quinta-feira, julho 27, 2023
5ª feira da 16ª semana do Tempo Comum
Moisés falava e
Deus respondia com voz de trovão. (cf. Ex 19,1-2.9-11.16-20)
Deus fala com
Moisés, pois este já aprendeu a sua gramática.
O povo só houve
trovões, tremores de terra, fogo,
nuvens espessas,
fumo, vento ou brisa suave, parábolas, sonhos…
A Palavra de Deus
não se impõe, embora incomode,
e precisa de ser mastigada,
interpretada, discernida e seguida.
O Espírito Santo
ilumina e clarifica;
a cegueira humana
do egoísmo e o ruído do medo e dos desejos
fazem-nos entrar
numa nuvem de trevas difícil de compreender.
Queixamo-nos da
vida, do cansaço, do tempo que escapa,
dos sinais do
corpo a gritar por uma vida sem emergências,
das depressões
pelas revoltas interiores e rancores não curados…
mas não sabemos
interpretar o que Deus nos quer dizer com tudo isto.
Às vezes até compreendemos,
mas não queremos
ou não conseguimos mudar.
Vemos as dores do
planeta terra gritar
e não queremos ouvir
nem alterar o estilo de vida.
Vemos as armas a
destruir e a matar,
mas o desejo de
ficar por cima impede-nos de parar.
Senhor, subi ao
monte e o silêncio falou-me inquietude,
a complexidade da
vida mostrou-me os erros do costume,
escuto, compreendo,
mas faço-me desentendido,
pois o ímpeto do
presente impede-me de ver o horizonte.
Aproximo-me da
Palavra como quem come uma sandes à pressa
e ela diz-me tranquilamente:
“senta-te e espera que te quero falar”!
Espírito Santo,
interprete da voz de Deus, cria sede e espaço
para Te escutar e me
deixar transformar em palavra que interpela,
brisa suave que
traz paz, misericórdia que se oferece como dom,
convite a parar,
escutar, acolher e a recomeçar diferente!
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