quinta-feira, julho 21, 2022

 

5ª feira da 16ª semana do Tempo Comum

 



É por isso que lhes falo em parábolas, porque 

vêem sem ver e ouvem sem ouvir nem entender. (cf. Mt 13,10-17)

 

Deus fala-nos em parábolas da vida,

para que aprendamos a contemplar o sentido

que se esconde na natureza, na rotina e na factualidade.

Jesus de Nazaré foi um contemplador da vida,

que em tudo via semelhanças com o reino de Deus:

num semeador, num pescador, numa planta,

nas aves, numa mulher que amassa o pão ou vare a casa,

num pastor, nas brincadeiras das crianças,

nas relações humanas, na forma de rezar, no trabalho…

 

Há muitas formas de ver a realidade:

vê-la a correr como se a vida fosse zapping,

vê-la a partir do interesse e do gosto,

vê-la a partir da ideologia ou do senso comum,

vê-la a partir da situação económica e social,

vê-la a partir da crença ou do agnosticismo…

O telescópio Hubble James Webb ajudam-nos a ver

o que não víamos e mostram-nos uma realidade desconhecida.

A fé aliada à contemplação ajudam-nos a ver

para além do que vemos e a compreender o mistério da vida!

 

Senhor, liberta-nos da cegueira e da surdez,

que embora vejamos e ouçamos o que nos dizes,

só vemos e ouvimos o que nos interessa ver e ouvir.

Dá-nos o dom da contemplação da vida como uma parábola,

do diálogo ouvinte para enriquecer a procura,

da conversão que é preciso iniciar, sem assobiar para o lado.

Ensina-nos a caminhar pelos sinais e pelas orientações,

com a confiança e a fidelidade de quem se sabe amado,

sem necessitar de ser abraçado nem recompensado imediatamente.



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