quarta-feira, julho 24, 2024
4ª feira da 16ª semana do Tempo Comum
Senhor estendeu a mão, tocou-me na boca e disse-
me: «Eu ponho as minhas
palavras na tua boca»
(cf. Jer 1,1.4-10)
O chama-nos a ser a sua Palavra e o seu testemunho,
cada um à sua maneira e segundo a sua condição.
Tocados pela graça de Deus, já não somos crianças
nem temor dos grandes da terra, mas somos enviados de Deus,
palavra oportuna que clarifica e denuncia a mentira da vida,
sementeira de esperança num mundo mal arado.
Jeremias sente-se pequeno para tão grande missão e é-o,
mas, porque Deus colocou na sua boca a Palavra de Deus,
ele tornou-se forte e destemido,
apesar de humanamente continuar a ser frágil e perseguido.
Há certos partidos que parece que engoliram uma gravação,
dizem todos a mesma coisa e têm todos a mesma opinião.
Se há alguém dissonante é posto de fora
ou vai para uma “escola de reeducação”.
Há certas sociedades que pensam todos a mesma coisa,
têm todos os mesmos gostos de moda,
os mesmos consumos de novidades, o mesmo senso comum.
Se há algum dissonante é marginalizado e ridicularizado,
classificado de antiquado, de estacionado no passado.
No entanto, quando, no meio da corrupção e do seguidismo
aparece alguém sério, justo e inovador, que nos ajuda a pensar,
há a surpresa da admiração e a possibilidade de liderança renovadora.
Senhor, obrigado por nos teres chamado a ser tua Palavra,
apesar da nossa indignidade e infidelidade a tão grande missão.
Purifica os nossos lábios e o nosso coração,
para que sejamos fieis e destemidos porta-vozes da tua vontade,
profetas que interpelam à conversão a Deus e ao amor dos irmãos.
No meio de tanta repetição e imitação da maioria em voga,
ajuda-nos a ser uma Igreja profética e clarificadora,
dum mundo mais justo e pacífico, integrador e solidário,
cheio de esperança e semeador da boa semente da vida e do amor.
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