domingo, fevereiro 28, 2021
2º Domingo da Quaresma
Subiu só com eles para um
lugar retirado num alto monte e transfigurou-Se diante deles.
(cf. Mc 9,2-10)
Deus é a Voz que está
para lá da montanha
e que desceu a nós sob a
forma de nuvem
e de Filho, como cordeiro
para o sacrifício.
É preciso subir com Jesus
à montanha da oração,
para transfigurar a cruz
num sinal de amor incondicional
e o sangue do Inocente
numa nova e eterna aliança!
Subir à montanha com
Jesus eis o desafio da Quaresma!
Subir à montanha eleva-nos
do vale da rotina,
ajuda-nos a ver de cima e
de longe as ansiedades,
põe à prova a nossa
resistência e persistência,
dá-nos a oportunidade de
respirar o perfume das nuvens!
Subir à montanha aguça a
contemplação,
leva-nos à fonte dos rios
e a redescobrir a pureza dos inícios.
Nesta Quaresma, subamos à
montanha com Jesus!
Senhor, obrigado pelas
montanhas que já pude subir,
que me trouxeram paz e
abriram horizontes,
e me ajudaram a
relativizar a angústia do momento.
Ajuda-me, Senhor, a subir
contigo à montanha do encontro,
para poder ver transfigurada
esta pandemia paralisante
e a entrever a lição que devemos
aprender,
pois a vida é sempre
missão dum Amor maior!
sábado, fevereiro 27, 2021
Sábado da 1ª semana da Quaresma
Amai e orai, para serdes
filhos do vosso Pai que está nos Céus; (cf. Mt 5,45-48)
Deus derrama a sua graça
e misericórdia para com todos.
Ele envia a chuva e o sol
para bons e maus.
A sua perfeição é amar e
buscar a salvação de quem anda perdido,
é ser perfeito no amor,
apesar da nossa imperfeição e infidelidade.
Jesus, o Filho tal e qual
o Pai, manifesta a sua perfeição
em perdoar os que O matam
e dar a vida para os salvar.
Os seus discípulos devem amar
e orar como Ele!
Há pessoas que só são
amigos dos seus amigos.
Há outros que só são
amigos de si mesmo
e, por interesse ou ambição,
podem trair os amigos.
Há outros que, apesar de
surpreendidos pela perseguição,
não guardam rancor e oram
por eles,
pois fazer mal aos outros
é caminhar para a perdição.
Senhor, grava no meu
coração a arte de amar sempre
e limpa o poço da minha memória
de todo o rancor.
Espírito Santo, brisa de
paz, dá-me um olhar de amigo,
capaz de amar a
imperfeição e, como Jesus,
mobilizar todas as minhas
energias para salvar.
Dá-me, Senhor, um coração
missionário e amigo!
sexta-feira, fevereiro 26, 2021
6ª feira da 1ª semana da Quaresma
Se a vossa justiça não
superar a dos escribas e fariseus, não entrareis no reino dos Céus. (cf.
Mt 5,20-26)
Deus é Pai, não é
contabilista nem fiscal.
Ele quer que todos os
seus filhos se salvem,
mesmo os pecadores e rebeldes.
Não se contenta com
ritos, nem currículos de piedade,
mas deseja que a nossa motivação
atual
seja de busca da luz da sua
Palavra,
dum coração contrito e humilde,
de pequenos passos no
sentido duma verdadeira fraternidade.
Fragmentamos a vida para
que ela não seja um todo,
pois assusta-nos a coerência
do sempre e do para sempre.
Sendo assim, dividimos o
tempo em religioso e profano,
oração e trabalho,
parecer e ser, público e privado,
passado e presente, fidelidade
e escape, ética e negócios…
E assim nasce a piedade e
a justiça formal,
sem amor nem compaixão,
sem promoção da vida para todos.
Senhor, obrigado porque o
teu olhar é oportunidade de conversão.
Ajuda-me hoje a ser como
Cristo, teu Filho.
Ensina-me hoje a
reconciliar-me com o meu irmão.
Anima-me hoje a estar sempre
na tua presença.
Inflama-me hoje a
anunciar-te com a vida e a palavra.
Dá-me hoje um coração
contrito e a vontade de me converter.
quinta-feira, fevereiro 25, 2021
5ª feira da 1ª semana da Quaresma
Quanto mais o vosso Pai
que está nos Céus as dará àqueles que Lhas pedem!
(cf. Mt 7,7-12)
Deus é ouvidos aos
gemidos dos aflitos e compassivos.
Recorrer ao Senhor na
aflição é sinal de fé,
interceder pelos outros
por compaixão e amor,
é sinal de fé e de
caridade, onde Deus se revê com alegria.
Por isso, a súplica e o
sacrifício que fazemos pelos pecadores,
pelos doentes, pela paz e
por um mundo mais justo,
compraz ao Senhor, Pai,
Criador e Salvador de tudo e de todos.
A oração de intercessão
não é magia de fada,
nem fórmulas poderosas
que colocam Deus ao nosso serviço,
nem exigências com medida
e data marcada,
nem troca de favores na
base de promessas…
A oração de intercessão é
confiança na bondade de Deus,
entrega nas suas mãos de
Deus da angústia que nos aflige,
acreditar que Deus tudo
concorre para o nosso bem!
Bom Pai, faz de mim um
bom filho, à imagem do teu Filho.
Consola quem anda triste
e se sente só e mal-amado,
converte ao amor quem não
consegue perdoar,
dá o dom da fé e de
esperança a quem anda sem rumo,
cura quem está doente e
fortalece cuida dos doentes.
E faz de mim um
colaborador teu, um sinal da tua compaixão,
um ombro amigo que escuta
e consola,
um profeta que denuncia e
anuncia o teu Evangelho.
quarta-feira, fevereiro 24, 2021
4ª feira da 1ª semana da Quaresma
Fizeram penitência ao ouvir a pregação. (cf. Lc 11,29-32)
A compaixão de Deus não é
fogo que destrói,
nem trovão que amedronta,
mas é Palavra que se prega,
apelo que se faz ao arrependimento
e à conversão.
O Filho de Deus faz-se humilde
filho do homem,
por isso, não é sinal para
impressionar,
mas Palavra para escutar
e acolher.
O único sinal que é para
contemplar é o Crucificado!
Antes da pandemia
dizia-se: “quem não aparece não existe”,
para realçar a importância
da imagem e do marketing.
Hoje está quase tudo
confinado, recolhido, invisível,
o próprio rosto do que se
mostra está mascarado!
A palavra e a verdade ganharam
importância de novo
e redescobrimos a relevância
do distanciamento adequado.
Esta Quaresma não é para
ser palavreado nem floreado,
mas conversão sincera a Deus
e ao amor ao próximo.
Senhor, a tua Palavra
convoca-nos a uma conversão de vida,
neste retiro longo e
penoso a que todos fomos obrigados.
Ajuda-nos a crescer em
profundidade e em verdade,
aproveitando para arrumar
e limpar o que anda descuidado.
Espírito Santo, faz
silêncio em nós de ruído e de imagem,
e abre-nos ao seguimento
fiel e sincero do teu Evangelho.
terça-feira, fevereiro 23, 2021
3ª feira da 1ª semana da Quaresma – S. Policarpo
Orai assim: ‘Pai
nosso”. (cf. Mt 6,7-15)
Deus é Palavra e
escuta, diálogo e coração.
Entrar em relação
com Ele é uma aventura,
de confiança e de
silêncio, de busca e de entrega,
de aprender a ver
no escuro, de compreender o inaudível,
de sentir a
Presença sem abarcar o Amigo.
Rezar é
encontrar-se com o Pai e sentir-se irmão.
Orar, diz-nos
Jesus, não é informar Deus,
nem tentar dar-lhe
a volta, nem multiplicar argumentos,
nem buscar
caprichos, nem um monólogo de desesperado.
Rezar não é dizer
fórmulas poderosas e mágicas,
que pretendem colocar
Deus ao nosso serviço,
como, quando, onde
e da forma que queremos.
Rezar é buscar
refúgio em Deus, abrir-Lhe o coração,
escutar a sua
Palavra e dizer-lhe “eis-me aqui”,
só porque Nele
confiamos.
Pai nosso que sois
Deus e bom Amigo,
venha a nós o
vosso reino e enchei-nos da vossa santidade.
Seja feita a vossa
vontade e dai-nos ouvidos e entendimento
para que a
saibamos compreender e aceitar.
Ensinai-nos a partilhar
para que a ninguém falte o alimento,
a perdoar para que
ninguém deixe de ser meu irmão,
a ser sábio para
que não me deixe levar pelo engano.
E protege-nos de
todo o mal que nos torna mau fermento.
segunda-feira, fevereiro 22, 2021
2ª feira, festa da Cadeira de S. Pedro
Tu és Pedro; sobre esta
pedra edificarei a minha Igreja. (cf. Mt 16,13-19)
Deus é o bom Pastor que nos
cuida com amor.
O Filho do bom Pastor,
bom Pastor é.
E os discípulos do bom
Pastor, bons pastores devem ser.
Pedro é, por graça de
Deus, quem preside à Igreja,
à assembleia das ovelhas
e pastores espalhados pelo mundo.
O Papa é, por graça e ministério,
o sucessor de Pedro.
A cadeira de Pedro não é
para descansar nem reinar,
mas para servir, ensinar,
guiar, unir, administrar.
O Espírito Santo é a alma
desta Cadeira,
a luz desta Verdade, a
Caridade desta comunhão.
O Papa, seja ele quem for
o escolhido,
não se senta para dizer o
que queremos ouvir,
mas para ensinar o que
Deus quer que ele ensine.
Senhor Jesus, bom Pastor,
que concedes ao bispo de Roma,
o ministério de presidir
à comunhão das Igrejas,
assiste-o com a luz do
teu Espírito e o ardor da tua Palavra.
Ajuda-nos a acolher o magistério
do Papa,
que nos convoca à
conversão e à missão.
Confirma-o na verdade e
na unidade da mesma fé!
domingo, fevereiro 21, 2021
1º Domingo da Quaresma
O Espírito Santo impeliu
Jesus para o deserto. (cf. Mc 1,12-15)
Deus é Palavra de Aliança
que é proclamada.
É uma chuva de vida que
desce em arco-íris,
nos acompanha com
paciência e misericórdia,
e nos envia o seu Filho
como Mão que nos levanta.
O Batismo é o encontro da
Palavra e da resposta,
da Graça e do pecado, da Fidelidade
e da fragilidade.
Nesta Quaresma, o Espírito
impele-nos ao deserto que ilumina
e distingue o que é
tentação enganadora do que é moção do Espírito.
A rotina da vida, a
pressão social e cultural,
a força do interesse, o
sonho da felicidade rápida e sem dor…
arrastam-nos para um
experimentismo sem rumo nem valores.
Tirar um tempo para ir ao
deserto, é meditar a vida,
fazer silêncio de ruídos
e preocupações, ver de fora para dentro,
avaliar a história com
esperança, distinguir a vida da morte.
E nesta solidão acompanhada,
tomar consciência a quem seguimos.
Senhor, cada manhã desço
ao deserto sem sair do quarto.
Obrigado pelo silêncio da
aurora, pelo oásis da tua Palavra,
pela consciência da minha
fragilidade amada,
pela fome e sede de buscar
o arco-íris da Aliança.
Espírito Santo, moção que
iluminas as minhas trevas,
ajuda-me a descobrir o
que são tentações enganadoras e a vencê-las,
seguindo o caminho duma
conversão permanente.
sábado, fevereiro 20, 2021
Sábado depois das Cinzas – S. Francisco e S. Jacinta Marto
Eu vim chamar os
pecadores, para que se arrependam. (cf. Lc 5,27-32)
A santidade de Deus é
misericordiosa e missionária.
Ele é o reparador de
brechas, o restaurador de vidas em ruínas.
É por isso que Jesus, o
Enviado do Pai,
chama os pecadores a
serem seus discípulos
e faz da mesa o acolhimento
dos pecadores,
o seu areópago de
evangelização e convite à conversão.
Todos, até as crianças, somos
chamados a esta festa da conversão!
Alguns, perante o ideal
elevado da santidade,
acham-se enfermos de pecado
e desistem da conversão.
Por isso, deixam de
rezar, de participar na Eucaristia,
de buscar o sacramento da
reconciliação,
“pois os pecados são
sempre os mesmos… e não vale a pena”.
O pecado é de facto uma doença crónica
que só o Médico do Amor
pode ajudar a controlar!
Senhor, obrigado por
andares à minha procura para me salvar.
Obrigado porque nos
chamas a ser apóstolos,
colaboradores da tua
medicina que cura o pecado,
pela oração intensa, pela
oferta de nós mesmos,
pelo amor a Maria e à
Igreja, pelos sacramentos.
S. Francisco e Santa Jacinta
Marto,
ensinai-nos a acolher o
fogo do amor de Deus
que nos faz consumir a
vida pela salvação do mundo.
sexta-feira, fevereiro 19, 2021
6ª feira depois das Cinzas
Por que motivo nós
jejuamos? (cf. Mt 9,14-15)
Deus, no seu amor por
nós, propõem-nos uma aliança:
pura, fiel,
incondicional, totalizante e eterna.
Envia-nos o seu Filho
como esposo da humanidade
e faz dos seus discípulos
os “companheiros do esposo”.
Enquanto estamos com
Jesus, a vida é uma festa.
Quando afastamos o nosso
coração do de Jesus,
precisamos de conversão,
de um jejum de egoísmo!
Há o jejum por motivos
religiosos,
como exercício de
liberdade e de solidariedade,
de entrega e de
purificação de amores e seguranças.
Há o jejum por motivos de
saúde clínica,
antes e depois duma
cirurgia ou de um exame.
Há o jejum por motivos
estéticos,
cujo o único objetivo é
passar fome para ser elegante.
Há o jejum do pobre que
não come por não ter o que comer.
Senhor, bom Amigo e
Esposo da Igreja,
obrigado porque continuas
connosco, em busca de nós.
Tenho muito que jejuar em
infidelidades e ambições,
em desculpas e perdas de
tempo, em ansiedades e medos.
Aumenta, Senhor, a nossa
fé e dá rumo à nossa esperança,
para que o jejum de
alimentos, seja de fome da tua Palavra
e desejo sincero para ter
o coração livre para amar!
quinta-feira, fevereiro 18, 2021
5ª feira depois da Cinzas – S. Teotónio
Se alguém quiser
seguir-Me, renuncie a si mesmo. (cf. Lc 9,22-25)
O Filho de Deus renunciou
a si mesmo para ser o Filho do Homem.
Fez-se companheiro dos
últimos, dos inocentes condenados,
para dar a mão a todos,
dar oportunidade de salvação aos condenados.
Seguir Jesus nesta
Quaresma é descentrar-nos da nossa realização
e focar-nos no seguimento
de Cristo e da sua Missão.
A vida salva-se quando
serve a salvação aos outros!
A vida aparece como um
campo de batalha,
onde reina o mais forte e
o mais criativo.
Esta superioridade é, na
maior parte dos casos,
usada para benefício próprio,
para engodar o orgulho.
No entanto, há inúmeros
exemplos de pessoas
que usam o seu saber e
poder para ajudar os mais fracos:
os pais no cuidado dos
filhos pequenos ou dependentes,
os professores no sonho
de formar adultos sábios,
os profissionais de saúde
no tratamento dos doentes,
os voluntários que se
doam gratuitamente…
Senhor, obrigado porque
renunciastes ao descanso eterno
para acompanhar estas
pobres criaturas teimosas e convencidas.
Ensina-me a seguir o
caminho da vida e do serviço à vida,
carregando a minha cruz
cada dia e ajudando outros a carrega-la.
S. Teotónio, peregrino
incansável do caminho da Vida,
quarta-feira, fevereiro 17, 2021
4ª feira de Cinzas
Não sejais como os
hipócritas. (cf. Mt 6,1-6.16-18)
A misericórdia de Deus é
tempo favorável à graça.
Deus faz do tempo a nossa
história de salvação.
Cristo convoca-nos a
todos, por meio da Igreja,
a entrar como cinza amada
nesta Quaresma
e a dizermos do fundo do
coração: “Salva-nos, Senhor”!
A hipocrisia faz da nossa
vida uma farsa, um teatro:
é-se uma coisa pela
frente e outra por trás,
um santinho na igreja e
um violento na sociedade,
um bajulador no casal e
um adultero em segredo,
um crítico severo para os
outros e tolerante para consigo…
A Quaresma é a tomada de
consciência
que temos Alguém que nos
conhece verdadeiramente
e nos há de dar ou não a
recompensa eterna!
Senhor, obrigado por mais
esta oportunidade comunitária
de sermos povo em
renovação, solidário na conversão.
Toca-me no mais profundo
do meu ser e cura-me,
para que não seja múltiplo,
conforme as circunstâncias,
mas seja um só, íntegro
no amor a Ti, aos irmãos e à justiça.
terça-feira, fevereiro 16, 2021
3ª feira da 6ª semana do Tempo Comum
Ainda não entendeis nem
compreendeis? Tendes o coração endurecido? (cf. Mc 8,14-21)
Os desígnios do Senhor
são insondáveis!
Quando queremos simplificar
o que é complexo
e colocamos a nossa
confiança no dever e no poder,
olhamos e não vemos
nem compreendemos o que
nos traz a paz!
Quando só temos “um pão” pomo-nos
a discutir
e perdemos a memória dos
inúmeros milagres que recebemos!
Esta pandemia deitou
abaixo quase todos os projetos.
O mundo parou, em forma
de caracol,
e quem não obedece, é
contaminado pelo fermento do Covid.
Os trabalhadores temem
por perder o emprego,
os empregadores temem por
ir à falência,
os templos estão vazios,
o Pão Eucarístico em reserva,
o carnaval é uma saudade
e o Sol vê-se pela janela…!
Que questões o Senhor nos
coloca neste espanto?
Senhor, neste carnaval não
é preciso colocar a máscara,
pois, afinal, já nem
sabemos distinguir a máscara do original!
Estamos às portas de mais
uma Quaresma
e damo-nos conta que somos
cinzas
dum fogo de interesses
que nos devora!
Ajuda-nos a fazer um
caminho de conversão verdadeira,
capaz de navegar no meio da
tempestade que nos sacode
e compreender o sentido
por detrás do sem sentido que vivemos.
segunda-feira, fevereiro 15, 2021
2ª feira da 6ª semana do Tempo Comum
Para O porem à
prova, pediam-Lhe um sinal do céu. (cf. Mc 8,11-13)
Deus é o motor da
vida, silencioso e invisível.
O amor não faz
barulho, nem se expõe para ser visível
ou fazer
espetáculo, ou ganhar pontos e se mostrar.
A surpresa é o
alimentar da vida, gratuitamente,
independentemente
da forma como respondemos ao seu Autor.
A fé nasce do
espanto de ser amado, sempre e silenciosamente!
O insaciável busca
sempre fora e longe o que tem perto.
É o tal “sinal do
céu” que se busca
quando se vai a um
restaurante de renome,
a um hotel com
estrelas, a umas férias paradisíacas…
É o tal “sinal do
céu” que cria a infidelidade,
inveja o vizinho,
mata o concorrente,
faz da sua casa
uma prisão e uma insatisfação…
A verdadeira
ciência é descobrir a beleza do normal!
Senhor, que
maravilha é o borbulhar de vida,
micro e macro, que
faz a rotina dos nossos dias!
Que milagre é
poder dormir e acordar,
na segurança da
fidelidade passada,
independentemente
da santidade em que vivo.
Ensina-me a ser
perfeito e misericordioso,
como o Pai do Céu,
e Tu nos mostraste na terra.
domingo, fevereiro 14, 2021
6º Domingo do Tempo Comum
Jesus, compadecido,
estendeu a mão, tocou-lhe e disse: «Quero: fica limpo». (cf.
Mc 1,40-45)
Deus é a nossa salvação,
pois acolhe o pecador,
escuta a sua prece e súplica
de misericórdia,
deixa-se tocar pela
compaixão e toca-o com sua mão.
A sua vontade é sempre a
mesma: “Quero, fica limpo!”.
A sua Igreja e os seus
sacramentos são hoje a sua Mão
que acolhe, escuta, toca,
perdoa, cura, fortalece e envia!
Nesta pandemia adoecemos
também por falta de toque,
duma mão com calor e
sabor conhecido e amado.
O isolamento
marginaliza-nos dos contatos habituais,
que davam sentido e
segurança à vida!
Felizmente há o virtual
que vai exercitando a esperança
e consolando o jejum
prolongado de afetos!
Os cuidadores dos
confinados, tocados pela compaixão,
vão adotando solidões,
lamentos e ansiedades!
Cada compaixão é o
prolongamento da Mão de Cristo!
Senhor, se quiseres podes
curar-nos das nossas lepras,
que nos afastam de Ti e
dos outros e nos fecham na tristeza!
Toca-nos e abraça-nos com
o calor da tua compaixão
e a ternura da tua
misericórdia para podermos tocar outros.
Purifica o nosso toque
para que a proximidade não faça mal!
Abre-nos a uma Quaresma de
fé, de conversão e de verdade.
sábado, fevereiro 13, 2021
Sábado da 5ª semana do Tempo Comum
Dos bocados que
sobraram encheram sete cestos. (cf. Mc 8,1-10)
Deus é a fonte de
todo o dom, é o Amor.
Ele toma para
criar e dar, não para consumir e receber.
O seu Filho
salva-nos, não sacrificando-nos a vida,
mas sacrificando-se
para nos devolver a vida,
que perdemos pela
ambição do pecado.
O seu Corpo é Pão
repartido para a vida do mundo,
que os discípulos
devem partilhar a quem tem fome.
Quem dá sete pães,
recolhe sete cestos de pedaços de pão!
O mundo é uma
dispensa cheia de recursos
mal divididos,
usurpados apenas por alguns.
Todos morremos sem
levar nada,
uns morrem obesos,
outros desnutridos.
O banco alimentar,
as obras sociais da Igreja,
a recolha das
sobras de alimentos… tem demonstrado
que a partilha
multiplica, sacia e ainda sobra!
Senhor, dá-nos a
dom da compaixão que arde no teu coração,
para que vença, em
nós, a indiferença e o medo de partilhar.
Ensina-nos a
pedagogia do dom, mesmo com quem partilhamos,
para que a
abundância momentânea entre os pobres
se transforme em
oportunidade de nova partilha.
Obrigado pelo dom
da Eucaristia, Pão do Céu partilhado.
E nesta pandemia,
jejum prolongado da comunhão real,
ensina-nos a
valorizar este dom, quando o temos em abundância.