sexta-feira, maio 24, 2024
6ª feira da 7ª semana do Tempo Comum
Seja «sim» o vosso sim e «não» o vosso não, para
não vos expordes ao
julgamento. (cf. Tg 5,9-12)
Deus é o sim da aliança eterna com a humanidade.
Jesus é o sim de Deus e o sim ao Pai,
num abraço jubiloso, perseverante e doloroso,
entre Deus e a humanidade, entre a santidade e o pecado.
O Espírito Santo e a Palavra de Deus alimentam o nosso sim,
ondeado por infidelidades e desistências,
por divórcios e adultérios, piedade e idolatrias.
O amor deve ser paciente e misericordioso para com o próximo,
à medida da fidelidade e do amor incondicional de Deus para connosco.
Habituamo-nos ao “nim” flácido e interesseiro,
que agora é “sim” e daqui a um minuto pode ser “não”,
com a naturalidade de um adolescente que mente para sobreviver.
Respira-se precaridade no emprego, na amizade,
na relações matrimoniais, na consagração religiosa,
na forma como se recebem e vivem os sacramentos,
na política, na forma de construir, nos aparelhos eletrónicos…
Tudo é fluido e incerto, respirando insegurança
e medo de rotina que chateie e coarte a liberdade.
Nesta vida ondeada e sem raízes, parece que somos bipolares,
que umas vezes andamos entusiasmados e eufóricos,
e logo a seguir ficamos tristes e deprimidos.
Parece que temos medo de enraizar,
com receio de perder a capacidade de correr e voar, de viajar.
Será que perdemos o sonho de eternidade?
Bendito sejas, bom Deus, porque sois eternamente misericordioso,
e o teu Sim à humanidade é uma Pessoa,
uma Palavra que se fez carne e mesmo quando esbarra com um “não,
ressuscita sempre o “Sim” perseverante, paciente e eterno do amor.
Bendito sejas, ó Cristo, pelos sacramentos que nos convidam
e alimentam um “sim” semelhante ao teu,
que nos leve a crescer até à maturidade espiritual da santidade.
Bendito sejas, pelo sim de Maria e de José,
e pelos sins que venceram os “nins” nos santos que veneramos.
Enraíza-nos em Cristo e na sua Palavra,
para que a seiva boa e fiel do Espírito
nos dê discernimento e força para dizer “sim” ao amor
e “não” à tentação de andar à deriva em busca de novidades.
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