quarta-feira, outubro 03, 2018
4ª feira da 26ª semana do Tempo Comum
Não devo replicar, só tenho de implorar Àquele que é meu juiz. (cf. Job 9,1-12.14-16)
Deus é o totalmente Outro que se faz próximo
e se abaixa para dialogar connosco e nos propor a aliança!
É uma graça que não merecemos nem nos dá direito a discutir,
como se a igualdade fosse um posto e a arrogância um capricho!
O Filho de Deus revela este mistério na encarnação:
desce e abaixa-se, assume a fragilidade e a mansidão,
entrega-se até à morte da rejeição, mas vence o amor,
a aliança eterna, o perdão, a vida para sempre connosco!
O atuar de Deus não é o de causa e efeito imediato,
mas o de paciência e de fidelidade,
do salvar de forma criativa e perseverante!
Por isso, alguns, vendo que, vociferando contra Deus,
não lhes cai um raio do Céu, nem se abre um buraco na terra,
acabam por concluir que Deus não existe
e que o único deus que existe são eles e a sua arrogância!
Outros querem um “deus ex-maquina”,
que como uma fada resolva todos os problemas humanos
e castigue exemplarmente todos os malvados,
e dizem: “se Deus existisse não havia guerra”!
Senhor, sento-me a escutar-Te num diálogo humilde,
envolvido pela nuvem do mistério que cada dia me surpreende!
Quero seguir-Te e dizes-me sim,
mas sem a mochila das seguranças acumuladas!
Há muita coisa que não entendo,
mas Tu me dizes: “não tenhas medo, confia e sê fiel,
aprende com minha Mãe a guardar no coração”!
Às vezes surpreendo-me como até o sofrimento nos faz crescer
em compaixão e solidariedade,
em sentido de justiça e de compromisso!
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