quinta-feira, abril 30, 2015
5ª feira da 4ª semana da Páscoa
Sabendo isto, sereis felizes se o
puserdes em prática. (cf. Jo
13,16-20)
Jesus
é serviço de vida como o Pai é fonte de amor.
Jesus
conhece e ama Quem O enviou em missão
e, por
isso, nos lava os pés com a água da misericórdia
e nos
purifica o coração com a tolha da graça e da fidelidade.
Porque
é feliz nesta obediência que imita o Pai,
recomenda-nos
o seguimento da sua palavra e do seu exemplo.
A
felicidade do cristão não é saber coisas sobre Jesus,
mas
acolher o seu Evangelho como Pão da vida
e
fermento que se doa pela redenção da humanidade.
A
iniciação cristã e a formação contínua, se for só teórica,
incha
o orgulho duma vanglória desértica,
mas
não toca os sentimentos, nem os valores, nem a esperança.
Cria
cristãos, consagrados e ministros ordenados de curriculum,
mas
não imitadores felizes e encarnados de Jesus, nosso Mestre.
A fé
floresce nas mãos e nos pés, frutifica nos sentimentos,
alimenta-se
com a ousadia da caridade, multiplica-se no testemunho,
prova-se
na ética e enraíza-se na busca humilde do discernimento.
Tudo o
resto é uma gnoseologia idolátrica e estéril.
Pai de
bondade e fonte de serviço digno e dignificante,
obrigado
pelo envio do teu Filho, interprete fiel da aliança
e do
amor misericordioso que se faz dom salvífico.
Jesus,
nosso Irmão e transparência da santidade de Deus,
quem
somos nós para sermos servidos pelo nosso Senhor
e
enviados como colaboradores de tão surpreendente missão?
Dá-nos
o teu Espírito para que seja Ele o motor do nosso agir
e,
plasmados e recriados por dentro, possamos seguir-Te felizes,
amassando
o pão das relações com o amor que se faz doação.
Faz
das nossas vidas uma memória viva do teu Evangelho.
quarta-feira, abril 29, 2015
S. Catarina de Sena
Eu Te bendigo, ó Pai, porque
revelaste estas verdades aos pequeninos. (Cf.
Mt 11,25-30)
Jesus
vive a sabedoria da harmonia feliz,
por
isso, fala do Pai com as obras do amor
e olha
o tempo a partir da eternidade.
Maravilha-se
com a sabedoria dos simples e dos pobres
que
encontram a paz e vivem da fé, no meio da turbulência.
Admira-se
dos sábios diplomados a tropeçar na fé
e a
viver angustiados as relações e os valores,
por
isso, convida-os a aprender com Ele a alegria do amor.
Vivemos
tempos de graça, dois papas numa convivência fraterna!
Bendito
seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!
No
tempos de S. Catarina de Sena o cenário era diferente:
a
peste dizimava populações e semeava o medo,
a
Igreja vivia o cisma de Avinhão e os príncipes guerreavam-se.
S.
Catarina, jovem analfabeta de letras mas sábia de Cristo,
contempla
o inefável no mistério pascal
e
aprende a arte de promover a paz e a união.
A sua
vida curta, 30 anos, foi uma infatigável lucidez
que
luta por uma Igreja unida e uma sociedade justa e pacífica.
Senhor
Jesus, sabedoria do Pai e luzeiro do Espírito,
dá-nos
o dom da contemplação na correria da vida.
Cristo,
mestre na arte dum viver alternativo e feliz,
ensina-nos
a gastar as nossas energias por um mundo melhor,
segundo
o teu projeto e os valores do Evangelho.
S.
Catarina de Sena, intercede por estes teus irmãos
e
ensina-nos a discernir, entre tantas modas, o bem do mal,
e a
intervir na nossa sociedade com a sabedoria de Cristo.
terça-feira, abril 28, 2015
3ª feira da 4ª semana da Páscoa
As minhas ovelhas escutam a minha
voz: Eu conheço as minhas ovelhas e elas seguem-me. (cf.
Jo 10,22-30)
A
relação entre Jesus e o Pai é de uma intimidade globalizante,
que se
enraíza num amor confiante e fecundo.
A
obediência é alegria da comunhão e da missão assumida.
As
palavras comunicam sentimentos que habitam o coração
e
revelam Deus em ação com a transparência da verdade.
Quem
acredita em Jesus e na “via amoris” da salvação,
não O
busca a partir de fora, como um inspetor da verdade
ou um
colecionador de conhecimentos mistéricos,
mas
segue-O confiante, escuta a sua voz e realiza as suas obras.
A
porta de fé é mais o coração do que a razão!
A
relação entre o dono e um animal de estimação
é
feita de confiança, fidelidade, alegria de encontro,
porque
cada um sabe que o outro lhe quer bem.
A
relação entre o bebé e os pais ou a ama que dele cuidam,
é
reconhecimento da sua voz, compreensão de ansiedades,
interpretação
de choros e sorrisos, colo que pacifica.
Um
estranho a estas intimidades, provadas e alimentadas,
pode
falar, prometer, abrir os braços e sorrir,
que
não arranca da criança um sorriso confiante.
Só
quando o estranho deixa de ser um intruso desconhecido
é que
a criança volta a estar em paz e passa a ser ela mesma.
Não
será isto que Jesus quer de nós na religião?
Senhor
Jesus, nascido da intimidade do Amor
e
gerador de intimidades fecundas com cheiro a aliança,
abre
os olhos do nosso coração à tua presença invisível.
Que o
teu Espírito crie nós laços de comunhão e de fidelidade,
alimentados
pela oração e a escuta da Palavra,
fortalecidos
pelos sacramentos e, de modo especial, pela Eucaristia
e
confirmados pela caridade que se torna testemunho e missão.
Faz de
nós ovelhas amadas e amantes duma fraternidade totalizante.
segunda-feira, abril 27, 2015
2ª feira da 4ª semana da Páscoa
Eu sou a porta. Quem entrar por Mim
será salvo. (cf. Jo 10,1-10)
Jesus
é o Cordeiro Pascal, voz que conduz à vida plena.
O
cordeiro torna-se pastor, porteiro e porta do rebanho.
É
pastor que conhece cada um pelo nome e o ama sem medida,
numa
intimidade libertadora, respeitadora dos nossos ritmos.
É a
porta que defende dos perigos, quando a noite esconde ladrões.
É a
porta que abre esperanças e aponta pastagens,
quando
a fome debilita as forças e o medo nos invade.
É a
porta que se abre festiva, misericordiosa e hospitaleira,
quando
andamos errantes e feridos e queremos voltar.
Louvado
sejas Porta que nos conduzes à vida em plenitude!
Vivemos
num mundo incerto e cheio de portas enganadoras.
As
promessas criam ilusões e os beijos são traiçoeiros.
O
marketing promete felicidade no consumo a prestações,
mas
cria devedores, servos de juros sem fim.
As
universidades criam cursos que nem sempre são portas
para o
emprego, porque desadequados da realidade.
O
prazer fácil abre portas ao êxtase que embebeda o presente,
mas
adoece o futuro, fazendo da vida uma ressaca permanente.
O
egoísmo fecha-nos sobre nós mesmos, num autismo depressivo,
numa
vida amuralhada, sem portas nem janelas de amor.
A
idolatria hipnotizada, sem fé nem sede de infinito,
fecha
os horizontes, acabrunhados pela desesperança e a morte.
Senhor,
aliado da vida verdadeira com a delicadeza de cordeiro,
obrigado
porque estás sempre connosco e ao ritmo de cada um.
Cristo,
nosso salvador, que não quiseste ser carneiro poderoso,
mas
nos conduzes com a voz do aviso, suave e amigo,
aumenta
a nossa fé e desperta o nosso ouvido de discípulo.
Jesus,
Porta do Céu e Caminho de vida plena,
faz de
nós porteiros acolhedores que te apontam como Porta.
domingo, abril 26, 2015
EU SOU O BOM PASTOR
Escutar e meditar
Esta afirmação de Jesus,
Caminho, Verdade e Vida,
Que, por amor, nos conduz
Ao prado de erva abundante
E, com água, refrescante,
Sempre pronto a proteger
E a dar a própria vida,
Para poder defender
E até mesmo libertar
Toda a ovelha perdida,
É sentir-se confiante,
Neste Deus que nos criou,
Em Seu Filho, nos salvou,
E nos guia a cada
instante,
Com infinita paciência,
Ternura e persistência,
Como se fosse uma mãe,
Reerguendo-nos dos tombos,
E curando nossos rombos,
Sempre que, por ilusão,
Confundimos ideais,
Com bolinhas de sabão.
Tu, que és Bom Pastor,
Conheces nosso interior
E nos chamas pelo nome,
Ajuda-me a reconhecer
Tua voz quando me chama
E a seguir-Te, por amor,
Pois, Tu também me envias
A bem servir e cuidar
Da irmã ou do irmão
Que de mim mais precisar,
Cursando na Tua Palavra,
Que me guia e orienta,
À luz da Tua infinita
graça,
A sempre saber revelar,
Com fidelidade e amor,
Que só Tu, ó Bom Pastor,
Podes curar e salvar.
QUE EU SAIBA INVOCAR TEU
NOME,
AO DAR PÃO A QUEM TEM
FOME,
E SEMPRE QUE, NA FÉ, TE
CANTE,
O PRÓPRIO LOBO SE
ESPANTE,
A OVELHA PERDIDA SE
ENCANTE,
SALTANDO PARA OS TEUS
OMBROS
E DEIXAR DE ANDAR AOS
TOMBOS.
Maria Lina da Silva, fmm
Lisboa, 26.4.2015
4º Domingo da Páscoa – Dia Mundial de Oração pelas Vocações
O bom pastor dá a vida pelas suas
ovelhas. (cf. Jo 10,11-18)
Deus é
a fonte da vida. O seu ser é uma eterna doação de si.
E tudo
o que vem de Deus tem a marca da generosidade gratuita.
Por
isso, o Pai ama o Filho e identifica-se com o seu “Eu sou”:
“Bom
Pastor”, “conhecedor e cuidador das suas ovelhas”,
“doador
de vida para que todos tenham vida”,
“buscador
das ovelhas dispersas por outros redis”.
Jesus
não entra na lógica do mercado de serviços e de dons,
todo o
seu ser é graça, amor de entrega, doação total.
Ele é
a garantia da nossa filiação divina,
a
força e o caminho de uma vida descentrada e cuidadora.
Vivemos
numa sociedade onde tudo se compra e se vende.
As
ofertas e as gratuitidades cheiram a isco de armadilha.
Um
jogador de futebol não tem clube, mas sim um bom patrão.
Consagrar
a vida como bom pastor de crianças abandonadas,
como
pedagogo de valores e de liberdade,
como
cuidador da justiça e promotor da paz,
como
testemunha do primado de Deus e anúncio de esperança...
é dar
a vida para que todos tenham vida.
Entregar
a vida por uns momentos drogados de felicidade
ou
optar por ser homicida-suicida de adversários
é
tornar-se fonte de morte, gerador de medo, movido pelo ódio.
Pai,
Fonte de amor e cuidador silencioso da criação,
nós
te louvamos pela graça e misericórdia com que nos envolves.
Jesus,
nosso Irmão e Bom Pastor atento e sacrificado,
nós
te bendizemos porque cada manhã, em cada Eucaristia
nos
tranquilizas dizendo: “continuo a dar a vida por ti,
tenho
sede de te ver feliz, cooperador da vida fraterna”!
Espírito
que mana do coração do Eterno Amor Redentor,
consagra
todo o nosso ser em iniciativa de caridade,
em
ternura cuidadora, em solidariedade com os mais fracos,
em
justiça que amadurece a esperança,
em
religião que semeia a vida e fortalece a paz.
Dá-nos
consagrados e pastores enamorados da Vida!
sábado, abril 25, 2015
S. Marcos, Evangelista
Eles partiram a pregar por toda a
parte e o Senhor cooperava com eles.
(cf. Mc 16,15-20)
O
Filho e o Espírito participam do mesmo ardor missionário do Pai.
É um
fogo inextinguível que quer contagiar todos os corações.
Como o
Pai envia o Filho, Jesus envia os seus discípulos em missão.
É uma
corrente de amor que delega, confia, coopera, forma, envia.
Marcos
acompanha Pedro e Paulo com o ouvido e o coração,
testemunhando
a boa nova de Jesus com a vida e o anúncio.
E para
que a memória não se apague nem se engane,
escreveu
o evangelho simples e conciso que salva da morte.
A
missão na Igreja é uma cooperação fraterna e solidária.
Quando
cada um faz o que deve e pode fazer,
é
todo o Corpo de Cristo que vive uma saudável comunhão
e
continua a obra de salvação que palpita no coração de Deus.
O
Senhor coopera com aqueles que cooperam na sua missão.
É tão
importante a criança que pede à família que reze com ela,
como o
jovem que sonha e se voluntaria por um mundo melhor,
como
os pais que se tornam pedagogos da verdade e da liberdade,
como o
político que serve a justiça e o bem comum,
como o
consagado/a que doa a sua vida ao Senhor e exerce a caridade,
como o
sacerdote que serve a tempo pleno a Igreja e a sua missão,
como o
idoso ou doente que faz da sua vida uma lamparina orante.
Coração
Trinitário, que tanto nos amais,
faz o
nosso coração semelhante ao do Pai, do Filho e do Espírito.
Dá-nos
o dom duma fé contagiante e evangelizadora
que
comunique sempre a tua Boa Nova e promova a conversão.
Coopera
connosco e abençoa as nossas vidas,
purificando
a nossa fidelidade, corrigindo as nossa letras tortas,
fazendo
das nossas vozes tímidas palavras de salvação.
Faz de
toda a Igreja um corpo vivo onde todos cooperam contigo
e Tu
cooperas com cada um para o bem e salvação de todos.
S.
Marcos ensina-nos a avivar a memória do Evangelho,
por
meio das redes sociais e dos meios de comunicação social.
sexta-feira, abril 24, 2015
6ª feira da 3ª semana da Páscoa
Quem come a minha carne e bebe o meu
sangue permanece em Mim e Eu nele.
(cf. Jo 6,52-59)
Jesus
vive no amor do Pai, unidos no mesmo Espírito.
É
desta comunhão de corações que brota a missão de Deus.
O
alimento de Jesus é fazer a vontade de seu Pai
e, por
isso, o envio, a encarnação, a casa de Nazaré,
não O
afastam do Céu, mas fazem da história um viver em Deus.
Jesus
presenteia-nos com esta comunhão divina,
dando-nos
a comer a sua Palavra e o seu Corpo,
para
que transformados em Cristo, permaneçamos nEle.
Sem a
Eucaristia somos um tumor na Igreja, Corpo de Cristo.
Nós
somos o que e como comemos e bebemos.
Se
interessa apenas encher o estômago,
não é
muito diferente do animal esfomeado.
Se
busca apenas o que gosta, vive do capricho e todos o devem servir.
Se o
mais importante é a companhia, é alguém que se alimenta do amado.
Se é
incapaz de resistir a certas bebidas ou alimentos, perdeu a
liberdade.
Se
escolhe sempre a melhor parte, só se ama a si e não sabe partilhar.
Se faz
da mesa uma arte e do tempo uma sobremesa,
gosta
de saborear a vida e alimentar a amizade.
Se
gosta de convidar para comer e beber, especializa-se em
hospitalidade.
Se vai
à missa para se alimentar de Cristo, deseja ser discípulo do seu
viver.
Senhor
Jesus, Pão acessível que nos alimenta de Deus,
obrigado
por tanto amor e generosidade gratuita.
Que o
teu Espírito nos cure da anorexia eucarística
e nos
amadureça o coração do desejo e do ideal,
para
que possamos viver em Ti e alimentar a nossa santidade.
Faz
das nossas eucaristias escolas de fraternidade e de louvor,
para
que aprendamos a comungar o irmão e a aliança,
cada
vez que comungamos a tua Carne no Pão e na missão.
Dá-nos
sacerdotes-discípulos que presidam à mesa da comunhão.
quinta-feira, abril 23, 2015
5ª feira da 3ª semana da Páscoa
E o pão que Eu hei de dar é a
minha carne que Eu darei pela vida do mundo.
(cf. Jo 6,44-51)
É o
fogo do amor que move Jesus na loucura da oferta de si.
Jesus
vive totalmente descentrado de si na pobreza do possuir,
pois
todo o seu ser é alimentado pelo amor do Pai no Espírito.
Este
amor sofre com a frieza da vida que caminha para a morte
e, por
isso, faz tudo, até dar a própria vida,
para
abrir a porta estreita da ressurreição que conduz à eternidade.
Na
Eucaristia concentra-se toda a riqueza duma vida-alimento,
que
desce do Céu para ser pão vivificante, crucifica o pecado
e
alimenta o coração descentrado de si, a pulsar amor eterno.
Diminuiu
o tamanho das famílias e aumentou o das casas.
As
casas enchem-se de coisas, mas esvaziam-se de vida:
servem
apenas para dormir e passar os fins de semana!
Mesmo
nos fins de semana há necessidade de sair!
Faltam
espaços e tempos para alimentar o descentramento,
a
entrega de si, o diálogo, a solidariedade, o serviço, a oração...
Numa
cultura sem Igreja doméstica como se alimenta a Igreja local?
Numa
sociedade de mercado de presentes e não de si,
como
assimilar o Pão do amor que alimenta a gratuidade?
Podemos
fazer a primeira comunhão e colecionar missas,
mas se
não nos alimentarmos do Pão de Cristo, tudo é vão!
Senhor
Jesus, encarnação do amor redentor da humanidade,
dá-nos
um coração novo e um espírito novo,
semelhante
ao teu, sem tromboses de egoísmo ou de ressentimento.
Envia-nos
o teu Espírito e faz da vida uma oferta de pão,
que
alimenta e dá esperança, que reconcilia e traz a paz.
Cura-nos
das azias da indiferença e do capricho mimado,
que
impedem a assimilação da tua Palavra e do teu Corpo,
mesmo
estando de corpo presente na missa dominical.
Dá-nos
pastores e consagrados/as fortalecidos pelo teu Pão de vida,
para
que possam ser testemunho da beleza duma vida em oblação.
quarta-feira, abril 22, 2015
4ª feira da 3ª semana da Páscoa
No entanto, como vos disse, ‘embora
tivésseis visto, não acreditais’. (cf.
Jo 6,35-40)
Jesus
é o Pão da vida enviado pelo Pai
a
revelar a misericórdia divina no banquete da salvação.
Todos
estão convidados a participar nele, pela fé,
alimentando-se
de Cristo para caminharem até à vida eterna.
A
vontade do Pai é a vontade do Filho e do Espírito,
numa
missão divina que abraça a história
e abre
a porta à eternidade e ao banquete da fraternidade total.
Sem fé
em Jesus a comunhão é um rito sem assimilação!
A vida
é um aprender a ver e a creditar.
Quando
navegamos em águas de suspeita e do temor,
mesmo
vendo ao nosso lado a tábua de salvação,
continuamos
a gritar a má sorte que nos cega.
É
belo quando o cego aprende a ver com os sentidos,
o
surdo a ouvir com o olhar e os sentimentos,
os sem
braços a escrever e a comer com os pés...
É
grandioso quando encontramos Deus no nosso caminho
e
acolhemos como único alimento de vida
e
começamos a sentir-nos parte do seu Corpo em missão!
Santíssima
Trindade,
missão
misericordiosa que vem ao nosso encontro,
cura-nos
das nossas cegueiras que nos ocupam o coração.
Envia-nos
o teu Espírito e dá-nos o dom da fé,
para
que reconheçamos Jesus no irmão,
sigamos
Cristo na Palavra que nos ilumina e orienta,
assimilemos
o teu Filho nos sacramentos que nos salvam.
Estreita
as nossas vontades pelo laço da fé e da obediência,
para
que também nos deixemos enviar em missão
e
continuemos a obra da redenção de toda a humanidade.
Dá-nos
muitas vocações que nos ensinem a ver e a acreditar.
terça-feira, abril 21, 2015
3ª feira da 3ª semana da Páscoa
Que milagres fazes Tu, para que nós
vejamos e acreditemos em Ti? (cf.
Jo 6,30-35)
Jesus
é o Pão de Deus que o Pai nos dá
para
fortalecer a fidelidade à aliança,
iluminar
as trevas de sentido e libertar das cegueiras de encadeamento,
para
saciar a fome de infinito e a sede de comunhão,
para
curar as feridas do passado e os desencontros do presente.
O Pão
de Deus é o que gera vida à volta de quem o come,
rega a
esperança de quem encontra, perfuma a paz com a misericórdia.
Acreditar
em Jesus não é fixar-se nos milagres que faz,
mas no
milagre que Ele é e alimentar-se da sua palavra, seguindo-O.
O povo
tinha acabado de usufruir do milagre da multiplicação dos pães
e já
está a pedir mais milagres e querer um maná permanente.
Não
está interessado em escutar ou seguir Jesus,
mas em
ter um novo Moisés que lhe dê o pão de cada dia,
ao
nascer da aurora, enquanto dormem no berço do comodismo.
Querem
um deus milagreiro, que se ponha ao seu serviço,
sem
exigências da nossa parte de suor, criatividade,
persistência,
solidariedade, sacrifício, amor gratuito, perdão.
Quem
entra por este caminho, só pensa em si e nos seus interesses,
jamais
se vai sentar à mesa do seguimento nem da fé que dá vida.
Senhor
Jesus, purifica e aumenta a nossa fé
e
sacia-nos com o pão da tua Palavra e do teu Corpo.
Liberta-nos
da tentação egoísta de Te querermos pôr ao nosso serviço,
e
dá-nos o teu Espírito que nos faz ser grandes e felizes no serviço
ao teu
projeto de semear a vida nos desertos do mundo.
Ajuda-nos
a fazer Páscoa-passagem do milagre à fé,
das
necessidades próprias aos valores, das palavras à vida,
da
dúvida à confiança que testemunha o amor sem medida.
segunda-feira, abril 20, 2015
2ª feira da 3ª semana da Páscoa
Subiram todos para os barcos e foram
para Cafarnaum, à procura de Jesus. (cf.
Jo 6,22-29)
A
multidão dos que tinham satisfeito o seu ventre
foi
procurar Jesus, em Cafarnaum.
Jesus
denuncia as suas motivações:
não O
procuram como mestre nem como Messias,
mas
para assegurar o seu alimento, sem trabalho.
Pretendem
um rei-fada, num paternalismo infantilista,
que
prefere as panelas da escravidão ao êxodo libertador.
Jesus
é o enviado do Pai para dar-nos o alimento da vida eterna
e não
o alimento que perece e satisfaz apenas o momento.
Há
muita gente em que a sua “religião” se reduz à mesa farta,
a uma
casa atulhada das últimas novidades, a orgias noturnas,
e umas
férias de sonho num lugar longínquo.
Se a
saúde falta ou o coração se ressente da falta de horizontes,
recorrem
a um santo de promessas ou a uma pessoa de virtude,
não
para aprender a viver com sentido de eternidade,
mas
para encontrar um elixir que permita continuar todo na mesma.
A
idolatria, da concha fechada sobre si mesma, continua,
mesmo
quando se visita um santuário ou se cumpre uma promessa.
Senhor,
Pão vivo que nos fortalecesses e apontas para a vida eterna,
aumenta
a nossa fé e liberta-nos da idolatria do egoísmo coroado.
Dá-nos
o teu Espírito e, como Estêvão, ajuda-nos a seguir-Te
na
alegria e na tristeza, na saúde e na doença,
e em
todos os dias da nossa vida.
Faz de
nós testemunhas da vida eterna na história,
livre
para amar, fiel para louvar, alegre para esperar.
domingo, abril 19, 2015
BRILHE SOBRE NÓS A TUA LUZ
Num mundo de escuridão,
De vazio e incerteza,
A gerar insegurança
Na mente e no coração,
Na mente e no coração,
Regressa, Senhor Jesus,
Fonte de Paz e de Luz,
E come connosco à mesa,
Para a partilha do pão,
E ao tocarmos Teu lado,
Vendo os sinais da paixão,
Te descobrirmos, de novo,
Vivo e ressuscitado.
Brilhe sobre nós, Jesus,
E, em nós, aquela Luz,
Que refulge do Teu rosto,
Para Te anunciarmos
E, na fé, Te revelarmos,
Desde a manhã ao
sol-posto,
E, coerentes, Te
testemunharmos,
Vivo e misericordioso,
Compassivo e amoroso,
Na fraterna relação
E na partilha do pão,
A todo o irmão ansioso,
Por justiça, amor,
perdão,
E por um sorriso amigo,
Saído do coração,
Como luz que se acende,
No seu ser interior,
A atenuar a dor
Do irmão triste e ferido.
ABRE,SENHOR,
MEU ENTENDIMENTO,
PARA TE VER RESSUSCITADO
E ONDE HOUVER SOFRIMENTO,
SABER LEVAR PAZ E AMOR,
À MENTE E AO CORAÇÃO,
AFLITO E PERTURBADO,
POR ANSEAR ENCONTRAR-TE
VIVO E RESSUSCITADO,
MAS ANTES, COMO TOMÉ,
VER E TOCAR NO TEU LADO.
Maria Lina da Silva, fmm
Lisboa, 19.4.2015
3º Domingo da Páscoa
Enquanto diziam isto, Jesus
apresentou-Se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco».
(cf. Lc 24,35-48)
O testemunho
missionário dos discípulos de Emaús
cria condições
para a manifestação de Jesus na comunidade.
Ele apresenta-se no
meio deles como paz que inquieta.
Cria um misto de
espanto e de medo, de alegria e de admiração,
de dúvida e de
confiança, que os põe à busca do mistério.
A cada um Jesus se
revela diferente e nos envolve na sua Páscoa,
por meio da escuta,
da memória, de celebração e de missão,
pois o testemunho
gera abertura à ressurreição de Cristo em nós.
A Eucaristia
termina com um envio missionário:
“Ide em paz e que
o Senhor vos acompanhe!”.
Levamos Cristo e a
sua paz e isso deve manifestar-se
na alegria da fé,
no entusiasmo da partilha,
na fidelidade
orante, no perdão misericordioso,
na palavra que
ilumina as trevas com a correção fraterna,
na caridade que se
faz visita e hospitalidade,
na evangelização
que se faz testemunho no quotidiano.
Sem o testemunho
missionário durante a semana,
o domingo seguinte
fica sem o laço da continuidade.
Senhor Jesus, que
cada dia nos surpreendes
com o vislumbre da
tua presença,
abre os olhos do
nosso coração à fé na tua ressurreição.
Envia-nos o teu
Espírito e faz de cada Eucaristia
uma experiência
nova e renovadora da Igreja.
E quando a
Eucaristia terminar, ensina-nos a continua-la
na família e na
comunidade em que a mesa nos reúne,
na empresa ou
escola em que construímos um mundo diferente,
no lazer e no
voluntariado em que a ação nos repousa.
sábado, abril 18, 2015
Sábado da 2ª semana da Páscoa
Seguiram para a outra margem, em
direção a Cafarnaum. (cf. Jo
6,16-21)
Jesus
retira-se sozinho e sobe ao monte do novo Sinai,
porque
não quer ser apenas rei de ventres acomodados.
Os
discípulos descem ao mar e querem voltar para suas casas,
desiludidos
dum messias diferente, que não aproveita as oportunidades.
Navegam
durante a noite da fé, sem Jesus na sua barca,
com o
mesmo espírito dos discípulos que vão para Emaús.
Jesus
não abandona os seus discípulos e vem ao seu encontro,
caminhando
sobre o mar, como vencedor do mal,
trazendo
a paz e possibilitando a Páscoa-passagem da fé.
Ele é
o “Deus connosco”, ressuscitado e misericordioso,
que
toma a iniciativa e faz da regressão, um caminho de purificação.
A
revelação de Cristo é um caminho difícil e moroso,
porque
Ele não é o que imaginamos nem aquilo que queremos,
mas é
o “Eu sou”, o mistério revestido de humanidade,
que
pacientemente quer encarnar no coração de cada um de nós.
A
catequese, os sacramentos, a ética do quotidiano
necessitam
de uma páscoa de purificação e crescimento
que
passa por crises de fé, discernimentos de opções,
arrependimento
de pecados, conversão de coração.
É o
caminho do “deus à nossa imagem e semelhança”
ao
“Deus que é, que era e será” Senhor, criador e libertador.
Senhor,
quantas vezes desistimos de Ti e nos afastamos amuados,
porque
não fazes a nossa vontade quando Te tentamos manobrar!
Louvado
sejas porque a tua intercessão é presença misericordiosa
e não
desistes de nós mesmo quando nós desistimos de Ti.
Dá-nos
o teu Espírito e ajuda-nos a amadurecer na fé,
para
que cada dia seja uma Páscoa libertadora,
cada
crise de fé e queda de pecado seja uma conversão
que
faz brotar em nós o desejo orante de que entres na nossa barca
e
conduzas a nossa vida como Rei e Senhor, a quem seguimos.
sexta-feira, abril 17, 2015
6ª feira da 2ª semana da Páscoa
Jesus respondeu: «Mandai-os
sentar». (cf. Jo 6,1-15)
Jesus
é a Páscoa nova da Eucaristia
que
ensina a partilhar e alimenta a fraternidade.
A
Palavra encarnada sob ao monte do discipulado
e
manda os apóstolos criar condições para a escuta:
manda
o povo sentar nos verdes campos do bom Pastor.
O novo
Moisés não ensina teorias abstratas e misteriosas,
mas
ensina com o exemplo e a experiência da graça:
levanta
os olhos para ver as necessidades das pessoas,
ensina
os discípulos, envolvendo-os na busca de soluções,
multiplica
a generosidade dos pequenos para saciar a multidão,
dá
graças ao Pai e distribui o pão da Aliança aos que estão
sentados,
manda
os discípulos recolher o que sobra
e a
continuar, na missão, a partilha deste alimento,
abençoado,
multiplicado e distribuído à maneira do Mestre.
A
missa começa por nos mandar sentar na escola do Mestre.
Depois
de uma semana sentados no banco do mercado,
na
cadeira da autorreferência, no sofá do nosso comodismo,
na
mesa das nossas necessidades e no restaurante da indiferença,
somos
convidados a olhar o mundo que nos rodeia,
a
interessar-nos pelas suas buscas e lágrimas sufocadas,
a
aprender a força multiplicadora da partilha gratuita,
a
alimentar a comunhão, fazendo de muitos um só coração,
ao
reconhecer e acolher o Caminho de vida que é Jesus, nosso Mestre.
Senhor
Jesus, Bom Pastor que nos conduzes a verdes pastagens,
silencia
o nosso coração dos ruídos autistas que nos povoam,
quando
vamos à Eucaristia e nos sentamos para Te escutarmos.
Liberta-nos
da tentação de usar a tua Palavra para atacar os outros
ou
para justificar o nosso egoísmo e indiferença ao irmão.
Cura-nos
do ritualismo das missas de corpo presente,
mas
coração ausente e ouvidos adormecidos.
Ensina-nos
a sentar com desejo de Te aprender, de Te seguir
e de
Te anunciar, fazendo o mesmo Te vimos fazer.
quinta-feira, abril 16, 2015
5ª feira da 2ª semana da Páscoa
Aquele que vem do Céu dá
testemunho do que viu e ouviu; (cf.
Jo 3,31-36)
Jesus
fala com entusiasmo do Pai, porque vem do Deus.
Atua
amando sem medida, porque vive segundo o Espírito.
Busca
a ovelha perdida e dá a vida para salvar a todos,
porque
dá corpo à aliança e renova-a no deserto da cruz.
Vive
na terra, mas com o coração de Deus.
É Rei
e Senhor, mas serve a vida aos irmãos.
Tudo
lhe pertence, mas vive sem ter onde reclinar a cabeça!
Jesus
é e anuncia aquilo que viu e ouviu em Deus!
“Quem é da terra, à terra
pertence e da terra fala.”
De que
falam os cristãos, os consagrados, os clérigos?
Quais
os interesses que ocupam o nosso coração?
Quando
falamos de Deus, testemunhamos Cristo?
Ou
pregamos teorias e praticamos mimetismos da massa?
Somos presença
profética e alternativa libertadora
ou a nossa
diferença é apenas externa: ritos e pertença religiosa?
As virtudes da fé,
esperança e caridade
condimentam toda a
nossa vida ou apenas algumas áreas e tempos?
Que anúncio é o
nosso quando nos colocamos evangelizar?
Senhor Jesus,
imagem transparente do Pai e do Espírito,
dá-nos o dom duma
contemplação que penetra o mistério,
duma escuta da
Palavra que faz arder o coração,
duma participação
nos sacramentos que se alimenta da graça,
duma vida que
testemunha alegria e abraça os irmãos.
Envia-nos o teu
Espírito e dá-nos a luz do essencial,
que eterniza a
beleza das relações e restaura o perfume da justiça.
Dá-nos o dom dum
seguimento de Jesus fiel e coerente,
vigilante perante
as tentações da idolatria balofa e dourada
do ter e consumir,
do prazer egoísta e da vanglória do poder.
quarta-feira, abril 15, 2015
4ª feira da 2ª semana da Páscoa
Deus amou tanto o mundo que entregou
o seu Filho Unigénito. (cf. Jo
3,16-21)
É a
superabundância do amor de Deus, Pai, Filho e Espírito Santo
que faz da redenção
da humanidade a sua Missão.
Quando o Filho e o
Espírito são enviados ao mundo
é a incomensurável
misericórdia de Deus que se derrama na história,
se torna boa nova e
luz da verdade, se entrega e dá a vida,
ressuscita e nos
traz a paz e a alegria da vida eterna.
Acreditar em Jesus
é crer num Deus apaixonado,
com coração de
pai-mãe, sabedoria de médico,
arte de oleiro,
restaurador de esperança, pastor de perdidos.
Só o amor nos
mobiliza para acudir ao que corre perigo
e concentra todas
as nossas forças na sua salvação.
O amor não julga
nem condena, nem se alegra com o mal,
tudo faz para
corrigir sem humilhar, curar sem magoar,
animar sem mentir,
orientar sem forçar, abraçar sem prender.
O amor não veste a
toga da lei sem rosto nem coração,
mas diz a verdade
com caridade e só deseja a sua recuperação.
Santíssima
Trindade que tanto nos amais
renovai o coração
para que aprenda a amar como vós amais.
Cristo, enviado da
Misericórdia infinita e curativa,
aumenta a nossa fé
e torna firme o nosso seguimento.
Espírito de luz e
de verdade, dá aos nossos passos
sentido de
eternidade e horizonte de fraternidade.
Dá-nos a sabedoria
duma vida feliz e comprometida,
para que não
desperdicemos tanto amor derramado.
terça-feira, abril 14, 2015
3ª feira da 2ª semana da Páscoa
Assim acontece com todo aquele que
nasceu do Espírito. (cf. Jo
3,7b-15)
Jesus
é o Filho do Homem que desceu do Céu.
É o
novo Adão animado pelo Espírito divino,
todo
escuta, obediência plena, alegria de comunhão,
fidelidade
permanente à Missão trinitária.
O
mesmo Espírito divino quer fazer novas todas as coisas
e,
pelo Batismo, quer libertar-nos do fatalismo do destino,
introduzindo
a surpresa da novidade profética na nossa vida.
Nascer
do Espírito é aprender cada manhã
a ser
livre e disponível para que Cristo seja tudo em nós.
Hoje
há o culto da novidade pela novidade.
Tem-se
medo da rotina, do já conhecido e saboreado,
por
isso, buscam-se novas experiências, novos produtos,
como
barcas à vela sem rumo nem piloto.
O
resultado é um consumismo voraz e acrítico,
uma
cultura de desperdício que tudo transforma em lixo,
uma
infidelidade recorrente, sem raízes nem compromisso.
Viver
segundo o Espírito não é ser cata-vento de moções externas,
mas
escuta da verdade, obediência ao amor, liberdade profética.
Senhor
Jesus, mestre em viver a liberdade do Espírito,
ensina-nos
a ser filhos de Deus no profano da nossa sociedade.
Envia-nos
o teu Espírito e que Ele seja o nosso condutor e guia.
Dá-nos
o dom de nascer de novo cada manhã,
como
peregrinos da verdade e ouvintes do Espírito,
em
profecia livre e fiel, sem medos nem corrupções.
Faz-nos
plenamente humanos, porque plenamente espirituais.
segunda-feira, abril 13, 2015
2ª feira da 2ª semana da Páscoa
Quem não nascer
da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus.
(cf. Jo 3,1-8)
O
Reino de Deus em Cristo é humanidade divina,
pó
animado pelo Espírito, tempo grávido de eternidade,
louvor
a Deus com mãos calejadas de amor aos irmãos.
Quem
quiser entrar neste Reino tem que nascer de novo,
pela
água do rito batismal que pede perdão,
mas
também pelo Espírito do Sacramento de Cristo
que
doa graça, recria corações, à luz da fé e em comunidade.
Há
extremos que nos afastam do Reino de Deus:
a
magia do rito sem alma e movido pelo medo
e o
espiritualismo religioso sem pés no chão da vida em sociedade.
Os
primeiros observam normas rituais, cumprem tradições,
bebem
água benta, protegem-se com amuletos...
Os
segundos dirigem-se a Deus de olhos fechados,
viajam
em altos voos espirituais, mas ausentes do mundo,
pensam
na sua salvação, mas indiferentes aos perdidos.
Nós
somos discípulos do Filho de Deus Encarnado
e só
quando nascemos pela água e pelo Espírito,
podemos
viver em Cristo e ser plenamente batizados.
Jesus,
Filho de Deus e Filho de Maria,
dá-nos
o Teu Espírito e diviniza esta humanidade.
Cura-nos
dos maniqueísmos que carregam preconceitos
e
classificam a bondade e a maldade em separado.
Dá-nos
a coerência da fé que torna o corpo espiritual,
o
profano sagrado, o tempo eternidade, o medo em amor.
Pai,
dá-nos o dom do seguimento confiante do teu Filho,
para
que possamos dar testemunho do Emanuel
vivo e
atuante na Igreja e em cada um dos seus membros.
domingo, abril 12, 2015
A PAZ ESTEJA CONVOSCO
A provar quanto nos ama,
Não nos ilude nem engana,
Depois de Ressuscitado,
Jesus não nos abandona,
Nem nos coloca de lado.
Sobretudo, se nos vê
Tristes e desanimados,
Como viu seus discípulos
Que, pensando estar sós,
Por medo, estavam
fechados.
Apesar das portas
fechadas,
Jesus se apresenta entre
eles,
Para, a todos, serenar,
Dar força e encorajar,
Mostrando-lhes suas chagas
E falar de vida nova,
Ao dar-lhes a sua paz
E infundir o Seu Espírito,
De Ressuscitado e vivo:
A PAZ ESTEJA CONVOSCO!
“RECEBEI O ESPÍRITO
SANTO”,
E parti a anunciar,
A toda a humanidade,
O que viste e ouvistes,
Porque quem acreditar,
Que Eu vivo ressuscitado
Mesmo sem me ter visto,
Será bem-aventurado,
Rezando, como Tomé,
Inebriado de fé:
MEU SENHOR E MEU DEUS!
PORQUE ÉS UM DEUS DE
AMOR,
PERDÃO E MISERICÓRDIA,
CONCEDE-ME A TUA PAZ
E INFUNDE, EM MIM, TEU
ESPÍRITO,
PARA TAMBÉM SER CAPAZ
DE TESTEMUNHAR CRISTO
VIVO,
PRESENTE E RESSUSCITADO
NO QUE CREIO, DIGO E FAÇO,
MESMO SEM NUNCA TER VISTO
AS CHAGAS DE JESUS CRISTO,
MAS VENDO-AS, EM TODO O
LADO,
EM TANTO CRUCIFICADO!
Maria Lina da Silva, fmm
Lisboa, 12.04.0215
2º Domingo da Páscoa ou da Divina Misericórdia
Recebei o Espírito Santo: àqueles
a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados.
(cf. Jo 20,19-31)
A
Divina Misericórdia partilha connosco o seu Espírito.
Convida-nos
a acolhe-Lo: “recebei o Espírito Santo”,
pois
só o coração de Deus pode fazer de nós canal de misericórdia.
É o
Espírito Santo que nos faz compreender o amor de Deus
e nos
torna pastores do irmão, buscando-o com o cajado do perdão.
Perdoar
é próprio do ser de Deus e Jesus colocou nas nossas mãos
a
missão de contagiar com esta Divina Misericórdia toda a criatura.
Perdoar
é dar a alguém o dom da misericórdia, não porque o mereça,
mas
porque eu não quero perder um irmão, um familiar ou amigo!
Perdoar
é, por isso, um puro dom, que nasce dum coração pobre
e se
revela generoso, pacífico, reconciliador, primaveril.
A
vingança é uma troca de ódios e rancores, fazendo a vida uma
guerra.
O
ressentimento é conservar e alimentar o momento da ofensa
numa
ferida que não se quer curar nem cicatrizar.
O amuo
silencioso é uma tentativa ardilosa de castigo
pelo
corte de relação, comunicação enlutada e mal-humorada.
É
difícil rezar o Pai-Nosso se o coração não respira paz!
Senhor
Jesus, Divina Misericórdia encarnada e ressuscitada,
dá-nos
o teu Espírito de comunhão e ensina-nos a curar a relação.
Recria-nos
um coração novo, capaz de acalmar tempestades,
de
reconciliar ofendidos, promover a paz, desarmar castelos.
Obrigado
pelo dom do teu sacramento da reconciliação
que
nos devolve a paz e o perdão perdidos pelo pecado.
Venha
a nós o teu Reino e ensina-nos a arte da Divina Misericórdia!
sábado, abril 11, 2015
Sábado da Oitava da Páscoa
Jesus ressuscitou
na manhã do primeiro dia da semana.
(cf. Mc 16,9-15)
A
ressurreição de Jesus é o início de uma nova criação.
É
o primeiro dia da semana a germinar eternidade.
Deus
montou definitivamente a sua morada no meio de nós,
sem
templos esplendorosos visíveis nem exércitos de zelotes,
mas
mostrando o seu rosto, primeiro a Maria Madalena,
depois
a dois discípulos desiludidos a caminho de Emaús
e
por fim aos Onze incrédulos, reunidos em comunidade.
Este
Fermento novo confia nesta gente tremida
a
missão de O anunciar vivo a toda a criatura!
“Ver
o Senhor” e experimentar o encontro com Ele
é
um dom de poucos que têm a missão de fortalecer a fé.
A
maioria vive uma fé mediada e animada pela Igreja,
testemunhada
por evangelizadores credíveis em obras e palavras,
inteligível
pela sabedoria do coração daqueles que O viram!
Na
medida em que nos deixamos fermentar por Cristo,
tornamo-nos
“crescente”, enviados a fermentar toda a humanidade.
Por
isso, o anunciador deve deixar-se levedar por Cristo
e
tornar-se portador de paz, de esperança e de amor.
Senhor
Jesus, mostra-nos o teu rosto a caminhar connosco
e
faz de nós anunciadores audazes e pacientes do teu Evangelho.
Ensina-nos
a ser uma Igreja-fermento, uma comunidade-semente,
que
aceita os dinamismos do Reino promotor de opções
e
constrói os alicerces espirituais de uma nova criação.
Envia-nos
o teu Espírito e torna-nos peregrinos da missão,
sempre
em busca de Ti, sempre desejosos de Te anunciar,
porque
é preferível obedecer-Te do que ter medo dos homens.