domingo, abril 30, 2023
4º Domingo da Páscoa e do Bom Pastor, Dia Mundial de Oração pelas Vocações
Vós éreis como
ovelhas desgarradas, mas agora voltastes para o pastor das vossas almas. (cf. 1 Ped 2,20b-25)
Jesus é o pastor
que o Pai nos enviou.
Ele fez-se um de
nós como um irmão amigo.
Ele busca as
ovelhas desgarradas e chama-as pelo seu nome,
numa intimidade e amor
que nos surpreende.
Dá a vida por cada
um de nós na luta contra o mal,
que nos tira vida
e nos engana e explora.
Em Cristo
encontramos um mestre amigo,
um cordeiro pascal
que se oferece por nós,
um pastor que nos
alimenta e dá vida em abundância,
o Batismo que pela
fé nos faz entrar na porta da vida eterna.
Cada vez que nos
fechamos sobre nós mesmos,
num individualismo
e egoísmo narcisista,
desgarramo-nos da comunhão
com Deus e com os outros.
Cada vez que
julgamos encontrar nas coisas e no poder
a nossa salvação e
domínio da situação,
desgarramo-nos da
justiça e da segurança do amor.
Cada vez que nos
escondemos na mentira
e na busca do
prazer fácil e descomprometido,
desgarramo-nos da
verdade e da fidelidade.
Em Cristo
encontramos a luz para desmascarar
a modernidade ilusória
da humanidade consumidora,
da beleza aparente,
da vacuidade da relação virtual,
da alegria drogada,
do prazer instantâneo,
da estrela
cadente, da podridão camuflada…
Jesus, bom Pastor
que desde sempre nos segues e guardas,
com o bordão da Palavra
e o olhar da misericórdia,
desperta-nos do
nosso autismo e abre-nos ao invisível.
Jesus, Porta
aberta da liberdade e do perdão,
fortalece os nossos
passos na fidelidade ao Batismo,
na entrega plena à
missão de acompanhar e resgatar,
mesmo que a
resposta seja indiferença ou mesmo rejeição.
Desperta nos
jovens a inquietação vocacional,
para que cada um
saiba responder: porque nasci?
O que Deus quer de
mim? Que contributo posso dar à Igreja?
Que coisas devo
deixar para ser livre para amar
e me entregar com
fidelidade e perseverança
ao que Deus espera
de mim como colaborador da sua missão?
sábado, abril 29, 2023
Sábado, S. Catarina de Sena, Semana de Oração pelas Vocações
Se dissermos que
estamos em comunhão com Ele e andarmos nas trevas, mentimos. (cf. 1 Jo
1,5-2,2)
Deus é luz e
transparência de amor puro.
Nele, a santidade
é proximidade redentora
fermento de vida,
remédio para a mentira e a injustiça.
Estar em comunhão
com Ele é ser contagiado por este amor.
Por isso, como S.
Catarina de Sena, a vida espiritual é amar
a Deus
profundamente e à Igreja e à humanidade,
buscando a paz, a fraternidade,
a justiça e a conversão.
O cristão é uma
pessoa espiritual
comprometida em
construir um mundo justo, pacífico e fraterno.
Nem sempre é fácil
conciliar fé e vida.
Uns refugiam-se na
espiritualidade
e temem tudo o que
for compromisso social e político.
Outros implicam-se
de tal forma no social e político
que desvalorizam a
dimensão espiritual e eclesial.
Outros têm uma religiosidade
ativa e devocional,
mas atuam a partir
de outros valores, não evangélicos,
como a exclusão de
pessoas, apelos à guerra,
negação do diálogo
e da liberdade.
Mística e
compromisso social têm que vir da mesma fonte.
Senhor Jesus, nem
sempre é fácil ser cidadão do Céu e da terra,
viver a paixão por
Ti e a paixão pela salvação de todos.
Que o teu Espírito
nos ilumine e conduza
segundo o rumo e a
sabedoria do Evangelho.
S. Catarina de
Sena, intercede por nós teus irmãos,
para que saibamos ser
hoje místicos do eterno
e profetas da paz
e da reconciliação,
da unidade e da
comunhão na Igreja,
da justiça e da
liberdade na sociedade e na política.
Liberta-nos da divisão e da incoerência na missão.
sexta-feira, abril 28, 2023
6ª feira da 3ª semana da Páscoa, Semana de Oração pelas Vocações
Levanta-te e vai… (cf. At 9,1-20)
Deus promove a
vida e está ao lado dos perseguidos,
não fazendo guerra
e destruindo os perseguidores,
mas
interpelando-os: “porque me persegues?”.
Jesus quer fazer
dos perseguidores defensores da vida,
anunciadores da
salvação, pessoas pacíficas e fraternas.
É para isso que
Jesus diz a Saulo que se levante e vá à cidade,
diz a Ananias que
se levante e vá batizar Saulo
e diz a Saulo que
vá anunciar o Evangelho da vida.
É o mesmo Jesus
que nos diz hoje:
“levanta-te e vai
a onde Eu te indicar”!
Hoje, normalmente
diz-se: senta-te e estuda,
senta-te e
trabalha, senta-te e viaja, senta-te e liga-te,
senta-te e joga,
senta-te e diverte-te, senta-te e vai virtualmente.
Tendemos a ser sedentários
e acomodados.
Quase tudo o que
compramos é para evitar que nos levantemos:
o carro, os eletrodomésticos,
os comandos eletrónicos,
o telemóvel, a
internet, o e-commerce, a leitura…
Muitos só se levantam
para fazer ginástica
e cuidar da linha,
gastar energias para se sentir bem no corpo.
Sendo assim, é o
narcisismo que move, não o amor e a missão!
Senhor Jesus, perdoa
as vezes em que Te persigo,
quando Te esqueço
e não Te escuto, nem Te sigo.
Perdoa as vezes em
que Te persigo, quando não Te obedeço
e não me levanto
do chão do meu comodismo
ou do cavalo da
minha arrogância e intolerância.
Ilumina-nos com a
luz do teu Espírito
e faz-nos cair em
nós, naquilo pelo qual lutamos
e damos a vida,
destruindo vidas e semeando temor.
Ajuda-nos a
levantar como servos da vida e arautos da esperança.
quinta-feira, abril 27, 2023
5ª feira da 3ª semana da Páscoa, Semana de Oração pelas Vocações
O Espírito de Deus
disse a Filipe: «Aproxima-te e acompanha esse carro». (cf. At 8,26-40)
Deus aproxima-se
de nós e acompanha-nos.
Escuta as nossas
inquietações e angústias, e questiona-nos.
Entra em diálogo e
espera que O convidemos a entrar na nossa vida.
Já no nosso carro,
vai-nos dando sentido à vida,
clarificando as
sombras e motivando o amor e o perdão,
até que o rosto de
Cristo vá tomando forma e interiorizando,
e o compromisso com
Ele e a sua missão se vai aprofundando.
O discípulo de
Jesus é chamado a ser como Jesus
que se aproxima
dos que andam errantes, os escuta onde estão,
e dá razões da sua
esperança, anunciando a boa nova de Jesus Cristo.
A evangelização é
muitas vezes vista de forma passiva:
ficar à espera que
as pessoas venham pedir catequese,
venham escutar as
homilias, venham comprar livros de doutrina…
É uma
evangelização que se pretende dentro da Igreja,
feita com
comunicações nos meios de comunicação e redes sociais,
à espera que
venham, interroguem, peçam esclarecimentos.
Pelo contrário, o
Espírito Santo manda-nos levantar, sair,
aproximar,
acompanhar, escutar, interpelar, aceitar convites,
entrar na vida das
pessoas, partir para uma catequese personalizada
que procura responder
às inquietações vividas por cada um.
Senhor, abre-nos
às moções do Espírito Santo,
para partirmos do
nosso comodismo e passividade,
para ousarmos ir
ao encontro dos jovens e não crentes,
que andam em busca
de felicidade e sentido para a sua vida.
Enche-nos de amor
e de paciência para não desistirmos,
nem julgarmos, nem
condenarmos a inconstância e os excessos.
Ajuda-nos a ousar
sair à rua, a ir onde as pessoas estão,
a acompanhar com
amor os que esqueceram o seu Batismo,
a escutar e trazer
o Evangelho para o quotidiano das pessoas,
a semear sem
querer logo colher,
a semear trigo entre
outros semeadores de joio…
Dá-nos, Senhor, o Espírito de missão que o mundo de hoje precisa.
quarta-feira, abril 26, 2023
4ª feira da 3ª semana da Páscoa, Semana de Oração pelas Vocações
Os irmãos
dispersos andaram de terra em terra, a anunciar a palavra do Evangelho. (cf. At 8,1-8)
Jesus é o Pão da
vida que desceu do Céu.
Os seus discípulos
são portadores deste Pão da vida,
para onde quer que
vão, seja porque são perseguidos,
emigrantes,
refugiados, em negócios ou em turismo.
O cristão deve
sempre levar consigo a sua fé,
seja enquanto vive
e trabalha no seu bairro,
seja enquanto
parte e vai para outro lugar ou nação.
O anúncio do
Evangelho é o nosso dever e nossa salvação.
A facilidade de
mobilidade, real ou virtual,
abre as nossas
sociedades ao encontro
na pluralidade de
culturas, línguas e religiões.
Globalizamos o
turismo, o emprego, o estudo,
a ciência, o
mercado, a cultura, a gastronomia…
A dimensão
religiosa também se globalizou num sincretismo
que procura
integrar um pouco da cada religião,
numa nova síntese
personalizada, dinâmica e circunstancial,
de acordo com as
necessidades e sensibilidade de cada um.
Chamam-lhe a “new
age”, onde o emocional é fundamental.
Onde andam os
cristãos para darem um testemunho credível
duma
espiritualidade para a sede de hoje, a quem anda à deriva?
Senhor, Pão da
vida que alimentas a nossa fé e esperança,
guia-nos com o teu
Espírito para sermos missão
onde quer que
estejamos e para onde quer que vamos.
Neste mundo em
mobilidade permanente,
ajuda-nos a
permanecer em Ti
e a levar sempre
connosco o testemunho do Evangelho.
E no meio desta
pluralidade de crenças e práticas religiosas,
abre-nos ao
diálogo e ao respeito pelos outros,
de modo que a
diferença nos interpele, nos purifique,
e nos dê
oportunidade de darmos razões da nossa esperança.
Senhor, dá-nos
vocações consagradas à missão de evangelizar.
terça-feira, abril 25, 2023
3ª feira da 3ª semana da Páscoa, S. Marcos, evangelista
Saúda-vos a
comunidade estabelecida em Babilónia e também Marcos, meu filho. (cf. 1 Ped 5,5b-14)
Deus fez de nós
pessoas em relação,
membros de uma comunidade,
família, povo, Igreja.
Sozinhos não somos
nada.
É a relação que
nos define identifica,
nos dá vida,
alegria e confiança.
Jesus é relação
filial com o Pai e de amor com o Espírito.
E ao encarnar abre
esta relação à natureza, às pessoas,
aos seus
discípulos, abrindo-nos a porta a uma relação maior,
marcada pelo selo
do Espírito Santo numa fraternidade universal,
unida pela mesma fé,
a mesma esperança e o mesmo amor.
Marcos quis deixar
por escrito este Evangelho de vida para todos.
A sociedade de
hoje, ao querer afirmar o valor da pessoa,
acabou por
diminuir a importância da comunidade onde se integra.
Assim vai surgindo
o indivíduo, solitário e peça de trabalho,
que no seu vazio
procura distrações, compra afetos,
busca amigos
virtuais, prefere animais de estimação
a construir
relações de amizade e de amor estáveis.
A cidade está cheia
de indivíduos no mesmo espaço,
que se encontram e
atropelam, mas não se conhecem,
não se amam, não
conversam, não convivem.
Na dimensão
religiosa, preferem as devoções particulares,
as visitas
solitárias ao templo, as missas na televisão,
a peregrinações a
grandes santuários, incógnitos na multidão.
A única relação
que aguentam é instrumental e laboral.
Senhor Jesus,
obrigado porque nos escolhestes como teu irmão,
nos apresentastes
ao Pai como seus filhos,
nos ofereces o
Espírito Santo como hóspede amigo.
Louvado sejas pela
Igreja, família universal,
que alarga as
fronteiras do nosso coração
às dimensões sem
dimensão da oração do Pai-nosso
e da missão sem fronteiras
que a todos leva este Evangelho.
Obrigado, S. Marcos,
que escreveste este Evangelho,
para que se
perpetue esta boa nova
e jamais alguém se
feche na sua solidão e perdição,
mas acredite no
amor e no perdão de Deus.
segunda-feira, abril 24, 2023
2ª feira da 3ª semana da Páscoa
Viram que o rosto de
Estêvão parecia o rosto de um Anjo. (cf. At 6,8-15)
Estêvão estava
cheio do Espírito Santo
e o seu rosto parecia
o de Cristo,
no testemunho e na
palavra,
nos sentimentos e
nos comportamentos,
na entrega e na
forma misericordiosa de morrer.
Vemos um homem
como nós,
mas o seu rosto e
comportamento diferem de nós,
surpreende-nos
pela sua fé, esperança e caridade.
Há uma santidade
que nos incomoda e interpela,
que é forte e
fiel, e que a mentira quer abater.
O rosto é o espelho
da alma e dos sentimentos.
Há um brilho nos
olhos, um sorriso nos lábios,
uma serenidade sem
tiques, uma escuta que interpela,
uma compaixão empática,
uma resposta que cai fundo…
que fazem a
diferença porque vêm dum coração acolhedor,
duma pessoa que
inspira confiança,
e transparece paz,
sabedoria, bondade, justiça.
Há também rostos
aflitos, lágrimas em fonte,
olhos que se
escondem, silêncios engasgados,
insultos
defensivos e ofensivos, palavras que soam a oco.
E há rostos que tentam
esconder o que são,
especializados na
arte de representar e disfarçar.
Senhor Jesus,
enche-nos com o teu Espirito,
para que o nosso
rosto se pareça com o teu
e a incoerência e
o pecado não Te traiam,
não missão de ser
outro Cristo e de te anunciar.
E perante o falso
testemunho e a injustiça,
ajuda-nos a não
alterar o rosto nem a perturbar o coração,
pois acreditar em
Ti e confiar na tua Páscoa
é jamais se deixar
contaminar pelo ódio e a violência.
Dá-nos, Senhor, um
rosto de fé e de esperança,
mesmo quando a
água que jorra da caridade
é espezinhada e
desperdiçada sem gratidão.
domingo, abril 23, 2023
3º Domingo da Páscoa
Deus ressuscitou-O
dos mortos e Lhe deu a glória, para que a vossa fé e a vossa esperança estejam
em Deus. (cf. 1 Ped 1,17-21)
Deus salva-nos
pela misericórdia e com um projeto de amor,
pacientemente anunciado
e realizado
pelo Pai, o Filho
e o Espírito Santo.
Ele é sempre o
mesmo e nas entrelinhas da Sagrada Escritura
vemos os passos, a
forma e as promessas com que Deus nos salva.
Por isso, quando
Jesus encarnou e deu a vida por nós na cruz,
os discípulos
tardaram em vê-Lo vivo
e em compreender
esta forma frágil e sofrida de ser Messias.
Foi lendo e
escutando a Bíblia que o coração foi ardendo
e a luz do
Espírito Santo foi dando sentido à sua fé e esperança.
Então
compreenderam que somos parte de uma história de amor!
Quando se trata de
encontrar salvação de uma situação difícil,
a primeira reação
é buscar dinheiro para comprar soluções
rápidas, eficazes,
radicais, que terminem a aflição e a dor.
Para conseguir este
alívio, tudo é possível:
a mentira, a
violência, a injustiça, o roubo, a ameaça…
Cada vez é mais difícil
confiarmos em Deus,
pois não O podemos
manobrar nem subornar,
há sempre “três
dias de espera”, cujo silêncio desespera,
não são só os
outros que têm de mudar,
mas eu também
tenho que ser paciente,
compreensivo e
misericordioso, pacífico e justo!
Senhor, obrigado
pela tua aliança e projeto de amor,
que paciente e
fielmente vais realizando na história.
Louvado sejas pela
tua Palavra anunciada pelos profetas,
encarnada pelo teu
Filho e proclamada por Jesus de Nazaré,
gravada em escrita
e revivida pelo Espírito
no coração sedento
de todo aquele que a escuta.
Ensina-nos a
confiar apenas em Deus
e a não buscar o
rápido e fácil, mas o amor e a fidelidade,
mesmo que tenhamos
que passar pela cruz
e “três dias” de
silêncio e de esperar sem ver!
sábado, abril 22, 2023
Sábado da 2ª semana da Páscoa
Os helenistas
começaram a murmurar contra os hebreus, porque no serviço diário não se fazia
caso das suas viúvas. (cf. At 6,1-7)
Jesus criou a
Igreja como corpo vivo
e vai dando
respostas aos desafios que vão surgindo.
Uma Igreja aberta
à missão universal
precisa de
aprender a viver a fraternidade universal
e a buscar novos
ministérios para que todos recebam a sua parte:
no serviço da
Palavra, no ministério dos sacramentos
na partilha solidária
e na construção da justiça e da paz.
A sinodalidade
junta a todos na busca de soluções,
no discernimento dos
carismas,
no envolvimento de
todos na missão da Igreja.
Na Igreja todos
devem ter o mesmo atendimento pastoral
e o mesmo
envolvimento eclesial.
Não se deve notar
centro e periferias, ricos e pobres,
privilegiados e
excluídos, mimados e esquecidos.
Mas na realidade,
temos comunidades de missa diária
e comunidades que
só têm missa uma vez por mês ou até por ano;
temos centros
urbanos que atendem aos mais frágeis
e periferias com
quem ninguém se preocupa.
Talvez tenhamos
que aproveitar o Sínodo
para buscar novos
ministérios entre os excluídos,
cheios do Espírito
Santo e de sabedoria,
para alimentar
estes cristãos com a Palavra de Deus e a Eucaristia!
Senhor Jesus,
obrigado porque vens ao nosso encontro,
nas tempestades internas
e externas que nos assaltam,
fazendo da noite
dia e das resistências motivação
para navegarmos
rumo à missão e à fraternidade universal.
Espírito Santo,
dom de comunhão e resposta sempre nova,
ajuda-nos a ousar
participar no sínodo
e a encontrar
respostas para as comunidades sem Eucaristia
e os desafios
novos da interculturalidade e dos ministérios.
Ajuda-nos a não
nos acomodarmos à desigualdade de assistência,
às periferias excluídas
da Palavra de Deus e dos sacramentos,
ao cansaço dos
sacerdotes que têm que se desdobrar em várias paróquias.
E que as novas
soluções encontradas em Sínodo possam ser:
“nós e o Espírito
Santo decidimos estes caminhos novos”!
sexta-feira, abril 21, 2023
6ª feira da 2ª semana da Páscoa
Se esta obra vem
de Deus, não podereis destruí-la e correis o risco de lutar contra Deus. (cf. At 5,34-42)
A obra de Deus não
a podemos destruir.
Até podemos matar
o seu Filho, o seu Enviado,
mas o Senhor da Vida
dá-lhes vida nova, ressuscita-O.
A Igreja é obra de
Deus, já foi perseguida muitas vezes,
já teve diversos
cancros provocados pelos pecados internos,
mas ao “terceiro
dia” o Espírito Santo dá-lhe nova vida.
Às vezes estes “três
dias” duram anos e até séculos,
mas das cinzas tem
surgido a profecia, a santidade,
a audácia da
missão, a fortaleza do martírio,
o testemunho da
fidelidade, a ousadia criativa da caridade.
Por isso, as armas
do cristão não são o fundamentalismo
nem as guerras
ditas “santas”, mas o seguimento fiel de Cristo.
O mundo anda à
procura de saciar a sua fome de sentido e de paz.
Como resposta a
esta fome, vão surgindo teorias, movimentos,
grupos religiosos,
escolas, cursos, rituais, terapias…
No meio desta fome
sincera e profunda,
vão surgindo aproveitadores,
farsantes, artimanhas da emoção.
Na Igreja há novos
movimentos de espiritualidade,
uns que advogam
voltar atrás e rejeitam o Vaticano II,
outros que acham
que o progresso é ser igual ao mundo,
outros que
desistem da missão e se afastam deste mundo.
O que importa não
é o sucesso momentâneo,
mas a sustentabilidade
de um caminho que nos leva à conversão,
à missão, à mesa
da Palavra e da Eucaristia, à pratica da caridade,
à defesa da
justiça e da vida, à continuação da missão de Cristo.
Senhor, Pão da
vida, sacia-nos com a tua Palavra
e com a luz do teu
Espírito,
para que a nossa
vida se possa tornar “obra de Deus”,
participação na
tua missão redentora do mundo.
Dá-nos o dom da
fidelidade e a inquietação da autenticidade,
para que o que sonhemos
seja o sonho de Deus,
o que façamos seja
a missão de Deus,
o que falamos seja
Palavras de Deus.
Faz da tua Igreja
e nossa mãe, uma obra de Deus,
viva e
missionária, resplandecente humilde da santidade.