sábado, janeiro 31, 2015
Sábado da 3ª semana do tempo Comum – S. João Bosco
Passemos à outra margem do lago.
(cf. Mc 4,35-41)
Jesus,
ao encarnar, deixou o oceano de amor
e
passou à outra margem do lago das ovelhas sem pastor.
Chamou
um grupo de discípulos para estarem com Ele
e com
eles partir em missão para a outra margem em trevas.
Envia-os
e vai com eles, dando-lhes a visibilidade na barca.
Ele
vai a dormir, no lugar do capitão, à popa do barco.
Perante
a violência dos ventos contrários e das ondas,
os
discípulos assustam-se e entram em pânico,
olhando
mais para a força da tempestade
do que
para a confiança em ter na barca o Senhor da paz.
Jesus
censura-lhes a falta de fé e o pânico perante a adversidade.
Hoje o
Senhor também nos convida a entrar na barca
e
passar para a outra margem da missão e da profecia.
Não
partimos sós, vamos com Jesus e o seu Espírito,
envolvidos
pelo amor do Pai e pela comunhão dos santos.
Perante
as perseguições, injúrias, a ridicularização e a indiferença
muitos
de nós, ficamos com medo, apáticos, envergonhados.
Outros
querem responder com a mesma moeda,
transformando
a missão em “guerra santa” contra os infiéis.
Senhor
Jesus, obrigado porque estás sempre connosco,
quer
naveguemos em bonança e acolhimento,
quer
atravessemos a tempestade e escuridão da adversidade.
Obrigado
porque confiaste em nós
e nos
convidas a ser colaboradores na tua missão.
Liberta-nos
do medo e da dúvida da fé que nos paralisam
e
dá-nos a força do teu Espírito e do amor do Pai,
para
nos alegrarmos com a tua presença, embora impercetível.sexta-feira, janeiro 30, 2015
6ª feira da 3ª semana do Tempo Comum
Ao ser semeado na terra, é a menor
de todas as sementes; mas, depois de semeado, começa a crescer.
(cf. Mc 4,26-34)
O
Reino de Deus revela-se semente pequena e humilde,
comprimida
de esperança, óvulo fecundado pelo Espírito.
Só
necessita de alguém que nela acredite, se deixe semear
e
semeie o Evangelho com testemunho e jubilosa fidelidade.
O
resto, é ação de Deus, bênção invisível de crescimento,
desenvolvimento
não controlável de vida nova,
frutos
de vida redentora para todos e para a eternidade.
Sem fé
em Jesus, o Reino de Deus não cresce nem frutifica.
Humanamente
falando, a Igreja sente-se pequena e frágil
perante
os grandes poderes deste mundo
e as
ofensivas que se opõem à sua ação e a ridicularizam.
Se a
Igreja se atemorizar e se envergonhar do Evangelho,
se se
fechar sobre si mesma e desistir de semear,
vai
desvanecer e ser o que os opositores dizem que ela é.
Se a
Igreja perseverar na fé e na caridade
e
esperar contra toda a esperança e continuar a evangelizar,
o novo
de Deus vai surgir e multiplicar-se
como a
santidade profética que atrai e ilumina para além da Igreja.
Senhor
Jesus, semente e semeador do Reino de Deus,
prepara
esta terra que sou eu, pela conversão de vida
e pelo
acolhimento da tua Palavra e do teu Espírito.
Liberta-nos
da falta de esperança no Messias da Cruz
e da
pressa de querermos ver logo os frutos do nosso trabalho.
Dá-nos
o dom da fé que sabe que a obra é Tua
e que
a nós só nos compete fazer a nossa parte: semear!
quinta-feira, janeiro 29, 2015
5ª feira da 3ª semana do Tempo Comum – S. José Freinademetz
Com a medida com que medirdes vos
será medido e ainda vos será acrescentado. (cf.
Mc 4,21-25)
Jesus
vem da Fonte que não tem medida nem termo,
por
isso, dá-se totalmente à medida do Pai.
Não
precisa de acumular, pois o Pai nunca lhe falta,
não o
perturba o amanhã, pois conhece a eternidade.
Por
isso, a sua vida jorra Palavra abundante de boa nova,
por
onde passa cura o preso e liberta a caridade.
Quem
bebe desta Fonte e é aquecido por esta Luz,
torna-se
fonte sem medida e farol sem horizonte,
porque
a medida da oferta calibra-se pela caridade oferecida.
Quando
o egoísmo e o mercado se apoderam das relações,
a lei
é aforrar e tudo é cobrado a pronto pagamento e juros de mora.
As
relações sociais avaliam-se pela troca de dividendos,
que
podem ser monetários ou em espécie, favores ou cunhas,
serviços,
reconhecimento social, compensações afetivas...
A
própria prática religiosa pode ser contaminada por este espírito,
desfigurando
a relação com Deus num mercado de interesses,
em que
se trocam deveres e ritos feitos à tacanhez da nossa medida,
por
méritos eternos e bênçãos e proteções terrenas.
Felizmente,
embora com ar de coisas raras e em perigo de extinção,
há
ainda generosidade voluntária, amor gratuito, alegria de servir.
Pai de
bondade e fonte de todo dom perfeito,
concentra
todo o nosso coração no seguimento do teu Filho
e
ilumina-nos com os rios de água viva do teu Espírito.
Ensina-nos
a medida sem medida da caridade gratuita,
quando
nos ajoelhamos para beber da Fonte da vida
e
abrimos as mãos para ser oferta do Evangelho
aos
nossos irmãos que andam sedentos e cegos de Luz.
Faz de
nós um candelabro despretensioso e generoso
que
apenas quer iluminar, a partir da Luz que recebe de Deus,
e não
dos louvores e do reconhecimento que recebe dos homens.
S.
José Freinademetz, mensageiro da bondade, roga por nós.
quarta-feira, janeiro 28, 2015
4ª feira da 3ª semana do Tempo Comum – S. Tomás de Aquino
Escutai: Saiu o semeador a semear.
(cf. Mc 4,1-20)
Jesus
é a Palavra do Pai que saiu do Céu a semear.
Como
semeador generoso, semeia com esperança.
Toda a
terra é digna de ser semeada, ninguém é excluído.
Para
que a Palavra não se desvalorize na abundância,
dá-lhe
tons de silêncio que é preciso discernir,
prepara-a
em parábolas que é preciso compreender,
serve-a
em pratos novos que é preciso aprender a gostar.
Entre
tantos semeadores, a quem queremos escutar?
Estamos
na cultura de fóruns, das sondagens de opinião,
onde
toda a gente gosta de opinar sobre tudo e sobre todos.
Isto é
bom pois todos somos portadores de sabedoria,
mas
pode bloquear a escuta, se deixarmos de buscar a verdade.
Entre
tantos semeadores que ocupam a nossa mente e coração,
temos
filtros de escolha ou a nossa vida é um zapping?
Quando
escolhemos semeadores, buscamos o nosso eco
ou
quem ilumina caminhos, interpela valores,
promove
a conversão à justiça e à verdade?
Senhor
Jesus, semeador da palavra da verdade,
obrigado
porque vieste a nós, tomaste a nossa carne,
aprendeste
a nossa linguagem e investiste nesta terra agreste.
Desperta
em nós, cada manhã, a escuta discipular,
para
que semeados por ti e frutificados no teu Espírito,
possamos
semear também a tua Palavra generosamente.
terça-feira, janeiro 27, 2015
3ª feira da 3ª semana do Tempo Comum
Quem fizer a vontade de Deus esse é
meu irmão, minha irmã e minha Mãe.
(cf. Mc 3,31-35)
O amor
derruba os castelos de defesa que nos aprisionam.
Não é
necessário ter medo daquele que me quer bem!
Por
isso, posso desinvestir nas defesas do que é próprio
e
entregar-me, sem reservas, àquele que me ama de verdade.
Foi
esta descoberta que levou Jesus a fazer a vontade do Pai
e a
animar-nos a fazer como Ele,
a
sermos no amor confiante seu irmão, sua irmã e sua mãe.
Este é
o sacrifício perfeito da nova aliança,
que
não se faz por dever, mas por amor!
Quando
se fala-se de “guerra de sexos” no matrimónio,
e de
“lutas de poder” nas comunidades e na Igreja,
do
“dever” de rezar e amar o outro,
ainda
não descobrimos que a caridade é a nossa casa,
o
diálogo é a gramática da nossa comunicação,
o
outro é o caminho para a nossa conversão e purificação.
A
traição e a infidelidade são o anti-sacrifício perfeito.
Senhor,
bondade infinita e amor primeiro e incondicional,
abre
os nossos olhos ao teu amor fiel e silencioso,
e
liberta-nos do medo de nos entregarmos em tuas mãos.
Cristo,
nosso Irmão, de coração tal e qual igual ao Pai,
envia-nos
o teu Espírito para que nos ajude a seguir-te
e a
viver em ti, como irmãos e filhos do mesmo Amor.
Faz da
nossa casa, não um campo de batalha nem um mercado,
mas o
lar do encontro, a festa da comunhão, a relação que cura.
segunda-feira, janeiro 26, 2015
S. Timóteo e S. Tito
Pedi ao dono da seara que mande
trabalhadores para a sua seara. (cf.
Lc 10,1-9)
Deus é
o dono da seara que é Israel, que é a Igreja.
A
história está cheia de nomes de pessoas, por Ele chamadas,
a
semear a paz, a cuidar das relações de amor e de justiça,
e a
colher os frutos da aliança, dom de Deus à humanidade.
Jesus,
o Filho do Dono da seara, envia muitos discípulos,
à sua
frente, como mensageiros da paz, médicos da idolatria
e
evangelizadores da proximidade do Reino de Deus.
Pedro,
Paulo, Timóteo, Tito, Maria, Madalena, Teresa...
são
muitos dos que deixaram tudo para O seguir. E nós?
Que
resposta temos dado ao convite a trabalhar na sua seara?
Quando
se trata de decidir em pertencer à Igreja,
normalmente
olhamos para o que vamos ganhar:
bênçãos,
proteção, salvação, perdão dos pecados, favores...
Hoje o
Senhor pede-nos trabalho, empenho na sua seara.
Estou
disponível a servi-lo e a fazer o que Ele me manda?
Aceito
cuidar dos outros para que estes se salvem?
Sei
distinguir o trigo do joio, o que é bom do que é mal?
A
seara é de Deus, não somos nós os donos da Igreja,
da
paróquia, do movimento, da irmandade, do altar...
Pai
nosso, Senhor de tudo de de todos,
ensina-nos
a servir-vos com alegria e fidelidade.
Manda
operários para a tua seara e revitaliza a tua Igreja,
para
que dê bons frutos de paz, justiça e louvor perfeito.
Faz de
nós missionários que preparam a tua vinda,
para
que quando tu bateres à porta, todos possam abrir,
sem
medo nem condições, o coração à tua graça e perdão.
Faz-nos
membros uns dos outros e servidores da aliança.
domingo, janeiro 25, 2015
3º Domingo do Tempo Comum – 8º dia de oração pela unidade dos cristão
Vinde comigo e farei de vós
pescadores de homens. (cf. Mc
1,14-20)
A
preocupação de Deus pela humanidade brota do seu coração.
O
envio de profetas, a missão do Filho,
o
chamamento de discípulos e a missão de todos nós
é
despertar o sonâmbulo, alertar o incauto, conduzir o cego,
libertar
o adito, convidar a todos à conversão do coração.
Jesus
chama pescadores a pescar de forma diferente,
não
pensando apenas em si, no seu ventre e no seu negócio,
mas
alargando o seu horizonte ao bem do outro
e à
alegria da vida eterna, festa para todos.
Deus
deu-nos a capacidade de transformar as necessidades básicas,
como
comer, reproduzir-se, produzir, proteger-nos do frio e calor...
em
momentos simbólicos construtores de comunhão
e
comunicadores dos sentimentos mais íntimos e verdadeiros.
Assim
uma refeição pode ser um enfardar rápido e solitário,
como
quem mete combustível e vai embora,
ou ser
um momento de comunhão, de partilha e de festa,
ou um
momento religioso de memória e de oferta eucarística.
Trabalhar
pode ser uma forma de sobrevivência
ou,
além disso, uma forma de convivência, de construção de ideais,
de
transmissão de valores, de comunicação de boas novas.
O
desafio é não nos fixarmos nas coisas, pois o tempo é passageiro,
mas
elevarmos a humanização à nobreza e arte de ser missão.
Senhor,
Pai atento à saúde do planeta e dos teus filhos,
desperta-nos
para o amor e faz de nós teus colaboradores,
que
ajudam a fazer do tempo breve um caminho de eternidade.
Ensina-nos
a transformar cada coisa que fazemos
num
momento único de encontro, de reconciliação,
de
arte de despertar e fazer crescer, de apontar para o essencial.
Faz de
nós construtores da paz e da unidade,
associados
da comunhão divina na diversidade.
sábado, janeiro 24, 2015
Sábado da 2ª semana do Tempo Comum – 7º dia de oração pela unidade dos cristãos- S. Francisco de Sales
Os parentes de Jesus puseram-se a
caminho para O deter. (cf. Mc
3,20-21)
Jesus
pôs-se a caminho para ir à procura das ovelhas perdidas.
Volta
a casa e o povo, como ovelhas sem pastor,
procura-O
para escutar a sua palavra e curar a sua vida.
Jesus
vive de tal forma descentrado de si e concentrado nos outros,
que
nem sequer tem tempo para se alimentar e descansar.
A sua
família não entende esta forma louca de amar,
por
isso, procura-O, não para O seguir, mas para O deter,
porque
vê nele um coitadinho, incapaz de cuidar de si!
O amor
familiar pode ajudar a crescer o novo ser ou a detê-lo.
As
atitudes paternalistas, com o medo de perdê-lo,
cortam-lhe
as asas, não o ensinando nem o ajudando a voar.
A
atitude orientalista quer fazer o filho à sua imagem e ideal,
pressionando-o
para que goste do que eles gostam,
estude
e se profissionalize de forma a devolver-lhes prestígio.
É o
amor abafador que não deixa florescer o ser único que é cada um
nem a
vocação e missão, que Deus, no seu amor, propõe a cada um.
A
outros níveis, podemos ter a mesma atitude em relação a Jesus:
querer
fazê-lo à nossa imagem, dar-lhe conselhos de atuação,
protege-lo
dos maus e colocar limites à sua misericórdia.
Como
se nós é que fossemos os mestre e salvadores de Jesus!
Senhor
Jesus, obrigado porque te ofereces totalmente
para
nos libertares do pecado e nos introduzires no Santuário.
Alimenta
a nossa missão sacerdotal de nos oferecermos a Deus.
Descentra-nos
dos nossos caprichos e medos de nos doarmos.
Concentra
todo o nosso coração na paixão de vos servir
e no
amor libertador e paciente de a todos salvar.
Une-nos
na fé e na caridade, como discípulos de Jesus,
e não
como donos da sua verdade e guerreiros da sua glória.
sexta-feira, janeiro 23, 2015
6ª feira da 2ª semana do Tempo Comum – 6º dia de oração pela unidade dos cristãos
Chamou à sua presença aqueles que
entendeu e eles aproximaram-se. (cf.
Mc 3,13-19)
Jesus
sobe ao monte do encontro com o Pai.
É em
ambiente de oração, neste diálogo de Deus com Deus,
que
escolhe e chama os doze apóstolos
e os
constitui alicerces do novo povo de Deus, a Igreja.
O sim
dos discípulos supõe movimento de aproximação,
de
subir ao monte da intimidade,
de
permanecer na Escola do Amor e acolher o seu Espírito
de
descer aos vales do envio em missão, apontando para a Fonte.
Todo o
batizado é uma vocação a ser outro Cristo,
por
isso, cada despertar da aurora é um renovar da pergunta:
“Senhor,
que queres de mim?
Como e
quando queres que suba ao monte e me aproxime de ti?
Como
queres que seja anúncio do teu Evangelho e libertação?”
E a
criança parou para escutar, o jovem aprendeu a silenciar,
o
adulto ajoelhou para aprender a semear,
o
idoso diminuiu o ritmo para meditar.
Jesus
do seu monte, a todos nos chama a aproximar e a enviar.
Senhor,
que do monte nos convidas a subir até Deus,
dá-nos
o dom da piedade que estreita a amizade
e
deixa que o teu Espírito grave a nova aliança no coração.
Cristo,
mestre da libertação e da felicidades eterna,
faz-nos
experimentar a alegria de sermos felizes contigo
e
envia-nos em missão, porta-vozes do teu chamamento a outros.
Ensina-nos
o ecumenismo espiritual, que brota da intimidade contigo.
quinta-feira, janeiro 22, 2015
5ª feira da 2ª semana do tempo Comum – 5º dia de oração pela unidade dos cristãos, S. Vicente diácono
Disse então aos seus discípulos
que Lhe preparassem uma barca.
(cf. Mc 3,7-12)
A
proximidade de Jesus, como fonte de cura,
revela
e esconde o mistério da boa nova da sua salvação.
Quem
está desesperado com uma doença ou limitação,
procura
apenas libertar-se do seu problema
e para
o conseguir é capaz de empurrar os outros
e até
passar-lhes por cima, pois só pensa em si.
Após
a cura, abandonam Quem os curou
e não
estão interessados em ser seus discípulos.
Por
isso, Jesus precisa da mediação da barca (a Igreja),
para
deixar de ser apenas um taumaturgo
e
poder ser o Messias que proclama o Evangelho da vida.
Muitos
também gostariam de ter um “deus à mão”,
a quem
pudessem recorrer quando quisessem,
sem se
comprometerem com a sua Palavra nem com os outros.
É a
tentação da religiosidade mágica e mercantilista
que
vive de atos fragmentados por visitas a santuários,
acender
de velas, cumprimento de promessas,
bênçãos
especiais, pessoas de virtude, missas de encomenda...
Jesus
precisa da Igreja, como mediação humana e divina,
que
ajude as pessoas a crescer na fé, a purificar o amor,
a
perseverar na tribulação, a alimentar a esperança,
a
reconciliar e a construir comunidade e o bem comum.
Senhor
Jesus, Filho de Deus e Mestre da vida,
dá-nos
o dom dum seguimento fiel e libertador.
Cura-nos
da idolatria do “deus do ventre”, que só pensa em si,
e
abre-nos à escuta da tua Palavra por meio das mediações,
por
meio da tua Igreja, a barca que ensina, alimenta e salva.
No
caminho da busca da unidade dos cristãos,
ajuda-nos
a não “apertar-te” para Te possuir,
mas a
escutar-te para Te seguirmos e anunciarmos.
quarta-feira, janeiro 21, 2015
4ª feira da 2ª semana do Tempo Comum – 4º dia de oração pela unidade dos cristãos – S. Inês
Levanta-te e vem aqui para o meio.
(cf. Mc 3,1-6)
Jesus
tem a missão de levantar a dignidade do ser humano,
colocando-o
no centro do que é mais sagrado no mundo.
O Dia
do Senhor é o dia da filiação agradecida ao Pai
e, por
isso também, o dia da fraternidade integradora.
Não
há culto divino sem preocupação com o marginalizado.
O “Eu
Sou” diz-nos: “tudo o que fizerdes ao mais pequenino,
foi a
mim que o fizeste e Eu recebi-o como oferta agradável ao Pai!”.
Deus
não precisa de ser defendido, pois é Ele que nos salva.
Matar
pessoas em nome de Deus é uma blasfémia!
Deus
necessita é de filhos, identificados com o Filho,
que
ajudem a levantar os marginalizados de mãos ressequidas
e os
coloquem no centro das dinâmicas do mercado,
das
leis da sociedade, das políticas de desenvolvimento
e dos
sentimentos religiosos que animam a fé.
As
mãos atrofiam-se quando não têm trabalho,
quando
não se apertam e acariciam em sinal de amizade,
quando
não se elevam em louvor e nem se doam em caridade.
Senhor,
Irmão altíssimo que te abaixas aos mais pequeninos,
para
os levantar do pecado e os elevar à dignidade de filhos de Deus,
cura-nos
das nossas marginalidades e das nossas mãos ressequidas.
Envia-nos
o teu Espírito de louvor ao Pai,
que
serve o irmão e o ama em toda o tempo e lugar.
Dá-nos
os mesmos sentimentos de caridade eucarística,
que
faz da liturgia um encontro sagrado de filiação acolhida
e da
vida quotidiana uma fraternidade generosamente oferecida.
Cura as nossas mãos atrofiadas por falta de união.
terça-feira, janeiro 20, 2015
3ª feira da 2ª semana do Tempo Comum – 3º dia de oração pela unidade dos cristãos
O sábado foi feito para o homem.
(cf. Mc 2,23-28)
O amor
de Deus coloca tudo ao serviço do ser humano:
a
criação, a vida em comunidade, a liturgia, a Lei da aliança...
O
preceito do repouso semanal liberta-nos da trabalho contínuo,
para
que não pensemos que somos meras máquinas de produção,
mas
filhos de Deus, olhar contemplativo e amor solidário.
Dedicar
um dia por semana ao Senhor
é
aceitar expor-nos ao Horizonte que nos devolve dignidade
e nos
surpreende contemplados pelo Amor escondido.
Deus
não precisa do Sábado ou do Domingo,
nós é
que precisamos dele como a frase precisa do verbo,
para
ter sentido e objetivo na vida.
A
modernidade tem a ansiedade de preencher todos os tempos.
Procuram-se
atividades extracurriculares para a criança,
entregam-se
jogos, televisão, computador...
para
que os jovens estejam sempre ocupados.
Vivem-se
ritmos de trabalho extenuantes, sem dias livres
ou
quando os há, passam-nos de olhos fechados a descansar.
Não
há tempo para levantar a cabeça e louvar o Criador,
não
há capacidade para pensar a vida e amar o outro.
O
resultado é um ser humano isolado, triste e cansado!
Senhor,
Pai de bondade e sabedoria de viver,
envia-nos
o Teu Espírito e ensina-nos a arte de ser feliz.
Cristo,
eternidade encarnada no tempo,
dá-nos
a alegria de ter dias jubilares cada semana,
em que
podemos recuperar o horizonte de eternidade
e o
louvor eucarístico de sermos puro dom.
Ensina-nos
a contar os nossos dias e a valorizar os segundos
para
que não nos deixemos escravizar pelo relógio
nem
pelo tamanho dos nossos tesouros enterrados.
Dá-nos
o dom da unidade no essencial e vital.
segunda-feira, janeiro 19, 2015
2ª feira da 2ª semana do Tempo Comum – 2º dia de oração pela unidade dos cristãos
Para vinho novo, odres novos.
(cf. Mc 2,18-22)
O Deus
da aliança deu-nos o Filho como Esposo,
apaixonado
pela humanidade leviana e infiel.
Quando
Ele está presente, o jejum é alegria de banquete,
é
festa de encontro e de alegria, é mesa de esperança,
é um
sorver permanente do pão da sua palavra.
As
práticas religiosas não são simples deveres rituais,
mas
significantes externos e comunitários duma vida interior
que
libertam o coração para amar e confiar no Esposo.
Vivemos
na era do homem consumidor de novidades.
Como
não sabe porque corre, nem para onde vai,
aceita
experimentar tudo o que lhe apresentam como redentor:
“usa
este amuleto”, “come este alimento”, “veste isto, desta cor”,
“bebe
este elixir”, “consulta aquela pessoa”, “cumpre estes
rituais”...
Vive-se
na irracionalidade sem rumo, buscando proteção mágica.
O
resultado é um ser triste, ansioso, sincrético e consumidor.
Senhor,
vinho novo da alegria eterna, que desce do Céu,
faz-nos
nascer de novo como vaso modelado pela tua mão.
Liberta-nos
da religiosidade do dever e do medo
e
introduz-nos na comunhão íntima contigo,
bela e
verdadeira, humilde e grandiosa, livre e apaixonada.
Ensina-nos
a saber jejuar de consumismos doentios,
de
infidelidades entranhadas e de mentiras maquilhadas.
Dá-nos
o dom a unidade que brota da conversão de todos a Cristo.
domingo, janeiro 18, 2015
FALA, SENHOR, QUE EU ESCUTO!
Hoje, como
sempre, Deus chama
Profetas dum
mundo novo,
E, a quem O
escuta, fala,
Abençoa e
consagra,
E, no Seu
Amor, envia
A libertar o
Seu Povo,
Porque muito,
a todos, ama
E deseja
revelar,
Em todo o
tempo e lugar,
O Seu Amor
sempre novo,
Com que a
todos quer salvar.
Chamou,
também, Samuel,
Enquanto ele
dormia
E que nem O
conhecia,
Porque a
Palavra do Senhor,
Não lhe
havia sido manifestada,
Como a Voz do
Deus Amor,
Mas, que logo
respondeu:
-Fala,
Senhor! Aqui estou eu!
Deus chamou
por João Batista
Que
apresentou aos discípulos
Aquele de
quem ele falava,
Dizendo, ao
ver Jesus a passar
E sem deixar
de O fixar:
Eis o
Cordeiro de Deus!
E logo eles O
seguiram,
Tratando
Jesus por Messias,
Por Mestre e
por Senhor,
Sinal de que
O conheciam
Do que por
João ouviram,
Jesus, porém,
como a querer
Convidá-los
a conhecê-lo
Ainda mais e
muito mais,
Interroga-os,
perguntando:
- Quem
procurais?
Estes,
contudo, responderam:
-Mestre,
onde moras?
Alimentando a
sua confiança,
Jesus os
convida
A uma relação
mais íntima,
Responsável
e livre,
E, apenas com
duas palavras,
Agudiza a sua
curiosidade:
-VINDE E
VEDE!
Por harmonia
divina,
Hoje, parte,
em missão,
Da nossa
comunidade,
Porque
enviada à Argentina,
A nossa irmã
Sara Renca,
Em total
disponibilidade,
Para, aí,
realizar,
Do Senhor, a
Sua vontade,
No meio
daquele povo
Que ela
abraça como seu,
No amor de
Deus, sempre novo!
Com esta
Mulher Consagrada
E, em Missão,
Enviada,
Nossa alma se
dilata
E o coração
se alarga,
Para que o
mundo, em nós, caiba.
Maria Lina da
Silva, fmm
Lisboa,
18.01.2015
2º Domingo do Tempo Comum – 1º dia de oração pela unidade da Igreja
Eles foram ver onde morava e ficaram
com Ele. (cf. Jo 1,35-42)
André
e um outro discípulo (que posso ser eu),
moravam
com João Batista, pois tinham-no como seu mestre.
Confiados
na sua palavra, seguiram o “Cordeiro de Deus”.
Querem
saber onde mora, porque desejam ser seus discípulos.
Jesus
acolhe-os e convida-os a fazer a experiência de morar com Ele.
O
resultado deste primeiro dia de vida com Jesus é a missão:
“Encontrámos
o Messias”. E André levou o seu irmão a Jesus.
Jesus
já o esperava e chamou-o a ser “Cefas”, pedra viva da sua
Igreja.
O
missionário, o catequista, o padrinho... apontam para Cristo,
como
pedagogos do encontro e animadores do discipulado.
É
perigoso entregar a catequese a leitores improvisados
ou a
pastoral a “evangelizadores profissionalizados”
que
retransmitem apenas doutrina e disciplina moral,
sem o
calor do testemunho nem a alegria de viver em Cristo.
Quem
procura apenas conhecer a “doutrina de Jesus”
ou ir
unicamente “à missa bonita de determinado padre”,
sabe
de Jesus apenas de “ouvir dizer” e procura-se a si mesmo,
mas
ainda não O conheceu pessoalmente!
Senhor
Jesus, Emanuel a morar no meio de nós,
envia-nos
o teu Espírito e faz da Igreja teu templo habitado,
para
que vivamos como filhos de Deus, amados e apaixonados.
Obrigado
porque nos chamaste à fé e ao Batismo,
sinais
misteriosos do teu amor e da tua graça.
Neste
mundo onde tudo corre e foge de si,
dá-nos
a sabedoria de buscar momentos íntimos de estar contigo,
escutar
a tua voz que nos chama, perdoar a quem nos ofende
e
anunciar a boa nova da tua salvação a quem não Te conhece.
Dá-nos
o dom da unidade entre os cristãos.
sábado, janeiro 17, 2015
Sábado da 1ª semana do Tempo Comum – S. Antão
Eu não vim chamar os justos, mas os
pecadores. (cf. Mc 2,13-17)
Em
Jesus tudo é missão redentora da humanidade.
Sai
sempre de novo em busca da ovelha perdida.
Vê a
alma do cobrador de impostos e chama-o a segui-Lo.
Aceita
comer com os pecadores pois quer dar-lhes outra comida.
É um
médico que se aproxima do doente, não para ser contaminado,
mas
para curar a contaminação e o libertar do mal.
Tudo é
momento oportuno para servir a Palavra,
despertar
a esperança da aliança, oferecer a sua graça.
Diz o
povo: “diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és!”.
Jesus
dir-nos-ia: “diz-me a diferença que fazes com quem andas
e
dir-te-ei se és ou não meu discípulo!”.
Muitas
vezes enchemos a nossa vida de carris delimitativos,
cheios
de medos e de proibições que paralisam a ousadia da caridade.
Não
podemos ir ali, nem estar com este, nem comer com aquele,
porque
é perigoso, o que vão pensar de nós...
Com
isto, muitas vezes, caminhamos paralelamente e ilhados,
somando
desencontros e esterilizando o fermento de vida nova!
Senhor,
misericórdia pedagógica em busca de pecadores,
cura-nos
dos nossos medos de contágio e fortalece a nossa fé.
Cristo,
missionário atento que aceita todos os convites para entrar,
entra
na intimidade da nossa alma e ensina-nos a amar,
para
que também sejamos missionários destemidos e ousados,
que
fazem da cada convite uma proposta de evangelização.
sexta-feira, janeiro 16, 2015
6ª feira da 1ª semana do Tempo Comum
Ao ver a fé
daquela gente, Jesus disse ao paralítico: "Filho, os teus
pecados estão perdoados".
(cf. Mc 2,1-12)
Jesus
é Deus a dar vida nova aos paralíticos.
Chama-lhes
“filhos” porque, como o Pai, os gera para a vida,
perdoando-lhes
os pecados e colocando-os a caminhar.
S.
Agostinho vê nos quatro homens que levam o paralítico,
os
que, descobrindo o teto das Escrituras, conduzem a Cristo
os
paralisados espirituais, por falta de fé e de amor.
O
ardor missionário e a fé grande faz juntar esforços
e,
em Igreja, levarmos os paralíticos de hoje a Cristo,
por
meio da pregação da Palavra de Deus e do testemunho.
A
paralisia torna-nos dependentes e imobiliza-nos.
Uns
optam por não crescer, por permanecer no quentinho do ninho,
da
dependência económica e afetiva, sem ideais nem vontade própria.
Outros
descobrem como é bom caminhar, esticar as pernas,
apanhar
ar fresco, ver novas paisagens, conhecer novas pessoas,
ousar
acreditar no amor e voar para além do horizonte.
A
redenção dos primeiros está no compromisso dos segundos
em
tudo fazer para os animar a sair de si e do seu (des)conforto.
Senhor
Jesus, que nos esperas na Casa da Salvação,
faz
de nós servos da Palavra na mesa do encontro contigo.
Cristo,
caminho, verdade e vida, acessível a todos,
liberta-nos
da paralisia do pecado e do comodismo,
para
que ajudemos outros a conhecer e a acolher a tua Palavra.
Aumenta
a nossa fé e o compromisso com a evangelização,
para
que, em Igreja, possamos levar muitos paralíticos na fé a Cristo.
quinta-feira, janeiro 15, 2015
5ª feira da 1ª semana do Tempo Comum – S. Arnaldo Janssen
Ele, porém, logo que partiu,
começou a apregoar e a divulgar o que acontecera.
(cf. Mc 1,40-45)
Jesus
é a mão de Deus que cura e limpa as nossas lepras.
Não o
faz como estratégia de marketing, mas por puro amor.
Por
isso, foge do espetáculo e pede silêncio aquele que é curado.
Mas,
para um leproso, ficar limpo da sua doença é recuperar a vida,
é
poder voltar a viver em sociedade, é ressuscitar a esperança,
por
isso, ele não consegue calar a alegria e a boa nova de estar curado
e
divulga por toda a parte Quem é a fonte da vida!
A
missão brota da experiência de ter sido salvo por Jesus!
Na Igreja
multiplicam-se os apelos à evangelização.
Estes apelos criam
má consciência, mas não mobilizam corações.
Eu sou o primeiro
campo de missão, consciente das minhas lepras,
que, cada dia, me
devo prostrar de joelhos perante Jesus
e suplicar a minha
conversão e um coração novo e compassivo.
Na medida em que
experimento o poder da sua graça,
é que anuncio aos
outros: “tudo posso naquele que me conforta”;
“Experimenta
confiar em Jesus e a tua vida merecerá ser eterna,
porque te vais
tornar uma bênção que contagia a paz e a esperança”.
Senhor Jesus,
coração compassivo e mão estendida ao suplicante,
cura-nos das lepras
que nos afastam da comunhão,
que criam solidão
e marginalização, que nos isolam com medo,
que contagiam o mal
e adoecem a família humana.
Faz de nós
missionários incansáveis e respeitosos
que, num gesto de
amor aos outros, lhes anunciam o Salvador.
S. Arnaldo Janssen,
grande impulsionador missionário,
intercede para que
sejamos uma resposta evangelizadora
aos anseios da
humanidade de hoje e ao projeto de Deus.
quarta-feira, janeiro 14, 2015
4ª feira da 1ª semana do Tempo Comum
Disseram-Lhe: «Todos Te procuram»
(cf. Mc 1,29-39)
Deus é
aquele que sempre vem ao nosso encontro
e
colocou no nosso coração o desejo de O encontrar.
É um
desejo que procura um Rosto desconhecido,
que
quando se encontra, ninguém O quer abandonar.
Jesus
é o Rosto e a Palavra de Deus, revestido de proximidade,
que
nos cura a passividade e nos move ao serviço do amor.
Porque
“todos O procuram” e a maioria não O conhece,
Jesus
quer ir a todos os lugares para revelar o Pai
e pede
a todos, os que O conhecemos, que O anunciemos.
Há em
cada ser humano uma saudade de estar em Deus.
É uma
sede indefinida de mais, de infinito, de eterna alegria,
de
perfeita comunhão, de paz sustentável, de amor envolvente...
Cada
religião é uma tentativa de resposta estruturada
a este
anseio profundo duma felicidade protetora e transcendente.
O
drama do nosso tempo é o individualismo nesta busca religiosa,
que
rejeita toda a sabedoria adquirida na história desta procura
e quer
ser pioneiro e bandeirante, numa busca solitária e privada.
É uma
forma moderna de religiosidade, sem religião institucional,
que se
refugia no experimentalismo e cai, muitas vezes,
na
superstição e na magia de vendedores da “banha da cobra”!
Senhor,
que Te fizeste nosso irmão e sofres connosco,
toca-nos
com a tua mão libertadora e cura-nos do nosso pecado.
Ilumina-nos
com a tua Palavra geradora de vida
e
ensina-nos a ser palavra de boa nova para toda a gente.
Que
sejamos evangelizadores, enviados pela intimidade do Pai,
saciados
pelo Pão da Palavra do Filho
e
conduzidos pela mão segura do amor do Espírito Santo.
Faz de
nós instrumentos fieis junto de todos os que Te procuram.
terça-feira, janeiro 13, 2015
3ª feira da 1ª semana do Tempo Comum
Encontrava-se na sinagoga um homem
com um espírito impuro. (cf. Mc
1,21-28)
Deus é
liberdade paciente, com olhar salvador.
É
paciente com o pecador, que veste pele de justo
e
participa no culto, como pessoa piedosa,
porque
espera a sua hora de conversão,
o
momento em que se dá conta da mentira da sua vida.
Também
Jesus encontra na sinagoga um homem mau,
que
grita contra si e manifesta a agressividade que o possui.
Jesus,
com a autoridade da sua palavra, liberta-o do mal
e
deixa o homem livre para amar e louvar.
Na
Igreja também há pecadores maquilhados de praticantes,
que
desfiguram o cristianismo e afastam os inseguros.
Gostaríamos
que Deus castigasse notoriamente os pecadores
e
fizesse da Igreja uma comunidade de puros,
no
entanto, Deus atua de outra forma!
Nenhum
de nós é puramente santo, sem mancha de joio.
Todos
somos aprendizes e peregrinos da santidade,
em
constante processo de conversão,
de
morte para o pecado e renascimento para o Homem novo.
Deixar-nos
entrar na Igreja assim, é um sinal da Sua esperança.
Obrigado,
ó Pai, pelo amor misericordioso com que nos envolves
e
esperas o nosso sim à tua graça e perdão.
Louvado
sejas, ó Cristo, nosso salvador e parteiro de vida nova,
por
nos deixares entrar no teu Corpo, apesar do nosso pecado.
Liberta-nos
do espírito de violência e intolerância
que
nos faz gritar contra Ti e contra os irmãos.
Dá-nos
o teu Espírito de paz e de fraternidade
que
nos move ao amor e ao louvor humilde e jubiloso.
segunda-feira, janeiro 12, 2015
2ª feira da 1ª semana do Tempo Comum
Começou a proclamar o Evangelho de
Deus. (cf. Mc 1,14-20)
Deus é
a boa nova onde se aninha a felicidade.
O Céu
é a festa eterna onde todos se sentam à mesma mesa
e
sentem a alegria de se amarem na sua diferença
e de
se complementarem na mesma missão.
Em
Cristo, todo o Céu foi enviado em missão,
como
comunicação de um caminho de vida
que
envolve outros na mesma missão.
Jesus
é a Palavra do Evangelho de Deus
que
provoca conversão e seguimento de Cristo.
O
mundo está cheio de evangelhos que prometem a salvação:
há o
evangelho político e ideológico,
há o
evangelho consumista de novidades,
há o
evangelho das soluções mágicas e espirituais,
há o
evangelho do bem estar psicológico e físico,
há o
evangelho do sucesso empresarial,
há o
evangelho do prazer induzido e criativo...
São
tudo evangelhos humanos e efémeros
como
estrelas cadentes e pão fresco do dia!
Senhor
Jesus, Evangelho de Deus acessível a todos,
dá-nos
ouvidos de discípulo e coração de criança,
para
Te escutarmos com confiança e Te seguirmos com fidelidade.
Liberta-nos
da pressa cega em querermos ser felizes,
sem
esforço, sem dor nem empenhamento na felicidade dos outros.
Desperta-nos
cada manhã para o Evangelho de Deus
e
purifica-nos das miragens idolátricas que nos enganam.
Hoje
quero escutar a Tua voz que me diz: “segue-me!”.
domingo, janeiro 11, 2015
BAPTISMO DE JESUS E MISSÃO DO CRISTÃO
No baptismo de Jesus,
Os céus se abriram
E ouviu-se a voz do Pai,
Ressoar, por toda a parte,
E eis que uma pomba reluz,
Como a mais brilhante luz,
Que todo viram e ouviram
A voz do Pai que dizia,
E, alegremente, anuncia:
“ESTE É O MEU FILHO
AMADO.
ESCUTAI-O E SEGUI-O,
FIELMENTE, EM TODO O
LADO.”
É este o grande apelo,
Proclamado, com desvelo
Que Deus tem por Jesus
Cristo
E, por nós, os
baptizados,
Com Jesus identificados,
P’ra levar, à terra
inteira,
A Luz da Fé verdadeira,
Justiça e Pão, às
nações,
Paz e Amor, aos corações
De todas as gerações,
Sob a Luz que, no céu,
brilha,
E a humanidade viva,
Construindo fraternidade
Com sonhos de felicidade,
Sem guerras, nem divisões,
Pois Jesus nos fez irmãos,
No Espírito de Deus
E, a todos, sem distinção,
Abriu a porta dos céus.
NÓS QUE SOMOS
BAPTIZADOS
COM CRISTO, IDENTIFICADOS,
MANTENHAMOS, DIA-A-DIA,
NOSSA VIDA EM HARMONIA,
COM A VOZ DO PRÓPRIO PAI,
QUE CONTINUA A FALAR,
E DO FILHO A QUEM PEDIU,
PARA, ATENTOS, O ESCUTAR,
A FIM DE QUE, EM NÓS E
POR NÓS,
SE ABRAM OS OLHOS AOS
CEGOS
E OS OPRIMIDOS TENHAM VOZ,
PARA QUE O SONHO DE DEUS,
ECOE, POR TODA A PARTE,
NA TERRA COMO NOS CÉUS,
QUE JUSTIÇA E MANSIDÃO,
É CHAVE PARA MISSÃO,
DO BAPTIZADO EM CRISTO,
PELA VIDA, FÉ EM ACÇÃO.
Maria Lina da Silva, fmm
Lisboa, 11.01.2015
Domingo do Batismo do Senhor
Jesus veio de Nazaré da Galileia e
foi batizado por João no rio Jordão. (cf.
Mc 1,7-11)
O
Batismo de Jesus é um programa de vida:
ser
Messias como Servo de Deus e solidário com os pecadores.
Não o
faz como um juiz que condena e aniquila o malvado,
mas
como aquele que está disposto a dar vida
para
que ninguém se perca, impotente nas cadeias do pecado.
O Pai
identifica-se totalmente com este programa,
por
isso, abre-lhe os Céus de par a par, envia-lhe o seu Espírito
e
revela-O como Filho amado, espelho da sua alma.
Ao
batizar-nos em Jesus, caminho, verdade e vida,
comprometemo-nos
a viver segundo o seu Espírito,
como
filhos amados do Pai e irmãos solidários de todos,
buscando
a justiça e praticando o bem em todas as circunstâncias.
O
batizado deve ser o primeiro no louvor perfeito a Deus,
o
primeiro no perdão ao que o ofende,
o
primeiro na iniciativa da reconciliação e da caridade.
É
aprender com Jesus a “primeirar” sem necessidade de palmas,
com a
alegria humilde de fazer o bem sem se ufanar.
Senhor
Jesus, servo obediente da missão do Pai,
ensina-nos
a alegria de servir o Deus do amor,
segundo
os impulsos respeitosos e luminosos do teu Espírito.
Liberta-nos
da tentação de ficarmos satisfeitos
com o
simples picar o ponto do “batismo de tradição”.
Faz de
nós epifania, humilde e fiel, da tua missão,
praticando
o bem e curando o mal com a riqueza da tua graça.
Ajuda-nos
a discernir quando escutamos a verdade da tua voz:
“Tu
és o meu filho muito amado, espelho da minha alma!”