quinta-feira, agosto 29, 2024

 

5ª feira da 21ª semana do Tempo Comum, Martírio de S. João Batista

 



Levanta-te, para ires dizer tudo o que Eu te ordenar. Não temas diante deles. (cf. Jer 1, 17-19)

 

O profeta não se ajoelha perante o poder e a força,

mas submete-se à vontade de Deus e faz-se sua Palavra.

A verdade toca feridas e incomoda injustiças e mentiras,

por isso, a resposta dos visados na denúncia

é tentar subornar o profeta ou calar a sua voz,

ameaçando-o, prendendo-o, desacreditando-o e matando-o.

Este foi o destino dos grandes profetas,

de João Batista, do Filho de Deus e dos seus discípulos.

 

A voz da verdade e da justiça, umas vezes peca pela omissão

outras pelo falso testemunho e denúncia com segundas intensões.

Há compromissos partidários e interesses eleitoralistas

que desacreditam a denúncia e acentuam o silêncio.

E quando alguém, como o Papa, clama por justiça e pela paz,

e se coloca ao lados dos mais frágeis e inocentes,

é visto com admiração pela sua ousadia,

mas os seus alertas não são levados a sério no concreto.

 

Senhor, reconhecemos que, ontem como hoje,

queres salvar o mundo e contas com a nossa colaboração.

Chamas cada um de nós a ser profetas, teus porta-vozes,

mas o medo entranha-se na vontade e acobarda-nos,

deixando-nos indiferentes e apáticos

como espetadores da destruição e da corrupção,

da idolatria e da iniquidade,

refugiando-nos num espiritualismo desencarnado e atos de piedade.

S. João Batista, profeta de uma só palavra, a da verdade,

intercede por nós, para que não temamos o poder e a morte,

quando o Senhor nos envia em seu nome e somos rejeitados.



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