domingo, outubro 06, 2024
27º Domingo do Tempo Comum, Mês das Missões e do Rosário
Não Se envergonha de lhes chamar irmãos. (cf. Heb 2, 9-11)
Deus fez as criaturas com coração, com capacidade de amar.
É o amor que une, eleva, salva, cuida, perdoa, acolhe.
Foi por amor que Deus criou o masculino e o feminino,
capaz de comunhão e de ser fecundo.
Foi por amor que Deus criou uma história de salvação,
que resiste à traição e ao pecado, fazendo-se remédio de perdão.
Foi por amor que Jesus encarnou, desceu à nossa condição,
se fez servo e entregou a sua vida pela nossa salvação.
É por amor que a relação humana, seja ela qual for,
deve procurar o bem do outro, curar a fragilidade,
investir na comunhão, evitando a indiferença e a separação.
Há situações que podem causar vergonha de ser irmão de alguém:
quando é portador de deficiência ou de doença psiquiátrica,
quando sofre de alguma dependência ou pena presidiária,
quando é pobre e miserável e vive na indigência,
quando é refugiado e migrante e nos bate à porta,
quando há ofensa e aparece como traidor de confiança,
quando tem comportamento marginal e agressivo…
nestes casos há a tentação de não os considerarmos irmãos,
e a preocupação de mostrar que não temos nada a ver com eles.
No entanto, nós somos todos irmãos, filhos do mesmo Pai,
amados e salvos pelo mesmo Salvador!
Bom Pai, bendito sejas que nos fizestes irmãos universais,
cuidadores da criação, artífices da comunhão e da paz.
Perdoa, porque muitas vezes iramo-nos contra os irmãos,
marginalizamos a imperfeição, julgando-nos superiores,
juízes e penalizadores de tudo o que nos envergonha,
desilude, trai e ou exige de nós perdão e compreensão.
Bom Jesus, Irmão grande que a todos abraças na cruz,
ensina-nos a amar como Tu,
sem nos deixarmos contaminar pela indiferença ou pelo ódio.
Senhor, protege as nossas famílias para que encontrem em Ti
remédio para tudo o que provoca o divórcio e a separação.
sábado, outubro 05, 2024
Sábado da 26ª semana do Tempo Comum, S. Faustina, Mês das Missões e do Rosário
Só Vos conhecia por ouvir falar de Vós, mas agora
já Vos viram os meus
olhos. (cf. Job 42,
1-3.5-6.12-16)
A fé adentra-nos no mistério de Deus
e faz-nos passar do “ouvir falar” à experiência do Inefável.
O ouvir falar é religiosidade cultural e tradição,
são ritos e crenças que passam de geração a geração,
são textos ou oratórias de endoutrinação.
Fazer a experiência de Deus é oração,
meditação da Palavra de Deus, contemplação da natureza,
resposta a uma busca do mistério, Mão estendida ao naufrago.
É na medida em que partimos em missão
que fazemos a experiência de Deus a atuar em nós,
a falar por nós, a agir por meio de nós!
Muita da catequese é mais endoutrinação
do que pedagogia para o encontro com Jesus,
aprendizagem da escuta do Evangelho,
caminho de fé para os sacramentos e para a missão da Igreja.
Essa hora por semana é muitas vezes um passatempo
ou um mini curso da religião, pobre de conteúdos,
que pretende apenas o diploma para abandonar a Igreja!
É para ouvir falar de Jesus e dos sacramentos,
não para aprender a escuta-Lo na Palavra de Deus e na vida
e saber encontra-Lo e segui-Lo, tornando-se seu mensageiro.
Bom Deus, de tanto ouvir falar de Ti Te procurei
e sem Te ver Te experimentei como Criador e Pai,
que sustentas a nossa vida com um amor de mãe.
Querido Jesus, apesar de pareceres frágil e demasiado humano,
vou-Te descobrindo vivo no presente quotidiano,
com os mesmos traços de compaixão e misericórdia,
com que te manifestaste na história da Galileia e da Judeia.
Espírito Santo, dom de paz e de alegria
que iluminas o caminho da vida em Jesus e em Igreja,
como coração que bate ao ritmo divino do amor.
S. Faustina, apóstola de Jesus misericordioso,
ensina-nos a confiar quando a fragilidade do pecado nos abate.
sexta-feira, outubro 04, 2024
6ª feira da 26ª semana do Tempo Comum, S. Francisco de Assis, Mês das Missões e do Rosário
Sinto-me tão pequeno: que poderei responder-Vos? (cf. Job 38, 1.12-221; 40, 3-5)
Perante o mistério insondável da vida e do Criador,
sinto-me tão pequeno e ínfima migalha,
que me interrogo: “que é o homem para que vos lembreis dele”?
Não passamos de frágeis e inconstantes criaturas de Deus,
agraciadas pelo dom da consciência e da ciência,
cada dia retocadas pelo dom da misericórdia,
por quem o Filho de Deus encarnou e deu a vida,
e que para nossa salvação permanece connosco.
Quem somos nós para que o Espírito de Deus
nos escolha para sua morada e escola de amor?
A humanidade vive um síndrome de adolescência,
maravilhada com as descobertas científicas e tecnológicas,
entregue a si mesma e rebelde a tudo o que são normas externas.
O sumo bem que procura é a liberdade de si em todos os níveis,
fechando os olhos às consequências nefastas que provoca
em si mesmo, nos outros, na ordem social e política,
na criação e no seu futuro sustentável.
E para evitar confrontar-se com a verdade da vida,
consome coisas num ritmo estonteante e dependente,
esquivando-se ao silêncio e à solidão para não pensar nem avaliar.
Senhor, bendito sejas na grandeza do teu coração,
que faz da omnipotência serviço da vida
e do teu amor eixo da história e da nossa salvação.
Em Ti vivemos sem nada merecermos,
gratuitamente amados e elevados à condição de filhos.
S. Francisco de Assis, poeta enamorado do Criador,
ensina-nos a parar para contemplar e escutar,
despindo-nos da vaidade do ter e do parecer,
para sermos apenas irmãos universais da criação
usando as sandálias da humildade, da simplicidade e da paz.
quinta-feira, outubro 03, 2024
5ª feira da 26ª semana do Tempo Comum, Mês das Missões e do Rosário
Eu sei que o meu Redentor está vivo e no último
dia Se levantará sobre a terra. (cf. Job 19, 21-27)
Deus é ser presente para além das nuvens da fé.
Há dores e fracassos que obscurecem o horizonte de esperança.
E se aqueles que estão ao nosso lado, em vez de animar,
se põem a julgar, a criticar e a culpabilizar,
o luar da noite torna-se verdadeira lua nova.
Assim era situação de Job, apenas iluminado pela chama da fé.
Assim é a situação do cristão enviado em missão,
despedido de seguranças, como cordeiros no meio de lobos,
para semear o Evangelho e levar a paz da salvação.
Decorre em Roma mais uma sessão do Sínodo.
Na sinodalidade todos são pobres que partilham da sua escuta.
É um momento propício para nos colocármos à escuta
do que o Espírito Santo quer dizer à Igreja,
para que esta possa ser fiel à sua missão de enviada de Cristo.
A única certeza que temos é que o Espírito nos conduz
e que juntos temos mais garantia de um discernimento verdadeiro
da conversão a promover e do rumo a tomar.
Bom Pai, amado Jesus e bem vindo Espírito Santo,
venha a nós o vosso reino e seja feita a vossa vontade.
Mandai operários para a vossa messe
e ajudai-nos a ser fiéis à vossa missão,
revelada em Jesus Cristo e gravada no Evangelho apostólico.
Envolvei e iluminai com a luz do Espírito Santo
a Igreja sinodal reunida em Roma
para que a novidade seja um regresso à fonte da missão,
neste deserto sedento de vida nova e de paz.
quarta-feira, outubro 02, 2024
4ª feira da 26ª semana do tempo Comum, Santos Anjos da Guarda, Mês das Missões e do Rosário (2 outubro)
O coração de Deus é sábio, a sua força é grande:
se vier junto de mim, não O vejo, se passar a meu
lado, não O sinto. (cf. Job 9, 1-12.14-16)
Deus é um mistério de grandeza insondável
e de proximidade silenciosa e humilde,
de justiça e de amor compassivo e redentor.
Desce a nós para fazer aliança e nos salvar,
como o pai e a mãe pegam na criança ao colo
e a elevam da sua pequenez de criatura,
para nos fazer grandes como filhos amados e perdoados.
O Anjo da Guarda é um enviado a estar junto de nós,
invisível mas real, como pedagogo do seguimento de Jesus.
O mais importante da vida é imaterial mas real:
o amor, a saudade, a dor, o ressentimento, a compaixão,
a felicidade, a tristeza, a paixão, o ódio, a fé e a esperança…
A solidão que brota da fé, torna-se habitada e diálogo,
numa comunhão com o invisível e escuta do silêncio,
que traz paz e ilumina o rumo, num encontro com a essência.
Se é verdade que a Bíblia afirma
que todos temos o nosso Anjo da Guarda,
também é verdade que ele só atua se o deixarmos
e escutarmos como pedagogo do bem e da verdade.
Bendito sejas, meu bom Senhor, grande e poderoso,
próximo e manso e humilde de coração,
sempre pronto a levantar-nos da fragilidade
com um amor incondicional e eterno.
Bendito sejas pelos anjos que nos guardam e aconselham,
quando o egoísmo, a ambição e o rancor nos cegam
e nos fazem cair no engano da guerra, da mentira
e da fuga da verdade em busca de miragens.
Ajudai-nos a seguir Jesus sem apegos e com ardor.
terça-feira, outubro 01, 2024
3ª feira da 26ª semana do tempo Comum, S. Teresa do Menino Jesus, Mês das Missões e do Rosário
Job abriu a boca e amaldiçoou o dia do seu
nascimento. (cf. Job 3, 1-3.11-17.20-23)
A vida está cheia de contratempos que nos obrigam a buscar soluções.
São os desafios que nos fazem crescer e ficar mais sábios e fortes.
O cair na tentação revela a fragilidade que é preciso fortalecer,
vigiar e discernir, para que o passo em frente não seja depressiva.
O fracasso e a resistência, pelo instinto natural, pede defesa-ataque,
mas o bom senso e o discernimento abrem outros caminhos.
A vida é uma escola que deve ter como mestre Jesus e o seu Espírito.
É a deficiência que dá brilho à perfeição,
assim como é a dor que dá sentido à alegria.
É bonito ver pessoas com deficiências,
que foram descobrindo alternativas e se supriram,
sem se deixarem abater pelo desespero e passividade vitimista.
É inspirador ver os jogos para-olímpicos
e pessoas lutadoras desfocadas da deficiência
e totalmente focadas em objetivos e confiantes em alcança-los.
Ver toda uma vida bela e única a partir dos óculos do sofrimento
ou do fracasso momentâneo ou de algum aspeto do corpo rejeitado,
é ser injusto com a vida e o Criador e culpa o destino.
Senhor, bendito sejas pela esperança que se abre,
quando algo escure a vida e a torna dorida e limitante.
Ensina-nos, Senhor, a procurar ir por outro caminho,
quando o que tínhamos projetado se fechou,
fazendo da vida criatividade e aventura ousada.
S. Teresa do Menino Jesus, caminho humilde
e jubiloso das coisas pequenas do dia a dia,
reza para que em nós renasça sempre uma nova infância,
que ama e confia em Jesus encarnado e presente na Eucaristia.