quinta-feira, novembro 30, 2023
5ª feira, S. André, apóstolo
Com o coração se
acredita para obter a justiça e com a boca se professa a fé para alcançar a
salvação. (cf. Rm 10,9-18)
A fé é uma relação
de confiança numa Pessoa,
que reconhecemos
que nos quer bem, nos ama,
nos escuta, nos
guia segundo a aliança e nos salva.
Por isso, a fé enraíza-se
no coração, no mais profundo de nós,
e professa-se com
a boca em anúncio jubiloso.
Jesus, o enviado
pelo Pai em missão redentora,
é a Palavra que
brota do coração amoroso de Deus,
o Caminho que nos
conduz à verdade e à vida.
Ele chama os
salvos a serem apóstolos deste Caminho,
a segui-Lo e a
serem enviados em missão até aos confins do mundo.
A democratização
da escolaridade equiparou a catequese
a uma escola de doutrinas
que se devem decorar e entender.
Nesta escola de credos,
conceitos e orações,
não é exigida a fé
do catequista nem dos catequizandos,
nem a prática da
caridade nem a prática litúrgica,
apenas a
frequência dumas etapas curriculares.
Mas um conhecimento
que não toque o coração,
não se torna urgência
de anúncio nem prática de vida.
Talvez por isso,
quando se chega à etapa do Crisma,
este sacramento,
em vez de gerar cristãos missionários,
gera cristãos não
praticantes e debandada quase geral.
Senhor Jesus,
obrigado pela revelação dum coração apaixonado,
capaz de descer à
nossa condição humana,
e que sendo Senhor,
Te fizeste nosso servo,
e sendo imortal,
aceitastes entregar a tua vida para nos salvar.
Espírito Santo,
abre o nosso coração à fé e confiança em Deus,
como senhor da
vida e em Jesus como caminho de salvação.
Chama-nos como
chamaste a André a ser apóstolo,
e faz-nos
testemunhas convictos da tua ressurreição.
S. André, o primeiro
a ser chamado que chamou seu irmão Pedro,
intercede por cada
um de nós e por toda a Igreja,
para que sejamos cristãos
pelo testemunho e pelo anúncio.
quarta-feira, novembro 29, 2023
4ª feira da 34ª semana do Tempo Comum
Foste pesado na
balança e achado sem peso; (cf. Dn 5,1-6. 13-14. 16-17. 23-28)
Deus pesa a nossa
fé, a nossa esperança e o nosso amor.
Ele pesa e presa a
nossa fidelidade à aliança,
a nossa
perseverança nas adversidades e na prosperidade,
a nossa confiança
no Espírito que dá vida e inspira a profecia,
a nossa verdade e
justiça com que condimentamos a vida.
Na balança de Deus,
nada pesa a arrogância e a fanfarronice,
o poder de turno e
a injustiça com que nos servimos do saber,
a gula e a
luxúria, a avareza e a ira, a inveja e a preguiça.
Jesus morreu
porque se deu totalmente, perseverando na dor,
mas foi achado
pesado de fé e de amor
e a sua vida
achada sem termo nem divisão de louvor.
Somos uma geração
obesa e senhora de si:
porque acumulamos comida
e bebida numa vida sedentária,
fazemos da vida
uma corrida sem dar dois passos,
temos os olhos
maiores que a barriga e desperdiçamos,
crescemos
centímetros no corpo mas encurtámos na alma
e fizemos da
vontade libertinagem ao sabor do capricho e da moda.
E gente tão pesada
e tão alta, vive muitas vezes em fuga por medo,
incapaz de se comprometer
sem tempo contado,
intolerante à dor
e ao fracasso,
fazendo da vida líquido
a contornar obstáculos,
dividida entre o interesse
próprio e o dever do bem comum.
Será que é o
ginásio e as dietas que nos fazem pesados?
Senhor, obrigado porque
o teu coração nos pesa grande,
e és um Pai
Criador que gera filhos em vez de coisas sem valor.
Louvado sejas por
Jesus, teu Filho, que nos resgatou com o seu sangue,
porque para Ele
valemos muito mais do que os passarinhos
e queres salvar a
todos, principalmente os tísicos e anémicos.
Ajuda-nos, Senhor,
a saber pesar a vida na balança do amor
e da fidelidade ao
Evangelho da verdade e da missão,
para que não
sejamos obesos de palavreado e aparências,
mas pesados de fé
e de profecia que nos faz leves na caminhada.
terça-feira, novembro 28, 2023
3ª feira da 34ª semana do Tempo Comum, B. Maria Helena Stollenwerk
O Deus do Céu fará
surgir um reino que jamais será destruído. (cf. Dn 2,31-45)
Deus é a Palavra
quer permanece enquanto os reinos passam.
Há poderes que têm
aspeto terrível e devastador,
mas têm pés de
barro e desmoronam-se rapidamente,
deixando na
história apenas pedras e o nome.
Estes pés de barro
são a arrogância e a injustiça,
a divisão e o esquecimento
da aliança,
a mentira e a violência,
a corrupção e o abuso de poder.
Neste vai e vem de
palavras ocas do povo,
a primeira e a última
Palavra é de Deus,
marcada pela fidelidade
e a misericórdia.
A cruz, que
parecia vencida e a vida destruída,
revelou a Vida que
ressuscita e se torna fonte de vida.
A história está
cheia de grandes impérios que desmoronaram,
e deram lugar a
outros impérios que já desapareceram.
É uma arrogância
feroz e que mete medo,
mas que tem pés de
barro e se desfaz como pó.
A própria Igreja
já teve momentos de glória e de poder,
que já passaram à
história, não como momentos inspiradores,
mas como manchas e
sombras que a contagiaram.
A Igreja que
permanece é feita de humildade e de serviço,
de santidade e de
entrega, de louvor e de solidariedade,
de comunhão e de
busca da verdade, de misericórdia e de paz.
Senhor Jesus,
pedra angular que os construtores rejeitaram
e que revela a
fragilidade da voz troante e do poder injusto,
ajuda-nos a cavar
fundo e a ter o alicerce na fé em Ti.
Espírito Santo,
dom da sabedoria, ensina-nos a ser o que permanece,
sem ilusões do
ouro que brilha, nem os logros da mentira.
Ajuda-nos a ser
fortes em Ti, quando nos sentimos fracos.
B. Maria Helena,
consagrada à missão do Verbo Divino
como serva do
Espírito Santo,
roga por nós que
passamos a vida a olhar para o nosso umbigo
e esquecemos o que
podemos fazer
para salvar a todos
em Cristo da idolatria do poder e da riqueza.
segunda-feira, novembro 27, 2023
2ª feira da 34ª semana do Tempo Comum
Ficaram ao serviço
do rei. (cf. Cf. Dn 1,1-6.8-20)
Deus criou-nos à
sua imagem e semelhança,
com capacidade
para conhecer os mistérios da vida
e para penetrar no
mistério da fé e da esperança.
O Espírito Santo
concede o dom da profecia,
de ver com o olhar
de Deus
e de compreender com
verdade o sentido da história.
Jesus é o Filho de
Deus feito homem,
capaz de ver para
além das aparências
e de compreender o
sentido da entrega,
sem se iludir pela
quantidade e a ostentação.
Aquele que busca
viver a partir da fé,
quer servir a Deus
como seu Rei e Senhor.
Mas como somos
pessoas com os pés no tempo,
devemos aprender a
servir o Rei, servindo o bem comum,
participando
ativamente na sociedade em que vivemos,
testemunhando uma
sabedoria que promove a justiça e a paz,
que brota da esperança
e ilumina a verdade escondida
na correria dos
dias e na noite dos sentidos.
Há no entanto o
perigo de perdermos o sentido do serviço a Deus
e da subserviência
aos interesses egoístas dos reis deste mundo
ou de nos
colocarmos no lugar do Rei eterno, buscando o poder.
Senhor, venha a
nós o teu reino da sabedoria do amor,
e ensina-nos a
descobrir e a procurar a felicidade da fidelidade,
vivendo intensamente
neste mundo com o coração em Deus.
Bom Jesus,
verdadeiro homem ao serviço do Pai como Rei,
alimenta a nossa
fé e seguimento,
para que sejamos
fermento e anúncio do reino de Deus.
Espírito Santo,
sabedoria que se faz dom e luz,
ajuda-nos a ser
olhar e palavra profética,
que aponta para a
alternativa
de um mundo harmonioso,
fraterno, justo e pacífico.
domingo, novembro 26, 2023
34º Domingo do Tempo Comum, Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, Dia Mundial da Juventude
É necessário que
Ele reine, até que tenha posto todos os inimigos debaixo dos seus pés. (cf. 1 Cor,
15.20-26.28)
Deus é amor e quer
que o amor reine entre nós.
O Criador faz-se
aliança, o Senhor companheiro,
a Palavra faz-se
pastor, o Juiz faz-se misericórdia,
o Filho de Deus
faz-se Filho do homem,
o vencido pela
injustiça ressuscita senhor da morte,
o Rei da glória
permanece servo e necessitado,
apelando a
seguidores da caridade e da esperança.
É necessário que
Jesus reine para Deus seja tudo em todos.
O grande sonho de
cada um é reinar sobre os outros,
dominar os segredos
da saúde e da longevidade,
assegurar o futuro
sem surpresas nem ameaças,
controlar o tempo,
os objetivos, os lucros, o sucesso.
No entanto, a
pandemia desnudou a fragilidade do ser humano,
trouxe medo à proximidade,
à confiança e à globalização,
mostrou que o mais
importante é o que não se vê a olho nu.
As guerras
recentes mostram o poder do ódio e da ambição,
e a falta que nos
faz investir na moderação dos impulsos,
e no diálogo e na
valorização da vida, seja ela qual for.
Querido Pai, Deus
amor, venha a nós o teu reino,
movido pela ação
do teu Espírito
e alimentado pelo
Pão do teu Filho,
que faz de cada
situação de fragilidade e necessidade
uma oportunidade
de ser irmão, servo e pastor.
Bom Jesus, que de
forma invisível e persistente,
nos alimentas a
esperança e a comunhão entre todos,
e nos ajudas a ser
justiça, mão amiga e pés de visitador,
desarmados de orgulho
e de armas ofensivas,
mensageiros da
vida e anjos que surpreendem na esquina.
sábado, novembro 25, 2023
Sábado da 33ª semana do Tempo Comum
Adoeceu de
tristeza, porque os projetos não lhe tinham corrido como desejava. (cf. 2 Mac
6,1-13)
Deus deseja
conquistar corações entre as criaturas,
fazer aliança e
ser luz do caminho de vida de todos.
Mas os seus
projetos não Lhe têm corrido como deseja,
porque a
humanidade Lhe tem sido rebelde
e busca apenas riquezas,
poder, prazer e violência.
Apesar disso, Deus
não adoeceu de tristeza,
nem se encheu de ódio
e vingança,
nem desistiu do
seu projeto, nem destruiu a humanidade…
Deus, pelo
contrário, continuou a namorar-nos,
enviou-nos o seu
Filho e o seu Espírito,
usou de paciência
e misericórdia, desceu à nossa condição
e faz festa cada
vez que conquista o arrependimento
e o amor de cada um!
A depressão é uma
doença de tristeza,
pelo sentimento de
impotência perante sonhos e desejos,
que nascem de
ilusões de poder, fama e prazer
fácil, rápido, sem
dor nem fracassos,
como se a vida tivesse
de ser uma linha reta,
sem altos nem
baixos, e sempre a crescer.
É uma tristeza que
paralisa, mata a esperança,
e busca soluções
fáceis, que vão desde o cruzar os braços e chorar
ao consumo de drogas
de felicidade induzida e efémera,
que em vez de
curar aumenta o desespero e a desesperança.
Na verdade a sorte
não nos é servida de bandeja,
mas é conquistada
com muito esforço e empenho,
sabendo que nem
sempre acertamos nem ganhamos.
Senhor, Deus dos
vivos que sonhas grande para cada um de nós,
obrigado por não
desistires de nos amar, apesar do nosso pecado
e fizeste da
história de desobediência uma história de salvação.
Liberta-nos da tristeza
que nos adoece o ânimo e a esperança,
que endurece o
coração e petrifica a capacidade de perdão.
Ajuda-nos a
carregar a nossa cruz cada dia
e a sermos fortes no
fracasso e na rejeição,
sem perder a
alegria de viver nem a ternura na relação.
Espírito Santo dá-nos
horizontes de eternidade e santidade,
fazendo de cada
projeto a curto prazo,
caminho de vida
que Tu confirmas para sempre.
sexta-feira, novembro 24, 2023
6ª feira da 33ª semana do Tempo Comum, S. André Dung-Lac e companheiros
Subamos a
purificar o templo e celebrar a sua dedicação. (cf. 1 Mac
4,36-37.52-59)
Deus quis fazer
parte da nossa vida.
Ele habita no meio
de nós, no templo da aliança,
na assembleia
orante, no coração fiel e justo.
O templo é o
sacramento da sua presença viva,
a memória do amor
misericordioso do nosso Deus,
o lugar onde Deus
deve reinar e nos alimenta a fé.
Devemos
purificar-nos e dedicar o templo ao louvor,
à adoração, à
oração, à memória da aliança, à conversão.
Jesus, presença do
Filho de Deus no meio de nós,
também purificou o
templo de Jerusalém
e quis que toda a
pessoa e templo fossem casa de oração.
Muitas vezes as
assembleias litúrgicas
procuram consagrar
a ordem social em que vivemos:
estratos sociais
com lugares marcados,
formas de poder na
sociedade protocoladas na celebração
com lugares de
destaque no templo e na procissão,
entrada no templo
como se fosse uma extensão da praça,
sem silêncio nem
respeito pelo Invisível que nos espera.
Enfim, o templo
que devia ser lugar de escuta e oração,
torna-se lugar de
conversas sobre trivialidades e negócios,
espaço para atos
sociais e culturais com verniz religioso.
Senhor, bendito
sejas por teres escolhido habitar em nós,
desta forma subtil
e libertadora, que é sem se impor,
ilumina sem cegar,
motiva sem obrigar, espera sem condenar.
Louvado sejas Espírito
Santo, que consagraste o profano,
e nos fizeste
sacrário, altar e pedra viva do templo,
quando saímos de
casa e nos reunimos em assembleia celebrante,
juntando a nossa
voz numa polifonia orante e suplicante,
em memória de
Cristo, caminho, verdade e vida para o Eterno.
S. André Dung-Lac
e companheiros mártires do Vietnam,
rezai por nós,
para que não espezinhemos a cruz de Cristo,
com a nossa
indiferença, mau testemunho e descompromisso.
quinta-feira, novembro 23, 2023
5ª feira da 33ª semana do Tempo Comum
Todo aquele que
sentir zelo pela Lei e quiser manter a aliança siga-me. (cf. 1 Mac
2,15-29)
A aliança de Deus
com o seu povo é feita como proposta,
livre e fiel, e
conduzida com paciente misericórdia.
Deus envia
profetas para recordar a aliança
e promover a
conversão e não exércitos para destruir infiéis.
Por fim, envia o
seu Filho a habitar no meio de nós,
Noivo apaixonado
que a todos quer conquistar o coração,
disposto a dar a
vida por todos,
alertando-nos com
a sua frágil palavra e entrega na cruz.
É um zelo pela
aliança que não destrói os inimigos,
mas tudo faz para
os transformar em parceiros da aliança.
E nós, se
quisermos fazer parte desta aliança,
devemos seguir
Jesus e não a intolerância da violência.
Assistimos espantados
a guerras “em nome de Deus”.
Mas de que Deus se
trata? Um deus que mata,
que inflama a
vingança e alimenta o ódio?
Guerras que
destroem pessoas e bens indefesos,
e fazem da
vizinhança um muro de medo e insegurança?
Isto é zelo pela
lei e pela aliança com Deus,
ou zelo pelo poder
e pelo ódio ao irmão feito inimigo?
A quem seguimos
neste ambiente de crispação?
Faz-se guerra por
se ser diferente
e nunca se foi tão
igual nos métodos e sentimentos!
Senhor,
desperta-nos para a comunhão
e ensina-nos a
fazer a paz com o vizinho e irmão.
Jesus, bom Mestre
que vos visitas desarmado
e sentado num
jumento, como caminho da paz,
anima-nos com o
teu Espírito a seguir-Te
na busca de uma
paz sem vencedores nem vingados.
E nos desencontros
normais da nossa caminhada,
dá-nos o
discernimento de seguirmos o Mestre
que chora, antevendo
os destroços de destruição
feitos pelo
desnorte da violência e da vingança.
quarta-feira, novembro 22, 2023
4ª feira da 33ª semana do Tempo Comum, S. Cecília
Tudo suportou com
firme serenidade, pela esperança que tinha no Senhor. (cf. 2 Mac
7,1.20-31)
A fé no Deus da
vida gera a ousadia da esperança e da caridade.
Abraão partiu da
sua casa na sua velhice
pela esperança que
tinha no Senhor.
Moisés partiu do
seu comodismo para libertar o seu povo
pela esperança que
tinha na palavra do Senhor.
David, jovem e
pastor, enfrentou Golias, gigante armado,
pela confiança e
esperança que tinha no Senhor.
Maria disse: “faça-se
em mim, segundo a vossa vontade”
pela esperança que
tinha no Deus dos impossíveis.
Jesus bebeu serenamente
o cálice da morte na cruz
pela esperança que
tinha na aliança do seu querido Pai.
Há uma religiosidade
capilar e superficial,
que se manifesta
apenas nos tempos de estio ou de gelo,
mas que não
mobiliza a vida no seu todo,
nem tem força para
grandes ousadias nem perseverança.
Deus aparece sem
rosto nem coração,
mas apenas como “um
ser supremo”, “uma energia”,
“alguém que nos
governa”, um mistério que tememos”.
Esta fé não gera
compromissos nem fidelidade,
mas abandona-se se
a oração tarda em ter resposta,
ignora-se se a
ética se opõe aos nossos caprichos,
esquece-se se a
vida nos corre bem e nos incha a vaidade.
Senhor, eu creio
em Ti, mas aumenta a minha fé.
Perdoa a minha
ansiedade quando me vejo a perder força
ou me sinto perseguido
por causa da minha fé.
Ajuda-me a fazer
render todos os dons que me deste,
para que a minha
vida possa ser fecunda e missionária.
S. Cecília, virgem
e mártir pela sua fidelidade a Cristo,
intercede por cada
um de nós
para que saibamos
em quem colocamos a nossa esperança,
e viver com a
mesma fidelidade profética
neste mundo
indiferente e descrente.
terça-feira, novembro 21, 2023
3ª feira da 33ª semana do Tempo Comum, Apresentação da Virgem Santa Maria
Um exemplo de
coragem e um memorial de virtude. (cf. 2 Mac 6,18-31)
Deus olha-nos com
o coração da verdade na caridade.
Sabe que somos
desejo de perfeição e medo de sofrer,
anseio de
eternidade e temor da morte,
sonho de ser
grande e subir, e consciência de ser fraco e pecador.
Por isso, levanta
o caído e traz a salvação ao perdido.
Jesus, seu Filho,
é um exemplo de coragem e um memorial de virtude,
ao entregar a sua
vida, firmando a sua aliança com o seu sangue.
Deus ressuscitou esta
vida que dá vida,
que enfrenta o
sofrimento injusto e a morte sem rancor nem fugas.
A vida é muitas
vezes uma camuflagem,
que procura dissimular
o medo e a mentira,
que brota como
solução mais fácil e indolor,
perante a demora
dos frutos e a resistência aos desejos.
Há muita riqueza e
poder construído na base da mentira,
muita piedade
misturada de dissimulação e pecado,
muito populismo arrogante
que não tolera a liberdade.
Faltando a fé
Naquele que tudo conhece e nos há de julgar,
a vida torna-se
num teatro que esconde a verdade.
Senhor, Tu me
conheces profundamente,
sabes de que é
feita a verdade oculta e sombria,
que tento disfarçar
e adiar purificar.
Vem ficar em minha
casa e traz a tua salvação,
que não julga nem
humilha, mas me desafia a ser santo.
Ajuda-me a ser
como Tu, Jesus,
um exemplo de
coragem e um memorial de virtude,
para que o Evangelho
seja legível nas linhas tortas da vida.
Santa Maria, apresentação
humilde da fidelidade a Deus,
protege-nos da
tentação da mentira e do pecado,
e ajuda-nos a ser
santos em espírito e verdade.