sábado, outubro 31, 2009

 

Poema de D. Serafima ao P. Kondor


P. Luis Kondor
(22-06-1928 // 28-10-2009)

“O P. Luís Kondor partiu”
É verdade nua e crua
O seu corpo sucumbiu
Mas a vida continua,
Do amor de Deus hauriu
Toda a força que foi sua.

Primeiro adorou a Deus
Na santíssima Trindade.
A seguir saudou Maria
A Mãe da Humanidade
E depois os próprios pais
De quem tinha saudade.

Reconheceu Francisco
Viu a Jacinta crescida
A Lúcia jovenzinha
Foi também reconhecida.
Os três fizeram grã festa
Ao Postulador da vida.

Quanto o Padre Kondor fez
Foi amor, não interesse.
Da grandeza da mensagem
Deu testemunho, fez prece...
Com apreço e gratidão
Todo o mundo agradece.

Fátima, 28 de Outubro 2009

+ Serafim Ferreira e Silva
Bispo Emérito de Leiria-Fátima

sexta-feira, outubro 30, 2009

 


22 de Junho de 1928 nasceu em Csikvánd, na Hungria.
20 de Agosto de 1946 entrou na Congregação do Verbo Divino.
28 de Agosto de 2953 foi ordenado presbítero, em St Augustin, na Alemanha.
19 de Novembro de 1954 chegou pela 1ª vez a Fátima, Portugal
No Natal de 1960 foi nomeado Vice-Postulador dos Pastorinhos
28 de Outubro de 2009, morreu em Fátima.




Missionário do Oriente,
sonho não realizado

Missionário de Portugal,
Mandato amado

Arauto da mensagem de Fátima,
paixão pessoal

Irmão universal
por dom e entrega


Canal fecundo da caridade
fruto incansável da abundância do coração.

Promotor de causas impossíveis
por Fé e perseverança indomável.

Frases do seu livro (a publicar):


“O «sacrifício espiritual» agradável a Deus, a «adoração espiritual» dos membros de Cristo, do povo de Deus, do sacerdócio real consiste em ser santo por uma vida santa, segundo o desígnio de Deus, ser santo pelo sacrifício reparador, ser santo pela adoração reparadora, ser santo pelo oferecimento total de toda a sua pessoa, corpo e alma.”



«Consagrar-se» ao Coração Imaculado de Maria não significa «procurar refúgio» ou «pôr-se debaixo da protecção» deste Coração durante esta vida terrena, mas sim purificar-se e santificar-se. Consagração, reparação e santificação são expressões que significam a mesma coisa e devem ser realizadas, necessariamente, em profunda comunhão e harmonia com a totalidade da pessoa humana.



Deus quer, porém, antes de tudo, convidar-nos a nós todos, pela Mensagem de Fátima, a colaborar na reparação dos pecados cometidos contra Deus e contra o Coração Imaculado de Maria, para nos salvarmos a nós e aos nossos irmãos. Revela-nos, pela vida heróica dos bem-aventurados Pastorinhos que, se colaborarmos na salvação dos pecadores e na reparação dos pecados contra Deus, seguiremos o caminho mais seguro, para atingir a santidade a que Deus nos chamou. Este caminho consiste na nossa própria imolação, no nosso sacrifício espiritual agradável a Deus, em união com o sacrifício de Jesus Cristo, presente em todos os Sacrários, para reparar deste modo os pecados cometidos contra Deus e contra o Coração Imaculado de Maria e para alcançar a conversão dos pobres pecadores, nossos irmãos. «Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos seus amigos» (Jo. 15,13), pelos pecadores, os mais pobres do nosso mundo.



(Falando da Jacinta no hospital) Faltando-lhe as forças do corpo, a sua alma tornava-se mais bela, à medida que os dias iam passando, através do exercício resoluto, constante, alegre e perfeito das virtudes cristãs. Com efeito foi completa a sua entrega à vontade de Deus.

Toda a Mensagem de Fátima é coração, é amor, porque nos revela o amor do Coração Imaculado de Maria (...) o Coração de Maria sofre por causa dos Seus filhos, do Seu Filho Jesus que é ofendido pelos muitos pecados e por causa dos Seus filhos pecadores que se encontram em perigo de perdição eterna. Esta dor domina o Coração da Mãe de Deus e dos homens.

segunda-feira, outubro 26, 2009

 

E do nada criarás em mim a própria luz (cf. Gn 1, 3)


Houve um tempo em que eu não estava presente, e Tu criaste-me.
Eu não tinha orado, e Tu, Tu fizeste-me.
Eu não tinha ainda vindo à luz, e no entanto viste-me.
Eu não tinha aparecido, e no entanto tiveste piedade de mim.
Eu não Te tinha invocado, e no entanto tomaste-me ao Teu cuidado.
Eu não Te tinha feito qualquer sinal, e no entanto olhaste para mim.
Eu não Te tinha dirigido qualquer súplica, e no entanto tiveste misericórdia para comigo.
Eu não tinha articulado o mínimo som, e no entanto ouviste-me.
Eu não tinha sequer suspirado, e no entanto a tudo estiveste atento.
Sabedor do que ia acontecer-me neste tempo presente
Não me votaste ao desprezo.
Considerando, com Teus previdentes olhos,
Os erros deste pecador que eu sou,
Vieste contudo a modelar-me.
Sou agora este ser que Tu criaste,
Que salvaste,
Que foi alvo de tanta solicitude!
Que a ferida do pecado, suscitada pelo Acusador,
Não me perca para sempre! [...]
Presa, paralisada,
Curvada como a mulher que sofria,
A minha alma infeliz, impotente, não consegue reerguer-se.
Sob o peso do pecado, ela fixa-se à terra,
Com as pesadas cadeias de Satã [...]
Inclina-Te, ó Misericordioso único, sobre mim,
Esta pobre árvore que pensa que caiu.
A mim, que estou seco, faz-me reflorir
Em beleza e esplendor,
Segundo as palavras divinas do santo profeta (Ez 17, 22-24) [...]
Tu, Protector único,
Digna-Te lançar sobre mim um olhar
Vindo da solicitude do Teu indizível amor [...]
E do nada criarás em mim a própria luz (cf. Gn 1, 3).


Gregório de Narek (c. 944-c. 1010), monge e poeta arménio Livro de Orações, n.°18 (a partir da trad. SC 78, p. 123 rev.)

domingo, outubro 25, 2009

 

Quem, como Deus?


Quem, como Deus,
Que tem meu nome gravado
Na palma da Sua mão,
E o Seu nome sagrado
No meu coração e nos céus,
Mostra, por mim, mais cuidado?!

Quem, como Deus, me ama
Como à pupila dos olhos
E caminha à minha frente,
Como Guia e Bom Pastor,
Numa atenção permanente
Porque cuida com amor
A ovelhinha carente
E ávida por encontrar
Prado onde repousar,
Após comer e beber
Da água n’Ele a jorrar,
E, depois, poder andar?!

Quem, como Deus,
É Clemente e Compassivo,
Torna o pecador Seu filho
E assume a causa do povo,
Por quem dá a própria vida,
Para construir de novo
O Seu Reino sem fronteiras,
Na Verdade e Caridade,
Justiça e Paz verdadeiras,
Porque o Amor produz fruto
De mil e uma maneiras,
Sendo, Jesus, o primeiro
A eliminar barreiras
E a construir as pontes
Que unem o mundo inteiro?!

Deixo a pergunta no ar,
Para alguém se questionar.

Maria Lina da Silva, fmm
Lisboa, 04.10.09, dia da Festa de São Francisco de Assis

segunda-feira, outubro 19, 2009

 

OS PÉS DO MENSAGEIRO


Como são belos
Os pés do Mensageiro
Que desce da montanha,
Para anunciar a Paz,
Para desvendar horizontes de Esperança,
Para reflectir a luz da fé em Cristo Libertador,
Para testemunhar tranquilidade e audácia,
Para derreter o gelo da indiferença
Com o calor do afecto e do amor,
Para construir pontes,
Sobre as plataformas do diálogo
Respeitador da identidade do outro,
Para levar a Boa Nova da Salvação a todos os povos,
Para fazer de todos os povos o Povo de Deus!

Como são fortes
Os pés do Mensageiro
Que desce da montanha!
Fortes,
Para vencer dificuldades e obstáculos,
Para saltar barreiras,
Apoiado no bordão do Espírito de força e de sabedoria,
Para erguer antenas de ligação ao Transcendente,
Ultrapassando os limites do espaço e a finitude da matéria,
Para não tropeçar nas irregularidades dos caminhos e das veredas,
Para não se deixar afundar, nos terrenos pantanosos.

Como são belos
Os pés do Mensageiro,
Que revelam
A agilidade da corsa,
A persistência da andorinha,
A docilidade do cordeiro,
A graciosidade do cisne,
A alegria do canário,
A firmeza do rochedo,
A generosidade do sol,
A ternura da criança,
A fidelidade e a audácia do profeta!
Pés movidos pelo desejo
De anunciar a Salvação e a Paz,
De a todos envolver
No abraço amoroso de Deus,
Colaborando no Seu projecto salvífico
De fazer de todos os povos o Seu Povo:
“TODOS OS POVOS SÃO MEU POVO”.
MARIA LINA DA SILVA, FMM

quinta-feira, outubro 15, 2009

 

Encontro de Jovens - Prior Velho


Venho então falar-vos do Encontro Nacional de Jovens. Resumidamente, era um encontro de três dias em que participavam jovens de todas as localidades do pais onde estão presentes os Missionários do Verbo Divino, o Grupo Diálogos ou as Missionárias Servas do Espírito Santo. Como em Odivelas temos as Missionárias, a Pastoral Juvenil foi toda convidada a participar. A ideia era os jovens ficarem acolhidos nas famílias do Prior Velho e participarem em várias actividades ao longo dos três dias.
Tivemos algumas palestras, que depois discutíamos em grupos de reflexão e partilha. Os temas andavam muito à volta da Missão, da noção de compromisso, da importância de ser jovem aliada à importância de ser Cristão...etc. Ao segundo dia, todas aquelas reflexões levaram a um culminar em que nos deixámos de palavras e passámos às acções. O objectivo era fazermo-nos estrangeiros para podermos olhar a cidade com olhos diferentes: o objectivo era olhá-la como Cristo a olharia. Fomos então distribuídos por vários pontos diferentes da cidade: alguns foram para lares de idosos, outros ao encontro das crianças desfavorecidas, outros foram visitar sem-abrigo, outros para um centro de reformados, e outros, como eu, fomos para o Parque das Nações fazer evangelização de rua. Foi sem dúvida exigente. Como levar Cristo - não a uma pessoa concreta - mas a toda a gente que aparecer?
Como nem todos fomos para os mesmos locais, este trabalho missionário tocou a todos de maneiras diferentes. Agora, passada quase uma semana, creio que o real objectivo foi fazer-nos ir ao encontro do Outro. Até nas famílias em que dormimos! Estávamos todos em realidades muito diferentes: eu fui acolhida por uma senhora viúva que vivia sozinha havia oito anos, que tinha uma necessidade enorme de dar, de estar com alguém, de conversar, de se rir...e que portanto nos deu a sua própria cama, e que tinha medo de cozinhar para nós, porque podíamos não gostar...mas houve jovens acolhidos em bairros degradados, com famílias numerosas que conseguiram arranjar um bocadinho de chão...
Portanto, amigos, foi sobretudo um apercebermo-nos do encontro que temos marcado com o outro, hoje e sempre: o outro nos pobres, o outro nos sós, no sorriso das crianças, no desconhecido apressado, a quem é tão fácil estender a mão... Fizemo-nos estrangeiros e sentimo-nos acolhidos. Acolhidos pelo próprio Cristo, que nos olhava, que nos chamava no rosto do outro.

Sorri. Responde sempre com um sorriso, se puderes. Mesmo que estejas só a dizer que horas são. Não sabes há quanto tempo o teu interlocutor não vê um sorriso simpático... E nele, no outro, o teu sorriso pode fazer a diferença.

Um abraço fraterno, à maneira de Cristo.
Margarida Campos (Odivelas)

segunda-feira, outubro 05, 2009

 

Meu Deus e meu Tudo!


Na humilde esteira de Francisco,
Faço minha esta oração,
Porque só Tu, meu Deus, és capaz
De inundar minha alma de paz
E de alegria o coração.
Quando tudo é balofo e vão,
Grita por Ti, meu coração.

Porque és Fonte de Amor e Graça,
Na ânsia de melhor Te amar,
Não cesso de Te perguntar:
SENHOR, QUE QUERES QU EU FAÇA?

-Faz, da Minha Palavra, vida
A iluminar teu caminho
E a conduzir-te por dentro,
Do coração ao pensamento,
Pois jamais andarás sozinho,
Haja sol, chuva, neve ou vento.

-Grava, em mim, meu Deus e Senhor,
A Tua proposta de amor,
Para que, em Ti, eu sempre viva
Pondo o Evangelho na vida,
A fermentar toda a acção,
De modo a fazer do agir
Entrega total à Missão.

Maria Lina da Silva, fmm
Lisboa, 01.10.09

sexta-feira, outubro 02, 2009

 

Aprender com a criança


Quando o governo aprender
Que o verdadeiro poder
Implica saber servir
Os mais pequenos do reino
E a não cantar do poleiro
Servindo-se a si primeiro,
Os pobres podem sorrir,
Porque a justiça desponta
Trazendo a paz e a verdade,
Para romper as cadeias
Dos que vivem oprimidos,
Sem direito à liberdade
De soltar os seus gemidos.

Quando quem manda aprender
Que a escola do poder
É aquela que ensina a ser
E a agir como criança,
Que é boa p’ra toda a gente
Por não ter corrupta a mente,
Que é leal e transparente,
Sem ganância ou ambição
Roendo o seu coração,
Porque, para ela, o maior
É o que sabe dar amor,
Gratuito e sem medida,
E o que lhe defende a vida,
Haverá, em cada mesa,
Pão e vinho, com certeza,
Para alegria do povo
Que vê vencida a pobreza
E surgir um mundo novo.

Aprender com a criança,
É proposta inteligente
De Jesus que é Rei Clemente,
A quem quer ser o maior,
Para que seja o menor,
Servindo amorosamente
Idoso, pobre ou doente.

PODER ASSIM, É URGENTE.

Maria Lina da Silva, fmm
Lisboa, 29.09.09

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