Diálogo Aberto

 

Todo aquele que for mordido e olhar para ela ficará curado. (cf. Num 21,4-9)

 

A misericórdia divina eleva-se quando a nossa fidelidade diminui.

Fomos mordidos pela serpente da ingratidão e da desconfiança

que mata a fé em Deus e a alegria de viver.

Deus recorda-nos o pecado, a origem da nossa morte,

e manda-nos fazer uma serpente de bronze e eleva-la,

para que contemplando-a, recordemos Aquele que nos ama

e nos perdoa, nos levanta e recria a nossa humildade.

Jesus, morre injustamente na cruz e contemplando-O

vemos até onde pode ir o nosso pecado

e até aonde pode ir a misericórdia divina!

 

As feridas interiores, por traição e insulto injusto,

não se curam escondendo-as e tentando esquece-las,

mas enfrentando-as, partilhando-as, perdoando-as.

As crises, sejam elas as que forem, não se ultrapassam

tentando ignora-las ou nega-las, mas analisando-as,

descobrindo as suas causas, considerando os seus perigos,

reconhecendo as oportunidades que se abrem,

aprendendo com a história e os vizinhos a vence-la.

Os nossos erros não se superam evitando olhar para eles,

mas aceitando-os, aprendendo com eles, estando mais atento

e começando a fazer diferente, de forma mais discernida.

 

Senhor Jesus, que foste elevado na cruz para nos salvar,

ajuda-nos a olhar com tristeza os nossos pecados

e a contemplar com gratidão o teu amor que sangra na cruz.

Com um coração contrito e humilhado

contemplo a tua fidelidade à aliança até ao fim

e a tua misericórdia infinita e eterna

que cura a desconfiança e o desânimo.

Contemplo a cruz e escuto a mesma oração:

“Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem”!