sexta-feira, junho 15, 2018

 

6ª feira da 10ª semana do Tempo Comum


Ouviu então uma voz que lhe dizia: «Que fazes tu aqui, Elias?» (cf. 1 Reis 19,9a.11-16)

Deus é grande, o Senhor do Universo,
mas não manifesta a sua grandeza no vento destruidor,
nem no terramoto desolador, nem no fogo implacável,
mas na brisa suave que convida à escuta e à paz!
Elias sente-se o único fiel, uma vítima da fé,
que foge da morte, ele que foi agente de morte!
Parar e tomar consciência do que faz e onde está,
é fundamental para perceber para onde deve ir e o que deve fazer!
Esta é a questão fundamental de todos nós:
Que fazemos nós aqui neste mundo, na sociedade, na família,
na Igreja, na política, no trabalho, no mundo virtual?

Andamos a arder em fogo sentados!
Somos um fogo constantemente alimentado!
A corrida em nós faz de nós movimento, 
emoção, sentimento, como parabólica em busca de novidades!
Parar, fazer silêncio, escutar, meditar, refletir, esperar…
dá-nos vertigem, desassossego, inquietação…
e logo somos tentados a olhar para o telemóvel,
a fumar um cigarro, a ler alguma coisa, a ocupar o vazio!
É assim na oração, é assim no “diálogo” em casal,
é assim nas relações familiares e de amizade!
Neste turbilhão em que ardemos é natural que o adultério aconteça!

Senhor, eis-me aqui, cansado de correr,
à espera da Brisa suave que clareia a água turva que sou!
Não sou o único que acredita em Ti e que Te busca,
sou apenas um servo inútil que se esforça por fazer o que deve fazer!
Desculpa as vezes em que pensando Te servir,
fui vento que quebra rochedos, terramoto que abre fendas,
fogo que destrói e queima, frio que congela!
Dá-nos a ciência da oração e a arte da escuta,
para que saibamos onde estamos e para onde devemos ir, 
sem cometermos adultério ao amor com que nos comprometemos!

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