sexta-feira, maio 31, 2024
6ª feira da 8ª semana do Tempo Comum, Visitação da Virgem santa Maria
O Senhor teu Deus está no meio de ti, como poderoso salvador. (cf. Sof 3,14-18)
O sim de Maria abriu a porta ao Salvador.
Ainda o gérmen do Salvado cresce silenciosamente
e impercetível no seio de Maria,
e já Ele dá sinais nos passos de Maria a correr.
A saudação de Maria a Isabel sabe a Céu
e traz alegria e paz, numa sinfonia celestial
que faz João dançar como David diante da Arca da Aliança.
E neste encontro do Antigo e do Novo Testamento,
da promessa e da concretização, do Messias e do Precursor,
brota a ação de graças e o louvor
pelo mistério do Sol que nasce da humildade e fé de uma mulher.
O mundo parece abandonado a si mesmo
quando a visita deixou de ser encontro de festa
e se tornou apenas mercado de compra,
ajuste de contas e destruição ou humilhação do irmão,
destruindo os caminhos que unem as pontas.
Como é belo o caminho da peregrinação
e a arte de fazer pontes e construir albergues,
ao lado de templos que antecipam o santuário.
Então a visita é feita de visitas e encontros,
onde, sem o dizer, se canta:
“Bendito o que vem em nome do Senhor!”
Bendito sejas, meu Senhor, semente a crescer em Maria,
invisível e pequena, mas que faz deste SIM de mulher,
a nova Arca da Aliança com pés de mensageira de boas novas.
Bendita sejas, Maria, porque Te deixas conduzir
por Aquele que te faz Mãe de Deus
e te faz ser paz e alegria, como dom
do Espírito Santo.
Senhora da Visitação, faz de nós visitadores da esperança,
que procuram o Senhor presente no irmão que nos anseia
e levam consigo o Emanuel num gesto de amor e cumplicidade.
quinta-feira, maio 30, 2024
5ª feira, Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo
Este é o sangue da aliança que o Senhor firmou convosco. (cf. Ex 24,3-8)
Deus assinou a sua aliança com o sangue da fidelidade.
É por causa desta aliança de amor que envia os seus profetas
e, por fim, nos envia o seu Filho e o Espírito Santo.
O Filho encarna na nossa carne e oferece a sua vida numa cruz,
para que o sangue da nova Aliança não seja de animais,
mas assinada pelo seu Sangue e os seus mandamentos não sejam ordens,
mas moções que brotam do interior do coração dos discípulos.
E deixou-nos o sacramento da Eucaristia como sinal da nova aliança,
que celebra esta memória e a atualiza em cada crente
que celebra a Ceia do Senhor no hoje da salvação.
A missa não é um ritual obrigatório para cumprir,
mas uma aliança com o Pai, por meio do Filho,
na unidade do Espírito Santo, a reatualizar por cada um de nós.
Reunimo-nos em assembleia pois a aliança é eclesial;
pedimos perdão ao Senhor, pois somos fragilidade;
escutamos a Palavra de Deus, pois somos discípulos de Jesus;
celebramos a memória da Ceia do Senhor,
para reavivarmos a nossa oferta de vida a Deus;
comungámos o Corpo de Cristo para renovarmos o nosso sim;
fazemos ações de graças, pois Ele é a nossa salvação;
somos enviados em missão, pois esta aliança é para expandir.
Saímos em procissão pelas ruas da cidade,
pois esta proposta de aliança deve ser escutada e acolhida por todos.
Bendito sejais, Deus da aliança, pelo dom do vosso amor,
que não se cansa nem acaba, como fonte que não seca.
Bendito sejas, ó Cristo, pela renovação da tua aliança na cruz,
com o sangue da tua entrega e o sacramento da tua presença.
Bendito sejas, Espírito Santo, dom de fé que atualiza a aliança,
e faz dos sinais do pão e do vinho memória viva do amor,
tornando presente o passado e realidade a Palavra:
“Tomais e comei, isto é o meu Corpo entregue por vós!
Tomais e bebei, este é o sangue da aliança eterna
que atualizo contigo e a Igreja no hoje da salvação!”
Ajuda-nos, Senhor, a responder da mesma forma
a tão bela e extraordinária manifestação de entrega e de amor!
quarta-feira, maio 29, 2024
4ª feira da 8ª semana do Tempo Comum, S. Paulo VI
Fostes resgatados da vã maneira de viver pelo sangue precioso de Cristo. (cf. 1 Pd 1,18-25)
Deus resgatou-nos da nossa escravidão do pecado,
não com ouro e prata, erva que brilha e fenece,
mas com o seu próprio sangue, vida divina oferecida,
que permanece e dá vida eternamente.
O Filho de Deus fez-se homem para servir-nos a salvação,
não para ser servido e dominar a humanidade.
Também nós, no seguimento de Jesus,
não devemos dar a vida para ser grandes nesta terra,
ter poder e ser servido, dominar e oprimir,
mas para servir a vida a todos e a todos amar intensamente.
Há em nós um desejo secreto de ficar por cima,
de ser maior que o outro, de dominar, de ser servido.
Por causa disso, muitos matam-se a trabalhar,
fazem guerra e premeditam destruir o concorrente,
tudo fazem para conquistar o poder, mesmo usando da mentira.
É por isso, que onde cheira a poder, a riqueza fácil e a prazer acessível,
há descontrole, excessos de ambição, manobras injustas,
tentação de corrupção, regozijo na destruição do outro,
adultério e abusos, o “vale tudo” para conseguir os objetivos…
Mas vai haver um momento em que o poder se torna fragilidade,
o domínio se transforma em dependência
e a morte nos surpreende de mãos vazias de amor e de esperança!
Louvado sejas, bom Jesus, que por amor deste por nós a vida,
e por fidelidade à tua aliança continuas a tua obra de salvação.
Perdoa-nos a teimosia e a ambição desmedida em querer ser o maior,
o mais forte, o que tem mais sucesso, o que tem o comando na mão.
Ajuda-nos a confiar em Ti e a acalentar a confiança nos irmãos,
para que sejamos o sinal da tua presença e do teu amor,
que interpela o soberbo a ser humilde e o frágil a deixar ajudar-se,
neste dar-nos as mãos de peregrinos, que nos ajuda a caminhar.
S. Paulo VI, Papa e guia da Igreja em tempos de mudança,
intercede para que sejamos uma Igreja profética,
serva e fiel que propõe a salvação de Cristo a toda a humanidade.
terça-feira, maio 28, 2024
3ª feira da 8ª semana do Tempo Comum
À semelhança do Deus santo que vos chamou, sede
santos, vós também, em
todas as vossas ações.
(cf. 1 Pd 1,10-16)
Deus é santo, porque é amor que se faz missão.
Não é uma santidade que separa e afasta os pecadores,
mas que busca fermentar essa santidade em toda a criação.
Por isso, a santidade de Deus manifesta-se como misericórdia,
humildade e serviço, aliança incondicional, envio do Filho e do Espírito
oferta de vida, inabitação, purificação, renascimento, inspiração de amor.
A santidade de vida dos batizados é um dom de Deus, único santo,
mas compete-nos a nós acolher este dom e esta graça,
para que brotem em nós, em todos os nossos sentimentos e as ações,
a santidade de Deus, revelada em Jesus Cristo
e iluminada e recordada pelo Espírito Santo.
Quando pensamos na santidade do cristão,
talvez pensemos numa camisa de forças
que nos impede de ser violentos e libertinos,
e nos preforma a sermos piedosos, bonzinhos,
pouco efusivos, evitando tudo o que é realidades materiais,
diversão, política, negócios, afetividade, festa.
Ora, por alguma razão o Filho de Deus quis ser filho do carpinteiro,
usar sandálias e comer em banquetes,
tocar enfermos e abraçar crianças,
acolher publicanos e pescadores como discípulos,
ter medo à morte e ao mesmo tempo deixar-se prender
e morrer com a mesma paz e sede de salvar a todos.
Não será esta santidade que temos que seguir,
numa luta interna entre o medo de nos perdermos
e o egoísmo ciumento que grita, deixando que o amor vença
e o perdão sussurre cada vez que se é ferido?
Senhor, louvado sejas pela tua santidade,
porque ela é a nossa salvação e a nossa paz.
Obrigado Jesus, Filho amado da Santidade,
que não a perdeu, apesar de nascer criatura
e sentir as mesmas tentações de egoísmo e de rancor,
que nós sentimos e onde caímos como patinhos na água.
Espírito Santo, dom do Pai e do Filho,
a moldar-nos por dentro nesta luta permanente,
entre as suas moções de vida e amor
e os nossos impulsos de ambição e egoísmo.
Pai santo, ajuda-nos a ser santos como o teu Filho.
segunda-feira, maio 27, 2024
2ª feira da 8ª semana do Tempo Comum
Bendito seja Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que, na sua grande
misericórdia, nos fez renascer.
(cf. 1 Pd 1,3-9)
A nossa salvação é um dom que brota da misericórdia de Deus.
Toda a Santíssima Trindade está em missão para nos salvar.
Para que a nossa esperança seja viva e a nossa fé jubilosa,
é preciso que deixemos primeiro os nossos ídolos
para acreditarmos e seguirmos o Evangelho da vida,
revelado em Jesus Cristo na sua Páscoa.
O ídolo mais perigoso e que se torna pedra de tropeço no caminho
são as riquezas nas quais colocamos a nossa esperança e salvação.
Perante a promessa da recompensa do Céu,
muitos de nós vamos confiando mais nas recompensas de hoje
e nas seguranças que temos agora: dinheiro, saúde, amigos, fama, poder…
mesmo sabendo que são efémeras e com termo incerto.
E se tivermos que perder alguma destas seguranças de hoje,
por causa da fé e do seguimento de Cristo,
custa-nos largar “esse pássaro que temos na mão”
e acreditar no “pássaro a voar” da eternidade.
E até se costuma dizer: “eu acredito no Céu, após a morte,
mas quanto mais tarde melhor”!
Bendito sejas, Pai do nosso salvador, Jesus Cristo,
que nos fez renascer como teus filhos
e nos deu o seu e teu Espírito que nos faz respirar divinamente.
Ensina-nos a aprender a olhar para o horizonte da eternidade e a ver o
infinito,
que nos dá vertigens e relativiza as seguranças a que nos habituámos.
Ajuda-nos a renascer de novo e a colocar em Ti a nossa esperança,
pois estamos demasiados agarrados às nossas seguranças.
Fortalece a nossa fé e torna-nos livres para te seguir e anunciar.
domingo, maio 26, 2024
8º Domingo do Tempo Comum, Santíssima Trindade
O próprio Espírito dá testemunho de que somos
filhos de Deus e herdeiros
com Cristo; (cf. Rm 8,14-17)
Fomos criados por um mistério de amor, a quem chamamos Deus.
É um mistério único e verdadeiro, trinitário e surpreendente,
silencioso e atuante, cujo o poder é serviço e misericórdia,
próximo e diferente, uma boa surpresa quando despertamos para a fé.
Visita-nos e dá-nos a mão que conduz, ilumina e salva.
Envia o seu Filho eterno como Filho de Maria,
faz-se carpinteiro e calcorreia os nossos caminhos,
fala-nos de Deus Pai com a ternura de menino amado,
oferece a sua vida para que tenhamos vida eterna,
envia-nos o Espírito Santo para que oremos
e vivamos como Filhos de Deus e sigamos os seus passos.
Que maravilha sermos criaturas humanas
e filhos de Deus por meio de Jesus, na comunhão do Espírito.
Há em todo o ser humano o sonho de ser único
e ao mesmo tempo ser comunhão, alegrar-se com a amizade,
fazer festa e sentir o calor do outro,
trocar palavras, memórias e projetos como família.
Na relação com Deus também gostamos de estar a sós com Ele,
mas precisamos de momentos comunitários,
em que sentimos que não estamos sós e nos animamos mutuamente.
Somos filhos de Deus Trindade, que nos criou à sua semelhança,
onde o ser pessoa livre e única caminha lado a lado
com a consciência de ser parte de um todo, ser comunhão e amigo.
A família nasce do amor de duas pessoas únicas e diferentes,
que se unem num projeto de vida comum
e se consolida na conceção de filhos que elevam este amor,
e faz que sejam uma família em três ou mais pessoas.
Bendito sejas, mistério divino que desde sempre nos envolves,
e nos habituaste às leis previsíveis da natureza
e ao seu poder curativo, como providência divina invisível.
Bendito sejas, Pai eterno,
que o teu Filho nos ensinou a chamar querido Papá.
Bendito sejas, Filho de Deus feito um de nós em Maria,
de aparência humilde e indefesa,
que até parece que somos nós que devemos cuidar de Ti,
mas que afinal és um criador de filhos de Deus
e nos abraças a todos como irmãos no abraço da cruz.
Bendito sejas, Espírito Santo, que nos fazes respirar divino,
e gemer oração e doar perdão e criar comunhão
e ser muitos e diversos, formando uma só Igreja de Cristo.
sábado, maio 25, 2024
Sábado da 7ª semana do Tempo Comum
Orai uns pelos outros, para que sejais curados. (cf. Tg 5,13-20)
Orar é um ato de fé a Deus e de amor aos irmãos,
que faz bem ao próximo e a nós mesmos.
Elevar as mãos em oração é abrir-nos à graça de Deus.
Rezar uns pelos outros e impor as mãos suplicantes sobre o doente,
é um sinal de compaixão que liberta do pecado
e do sofrimento solitário,
cura a fragilidade e abre à esperança e ao perdão.
O sacramento da Unção dos Enfermos é ungir com esperança,
pedir à Igreja que ajude o doente a ver a presença de Jesus,
na dor e no temor das limitações e fragilidades
que a doença abre quando o calor da doença nos aflige.
Nossa Senhora, em Fátima, pediu a três crianças
que rezassem pelos pecadores e pelos enfermos.
Não devemos ser indiferentes à sorte do outro,
pois é o amor ao próximo e a fé em Deus
é que salva e cura este mundo enfermo e à deriva.
Quando o rancor mata a alegria da relação
e ficamos possuídos pelo ressentimento e a vingança,
rezar por aquele que nos ofendeu,
é sentar-se à mesa da misericórdia e pedir ao Médico que nos cure
e nos ajude a curar a ferida e a recomeçar de novo a relação.
Senhor, nesta manhã, ao acordar do repouso,
entrego-Te todos os que enfermam do pecado e da solidão,
todos os que não dormiram pela doença e pela dor,
todos os que resistem a curarem o rancor e a dar perdão,
todos os que são obreiros da guerra e só veem inimigos a abater.
Dá-nos a sabedoria do teu Espírito, que abençoa e cuida,
que nos ensina a fazer a paz e a contruir a justiça,
que faz dos braços abraços e dos pés mensageiros da esperança,
que sabe louvar a Deus e interceder pelos irmãos.
Venha a nós o vosso Reino de amor e de perdão!
sexta-feira, maio 24, 2024
6ª feira da 7ª semana do Tempo Comum
Seja «sim» o vosso sim e «não» o vosso não, para
não vos expordes ao
julgamento. (cf. Tg 5,9-12)
Deus é o sim da aliança eterna com a humanidade.
Jesus é o sim de Deus e o sim ao Pai,
num abraço jubiloso, perseverante e doloroso,
entre Deus e a humanidade, entre a santidade e o pecado.
O Espírito Santo e a Palavra de Deus alimentam o nosso sim,
ondeado por infidelidades e desistências,
por divórcios e adultérios, piedade e idolatrias.
O amor deve ser paciente e misericordioso para com o próximo,
à medida da fidelidade e do amor incondicional de Deus para connosco.
Habituamo-nos ao “nim” flácido e interesseiro,
que agora é “sim” e daqui a um minuto pode ser “não”,
com a naturalidade de um adolescente que mente para sobreviver.
Respira-se precaridade no emprego, na amizade,
na relações matrimoniais, na consagração religiosa,
na forma como se recebem e vivem os sacramentos,
na política, na forma de construir, nos aparelhos eletrónicos…
Tudo é fluido e incerto, respirando insegurança
e medo de rotina que chateie e coarte a liberdade.
Nesta vida ondeada e sem raízes, parece que somos bipolares,
que umas vezes andamos entusiasmados e eufóricos,
e logo a seguir ficamos tristes e deprimidos.
Parece que temos medo de enraizar,
com receio de perder a capacidade de correr e voar, de viajar.
Será que perdemos o sonho de eternidade?
Bendito sejas, bom Deus, porque sois eternamente misericordioso,
e o teu Sim à humanidade é uma Pessoa,
uma Palavra que se fez carne e mesmo quando esbarra com um “não,
ressuscita sempre o “Sim” perseverante, paciente e eterno do amor.
Bendito sejas, ó Cristo, pelos sacramentos que nos convidam
e alimentam um “sim” semelhante ao teu,
que nos leve a crescer até à maturidade espiritual da santidade.
Bendito sejas, pelo sim de Maria e de José,
e pelos sins que venceram os “nins” nos santos que veneramos.
Enraíza-nos em Cristo e na sua Palavra,
para que a seiva boa e fiel do Espírito
nos dê discernimento e força para dizer “sim” ao amor
e “não” à tentação de andar à deriva em busca de novidades.
quinta-feira, maio 23, 2024
5ª feira da 7ª semana do Tempo Comum
Levastes na terra uma vida regalada e libertina, cevastes os vossos
corações para o dia da matança.
(cf. Tg 5,1-6)
Jesus revela-nos que a verdadeira felicidade,
não é viver para si mesmo e todos ao seu serviço,
mas é viver para servir e amar,
tornando-se restaurador da esperança,
cozinheiro da fraternidade e da partilha,
médico de feridas do ressentimento e da inveja,
cirurgião que corrige malformações de percurso,
pedagogo que educa para a relação justa e pacífica.
Viver para si mesmo é desertificar a vida ao seu redor!
A obesidade é um das grandes doenças do presente.
O tipo de vida, de comida e de objetivos buscados,
diminui os movimentos dos pés e dos braços
e aumenta os movimentos dos dedos e da boca,
dos olhos e dos ouvidos,
e de tudo o que dá gosto aos sentidos
e estimula a imaginação, o sonho e a fruição.
A ambição de fruir e de dominar é tanta,
que parecemos animais de engorda
e máquinas de consumir sensações,
novidades e emoções, à custa de uma vida egoísta,
injusta, exploradora e sedentária.
Quem sofre com isso é o coração,
como órgão que alimenta este corpo parado e anafado,
e como sede do amor e de relações justas e fraternas.
Senhor, é bom ver-Te encarnado e saber
que o problema não é o corpo, mas o que fazemos com ele.
Espírito Santo, luz que nos mostra o caminho da vida em Jesus,
purifica o nosso coração de ambições consumidoras,
sem rumo e sem critério que não o prazer e o poder.
Liberta-nos de um olhar míope que apenas vê o umbigo
e gera narcisismo, injustiça e exploração,
numa vida desequilibrada, solitária e sedentária.
Ajuda-nos a recuperar a agilidade do gosto de fazer o bem
e da ascese e autocontrole dos sentidos e das emoções,
para que sintamos que não andamos à deriva
e o coração está bom e leve para trabalhar e para amar.
quarta-feira, maio 22, 2024
4ª feira da 7ª semana do Tempo Comum, S. Rita de Cássia
Quem sabe fazer o bem e não o faz comete pecado. (Cf. Tg 4,13-17)
Deus só sabe fazer o bem, porque é amor.
Toma a iniciativa de salvar quando vê perdição;
abre o coração para perdoar quando vê arrependimento;
envia os seus profetas e até o seu Filho,
quando vê infidelidade e idolatria, desorientação;
entrega a vida do seu Filho na cruz para a todos redimir;
ressuscita o seu Filho e acolhe a humanidade no Céu,
enviando-nos o seu Espírito e criando a Igreja
para continuar a fazer o bem e a todos salvar…
Nós somos discípulos deste Deus feito homem,
que passa a vida a fazer o bem e a recuperar o perdido.
A omissão do bem e do perdão é um pecado grave!
O pecado de omissão chama-se hoje indiferença,
assumir a posição de espetador e comentador,
que opina sobre tudo e sobre todos,
mas não mexe um dedo para melhorar a situação.
Perante qualquer emergência a resposta é sempre a mesma:
“isso não é nada comigo”, “o problema é dele que se desenrasque”
“o Estado é que tem que resolver estes problemas”,
“que vá para a sua terra, que ninguém o chamou para aqui”,
“não tenho que lhe perdoar nem fazer as pazes,
porque foi ele é que começou”,
“não estou para isso, tenho mais que fazer”…
Senhor, obrigado porque nos dás saúde
e capacidade para fazer o bem e coração para ser compassivo.
Ajuda-nos a não guardar este tesouro de dons
para os enterrar e esconder no chão
ou para os guardar apenas para mim e os meus interesses.
Espírito Santo, dom de sabedoria e de comunhão,
abre o nosso coração à alegria de fazer o bem e de servir,
comprometendo-nos com a sorte de quem necessita,
com a iniciativa da caridade e ousadia do perdão,
tornando-nos no amigo oportuno e no ombro improvável.
S. Rita de Cássia, mulher de coração bom e cheia de fé,
ajuda-nos com a tua intercessão a não pecarmos por omissão.