quinta-feira, março 31, 2022

 

5ª feira da 4ª semana da Quaresma

 


Eu conheço-vos e sei que não tendes em vós o amor de Deus. (cf. Jo 5,31-47)

 

Deus conhece o nosso nome e o mistério do nosso coração.

Vê as nossas obras, mas também a verdade do nosso amor.

Foi Ele Quem criou os arbustos e as vestes,

as possibilidades que temos de ser aparência e realidade.

Quaresma é o dom de nos deixarmos olhar pelo Médico,

radiografar o coração e avaliar a qualidade do amor,

que palpita no coração e nos move na vida e na missão.

 

O atual sistema económico fez-nos serviços,

e muitos esqueceram-se de ser ternura,

empatia compassiva, generosidade solidária,

perdão repartido na mesa da comunhão,

iniciativa de escuta e diálogo, amor para além da função.

Ter em nós o “amor de Deus” é mais do que cumprir horário,

é mais do que trabalhar para agradar,

é mais do ser uma pessoa piedosa e cumpridora!

 

Senhor, Tu conheces a miséria e grandeza da minha vida,

e apesar de tudo, não me acusaste, nem envergonhaste,

nem me rejeitaste, mas pacientemente me chamaste,

generosamente semeaste em mim a tua Palavra e a tua graça.

Espírito Santo, inunda o meu ser

e recria em mim um coração novo,

capaz de amar com a grandeza revelada em Jesus

e a incondicionalidade da fonte que brota da cruz.


quarta-feira, março 30, 2022

 

4ª feira da 4ª semana da Quaresma

 


Não procuro fazer a minha vontade, mas a vontade 

d’Aquele que Me enviou. (cf. Jo 5,17-30)

 

O Filho é o missionário do Pai.

Estão unidos pelo mesmo Espírito de Amor.

O Filho sem o Pai perde a sua condição de filho.

Ser enviado e cumprir a vontade de Quem O envia,

é um ato de liberdade e de amor, que O faz ser missão.

O batizado comunga desta mesma condição:

não fazer a sua vontade, mas a d’Aquele que o salvou!

 

O individualismo torna-nos adolescentes toda a vida.

Perdemos a condição de filhos e de irmãos,

e tornamo-nos reis de nós mesmos,

em luta contra tudo e contra todos,

tentando impor a nossa vontade, mostrar que somos poder.

Ficamos orgulhosamente sós, num devaneio aventureiro,

cheios de dependências e a gritar que somos livres!

 

Senhor Jesus, ensina-nos a viver a filiação divina,

como Tu a vives, feliz por ser enviado,

empenhado em ser fiel ao Pai,

identificado com o seu coração e o seu ideal.

Liberta-nos de uma adolescência crónica,

que nos adoece a vontade e faz ser rebeldes,

sem rumo nem consciência do bem comum.


terça-feira, março 29, 2022

 

3ª feira da 4ª semana da Quaresma

 



Uma piscina, chamada, em hebraico, Betsatá, que 

tem cinco pórticos. (cf. Jo 5,1-3a.5-16)

 

Deus é a fonte da vida e a misericórdia da nossa salvação.

A aliança que nos deu tem cinco pórticos, o Pentateuco,

que formam a “casa da Misericórdia” onde nos podemos curar.

Mas o pecado paralisa-nos e precisamos de Alguém

que nos submerja e lave com a força da sua Palavra.

Essa “Piscina” é Jesus que vem ao nosso encontro

e nos diz: “Batizado, levanta-te, toma a tua enxerga e anda!”

 

Há muitas coisas que nos fazem paralisar:

a preguiça, o comodismo, o medo, a indiferença…

Não faltam receitas redentoras, conselhos indolores,

formas de nos entreter o tempo e de nos iludir o movimento.

Buscam-se inibidores de sintomas, mas não curas de causas,

neste sedentarismo onde caminhamos pelos dedos.

Jesus não nos dá analgésicos nem entretimentos,

mas compromete-nos com a vida e o bem de todos.

 

Senhor Jesus, Misericórdia divina que se faz tenda de campanha,

e nos acompanha e nos questiona: “queres ser curado”?

Cura-nos das nossas paralisias que nos impedem de caminhar

e nos tornam dependentes de pessoas, instituições, substâncias,

passatempos, modas, memórias raivosas, egoísmos recostados…

Purifica-nos do mal e liberta-nos do viver deitado

até crescemos até à estatura Daquele que morreu elevado!


segunda-feira, março 28, 2022

 

2ª feira da 4ª semana da Quaresma

 


Acreditou nas palavras que Jesus lhe tinha dito e 

pôs-se a caminho. (cf. Jo 4,43-54)

 

Jesus é a Palavra de Deus viva, criadora e salvadora.

É pela fé nesta Palavra que nos salvamos, não pelo ver e o tocar.

Uns são movidos pelo maravilhoso do milagre,

outros põem-se a caminho pela fé e pela esperança.

O amor pelo filho fez este funcionário real “pôr-se a caminho”,

à procura de Jesus como salvador do seu filho

e voltando para o seu filho, confiante na Palavra de Jesus.

A Palavra de Jesus tocou o seu coração e gerou a fé e a salvação.

 

Há santuários marcados pelo ver e o tocar.

Em Santiago há mesmo o “abraço do santo”.

Noutros santuários só se pode ver a imagem,

mas não se pode tocar nem abraçar.

Nos sacramentos só se veem e tocam sinais,

mas é a Palavra e o Espírito Santo que lhes dão vida.

Perante a surpresa de uma limitação ou crise,

não se veem sinais, pois o nevoeiro é cerrado,

só a fé e a Palavra nos podem guiar

e alimentar a esperança de continuar a caminhar.

 

Senhor, o teu filho está doente, com medo de morrer,

perante esta pandemia de vírus, perante esta seca de esperança,

perante esta guerra fratricida, perante dependências escravizantes.

Desce e toca-nos com a tua Palavra e aumenta a nossa fé,

purifica a nossa fonte de amor e alimenta a nossa esperança.

Nesta turbulência que espera uma solução mágica e rápida,

ajuda-nos a “pôr a caminho” na via da conversão,

à escuta do Evangelho, no itinerário da reconciliação,

rumo à fraternidade de um novo céu e uma nova terra.


domingo, março 27, 2022

 

4º Domingo da Quaresma – Domingo Laetare

 



Já não mereço ser chamado teu filho, mas trata-me 

como um dos teus trabalhadores. (cf. Lc 15,1-3.11-32)

 

A casa do Pai é dom de amor e de graça.

A gratuitidade é o ar que se respira e o relógio que pulsa.

Olhar Deus com a lógica do mercado,

é pedir “o que me pertence” e “sair da casa do Pai”,

para ir “para longe” e viver do comprar alimento,

prazeres, amigos, poder, prestígio, alojamento…

É perder a condição de “filho” e tornar-se “servo”,

numa servidão que não alimenta e nem dignifica.

Quaresma é tempo para tomar consciência do que somos!

 

Dêmos preço a tudo o que não tem preço:

ao amor, à amizade, à escuta, à cura,

à hospitalidade, à solidariedade, à festa…

Quando uma pessoa - ser em relação -,

opta por ser um indivíduo – ser sem relação -,

a gratuitidade torna-se serviço comprado e vendido,

e vive para consumir e ter dinheiro em carteira.

A liberdade do indivíduo é comprada com o salário

que faz da sua vida “trabalhar ou roubar para poder gastar”!

 

Senhor, Pai misericordioso e providente,

tudo Te pertence numa história de dom e de graça.

Bendito sejas pelo dom da vida, pelo dom do planeta,

pelo dom da inteligência, pelo dom da salvação,

pelo dom do teu Filho, pelo dom dos irmãos,

pelo dom da Igreja e dos sacramentos…

Ensina-nos a entrar na lógica do dom do teu coração bom,

para que a oração se torne encontro, escuta e diálogo,

a relação seja amor, o serviço seja alegria e missão,

o perdão e a reconciliação sejam a única moeda em circulação,

a hospitalidade e a solidariedade sejam a forma de estar do cristão.


sábado, março 26, 2022

 

Sábado da 3ª semana da Quaresma

 


Todo aquele que se exalta será humilhado. (cf. Lc 18,9-14)

 

O caminho de Deus é o da glória que se faz cruz,

do Senhor que se faz servo, do eterno que se faz tempo,

da santidade que entra em comunhão com o pecador,

do puro que toca o impuro, do médico que busca o doente!

Ao escolher a mulher que ia ser a sua Mãe,

chamou Maria, a humilde serva que se fez “faça-se em mim”!

A humildade veste a bata do amor e da verdade silenciosa!

 

Trabalhamos muito para a vaidade e a imagem!

Além da maquilhagem de marketing

ou da exposição nas redes sociais,

a ação solidária exalta e beneficia a imagem

da empresa, da instituição ou do país.

Nos momentos de crise, como os que vivemos,

o heroísmo solidário passa a ser notícia

e ninguém quer ficar de fora desta onda da caridade.

 

Senhor, a tua grandeza é misericórdia sem ruído,

que só parando para escutar a posso louvar!

Ajuda-nos a olhar-nos com a grandeza de filhos

e a prontidão alegre de irmãos em missão, de servos humildes,

pois o bem anda misturado com o pecado!

Ensina-nos a fazer o bem gratuitamente,

como quem faz no momento o que Jesus quer fazer,

como presença escondida nos sacrários do amor pascal!


sexta-feira, março 25, 2022

 

6ª feira, Anunciação do Senhor

 



A força do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. (cf. Lc 1,26-38)

 

Deus tem um rumo para a desordem do mundo.

Ele liga o que está desunido, aproxima o que está longínquo,

corrige o que está errado, cobre-nos com a sua sombra.

Em Maria encontrou sintonia e acolhimento.

O sim livre de Maria tornou-se a porta do Filho de Deus.

Esta é a porta da fé para todos ao longo da história:

abrir-se à proposta de Deus e responder com liberdade

ao projeto de Deus: Jesus, caminho, verdade e vida!

 

Há uma massificação inconsciente da população,

fruto da moda, das dependências e do medo.

Será liberdade todos gostarmos das mesmas coisas,

comprarmos as mesmas novidades, vestirmos igual,

comermos e bebermos importado, falarmos a mesma língua…?

No campo da religião também gostaríamos

que tudo estivesse casuisticamente prescrito:

o que é e não é pecado, o que é sofrível (venial) ou mortal!

Custa em cada cruzamento ter que discernir o caminho!

 

Bom Deus, Pai, Filho e Espírito Santo,

a força do vosso amor nos cobre com a vossa sombra

e nos propõe ficar em nossa casa como Amigo que cura.

Maria, Mãe do Verbo Divino, ensina-nos a dizer sim

e a ser livres e confiantes para dizer “faça-se” ao Salvador.

Liberta-nos das vertigens das alturas da fé

e do temor em colocar em tuas Mãos

o cheque em branco da nossa vida.

Maria, Mãe da Esperança, dá-nos a PAZ!


quinta-feira, março 24, 2022

 

5ª feira da 3ª semana da Quaresma

 



Jesus estava a expulsar um demónio que era mudo. (cf. Lc 11,14-23)

 

A Palavra é para ser escutada e proclamada.

A surdez e o mutismo são a negação da palavra.

A palavra não deixa de ser palavra,

mesmo quando não é escutada nem proclamada,

mas a palavra deseja ardentemente ser diálogo.

Jesus vem expulsar o Demónio que nos divide e ensurdece,

que faz da boca fonte de ruído e de mentira

e do ouvido um objeto de adorno, sem escuta.

A conversão começa por ser escuta da Palavra de Deus!

 

Numa guerra há gritos porque se desistiu de dialogar,

apenas se quer atacar, usando o insulto e ferindo a dignidade.

Numa guerra não se ouvem os disparos das bombas,

nem o gemido dos feridos, nem os suspiros dos mortos,

nem a revolta dos escombros, nem a agonia da esperança.

O egoísmo torna-nos autistas, incapazes de comunhão,

surdos à verdade, insensíveis ao convite a ser guiado.

Talvez seja esse o ícone que se reflete num grupo de pessoas,

juntas sem se comunicar, entretidas a consultar o seu telemóvel.

 

Senhor, Palavra do Pai, comunicação de amor,

liberta-nos dos demónios surdos e mudos,

que Te impedem de seres aliança e palavra que ilumina.

Dá-nos ouvidos de discípulo, silêncio ouvinte,

abertura ao novo que vem de Ti,

confiança que se deixa conduzir pela tua Mão.

Espírito Santo, ajuda-nos a acolher Jesus, Palavra do Pai,

para que seguindo-O fielmente, sejamos anúncio de boa nova.


quarta-feira, março 23, 2022

 

4ª feira da 3ª semana da Quaresma

 


Se alguém transgredir um só destes mandamentos, 

será o menor no reino dos Céus. (cf. Mt 5,17-19)

 

Jesus vem completar a Aliança,

com a radicalidade da entrega total da sua vida.

No Reino de Deus nada é feito por dever ou por medo,

tudo é feito por amor, livremente, como um fogo ardente!

O reino dos Céus não é dos calculistas,

das alianças à medida, da mentira escondida,

do espertinho malandro vestido de piedoso!

 

Hoje apresenta-se a “escapadinha” como redentora da rotina.

É a escapadinha do fim de semana ou do feriado

para ir passar um ou dois dias a um lugar fora.

É a escapadinha do matrimónio para sair da rotina

e experimentar novas sensações extramatrimoniais.

É a escapadinha dos mandamentos e da missa,

para não se sentir beato nem fanático…

É a escapadinha da lei da Igreja para o que agora é “normal”,

para que se sinta livre e progressista!

 

Senhor, fidelidade plena à aliança e ao Pai,

ajuda-nos a entrar nesta aventura, sempre nova,

de Te seguir como um peregrino da verdade e do amor.

Liberta-nos da tentação de criar uma versão da aliança

à nossa medida, sem custos e adaptada ao que todos fazem.

Fortalece-nos com a tua Palavra e o Pão do teu Corpo,

para que levemos uma vida movida pelo teu Espírito,

numa profecia animada pela verdade, amor, paz e justiça!


terça-feira, março 22, 2022

 

3ª feira da 3ª semana da Quaresma

 


Servo mau, não devias, também tu, compadecer-te do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti? (cf. Mt 18,21-35)

 

A compaixão nasce do amor perante a fragilidade.

A misericórdia sobrepõe-se à justiça e apaga a dívida.

Mas o que é bom para nós, como dom de Deus,

também é bom para os outros, como dom nosso.

Jesus veio-nos revelar o amor incondicional do Pai,

como Servo bom que nos lava no seu Sangue.

Também nós, pecadores perdoados, devemos perdoar

a quem nos ofende, nos magoa e nos desilude!

 

A nossa vida anda misturada de gestos de bondade

e de gestos vergonhosos que ferem e desiludem.

Somos projeto de santidade e rebento de maldade,

que apela à compreensão, ao louvor e ao perdão.

O melhor de Deus é que sempre nos espera

de braços abertos, sempre nos escuta e perdoa,

sempre nos dá mais uma oportunidade.

Mas Deus fica triste quando nos vê fragilidade espinhosa

a agir como juiz e a exigir do irmão plena perfeição.

 

Senhor, a tua bondade me desarma e me salva,

pois me amas, apesar de eu ser mar imprevisível,

que balança entre maré cheia e maré vazia,

entre tempestade e bonança, numa dinâmica instável.  

Ensina-me a aprender a ser bondade e compaixão,

a perdoar a quem me fere o coração,

pois sarar feridas é o caminho de salvação.


segunda-feira, março 21, 2022

 

2ª feira da 3ª semana da Quaresma

 


Nenhum profeta é bem recebido na sua terra. (cf. Lc 4, 24-30)

 

O mistério insondável de Deus tornou-se tocável

e visível na carne de um conterrâneo de Nazaré.

A proximidade, que é o sinal mais surpreendente de amor,

fez perder a unção do mistério que dá largas à imaginação.

Acreditar é confiar no que não se vê nem conhece totalmente,

por isso, a fé esconde-se perante Aquele que se pensa conhecer.

A fé é reconhecer os efeitos benéficos Daquele que entrevemos,

mas nunca conhecemos total e claramente!

 

O fundamentalismo esgota o mistério

e reduz a fé a certezas implacáveis que matam Deus e o outro!

O gnosticismo restringe a fé a uns conhecimentos especiais,

que excluem os ignorantes e os não-iniciados.

O ritualismo faz da religião um conjunto rígido de ritos,

onde a veste, a cor, o som e o olfato são vistos como redentores!

A superstição desconhece o mistério do amor,

age, por isso, por medo, usando palavras e ritos

para se defender e tentar controlar a divindade.

O sincretismo é uma religiosidade sem fé em Deus,

por isso, como não acredita, tanta cultuar todos os deuses,

pois pode ser que acerte em algum ou alguns!

 

Senhor, bem eu sei donde vem a fonte da vida,

mas é de noite e não passo de um peregrino

deste mistério imenso que nos envolve e salva.

Jesus, Filho de Deus e Filho de Maria,

sei tantas coisas sobre Ti e nada definitivo,

pois o amor não tem medida e o mistério não se conquista.

Espírito Santo, faz de nós acolhimento e confiança,

deste mistério que nos habita e transcende,

como Mão paciente que nos cura e salva!


domingo, março 20, 2022

 

3º Domingo da Quaresma, Dia da Cáritas

 



Se não vos arrependerdes, morrereis todos do 

mesmo modo. (cf. Lc 13,1-9)

 

Deus é Aquele que é amor e ponto!

Tem a sua memória no coração,

como fogo que arde sem se consumir

no meio dos espinhos que nos fazem sofrer.

E perante a guerra e os cataclismos que nos espantam,

a pergunta não é “porque?”, mas “o que devo aprender?”

para que não me aconteça o mesmo!

A minha missão não é julgar, mas dar bons frutos,

pois uma vida para si mesmo é uma inutilidade!

 

Estamos todos chocados com a guerra, o seu sem-sentido:

a destruição gratuita, a morte inocente, o escurecer da esperança.

Uns reagem acusando o agressor e matando-o em desejo,

outros solidarizando-se com os agredidos,

acolhendo os refugiados e rezando pela paz.

Esta guerra em direto também nos pode iluminar

as guerras camufladas que vamos fazendo

na concorrência comercial, nas relações de inveja e cobiça,

nas lutas de poder, nas pelejas domésticas,

na má utilização do planeta onde todos vivemos!

 

Senhor, obrigado pela história de amor

que vás fazendo com cada um de nós,

com muita persistência, misericórdia e criatividade!

Espírito Santo, ensina-nos a ler a história

e a aprender nos outros a conversão que devo fazer.

E neste tempo doloroso de espinhos que nos fazem sofrer,

ajuda-nos a ser um fogo de amor, que arde sem se consumir,

que gera aliados da reconciliação, da fraternidade e da justiça!


sábado, março 19, 2022

 

Sábado, S. José, Esposo da Virgem Santa Maria – Dia do Pai

 



José fez como lhe ordenara o Anjo do Senhor. (cf. Mt 1,16.18-21.24a)

 

Deus conhece o íntimo de cada um

e na humildade e bondade encontra colaboração.

Em Abraão encontrou confiança e fidelidade

que o fez Pai fecundo e abençoado dos crentes.

Em José encontrou o herdeiro de David,

pessoa justa e protetora que cuida do seu Filho e sua Mãe.

Na família de Nazaré respira-se a mesma atitude de fé:

“Eu venho, ó Pai, para fazer a tua vontade!”

 

A adoção só funciona se for um ato de amor.

Se for uma decisão egoísta ou imposta pelas circunstâncias,

dificilmente aguenta o processo de gerar o outro nas entranhas!

Na relação conjugal terá que haver sempre uma adotação do outro.

No matrimónio terá que haver sempre a adoção da família do outro.

A paternidade e maternidade acontece quando se adota o nascituro,

tal como se fez dom, no tempo, na forma e no género.

O cuidado do frágil e dependente supõe a adoção a parte do cuidador.

A hospitalidade do refugiado e do migrante carece de adoção.

A reconciliação e perdão é um reavivar da adoção do outro.

 

Bom Pai, obrigado porque nos adotaste como filhos,

nós que não passamos de criaturas e teus servos.

Grande Jesus, bendito sejas porque adotaste como irmãos,

aqueles que vieste socorrer como ovelhas perdidas e feridas.

S. José, que adotaste Maria e José, adota-nos também a nós,

como teus filhos e protegidos e ensina-nos a confiar em Deus,

como Tu, no silêncio e na fé, na entrega de vida e na fidelidade.

S. José, zela por todos nós e ajuda-nos a adotar o outro como irmão,

e assim construirmos a paz, a justiça e a proteção da vida.


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