segunda-feira, agosto 07, 2017
2ª feira da 18ª semana do Tempo Comum
Toma este povo nos braços, como a ama leva a criança ao colo. (cf. Num 11,4b-15)
Deus cuida do seu povo como uma mãe
e pede a Moisés que seja como uma ama dos seus filhos.
Deus não lhes falta com o maná quotidiano,
mas não os apaparica para satisfazer todos os seus caprichos.
O povo deve descobrir que nem só de pão vive o homem,
mas que a sobriedade servida em liberdade e no amor,
vale mais do que a escravatura de barriga cheia.
Perante a murmuração e o choro infantilizado do povo,
Moisés desanima e Deus fica triste!
Jesus revela-nos um Deus compassivo e materno,
que envolve os seus discípulos na partilha do que têm:
“Dai-lhe vós mesmos de comer!”
Hoje os pais, para poderem satisfazer os caprichos dos filhos,
trabalham de manhã à noite, entregando o cuidado dos filhos a amas.
Os pais aparecem como escravos do trabalho e dos filhos,
e os filhos aprendem a fazer birra para tudo conseguir,
tornando-se consumistas precoces de toda a cobiça.
O TER dá estatuto entre as crianças,
que projetam nas marcas compradas aquilo que deviam SER.
As crianças correm o risco de crescerem caprichosas,
mais cisternas de novidades eletrónicas e de vícios de adultos,
do que poços de partilha e fontes de compaixão fraterna.
Quem anda contente com este consumismo caprichoso é o mercado!
Senhor, desde toda a eternidade sois Pai
e confiais às nossas mãos o cuidado da criação e do irmão,
dá-nos um coração responsável, paciente e compassivo.
Cristo, cujo alimento é fazer a vontade do Pai,
liberta-nos da escravidão do capricho egoísta
e da dependência do prazer do ventre e dos sentidos.
Espírito Santo, luz libertadora e alegria dos que choram,
ajuda-nos a ser pedagogos de liberdade,
com coração agradecido e partilha confiante.
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