te apresentas como Noivo desta Igreja,
entregando nestas mãos indignas os dons da tua graça.
Espírito Santo, Hóspede da verdade, que nos iluminas o caminho,
dá-nos discernimento e força para jejuarmos da mentira
e sermos fieis na verdade e no amor que não tem limites.
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