sexta-feira, novembro 30, 2012
Jesus viu dois irmãos:
Simão, chamado Pedro, e seu irmão André, que lançavam as redes ao
mar, pois eram pescadores.(cf.
Mt 4,18-22)
O
ser humano é todo ele vocação:
fomos
chamados à vida pelo Criador,
fomos
chamados à santidade pelo Espírito da graça,
fomos
chamados à filiação divina pelo Filho de Deus,
fomos
chamados ao matrimónio
pelo
Deus do amor e da fecundidade,
fomos
chamados à Missão evangelizadora
pelo
Primeiro Missionário do Pai
que
vê, confia, chama e envia a continuar a Missão de Deus,
fomos
chamados à consagração de vida
por
Aquele que sendo rico se fez pobre,
que
sendo Senhor se fez servo obediente,
que
sendo Amante por identidade, declarou amor a todos.
Passar
a vida sem escutar o chamamento do Mais
é
minguar no tempo em horizontes de sentido,
e
perder a oportunidade de colaborar com Deus
no
Seu projeto criador, renovador e divinizador da humanidade.
Senhor,
obrigado pelo chamamento de André e de Pedro.
Obrigado
pela multiplicidade de chamamentos
que
continuas a confiar-nos.
Obrigado
porque me chamaste, a mim, a ser mais,
diminuindo-me
em gorduras de poder e seguranças passageiras.
Ajuda-nos
a dizer sim com radicalidade e determinação,
a
deixar tudo para Te seguirmos realmente.
quinta-feira, novembro 29, 2012
Então,
hão-de ver o Filho do Homem vir numa nuvem com grande poder e
glória.
(cf. Lc 21,20-28)
As
nuvens escuras impedem-nos de ver o sol de brilhar,
no
entanto, ele está lá, com a mesma intensidade e calor.
A
sabedoria da vida e a confiança na harmonia da natureza
fazem
compreender que há outono e primavera,
inverno
e verão, frio e calor, chuva e sol.
A
nossa história pessoal de fé
e
a história de salvação do povo de Deus,
relatada
na bíblia e concretizada na história da Igreja,
mostra
que Deus está presente na vida e nela atua,
mesmo
quando não nos apercebemos
ou
parece que está a dormir no barco em tormenta.
Só
a fé nos faz ver o Invisível
e
confiar nAquele que selou connosco
uma
aliança eterna, para além das nuvens do pecado.
Senhor
Jesus, obrigado porque estás ao nosso lado
e
nos amas com amor livre e libertador.
Obrigado
porque, quando a dúvida nos cega
e
o egoísmo nos distrai e absorve,
Tu
esperas paciente e ativamente
que
voltemos e abramos o nosso coração à Verdade.
Nestes
tempos de crise e turbulência,
abre
os olhos do nosso coração
à
esperança e à conversão de vida.
quarta-feira, novembro 28, 2012
Assim, tereis ocasião
de dar testemunho. (cf. Lc
21,12-19)
Dar
testemunho de Jesus Cristo
supõe
encontro jubiloso, adesão livre e seguimento fiel,
que
crie a diferença e seja válido em todas as situações.
Há
países em que a prática da fé gera nos outros
medo
e perseguição violenta pelas armas e pelas leis.
Há
outros, que em nome da modernidade e da liberdade,
pretendem
anular a força renovadora do cristianismo,
ridicularizando
e acusando de conservadoras e antiquadas
as
práticas religiosas e os valores éticos da Igreja.
O
resultado tem sido que algumas posições
geradoras
de morte, de injustiça e de enfraquecimento da família,
ganharam
foros de cidadania pública
e
a religião cristã recuou para o domínio da privacidade,
do
relativismo prático e das catacumbas da piedade.
Senhor
Jesus, Testemunha fiel da Verdade de Deus,
ajuda-nos
a ser constantes e convictos
no
testemunho da Tua Boa Nova redentora
para
o mundo de hoje que anseia pelo infinito.
Liberta-nos
do medo de sermos diferentes,
que
abafa a alegria de acreditar no Evangelho,
e
nos torna camaleões, especialistas em camuflagem.
Aumenta
em nós a fé e a paixão por Te seguir
neste
tempo em que somos chamados a fazer parte
do
grupo que promove uma nova evangelização,
se
medo nem fundamentalismos militantes.
terça-feira, novembro 27, 2012
Virá o
dia em que, de tudo isto que estais a contemplar, não ficará pedra
sobre pedra.(cf. Lc 21,4-11)
Nada
do que construímos é eterno,
a
não ser aquilo que o próprio Deus constrói em nós,
com
a areia do nosso serviço humilde,
o
ferro da nossa fé frágil,
a
água da graça que jorra de Cristo
e
o cimento do amor que tudo une e fortifica.
As
casas, os impérios, os projetos de realização pessoal
são
apenas meios para provarmos a nossa fidelidade a Deus.
Quando
paramos no caminho
e
nos entronizamos nas obras grandiosas que realizámos,
o
orgulho cega-nos o entendimento
e
encerramos a eternidade nas obras limitadas que temos.
E
por aquilo que perece damos a vida,
perdemos
o sono, mentimos, roubamos, agredimos os outros,
e
fazemos desta vida uma ante-visão do inferno que cavamos.
Senhor
Jesus, caminho seguro da imortalidade,
obrigado
porque aceitaste perder-Te para salvar
os
que querendo imortalizar-se a si mesmos, se perdem.
Ajuda-nos
a caminhar na fé, com coração de esperança
e
a fazer de cada instante uma semente de eternidade.
segunda-feira, novembro 26, 2012
Jesus
levantou os olhos e viu...(cf.
Lc 21,1-4)
Estamos
na última semana do ano litúrgico.
É
tempo de avaliar o caminho que fizemos, a luz que acolhemos,
o
rumo que escolhemos, os frutos que demos,
aquilo
que oferecemos ao Senhor e aos outros.
Demos
do que sobejava ou demo-nos totalmente?
Caminhámos
pela fé e a caridade
ou
apenas forçados pelo medo e a necessidade?
Jesus
vê o coração, conhece a alma das motivações.
Sofre
quando nos vê distraídos e cegos
a
papaguear orações a correr
a
assistir a missas por dever e coração ausente,
a
oferecer o que sobeja, como quem empresta com juros,
a
ausentar-se do diálogo e da solidariedade
em
delírio egocêntrico e narcisista.
Senhor
Jesus que nos olhas com o coração
e
nos vês com a transparência da verdade,
obrigado
porque o Teu amor não se cansa nem amua
quando
a mentira nos cega e a vanglória nos domina.
Ajuda-nos,
Senhor, a ser como Tu, a dar-nos totalmente
e
a oferecer tudo o que temos e somos
num
verdadeiro ato de fé, esperança e caridade.
domingo, novembro 25, 2012
Festa de Cristo Rei
Respondeu-lhe Jesus: «É
como dizes: Eu sou rei! Para isto nasci, para isto vim ao mundo: para
dar testemunho da Verdade.(cf.
Jo 18,33b-37)
Reinar,
para nós, é assumir e deter o poder uni-pessoal
sobre
um determinado território, encargo, pessoas e bens.
O
rei ou o chefe que foi coroado
para
coordenar e administrar o bem comum,
acaba
por se apoderar do reino
e
formar um exército de violência e pressão
para
se defender de possíveis concorrentes ao poder
ou
opositores à sua vontade.
É
o medo de se perder e a soberba de ter
que
faz o rei amuralhar-se,
defender-se
e atacar com violência e reinar com mentira.
Reinar
para Jesus é uma Missão
que
nasce dum Deus aberto, manso, destemido,
especialista
em amor gratuito e universal.
No
Seu Reino habita a Verdade
e
o seu palácio é uma tenda de peregrino
que
testemunha a alegria de recriar e perdoar.
O
Seu exército são anjos da guarda
que
dão força ao fraco e esperança ao oprimido,
pois
formaram-se na escola do bem e do Bom Pastor.
Senhor
Jesus, Rei e salvador das nossa vidas,
obrigado
porque nos amas tanto
e,
no trono da cruz, deste a vida por todos nós.
Obrigado
porque és um Rei Servo,
vazio
de poder porque pleno de amor.
Ajuda-nos
a acreditar no poder redentor da misericórdia
e
na força mansa do perdão sanador.
Vem,
Senhor Jesus, e reina nos nossos corações,
nas
nossa famílias, nas nossas empresas,
nas
nossas comunidades eclesiais e no nosso mundo.
sábado, novembro 24, 2012
JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO
De um rio a outro rio,
De um mar a outro mar,
Dos vales até aos montes,
Nas montanhas e nas
fontes,
No céu, na terra e no ar,
Se ouve uma voz cantar,
Em tom vibrante e em
verso:
-CRISTO É REI DO
UNIVERSO!
Tudo, o Pai Lhe confiou:
Terra, povos e nações.
E, embora sendo Deus,
Chega sem ostentação.
De todos se faz irmão,
De modo a instaurar o
Reino
A partir dos corações,
Para O podermos servir
Em justiça e santidade,
Sendo servos por amor
Deste Rei que é o Senhor
E nos ama de verdade.
Seu projecto é salvar
O mundo e a humanidade.
Como vassalos fiéis,
Cumpramos as Suas leis
E os Seus preceitos de
Vida,
Com fé e dedicação.
Assim, saborearemos
A paz que d’Ele nos vem
E o Seu amor sem medida.
Jesus é Rei e Senhor,
Do Seu povo Salvador,
Compassivo e clemente
Com o pobre e o pecador,
Graças ao Seu coração
Cheio de amor indulgente,
Terno, bom e paciente,
Que de nós se compadece.
À Sua voz, tudo acalma
E o próprio vento
obedece.
Feliz, aquele que descobre
Que ser servo deste Rei,
É ser grande, santo e
nobre.
Maria Lina da Silva, fmm
Lisboa, 24.11.2012
Nesta
vida, os homens e as mulheres casam-se; mas aqueles que forem
julgados dignos da vida futura e da ressurreição dos mortos não se
casam, sejam homens ou mulheres, porque já não podem morrer. (cf.
Lc 20,27-40)
Nesta
vida, nasce-se, cresce-se e morre-se;
protege-se
a vida, alimentando-a e curando-a;
multiplica-se
a espécie pelo encontro de géneros diferentes.
Por
isso, o casamento e a alimentação são tão importantes
e,
se realizados com amor, paz, equilíbrio e fidelidade,
são
a garantia de uma vida feliz e sustentável.
A
baixa natalidade, as deficiências na soberania alimentar
e
a instabilidade na relação matrimonial
colocam
em causa a sustentabilidade desta vida.
É
preciso aprender a viver esta vida com sustentabilidade
para
podermos aspirar a uma vida para sempre,
pois
nós fomos feitos para a eternidade.
O
Céu e a ressurreição não são uma segunda edição idílica
da
vida, no tempo e no espaço, deste planeta.
Um
corpo eterno ao serviço dum filho de Deus
não
precisa de comer nem casar-se, pois já não morre.
No
Céu precisamos aprender a amar sem limites,
a
ser livres sem medo nem condições,
a
viver a vida divina sem censuras nem aditamentos,
a
servir o bem comum sem egoísmo nem autismos.
Senhor,
Deus da vida e da vida para sempre,
obrigado
porque nos chamaste a ser filhos para a eternidade.
Obrigado
pelo Teu Filho, Jesus, que veio ao nosso encontro
para
nos ensinar o caminho da vida
e
nos abrir a porta do Céu com a chave a da cruz.
Ajuda-nos
a viver esta vida com sentido de eternidade
e
aumenta em nós a fé na ressurreição,
com
coerência de vida e corresponsabilidade.
sexta-feira, novembro 23, 2012
«Está escrito: A
minha casa será casa de oração; mas vós fizestes dela um covil de
ladrões.» (cf. Lc 19,45-48)
A
Casa de Deus tem paredes de infinito
e
altares de oferta de vida e de louvor.
Deus
está em toda a parte e é Dom sem exclusão.
Cada
lugar se pode tornar sagrado,
encontro
de diálogo e escuta,
escada
do Céu e porta de libertação.
Um
templo é a casa comum dos que acreditam em Deus
e
um sinal da presença dum Deus próximo,
que
montou entre nós a sua tenda.
Mercantilizar
este espaço é profanar o Santo Nome de Deus,
afastar
os irmãos da oração e do silêncio de escuta,
negar
a fé no Deus do amor e da graça.
Senhor
Jesus, purifica o nosso coração
da
relação interesseira e do ruído que nos cega
à
Tua presença íntima, fundante e amiga.
Faz das nossas famílias e comunidades
Igrejas
domésticas, viveiros de acolhimento,
que ajudem a crescer na comunhão e na solidariedade.
Abre-nos
à compreensão da importância
da
igreja paroquial e do santuário
como
escolas de fraternidade e mesa de missão.
Dá
pés de testemunho e mãos de semeador
à
vossa Igreja disseminada pelo mundo,
para
que cada cristão, onde quer que esteja,
seja
um hino de louvor na Vossa presença.
quinta-feira, novembro 22, 2012
Quando
Jesus Se aproximou de Jerusalém, ao ver a cidade, chorou sobre ela.
(cf. Lc 19,41-44)
A
cidade tornou-se lugar de atração de pessoas
e
concentração de serviços.
Vive-se
uma solidão aos encontrões,
uma
segurança aferrolhada com medo dos ladrões,
uma
proximidade virtual de pessoas em movimento.
E
Deus, o sentido da vida, os valores, a alegria de viver?
Vão
depender do sentimento do momento
e
do horizonte subjetivo e relativista,
do
ser obrigado ou dar notoriedade e poder.
A
cidade precisa de ser humanizada e evangelizada.
Jesus
conhece a cidade, o seu presente e o seu futuro.
Sabe
que por este caminho não alcança a paz,
nem
promove a felicidade e o amor.
Mas
Jesus não desiste da cidade e morre por ela,
não
a destrói nem a conquista à força,
reza
por ela, chora o seu desvario e o seu pecado.
É
assim, ainda hoje, com cada um de nós,
Jesus
bate-nos à porta,
multiplica
as suas mensagens de conversão,
e
chora por nos ver correndo, como loucos teimosos,
para
a nossa própria condenação e destruição.
Senhor
Jesus, obrigado pelas Tuas lágrimas de amor,
choradas
e rezadas por nós, ovelhas perdidas.
Obrigado,
porque a Tua paixão pela cidade dos homens
continua
sofrendo com a mesma intensidade e paciência.
Dá-nos,
Senhor, o dom das lágrimas orantes pelos pecadores
e
a graça da conversão verdadeira,
como
resposta a tanto amor e preocupação por nós.
quarta-feira, novembro 21, 2012
Chamando dez dos seus
servos, entregou-lhes dez minas e disse-lhes: 'Fazei render a mina
até que eu volte.' (cf. Lc
19,11-28)
O dom
da fé não é para esconder temerosamente
no
lenço da nossa privacidade e comodismo,
é
para fazê-lo render e multiplicar,
por
meio do testemunho e do anúncio evangélico.
A fé
que não se exercita e alimenta,
mingua
e enfraquece, podendo mesmo sucumbir.
O
tempo de espera da vinda do Senhor Jesus,
é
tempo de trabalho no Reino de Deus
e de
conquista daqueles que não querem Jesus como Rei.
A nova
evangelização é uma tomada de consciência
deste
“fazei render a mina até que eu volte”.
Despertar
para o mandato missionário que recebemos,
redescobrindo
a beleza de sermos servos de tal Senhor
e
falar dele com uma vida de entusiasmo e confiança.
Senhor
Jesus, obrigado porque confias em nós
a mina
da Tua Missão e a administração dos Teus dons.
Obrigado,
porque a Tua presença-ausência,
nos dá
toda a liberdade de Te seguir ou negar.
Aumenta
em nós a fé e o ardor de coração por Ti.
Dá-nos
força para trabalharmos incansavelmente
para
que a nossa fé seja fecunda
e a
nossa vida estrela Polar que indica o rumo
e o
caminho com esperança de eternidade.
terça-feira, novembro 20, 2012
Jesus
levantou os olhos e disse-lhe: «Zaqueu, desce depressa, pois hoje
tenho de ficar em tua casa».(cf.
Lc 19,1-10)
Zaqueu
subiu a um sicómoro, porque se sentia pequeno
e
queria ver e ser visto por Jesus.
Toda
a sua vida se apoiou em próteses de engrandecimento:
dinheiro,
poder, mentira, roubo...
Jesus
desceu ao lugar dos pecadores e caminha pela cidade,
porque
é grande e a sua santidade é medicina que cura,
pés
que acolhem, coração que recria.
Jesus
olha de baixo para cima
e
vê num pecador público um filho de Abraão,
cheio
de dinheiro, mas vazio de humanidade.
Para
ficar em casa de Zaqueu, Jesus só coloca uma condição:
descer
depressa, assumir a sua pequenez com esperança,
e
na graça e generosidade de Jesus,
descobrir-se
generoso e justo,
fazer
a experiência da alegria do dom e da solidariedade.
O
lugar onde nos situamos, enquanto caminhamos,
é
muito importante para avaliarmos o que vemos.
Se
fazemos parte da classe dos privilegiados,
dificilmente
compreendemos a classe dos desfavorecidos.
Se
nos julgamos perfeitos e santos,
dificilmente
toleramos os pecadores e reincidentes.
Por
isso, é que Jesus nos diz para descermos depressa
e
enquanto não descermos, Ele não pode entrar em nossa casa.
Senhor
Jesus, obrigado por teres descido à nossa condição
e Te teres feito pedinte de acolhimento, lugar de libertação.
Obrigado
pelas vezes que tens batido à nossa porta
e
a Tua salvação tem visitado a nossa vida de pecado.
Liberta-nos
de todas as próteses de engrandecimento
e
ajuda-nos a descer dos nossos pedestais honoríficos,
para
podermos ver melhor, servir mais,
ser
verdadeiramente felizes.
segunda-feira, novembro 19, 2012
Ele gritava cada vez
mais: «Filho de David, tem misericórdia de mim!»
(cf. Lc 18,35-43)
Quando
a esperança fica eclipsada,
Jesus,
nosso Salvador, tende misericórdia de nós.
Quando
a impotência ganha força e a maldade se agiganta,
Jesus,
nossa Rocha e salvação, tende piedade de nós.
Quando
o pecado nos vence e a fé desfalece,
Jesus,
Luz do mundo, tende piedade de nós.
Cura
a nossa cegueira que nos baralha o andar
e
faz-nos andar, mesmo que seja a coxear.
Queremos
confiar e a Tua mão sentir,
a
paz reencontrar e a esperança florir,
porque
no outono também há lírios do campo
e
no inverno também florescem as amendoeiras.
Senhor
Jesus, ressurreição e vida,
acorda
em nós a aurora
e
faz-nos caminhar à luz da verdade e do amor.
domingo, novembro 18, 2012
33º domingo do tempo comum
O
céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão. (cf.
Mc 13,24-32)
O
templo de Herodes era grande e sumptuoso,
mas
agora não passa dum muro de lamentações.
Os
grandes reis e imperadores brilharam,
mas
a morte apanhou-os e venceu-os,
e
hoje são apenas figuras históricas,
recordação
de estrelas que se apagaram.
Jesus
fala-nos dum novo céu e duma nova terra,
habitada
pela justiça e destinada à eternidade.
Fala-nos
de “ver o Filho do Homem” para lá das nuvens
e
escutar a Sua Palavra com recetores de fé.
fala-nos de eleitos conseguem perceber
o que permanece e não passa,
no
meio de tanto ruído e farol que encandeia.
Senhor
Jesus, Juiz da Verdade e Luz do Ser,
ensina-nos
a aprender a viver com fé e esperança.
Cura
a cegueira da “glória do meu mundo” sem futuro,
e
abre-nos à visão dos grandes santos,
que
deram a vida e a encontraram,
lutando
pelo “Teu mundo” e a “Tua esperança”.
Vem,
Senhor Jesus, e conquista-nos a coração.
sábado, novembro 17, 2012
EM TI, SENHOR, EU PONHO A MINHA ESPERANÇA
Perante um
mundo em mudança
E em total
insegurança,
Injustiça e
falsidade,
Em quem pôr
a minha esperança
Se não em
Ti, Deus de Amor,
De justiça e
de bondade,
Que acalmas a
tempestade
E fazes
brilhar o sol,
Repondo a
harmonia,
No rosto do
novo dia!
Tua Palavra
de Vida,
A confiar, me
convida,
Porque, nas
horas de dor,
Te revelas
Salvador,
E até do
tempo Senhor,
Deus fiel,
sempre presente,
Para animar
todo o crente
Que coloca em
Tuas mãos
Sua total
confiança,
Sua paz e
segurança,
Salvação e
esperança.
Na noite, és
claridade;
Bonança, na
tempestade;
Na aflição,
salvação,
Deus de
infinita bondade
Que amas a
humanidade
E a libertas
por amor,
Continuando a
Missão
De atento e
Bom Pastor.
Assim, me
ensinas, Senhor,
Presença
viva de Amor,
Que Esperar é
Confiar
E, em Ti,
Acreditar,
Sabendo andar
atenta
A tantos
sinais de alerta,
Para me
manter desperta
E sempre bem
vigilante
Às mensagens
que me envias
A toda a hora
e instante.
Maria Lina da Silva, fmm –
Lisboa,17.11.2012
Orar sempre, sem
desfalecer. (cf. Lc 18,1-8)
Rezar
significa colocar-nos nas mãos de Deus,
confiar-lhe
a nossa vida, o nosso socorro, o nosso louvor.
Deus
não é uma máquina de produtos
que
basta carregar no botão da oração certa
e
meter a moeda dum “pai-nosso” ou duma vela,
para
recebermos logo o que precisamos.
Deus
é uma Pessoa, que mais do que dar-nos coisas,
quer
ser nosso Pai e recriar-nos filhos com coração de ouro.
E
isso, não acontece numa relação interesseira e eventual,
precisa
de tempo, fé-confiança, escuta atenta, abertura ao novo.
Orar
com fé a Deus, Pai de Jesus Cristo,
é
abrir as velas, que fazem andar a barca da nossa vida,
ao
vento purificador do Espírito Santo
e
deixar-nos conduzir pelo leme da palavra de Deus.
Senhor,
neste tempo de linhas retas e altas velocidades,
ajuda-nos
a aprender a saborear a eternidade,
a gastar tempo para contemplar a luz da santidade
e
a estar aberto para escutar a palavra da verdade.
Ensina-nos
a sábia paciência
de
saber esperar e desejar amadurecer no amor.
Aumenta
em nós a fé que acalma a angústia e a desconfiança,
para
que aprendamos no tempo da oração,
a
eternidade e a santidade que sonhaste para nós.
sexta-feira, novembro 16, 2012
Assim será no dia em
que o Filho do Homem se revelar. Nesse dia, quem estiver no terraço
e tiver as suas coisas em casa não desça para as tirar; e, do mesmo
modo, quem estiver no campo não volte atrás. (cf.
Lc 17,26-37)
Andamos
tão ocupados com a nossa vida,
em
ter mais que o outro,
em
comprar a última novidade,
em
assegurar o futuro,
em
gozar a minha vida...
que
nos esquecemos do essencial,
daquilo
que dá beleza ao universo: a harmonia,
daquilo
que dá cor à vida: o amor,
daquilo
que dá sabor às relações: o perdão,
daquilo
que dá luz ao invisível: a fé.
Deus
fala de muitas maneiras,
avisa-nos
e alerta-nos de muitas formas.
Sofremos,
batemos com a cabeça,
mas,
como no tempo de Noé ou de Lot,
não
nos damos conta da hora da nossa salvação.
E
nessa hora, ainda queremos voltar atrás
para
salvar as nossas coisas, as nossas terras...
em
vez de nos arrependermos,
nos
convertermos à vida
e
acolhermos o abraço misericordioso de Jesus.
Senhor
Jesus, obrigado porque não Te cansas de nos avisar,
de
nos tentar despertar para a verdade da vida.
Obrigado
pelas vezes sem fim em que me acolheste e protegeste,
após
ter voltado para trás, me ter esbarrado com o ressentimento.
Senhor
ajuda-nos a viver despertos e vigilantes,
a
fazer o exame de consciência que nos faz ver o óbvio,
a
meditar e a parar para saber para onde caminhamos,
a
libertar dos rancores passados que nos apodrecem a paz.
quinta-feira, novembro 15, 2012
Ninguém
poderá afirmar: 'Ei-lo aqui' ou 'Ei-lo ali', pois o Reino de Deus
está entre vós.(cf.
Lc 17,20-25)
A
aventura do SER faz-se de relações humanas,
inspiradas
pelo Espírito de Jesus Cristo
que
fazem de cada instante um altar de louvor a Deus
e
de cada espaço um turíbulo que perfuma o ambiente de paz.
O
Reino de Deus não se veste de mantos de rei
nem
com coroas de herói, nem com cetros de poder,
nem
tronos de fama, nem tapetes de palmas.
O
Reino de Deus inspira a vida com a verdade dos valores,
move-se
no silêncio do fermento do amor,
tempera
a vida com o sal da justiça,
dá
frutos gostosos de viver, mas sem aspeto comercial.
O
Reino de Deus não se esgota numa pessoa nem num guru,
mas
vive-se em comunidade e em comunhão
e
e contribui para a construção do Corpo de Cristo vivo e atual.
Senhor
Jesus obrigado porque nos trazes o Reino Deus.
Obrigado
porque o fizeste na nossa carne
e
o continuas a realizar como peregrino da esperança.
Ajuda-nos
a colher Boa Nova tão grande e tão simples.
Faz
da nossa vida um louvor agradável a Deus
e
da nossa convivência comunhão de amor
e
vislumbre daquilo que permanece para a eternidade.
quarta-feira, novembro 14, 2012
Na
hora da aflição pedimos, suplicamos,
quando
tudo vai bem, esquecemos Quem nos valeu.
Antes
dos exames acendemos uma vela e rezamos,
no
resto do ano vivemos a leste da questão de Deus.
Quando
somos crianças vamos à catequese
e até
somos capazes de ser acólitos ou escuteiros,
durante
a juventude e idade adulta,
enchemo-nos
de nós mesmos e sentimo-nos super-heróis
e
cortamos Deus da nossa agenda.
A
fonte disse à nascente: não te vejo nem sei como és,
só
sei que sem ti nada sou e de ti tudo recebo.
O
painel solar disse ao sol: o teu olhar me aquece o coração
e me
enche de energia que partilho com os homens.
A
torre eólica disse ao vento: que bom que chegaste,
não
te vejo, mas és forte e me libertas da minha inércia.
Senhor
Jesus obrigado porque nos curas das nossas lepras
e nos
purificas do nosso pecado ao longo do nosso caminho.
Perdoa
as vezes em que te desfigurámos em “deus bombeiro”
a quem
recorremos apenas quando nos sentimos aflitos.
Vós
sois o “Deus companheiro”,
sempre
presente de forma silenciosa e operante.
Aumenta
em nós a fé que Te faz ver
e
dá-nos o dom do agradecimento e do louvor
cada
dia da nossa vida.
terça-feira, novembro 13, 2012
Terá de agradecer ao
servo por lhe ter feito o que mandou?
(cf. Lc 17,7-10)
A
formação para a gratuidade está em perigo
quando
um simples beijo tem que se comprar.
O
compromisso com o dever cumprido fica em causa,
quando
a motivação para o estudo pressupõe a pergunta:
o que
é que me dás se eu passar de ano?
A
corresponsabilidade pelo bem comum fica sem fundamento,
quando
para colaborar nos serviços domésticos
é
preciso pagar uma mesada.
Quando
se cresce a inchar de direitos e minguar de deveres,
dificilmente
se aprende a “vestir a camisola”
e a
dar a vida por alguém ou por uma causa.
Talvez
por isso, hoje são tão frágeis e interesseiras
as
relações humanas, sociais, laborais, políticas e religiosas.
Se nos
comprometemos, pelo batismo,
a
seguir Jesus e O seguimos de coração,
nada
fazemos de extraordinário,
estamos
apenas a fazer aquilo que prometemos viver.
Se
somos fieis até à morte no amor conjugal,
nada
fazemos de fenomenal
pois
foi isso que jurámos um ao outro.
Se
levamos uma vida de consagração exemplar,
e a
vivemos fraternamente em comunidade,
nada
fazemos de fabuloso
pois
foi isso que professámos perante Deus.
Se
nos revestimos de sentimentos de Cristo
e
condimentamos o quotidiano com os Seus valores,
nada
fazemos de excecional
pois
na Eucaristia O comungamos e nEle nos queremos assimilar.
Senhor
Jesus eu te louvo, porque não nos devendo nada,
Te
entregaste todo inteiro e em segundos de eternidade
para
a nossa salvação e felicidade.
Obrigado
pela gratuidade da Tua misericórdia,
silenciosa,
superabundante, incondicional e para sempre.
Ajuda-nos
a ser servos humildes e fieis
que
agem apenas por amor e entrega enamorada
e
não por dever forçado e mercado.
segunda-feira, novembro 12, 2012
Tende
cuidado convosco! Se o teu irmão te ofender, repreende-o; e, se ele
se arrepender, perdoa-lhe. (cf.
Lc 17,1-6)
As
relações humanas acontecem entre visões diferentes,
escolas
de vida únicas, umas estimulantes outras traumatizantes.
É
natural que haja medos e projeções à mistura,
desencontros
e desentendimentos no caminho.
É
o processo normal de sairmos do nosso mundo
para
alargarmos o nosso horizonte familiar
e
descobrirmos o mundo do outro desconhecido.
Às
vezes custa-nos aceitar a posição do outro
e
reagimos com agressividade que fere e azeda as relações.
Por
isso, Jesus alerta-nos para termos cuidado
e
aprendermos a curar feridas e a refazer relações.
O
processo de cura é simples e exigente:
um
sério exame de consciência,
coragem
para ir ao encontro de quem nos ofendeu,
dialogar
sobre o sucedido como irmão, não como juiz,
escutar
e aceitar o arrependimento do outro
e
perdoar de coração, sem guardar ressentimento.
Senhor
Jesus, obrigado porque nos perdoas sempre
e
nos amas como Pai e Mãe, como irmão enamorado.
Obrigado
pelo sacramento da reconciliação
que
nos deixaste como remédio da nossa fragilidade
e
necessidade de crescimento no Teu seguimento.
Ajuda-nos
a não nos fecharmos e amuarmos
no
nosso ressentimento de feridos perfeitos.
Ensina-nos
o caminho do diálogo e do perdão,
e
faz de nós reconstrutores de relações,
médicos
de feridas antigas e profundas
curadas
e lavadas pelo amor, com marca “Cristo”.
domingo, novembro 11, 2012
32ª domingo do tempo comum
Jesus
diz que há os que roubam, parecendo que beneficiam;
há
os que dão do que lhes sobra, com ostentação e propaganda;
há
os que dão pouco e sem dar nas vistas,
mas
dão tudo o que têm e, por isso, dão mais que todos os outros.
Jesus
avisa-nos para termos cuidado e não nos deixarmos enganar,
investindo
nas aparências e na arte de se pavonear,
pois
Deus vê as motivações e sabe quem se entrega de coração.
É
de amor que se fala e não de moedas que compram reputação!
Senhor
Jesus, perdoa-me quando regateio e contabilizo
o
tempo em que estou contigo em oração
e
participo na Eucaristia como quem Te faz um favor
e
te cobra méritos, mesmo se o coração está ausente!
Perdoa-me,
quando perante um pobre,
procuro
apenas o que me sobra para o despachar
e
não o escuto para ver o que lhe faz falta, por o amar.
Ajuda-nos,
Senhor, a dar-nos total e gratuitamente
como
Tu te entregaste ao projeto e vontade do Pai.
Ensina-nos
o caminho da confiança no Senhor do tesouro
e
não no tesouro do Senhor,
do
qual muitas vezes nos apropriamos.
Liberta-nos
da avareza do tempo e das coisas
que
nos engorda o orgulho de colesterol da indiferença
e
nos congela o amor, distribuído em sobras e com juros altos.
Faz-nos
beber na fonte do amor que tudo sustenta
e
ajuda-nos a ser canal aberto e disponível
dum
amor sem medida nem preço.
sábado, novembro 10, 2012
PARTILHA SOLIDÁRIA GERA MELHOR VIDA
Ao
apelar à partilha
Jesus
nos vem ensinar
Que
uma coisa é o dar,
Outra
é o sentimento,
Voz
que fala no silêncio
Do
íntimo do coração
E
nos leva a partilhar
Até
o pouco que se tem,
Porque
o outro é meu irmão
E
o meu pouco lhe vem,
Numa
hora de aflição.
Cuidado,
alerta Jesus,
Com
quem dá para se exibir
E
mostrar ostentação,
Quer
na praça, quer no templo,
Porque
essa é sua intenção!
Mas,
bem ao contrário destes,
A
viúva de Sarepta,
Como
a que foi orar ao Templo,
E
que deu quanto tinha para si,
naquele
momento,
São,
para nós, o exemplo,
De
quem ama e em Deus confia,
Sendo
capazes de arriscar
Tudo
dar para acolher
E,
por amor, partilhar.
A
estas, Deus abençoou
E
tudo multiplicou,
Revelando-se
a maquia
De
quem dá, com alegria.
Por
isso, os que socorrem
Os
pobres e os aflictos,
Com
generosa partilha,
São
geradores de vida,
De
justiça e caridade,
Para
acabar com a miséria
Da
nossa sociedade.
Dá-nos
um coração,
Feliz
por servir e amar,
E
partilhar, sem medida,
Para
que todo o irmão,
Tenha
acesso a melhor vida.
Maria
Lina da Silva, fmm
Lisboa,
10.11.2012
Quem
é fiel no pouco também é fiel no muito; e quem é infiel no pouco
também é infiel no muito.
(cf. Lc 16,9-15)
A
fidelidade testa-se nas pequenas coisas
e
manifesta-se na ribalta das grandes coisas.
Ser
fiel é descobrir uma motivação vital e profunda
e
confiar que é válida e verdadeira em todas as situações
e,
por isso, empenha-se toda a vida em consegui-la e segui-la.
É-se
fiel à família e à beleza do amor
se
acreditamos que a construção deste projeto comum
é
a forma mais sustentável de contribuir por um mundo melhor.
É-se
fiel no trabalho, na ética e na política
se
acreditamos que a boa administração das minhas energias,
e
a saúde dos bens empresariais e públicos dependem,
na
parte que me toca, das minhas pequenas decisões
e
da transparência e justiça com que as tempero.
É-se
fiel a Deus e à sua Palavra
se
acreditamos que Ele é a luz dos nossos caminhos
e
a fonte de todo o bem,
da
minha salvação e da redenção do mundo.
Senhor
Jesus, obrigado pela Tua fidelidade ao Pai,
fonte
inesgotável de amor e paciência eterna de perdão.
Obrigado
pela Tua fidelidade em 30 anos de Nazaré,
escola
do quotidiano humano em mestrado de vida divina.
Obrigado
pela Tua fidelidade, quando foste acolhido ou rejeitado,
amado
ou perseguido, entronizado ou crucificado.
Obrigado
pela Tua fidelidade, quando da morte ressuscitado,
continuaste
companheiro escondido e amigo,
nas
nossas tentativas de graça ou de pecado,
de
solidão ou relação, de privado ou público.
Ajuda-nos,
Senhor, a ser fiel nas pequenas coisas
e
a seguir-Te em todos os momentos da nossa vida.