quarta-feira, fevereiro 19, 2020

 

4ª feira da 6ª semana do Tempo Comum


Vejo as pessoas, que parecem árvores a andar. (cf. Mc 8,22-26)

O Senhor vê-nos com olhar de amor e de compaixão.
Somos muitos e diversos, mas cada um tem um rosto e um coração,
um nome e uma história, uma vocação e uma missão.
Deus quer curar a nossa cegueira, a miopia narcisista e consumista,
que só se vê a si, as suas necessidades e as suas ambições.
Tudo o resto, além de mim, é movimento e instrumento de interesse.

A grande cidade traz a despersonalização das relações.
As pessoas encontram-se, acotovelam-se e passam a correr,
com olhar vago, ou fixo no telemóvel, a ler um livro,
a ouvir uma música, a jogar um jogo virtual…
Veem mas não olham, o outro é invisível e impessoal,
como se fossem árvores em movimento.
O mais grave é que sentar-se à mesa
é proximidade física, mas distância real!
A viagem é para chegar à meta, sem contemplação,
pois queremos chegar em linha reta, 
sem distrações com a paisagem!

Senhor, que nos vês no escuro e para além do que mostramos,
porque Te interessas por nós, pelo palitar feliz e pacífico,
pela fonte que brota amor e solidariedade.
Quando a cegueira do egoísmo nos fecha o horizonte,
tocas-nos o coração, inquietas a nossa solidão e comodismo,
e nos perguntas o que vemos para aprendermos a ver como Tu!
Cura-nos e dá-nos um olhar comprometido com o bem comum,
disponível para dar nomes e rostos aos que colocas no nosso caminho.

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