sexta-feira, novembro 30, 2018
S. André, Apóstolo
«Como são formosos os pés dos que anunciam o Evangelho!» (cf. Rom 10,9-18)
Deus tem pés de Pai e Mãe, de Pastor e Médico.
Os pés de Jesus conhecem os nossos caminhos
e sangram de amor por nós, doridos de nos procurar!
Ele chama pés companheiros dispostos a sair de si,
levando na algibeira o Evangelho que a todos pode salvar!
André, irmão de Pedro, era um pescador com fé inquieta,
que encontrou em Jesus o Messias que andava a procurar.
Começou a sua missão pela família, chamando Pedro
a fazer a experiência do encontro com o Messias!
Hoje os pés mal sabem andar, acomodados e sedentários!
Delegam nos dedos o comando de ir e falar!
Só gostam de dançar para se divertir,
de caminhar para consumir, de se exercitar para a aparência…
Formosos são os pés que ganham bolhas de peregrinar,
se exercitam para visitar e serem solidários,
e saem de si para testemunhar a esperança e reconciliação,
animando outros a caminhar com Jesus na estrada estreita do amor!
Senhor, Pés do Céu na terra a peregrinar,
ajuda-me a deixar tudo para fazermos da vida
uma peregrinação sagrada, seguindo as pegadas
de Quem sabe a Fonte que nos pode saciar e salvar!
Dá-nos pés de discípulo para Te procurar
e pés de missionário para Te anunciar até sangrar.
S. André, ajuda-nos a ser fiéis na missão de anunciar,
para que a nossa vida não seja fragmentos de piedade
ou missões pontuais, mas vida entregue,
pés inquietos que não descansam enquanto Tu não descansares!
quinta-feira, novembro 29, 2018
5ª feira da 34ª semana do tempo Comum
‘Felizes os convidados para o banquete das núpcias do Cordeiro’. (cf. Ap 18,1-2.21-23; 19,1-3.9b)
O Senhor continua a preparar o banquete das núpcias do Cordeiro.
Mesmo que a humanidade renegue o convite,
a fidelidade do Senhor é incondicional!
A dispersão entre outros banquetes e paixões,
faz com que os grandes impérios desmoronem,
a natureza perca o equilíbrio e se torne agressiva…!
Mas são os que são fiéis à aliança da Vida
que ajudam a salvar o mundo e preparam um mundo novo!
Felizes os que vivem o sonho de participar
no Banquete do Cordeiro e na festa da vida!
O mundo quanto mais forte e desenvolvido,
mais frágil fica e poderá entrar na velocidade da destruição!
Basta um clique dum poderoso imprudente e instável,
para destruir de uma só vez este planeta azul!
Basta a cobiça apressada dum mercado insaciável,
para ir pouco a pouco tornando insustentável este jardim!
Gastamos demasiado em banquetes que aumentam o lixo
e investimos pouco no Banquete que purifica e salva!
Senhor, amontoam-se os convites para as comezainas,
de tal forma que muitas vezes esqueço o teu convite
e não tenho tempo para o preparar nem o antecipar!
Queria preparar-me como presente agradável,
mas ando demasiado obeso de mim,
para poder vestir a veste nupcial que me preparas-te!
Ensina-me a participar na Eucaristia com memória e esperança,
para que alimente um presente que seja anúncio do futuro!
quarta-feira, novembro 28, 2018
4ª feira da 34ª semana do Tempo Comum
Cantavam o cântico de Moisés, o servo de Deus, e o cântico do Cordeiro. (cf. Ap 15,1-4)
Cristo é a nossa Páscoa definitiva!
Nele está a Páscoa dos judeus e o seu cântico de vitória;
Nele está a nossa Páscoa e a vitória sobre o mal.
Somos todos Moisés quando confiamos em Deus;
somos todos Cordeiro quando O seguimos até à cruz!
Sentimos quedas, fragilidades, perseguição, morte…,
mas, em esperança, sabemos que Deus concorre em tudo
para o bem daqueles que O amam e nEle confiam!
A Igreja é perseguida em muitos países.
É como um monstro a caçar cordeiros!
Noutros não há uma perseguição agressiva,
mas um evangelizar pelo consumismo e o comodismo,
alimentando o egoísmo e o individualismo,
adormecendo a fé, a esperança, a caridade e a perseverança!
O resultado é uma Igreja perseguida mártir
e uma Igreja não perseguida amorfa e sem profecia!
Senhor, sois o mesmo Deus que se manifesta em Moisés
e se revela em Jesus, a mesma aliança, a mesma libertação!
Quando leio a Escritura e canto o cântico de Moisés,
lei-o e canto-o à luz do Cântico do Cordeiro!
Em vós coloco a minha esperança, apesar de ser de noite!
Que o teu Espírito nos purifique das dependências
e nos faça livres para cantarmos o Cântico do Cordeiro, em Igreja,
fiéis à pauta do Evangelho e sob a batuta do magistério!
terça-feira, novembro 27, 2018
3ª feira da 34ª semana do Tempo Comum
Alguém, semelhante a um filho do homem, com uma coroa de ouro na cabeça e uma foice afiada na mão. (cf. Ap 14,14-19)
Deus entregou a seu Filho Jesus
o poder de salvar e de julgar a humanidade!
Há tempo para a paciente misericórdia
e tempo para o julgamento segundo a verdade!
Preparar o juízo final não é agir pressionado pelo medo,
mas despertar para a verdade e converter-nos ao amor!
As aparências iludem, os frutos clarificam!
Contentar-nos com parecer é um engano,
pois mais tarde ou mais cedo
temos que nos confrontar com a Verdade!
Melhor é caminhar com um coração humilde e transparente,
que confesse as suas fragilidades e busque a conversão,
que ame intensamente mesmo que de forma desajeitada,
pois é pelos frutos que conhecemos a árvore!
Senhor, Filho do Homem e Filho de Deus,
custa-nos a aceitar os teus frutos na cruz!
Ao contemplar-Te sem beleza aparente,
despido e pacífico perante tamanha injustiça
e, mesmo assim, ardente de amor e firme na aliança,
só podes ser Filho de Deus, Fonte e Oceano de amor!
Ajuda-nos a amadurecer frutos do teu Evangelho
e venha a nós o teu Reino de paz, justiça e amor!
Que a coroa e a foice nos ajudem a despertar
para um autentico seguimento do Cordeiro!
segunda-feira, novembro 26, 2018
2ª feira da 34ª semana do Tempo Comum
São aqueles que seguem o Cordeiro para onde quer que Ele vá. (cf. Ap 14,1-3.4b-5)
O Cordeiro de Deus vive e conhece o coração de cada um.
Aos que O seguem, dá-lhes o prémio da vitória!
Os verdadeiros cristãos seguem-No por onde quer que Ele vá,
aprendem a sua gramática de amor,
a sua sede de Deus e fome de diálogo com o Pai,
os seus sentimentos na relação com o próximo,
a sua fidelidade e entrega da sua vida pela Verdade!
Quando impera o subjetivismo e o relativismo,
cada um acha que pode escolher do Evangelho
aquilo que lhe interessa e lhe apetece no momento!
Dificilmente deixamos Cristo conduzir totalmente a nossa vida:
usamos colocar parêntesis, fazer intervalos e férias,
colocar áreas interditas, branquear as escapadinhas!
Com um evangelho à nossa medida e conveniência
é difícil encontrar pecados, pois tudo se justifica!
Senhor, sempre me procuras, mas eu nem sempre Te procuro!
Reconheço que o meu seguimento é intermitente!
Falta-lhe a exclusividade e a totalidade
para que possa ser fidelidade e seguimento!
Venha a nós o teu Reino e faça-se a tua vontade
numa comunhão de vida e entrega alegre à tua missão,
comprometida com a Igreja e audaz na profecia!
domingo, novembro 25, 2018
34º Domingo do Tempo Comum – Cristo Rei, Senhor do Universo
Jesus Cristo é o Soberano dos reis da terra (Ap 1,5)
Olhamos o Céu e vemos o sol, estrelas, astros...!
Olhamos a terra e vemos reis e servos,
consumidores e pobres, amigos e desconhecidos…!
Queremos ver Deus e encontramos um “Filho de Homem”,
desarmado, manso, humilde, servo, justo, fiel,
pastor que se faz cordeiro e salva, dando vida!
Tentamos matar o Salvador, mas o seu amor é eterno,
e a sua glória é ser fonte misericordiosa que cura!
Terminamos mais um ano litúrgico.
Foram dias descontados ou qualificação de seguimento?
Consumimos tempo ou deixámos Cristo reinar?
São duas formas de poder e de glória à hora de avaliar,
comparamo-nos com Cristo ou com os reis de turno?
Somos verdade teatral e interesseira
ou transparência de Cristo que fala em silêncio?
Desejamos encontrar-nos com Cristo
ou escondemo-nos dEle com medo de nos revelar?
Senhor, eu creio em Ti, mas na hora de Te seguir
deixo-me contaminar por outras formas de reinar!
Escuto a tua Palavra e fico com vontade de a seguir,
mas confesso que também escuto outras palavras e as sigo,
descobrindo-me discípulo de outros mestres que critico!
Alimento-me de Ti na Eucaristia,
mas tenho dificuldade de a digerir e ser memória,
quando a competição é agressiva e o testemunho rejeitado!
Venha a nós o teu Reino e assiste-nos com o teu Espírito
para que sejamos discípulos missionários
e permitamos que o tempo seja história de salvação!
sábado, novembro 24, 2018
Sábado da 33ª semana do Tempo Comum – S. André Dung-Lac e companheiros
Ouviram então uma voz forte vinda do Céu, que dizia: «Subi para aqui». (cf. Ap 11,4-12)
Deus é a Vida eterna. Nele não há morte!
É vida criadora, é a vida sustentadora da lei natural,
é a vida aliança, é a vida profética, é a vida encarnada,
é a vida ressuscitada, é a vida redentora e misericordiosa,
é a vida celebrada e chorada, é a vida missão e doação!
Mesmo que a vida nos cheire a morte,
pois o tempo tem um fim e o egoísmo resiste ao amor,
Deus é a última palavra
e a habitação no Céu é a verdadeira morada!
A vida pode viver-se como um sonho sonâmbulo,
que se move, come, goza, trabalha, fala, deambula,
até que um pesadelo ou um obstáculo o acorde
à beira do nada, sem saber onde está nem para onde vai!
A vida pode também viver-se de forma sábia e desperta,
como uma tenda que tem rumo e esperança,
que sabe ler os sinais do sol e das estrelas,
sabe cuidar da vida com a ternura do amor,
e sabe ser fecundo, mesmo quando a vida se oferece!
Senhor, somos envolvidos pelo mistério da vida,
que nos chama para o Céu, com medo de confiar!
Queremos subir no patamar da santidade,
mas as alturas dão-nos vertigens e cansaço de fidelidade!
Muitas vezes preferimos o seguro da mediocridade,
de vivermos a sonhar num sono inquieto e perigoso,
adiando a verdade duma cisterna caiada e vazia ou imunda!
Santos mártires do Vietname, ensinai-nos a viver da fé,
na paz e na perseguição, no público e no privado!
sexta-feira, novembro 23, 2018
6ª feira da 33ª semana do Tempo Comum – S. Clemente I
Toma-o e come-o: no estômago, ele será amargo, mas na boca, ele será doce como o mel. (cf Ap 10,8-11)
Deus criou-nos e nós devemos adota-Lo como Pai!
O código da filiação divina é um dom escrito em livro,
mas só quando é assimilado pelas entranhas do nosso ser,
é Palavra viva em nós que se torna profecia e anúncio!
Por isso, “comer”é um verbo fundamental do cristão!
Comer o Evangelho é a atitude habitual do discípulo de Cristo!
Comer o Pão Eucarístico é o sacramento que assimila Cristo,
celebrando a sua Páscoa, comungando o irmão,
reavivando o envio profético em missão!
O comer começa por ser numa necessidade de sobrevivência!
O seres humanos elevam-no à comensalidade
ao alimento da comunhão, da amizade e da festa,
ao encontro do diálogo, do negócio e da missão…
É preocupante quando comer significa solidão,
olhando apenas para o prato, o telemóvel ou a televisão!
Viver apenas para comer faz do trabalho um fardo,
do templo uma praça de comércio,
das relações uma troca de favores,
da missão uma busca de novos clientes!
Senhor, eis-me aqui sentado à Mesa da Palavra,
mastigando a tua Voz, esfomeado de sentido!
Muitas vezes prefiro comer à pressa,
pois custa-me nascer de novo, curar feridas,
mudar maus hábitos, aceitar ter os teus sentimentos!
Comer-Te na Eucaristia é difícil de digerir,
pois faz parte da Eucaristia ser missão ao sair!
Ensina-nos, Senhor, a aprender a comer,
não comidas rápidas, adocicadas e artísticas,
mas comidas saudáveis e bem mastigadas,
na mesa da amizade que sacia a fome de eternidade!
quinta-feira, novembro 22, 2018
5ª feira da 33ª semana do Tempo Comum – S. Cecília
Não chores! O leão da tribo de Judá, o descendente de David, alcançou a vitória. (cf. Ap 5,1-10)
Jesus chora por ver morrer de sede,
quem está ao lado da Fonte e não quer beber!
A Igreja sofre de amor por ver um mundo surdo e cego
a Cristo anunciado como Cordeiro imolado de pé!
A Igreja, Povo Sacerdotal,
cada dia busca purificar-se no Sangue do Vencedor
e ensaia cantar um cântico novo,
com arpas de caridade e taças perfumadas de oração!
É a missão da conversão e da esperança
que a Igreja não pode calar e deve cantar com beleza!
As lamentações sobre o mundo não são de desprezo,
mas olhar o presente com olhos de prever e coração a doer,
vendo o precipício para onde se caminha!
Por isso, a evangelização nasce de Deus,
capaz de dar a vida para nos salvar,
e alimenta-se de amor pelo próximo!
A Igreja não anuncia a perdição, mas a salvação,
convidando à conversão a Cristo, Bom Pastor!
Senhor, peregrinas ternamente pela nossa vida
e, evadidos da verdade, perdemo-nos em nós,
não reconhecendo o Amor que nos visita e avisa!
Quanta Palavra perdida na surdez do interesse próprio!
Quanta Eucaristia esvaziada pelo dever cumprido!
Quanta oportunidade perdida de ser missão redentora!
S. Cecília, ensina-nos a cantar um “cântico novo”,
de olhos atentos à voz do Cordeiro
e iluminados pelo Espírito da Verdade e do Amor!
quarta-feira, novembro 21, 2018
4ª feira da 33ª semana do Tempo Comum – Apresentação de Nossa Senhora
Sois digno, Senhor, nosso Deus, de receber a honra, a glória e o poder (cf. Ap 4,1-11)
A vida é um dom que é preciso reconhecer,
pois a Fonte nos precede e nos sustenta!
A fé leva-nos à adoração dAquele que é três vezes santo!
O seguimento de Jesus, Porta do Céu,
compromete-nos com a sua missão,
empenhando-nos em fazer render as minas que recebemos!
Fazer tudo o que está ao nosso alcance,
agir segundo o Espírito e dar frutos de Cristo,
é glorificar a Deus, dia e noite, como o “Três vezes Santo!
Foi assim que viveu Maria, no silêncio e na humildade,
com uma fecundidade que só Deus conhece e premia!
Quando Deus A chamou, Ela estava lá pronta para ser Mãe!
Não é uma consagração de vida em grandes momentos,
como se a vida fosse uma cesta de fragmentos,
mas é estar presente diante de Deus, dia e noite,
virgem de idolatrias e disponível para ser Mãe e Discípula!
Senhor, nosso Rei, sois digno de ser adorado e amado,
pois em Ti temos a Fonte e o Oceano,
a nuvem e o vento, o Fogo e a meta!
Louvado sejas, porque em Jesus teu Filho,
nos deste a graça de colaborar na tua missão,
cada um segundo as suas capacidades e vocação!
Senhora da Apresentação, ajuda-nos a consagrar a nossa vontade,
para que em nós se faça segundo o projeto de Deus!
terça-feira, novembro 20, 2018
3ª feira da 33ª semana do Tempo Comum
Se alguém ouvir a minha voz e Me abrir a porta, entrarei em sua casa, cearei com ele e ele comigo. (cf. Ap 3,1-6.14-22)
A sede de Deus surpreende-se com a Fonte que nos procura!
É uma Fonte que tem sede de saciar,
desejo de entrar, alegria de permanecer,
vontade de purificar e revitalizar!
Cristo quer fazer do “hoje” a eternidade da salvação,
numa comunhão gratuita, cuja graça nos transforma
em amor generoso, conversão autêntica, louvor perfeito!
O ruído e a velocidade impedem a escuta e o diálogo!
Andamos sempre entretidos e ansiosos,
ensimesmados e abstraídos, num mundo sem porta!
Cristo continua pelos caminhos da nossa vida
e à porta dos nossos anseios, pedindo para entrar!
Mas nós, ou não O escutamos, tal é o ruído e a pressa,
ou dizemos com desinteresse:
“Já vou!”, sem nos movermos!
E assim vamos gastando os dias a adiar
o que sabemos que deveríamos mudar!
Senhor, obrigado pelo Teu amor, pela Tua paciência,
pela Tua misericórdia, pela Tua fidelidade!
Quando paro para meditar, aí estás para me falar!
Quando Te visito no sacrário, aí estás a esperar-me!
Quando recorro a Ti na oração, aí estás para me escutares!
Quando, envergonhado, Te confesso o meu pecado,
aí estás para me perdoar e abraçar, levantar a animar!
Quando aceito o Teu convite e me sento à mesa da Eucaristia,
aí estás para me servir a Palavra e o Pão,
a comunhão e a missão!
segunda-feira, novembro 19, 2018
2ª feira da 33ª semana do Tempo Comum
Feliz de quem ler e dos que ouvirem as palavras desta profecia e observarem o que nela está escrito. (cf. Ap 1,1-4;2,1-5a)
Deus sabe ler a nossa vida e ouvir as nossas ansiedades!
O seu olhar é penetrante e o seu ouvido está atento:
vê o que há de bom e o que está a ser adiado e esquecido!
Envia o seu Filho para nos curar das nossas cegueiras,
pois o pecado faz-nos cegos e surdos à verdade, à fé!
Feliz de quem sabe ler e pôr em prática a Palavra da conversão!
A cegueira e a surdez nem sempre é física, mas existe!
O fumador vê no maço de tabaco as imagens de aviso
e ouve os conselhos dos amigos, mas o vício barra a mensagem
e só ouve a dependência, só vê o caminho da aquisição!
O ressentido ouve o Evangelho da misericórdia,
mas na realidade só escuta os sentimentos de vingança e de ódio!
Todos veem o mesmo jogo, mas o clubismo distorce a realidade!
No Parlamento todos representam o mesmo país,
mas cada um vê-o e ouve-o de forma diferente!
Senhor, fazei que eu veja e saiba escutar a verdade,
mesmo que doa e ponha em causa a minha forma de viver,
e que exija conversão, renúncia a interesses pessoais!
Senhor, fazei que eu veja e ouça a tua Palavra,
com um coração confiante e acolhedor
da verdade que me despe e revela o mal que me perde!
Senhor, fazei que eu veja e escute a tua presença no próximo,
mesmo que me incomode e me faça sofrer,
que me meta medo e me canse!
domingo, novembro 18, 2018
33ª semana do Tempo Comum – Dia Mundial do Pobre, Dia dos Seminários
Acordarão, uns para a vida eterna, outros para a vergonha e o horror eterno. (cf. Dan 12,1-3)
A vida é um mistério que é preciso aprender!
O Autor da vida desceu para nos ensinar a viver
de forma feliz, fraterna, livre, reconciliada, agradecida,
justa, que valha a pena viver para sempre!
O tempo de estágio tem um termo e apela ao despertar!
Quem vive na verdade não tem medo,
quando o Sol da Justiça nos visitar!
Somos uma família única no tempo e no espaço.
Viver para si mesmo, insensível ao que geme,
é uma injustiça, é viver “contra natura”!
O pobre é um apelo à conversão e à fraternidade,
um desafio a sair de nós mesmos!
É uma bem-aventurança “chorar com quem chora”!
Os seminários devem modelar discípulos missionários,
que acolhem o apelo de serem servos da Igreja,
em caridade e justiça, todos os dias da sua vida!
Senhor, Aurora da Justiça que nos esperas,
ajuda-nos a despertar do pó da terra,
para acolhermos a Verdade que nos salva
e nos tornarmos uma bênção para quem nos rodeia!
Que o teu Espírito e a tua Palavra nos faça sábios,
com um coração sensível ao mais frágil
e vontade disponível para ajudar com dignidade!
Que os nossos seminários sejam escolas de discipulado e missão
e os sacerdotes sejam guias sábios de justiça e solidariedade!
sábado, novembro 17, 2018
Sábado da 32ª semana do Tempo Comum – S. Isabel da Hungria
Para sermos cooperadores da verdade. (cf. 3Jo 5-8)
Deus tem ouvidos e coração, quando a fé clama e ama!
Deus chama-nos a ser colaboradores da verdade e da justiça,
da caridade e da missão, cada um a partir da sua pobreza!
A uns chama a ser sacerdotes diocesanos, a outros religiosos;
a uns chama a permanecer no mesmo lugar, a outros a partir;
a uns chama constituir família, a outros a consagrar-se pelo celibato;
a uns chama a deixar tudo, a outros a ajudar com os seus meios!
O importante é que todos cooperem na missão de Deus!
A semana dos seminários incide sobre a vocação sacerdotal,
mas a vocação é um modo de viver em Igreja,
em que todos se sentem chamados a cooperar na missão de Deus,
como membros vivos do Corpo de Cristo!
A meta de ser “discípulos missionários” é para todos,
a forma de o ser é que é diferente e complementar!
O pobre é frágil de meios financeiros, mas pode ser rico de fé,
audaz na evangelização, empenhado na Igreja,
testemunho orante, luz de esperança, vaso de humildade!
Acolher o dom do pobre pode fazer de nós cooperadores da justiça!
Bom Pai, olho o mundo pelos teus Olhos e sofro contigo!
Tanta gente à deriva, sem liberdade e sem fé
e eu que faço para ajudar a levar Cristo como chave de salvação?
Rezo e intercedo pelos seminaristas, pelos pobres e doentes,
entro na sintonia do teu coração, fazendo o que está ao meu alcance!
Ajuda-me a ser apenas uma célula viva do teu Corpo,
na comunhão de todos os teus membros!
S. Isabel da Hungria, esposa, mãe, rainha e serva dos pobres,
ensina-nos a ser cooperadores da Verdade que é Cristo!
sexta-feira, novembro 16, 2018
6ª feira da 32ª semana do Tempo Comum
Quem se afasta e não permanece na doutrina de Cristo não possui a Deus. (cf. 2Jo 4-6)
Deus é amor, mas não um amor qualquer!
O amor de Deus é revelado em Jesus Cristo,
Pessoa e doutrina, proposta e seguimento!
O Espírito Santo ilumina o tempo presente
e faz da rotina da vida uma caminhada sagrada
com metas de encontro que preparam o encontro definitivo,
com a confiança de se saber amado até ao sangue!
Todos temos sede de Deus, uma saudade do eterno!
Uns matam a sede com bebidas açucaradas,
alcoolizadas ou com outras drogas que criam dependência!
Outros buscam água fresca da Fonte,
mesmo que tenham que cavar fundo
para descobrir a que dá vida e cria comunhão com rumo!
Deus é um mistério que precisa de Guia e de Caminho,
para não nos perdermos em teorias vãs,
à medida da nossa imaginação e interesse!
Senhor, sinto a tua presença quando me abrigo à sombra
e Te contemplo no Evangelho transfigurado na vida!
Ouço o rumor dos teus passos no silêncio buscado,
entre muitos ruídos que me distraem e enganam!
Que o teu Espírito nos guie no Caminho da verdade e do amor,
para que não entremos na rotina da mediocridade dependente,
sem nos darmos conta, hipnotizados pelo vício do jogo de poder!
quinta-feira, novembro 15, 2018
5ª feira da 32ª semana do Tempo Comum – S. Alberto Magno
Sem o teu consentimento, nada quis fazer, para que a tua boa ação não parecesse forçada. (cf. Flm 7-20)
Deus é Senhor, mas pede consentimento para entrar!
Nós somos meras criaturas, mas Cristo fez de nós filhos de Deus.
Ele pagou com a sua vida o castigo que merecíamos!
O Evangelho é uma proposta apresentada como pedido,
uma graça que pede consentimento,
para que a fé e o amor não sejam forçados,
mas expressão do Reino de Deus a nascer no nosso coração!
A autoridade do cristão é poder que serve como mendicante,
mesmo que o objetivo seja o bem e salvação do outro!
Por isso, a evangelização propõe e testemunha a fé,
com a alegria e a paciência de quem semeia em todo o lugar!
A missão não é imposição nem ameaça atemorizadora,
mas presença apaixonada, sentimentos de Cristo traduzidos,
promoção do mais frágil, olhar fraterno, perdão oferecido!
Rezar ou ir à missa não deve ser uma obrigação,
mas a expressão duma gratidão eterna a Cristo, nossa Páscoa!
Senhor, somos escravos renascidos no teu amor!
Estamos ainda a aprender a ser livres, a amar sem forçar,
a adorar-Te com o coração de Cristo, teu Filho!
Desculpa a falta de paciência, a arrogância do dedo em riste,
o ministério que se pensa juiz, a missão que se faz função!
Ajuda os pais a transmitir a alegria da fé ao seus filhos,
com brilho nos olhos e voz suave,
joelhos suplicantes a Deus e aos filhos!
S. Alberto Magno, rogai para que os seminaristas cresçam
na identificação do mesmo coração de Cristo, Bom Pastor!
quarta-feira, novembro 14, 2018
4ª feira da 32ª semana do Tempo Comum
Ele salvou-nos, pelo batismo da regeneração e renovação do Espírito Santo. (cf. Tit 3,1-7)
A bondade do Senhor veio ao nosso encontro.
A sua Palavra manifesta a nossa lepra
e aponta o caminho para a nossa cura e salvação.
A fé leva à exigência duma vida nova,
à regeneração do antigamente, à renovação do Espírito,
à Eucaristia da gratidão que dá frutos de filiação divina!
A salvação é um dom e resposta, misericórdia e conversão!
Os sacramentos da iniciação tornaram-se num “cumprir a tradição”.
Enfeitam-se de festa, registam tudo em formato digital,
mas não deixam penetrar o dom, nem frutifica uma vida nova!
Os jovens, após uma caminhada de catequese,
recebem o Crisma do Espírito, mas não O deixam trabalhar,
e, por isso, afastam-se da Igreja e diluem-se na massa!
Os sacramentos fazem parte do curriculum,
mas não marcam um antes e um depois!
Senhor, na tua misericórdia, tem compaixão de nós!
Continuamos a recorrer a Ti apenas quando temos problemas,
no resto do tempo, andamos distraídos e errantes,
em busca de vanglória, na corda bamba da cobiça!
Que o teu Espírito renove o nosso Batismo,
torne autentica a nossa conversão,
frutuosas as nossas Eucaristias,
e alegre a nossa contribuição na evangelização!
Salva-nos, Senhor, da mediocridade da nossa vida!
terça-feira, novembro 13, 2018
3ª feira da 32ª semana do Tempo Comum
Devem ter um procedimento digno de pessoas santas. (cf. Tit 2,1-8.11-14)
Deus é o que é, não é um faz de conta!
Ser discípulo de Cristo não é um teatro,
mas testemunho que se prova no dia a dia das pequenas coisas!
Ser santo é ser humilde e estar consciente
de que, mesmo quando somos bons discípulos, não passamos de
“servos inúteis que só fizemos o que devíamos ter feito”!
Ser praticante não uma questão de beatice,
muito zelosa na igreja e pouco cuidada na vida!
Ser praticante é praticar Cristo total,
que reza e vai ao templo, mas também Cristo Missão,
Cristo misericordioso, Cristo pastor, Cristo servo,
Cristo que cura, Cristo que escuta o outro,
que dá a vida pela salvação de todos,
sem exclusão de ninguém!
Ser praticante é atrair pela sabedoria da humildade e da caridade!
Senhor, contemplo-Te no Céu servindo-nos na terra,
evangeliza todas as dimensões da minha vida,
para que nada seja fonte de podridão em mim!
Fortalece a humildade de Te servir no silêncio,
para que a vaidade não me domine,
nem me faça juiz de ninguém!
Ajuda-me a ser discípulo missionário,
em estado permanente de conversão!
segunda-feira, novembro 12, 2018
2ª feira da 32ª semana do Tempo Comum
O dirigente da comunidade, como administrador da casa de Deus, tem de ser irrepreensível; (cf. Tit 1,1-9)
A graça e a paz de Deus nosso Pai
e de Jesus nosso Salvador são a base da nossa vida cristã.
A Igreja, como Corpo de Cristo, tem carismas e ministérios diversos,
mas todos devem contribuir para a missão de Cristo e o bem comum!
O dirigente da comunidade deve falar pelo testemunho,
ser sinal da Cristo, Bom Pastor e Mestre que nos conduz!
O sacerdócio não é uma função, mas uma missão!
Estamos na semana dos seminários em Portugal.
Um candidato ao seminário deve ser humilde e cheio de fé,
misericordioso e dialogante, animado pela missão de Jesus!
Entrar no seminário não deve ser para buscar um refúgio,
uma vida fácil e cómoda, que dá poder e estatuto!
O egoísmo, a vida dupla e a arrogância não vêm de Deus,
nem anunciam o Reino de Cristo, nem constroem a Igreja!
Senhor, louvado sejas pela graça e paz que de Ti nos vem,
pelo chamamento a ser espelho do teu coração,
pelos dons que nos dás, sem o merecermos!
Perdoa, Senhor, quando nos distraímos de Ti e do teu Evangelho
e começamos a conduzir a Igreja segundo as miopias do nosso olhar!
Perdoa-nos os sentimentos que escandalizam os que buscam a fé,
e que, por causa disso, se afastam da Igreja!
Ilumina os jovens, para que possam ser generosos no seu sim,
e aceitem fazer um caminho de verdadeiro seguimento do teu Amor!
domingo, novembro 11, 2018
32º Domingo do Tempo Comum – S. Martinho de Tours
Destruir o pecado pelo sacrifício de Si mesmo. (cf. Heb 9,24-28)
Cristo é o olhar misericordioso de Deus,
que radiografia a verdade do nosso coração
e oferece-se a si mesmo para nos salvar a todos!
O pecado é um excesso de privilégio de si mesmo
e só se destrói quando se privilegia o amor do outro
até à entrega de si mesmo na radicalidade do dar-se!
Comungar Cristo é entrar no caminho da saída de si,
da verdade da entrega da pobreza que somos!
O pecado não se destrói pecando,
já que perseguir o pecador e tentar prende-lo ou mata-lo
é ainda, apenas, tentar preservar a nossa própria vida
à custa do sacrifício da vida do outro!
Afastamo-nos do chatos para preservar o nosso prazer,
prendemos os violentos para preservar a nossa paz,
fechamos a porta aos necessitados para preservar as nossas riquezas,
resistimos ao perdão para preservar a nossa honra de ofendidos…
O normal é sacrificar o outro para nos salvar a nós mesmos!
Senhor, que Te dás totalmente para a nossa salvação,
ajuda-nos a dar-nos sem reservas pela salvação do mundo!
Como é diferente a tua estratégia de destruição do mal
e difícil acreditar nela,
a partir dos nossos medos e da nossa fragilidade!
Olho-Te e estranho-Te na entrega e radicalidade de oferta,
olho-me e finjo não ver, fugindo da oferta total de mim!
S. Martinho, ensina-nos a viver para Cristo no amor aos frágeis!
sábado, novembro 10, 2018
Sábado da 31ª semana do tempo Comum – S. Leão Magno
Sei viver na pobreza e sei viver na abundância. (cf. Fil 4,10-19)
Deus é a nossa força e salvação.
O seu amor providente nos conforta e liberta!
Jesus é o Filho de Deus quando está sentado no Céu
e quando desce à terra, vive a pobreza
e trabalha para ganhar o pão que lhe pertence!
A renúncia a tudo é um excesso de confiança e libertação!
Por isso, Jesus convida-nos a renunciar a nós mesmos,
às nossas seguranças nas riquezas
e a usar o vil dinheiro para fazer amigos!
Ser “pobre em espírito” não é ser rico ou pobre,
mas saber seguir Jesus na pobreza e na riqueza!
Caso contrário, a pobreza pode levar à cobiça,
ao roubo, à mentira, à revolta e à violência;
assim como a riqueza pode levar à avareza,
à indiferença, ao ateísmo, ao consumismo,
à injustiça, à exploração, ao hedonismo…
Senhor, foi com a tua pobreza que nos enriqueceste para Deus!
Envia o teu Espírito e ilumina a sede dos meus desejos,
para que seja livre para valorizar o que é e permanece,
quando temos fartura e quando sofremos privações!
Na feira de tentações que é a nossa vida,
ajuda-nos a perceber o que realmente necessitamos
e a ser livres perante a quinquilharia das novidades!
S. Leão Magno, servo bom e prudente,
ajuda-nos a ser cristãos num mundo consumista e egoísta!
sexta-feira, novembro 09, 2018
Dedicação da Basílica de Latrão
O templo de Deus é santo e vós sois esse templo. (cf. 1 Cor 3,9c-11.16-17)
Jesus é a morada de Deus a peregrinar pela história.
É um Templo que cria comunhão e faz a ponte,
entre Deus a a humanidade, congregados na mesma fé e amor!
A Igreja do Papa é o símbolo da comunhão de Igrejas locais,
que vivem e crescem, fazendo de cada cristão membro de Cristo,
no tempo e no espaço, em celebração eucarística missionária!
A Basílica de Latrão, em Roma, é a Igreja do Papa e de todos nós!
Uma igreja é uma casa grande dedicada ao culto cristão.
Se a Igreja, que a frequenta, tiver cristãos fieis,
essa construção será uma casa de oração,
um lugar de encontro, um instrumento de conversão,
um ponto de envio missionário e de caridade solidária.
Por isso, um templo é o espelho do que somos como Igreja!
Ao constatarmos, em certos países, que há templos vendidos
para museus, casas de congressos e espetáculos, centros comerciais…
significa que a Igreja local está a morrer,
que perdeu a alegria do encontro e da celebração da fé!
Senhor, louvado sejas pelo Batismo da regeneração
que nos desafia a sermos templos do Espírito
e membro vivos da tua Igreja em missão na história!
Perdoa, Senhor, porque muitas vezes somos deserto de fé,
lixeira de cobiças, arrogância de areia, praça de venda!
Conduz o Papa Francisco como Pastor visível da Igreja
e ajuda-nos a ser uma Igreja missionária e santa!
quinta-feira, novembro 08, 2018
5ª feira da 31ª semana do Tempo Comum
Prestamos culto a Deus segundo o seu Espírito e nos gloriamos em Jesus Cristo, sem confiarmos na carne. (cf. Fil 3,3-8a)
A misericórdia de Deus desceu ao lixo da humanidade,
não para o sacralizar, mas para o purificar e salvar!
Ele é o Bom Pastor que busca a ovelha perdida!
Ele é o Senhor que se faz servo e varre a casa
para encontrar a dracma perdida que não perdeu valor!
Ele é o Caminho para Deus, dispensador de graças,
que revela o lixo das nossas certezas
e convida os pecadores à conversão e para a festa da vida!
Confiar na carne é colocar a nossa segurança nos nossos méritos
e não na salvação que Jesus Cristo nos oferece misericordiosamente!
Paulo tornou-se perseguidor da Igreja de Cristo,
porque achava que era mais que os cristãos, mais fiel a Deus,
e que isso lhe dava o direito de julgar os outros e de os perseguir!
Ao descobrir que o Perseguidor o queria salvar e perdoar,
considerou a sua vanglória como lixo
perante a surpresa do Filho de Deus vir à sua procura
e de o convidar a ser seu apóstolo entre os pecadores!
Só quem se sentiu amado e perdoado, pode tornar-se
seguidor do Bom Pastor e do Servo que nos limpa a casa!
Senhor, obrigado por tantas vezes que já me perdoaste,
pela fidelidade e paciência com que me conduzes,
por me teres chamado a ser pedra viva na Igreja!
Desculpa as vezes em que me tornei mercenário em vez de pastor,
as vezes em que desisti dos pecadores,
as vezes em que me senti mais que os outros e os julguei!
Espírito Santo ajuda-nos a prestar o verdadeiro culto ao Pai,
seguindo o caminho estreito e humilde de Jesus Cristo!
quarta-feira, novembro 07, 2018
4ª feira da 31ª semana do Tempo Comum
Por não ter corrido em inutilmente, nem trabalhado em vão. (cf. Fil 2,12-18)
O trabalho de Deus é a nossa salvação.
Acolher a sua Palavra e seguir o seu Filho,
amando-O sobre todas as coisas,
é fazer com que Jesus não tenha dado a sua vida em vão!
A santidade de vida deve brilhar em nós,
como boa nova do mundo,
para não tornar em vão o trabalho do Espírito Santo!
Se formos fieis, seremos o título de Glória de Cristo!
Somos uma sociedade que corre sentada!
A ansiedade gasta energias, muitas delas em vão!
O stresse muitas vezes vive do e para o consumo,
trabalha para a carreira, ambiciona o poder de turno!
Às vezes o casal descobre que correu em vão,
quando se dá conta separado um do outro,
com filhos que não acompanhou nem amou!
Às vezes o cristão surpreende-se seco e sem fé,
ocupado que anda consigo mesmo e fugindo da cruz!
Senhor, destes a vida por mim e cada um de nós,
e eu que tenho feito por Ti, pelos meus irmãos, pela missão,
pela casa comum que nos deste?
Chego à noite cansado, neste ginásio fechado da ambição,
mas será que não corri em vão!
Ajuda-nos a discernir o que vale a pena na vida,
quem devemos escutar nesta feira de ruídos?
Quem devemos acolher para amar?
Por quem devemos dar a vida e a misericórdia?
terça-feira, novembro 06, 2018
3ª feira da 31ª semana do Tempo Comum - S. Nuno de Santa Maria
Toda a língua proclame que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai. (cf. Fil 2,5-11)
Jesus Cristo prepara o banquete eterno para todos.
O Noivo faz-se servo, o Altar faz-se mesa,
a Vida faz-se oferta, a santidade faz-se proximidade,
o Filho de Deus faz-se homem,
o Crucificado faz-se alimento!
O convite que é feito a todos é que:
a altivez se ajoelhe, o orgulho se humilhe,
a palavra seja sentimentos, a liturgia seja vida!
A Eucaristia é a ante-visão do banquete messiânico.
Nela vemos as escusas comuns: “hoje não posso,
não me apetece, tenho muito que fazer,
não gosto daquele padre, está frio...”!
Nela vemos também a porta sempre aberta,
a necessidade de chamar e animar outros a participar,
o alimento que conforta, cria comunhão,
nos assimila profundamente em Cristo!
Senhor, Tu és o caminho da humildade exaltada por Deus!
Que o teu Espírito nos faça ver a alegria de servir,
a libertação que é humilhar-se livremente,
a grandeza que é ajoelhar-se perante o Senhor da Vida,
a transparência que é evangelizar com os sentimentos!
S. Nuno de Santa Maria, humildade do comandante,
ensina-nos a alegria do desprendimento da vanglória,
para a glória de Deus Pai, Filho e Espírito Santo!
segunda-feira, novembro 05, 2018
2ª feira da 31ª semana do Tempo Comum
Com humildade, considerai os outros superiores a vós mesmos. (cf. Fil 2,1-4)
A consolação de Cristo, o conforto da caridade do Pai
e a comunhão do Espírito Santo envolvem-nos
de ternura e de misericórdia, na unidade da Igreja!
Viver Cristo é aprender a alegria da humildade,
que se abaixa e serve para exaltar e salvar!
Na Igreja todos são convidados, pobres e ricos,
a participar na mesa da comunhão e da fraternidade!
É a escola onde se prende que cada um vale pelo que é,
não pelo que tem, sabe, pode ou herdou!
Alguns vivem com medo de ser perder:
medo de perder poder, de perder riqueza,
medo de perder glória, de perder saúde,
medo do que os outros vão pensar e falar…
E tornam-se rivais, ciumentos, avaros, agressivos,
ansiosos, vorazes, orgulhosos, controladores…
fazem da vida uma guerra permanente!
O caminho de Jesus é o da alegria e da paz,
da justiça e da ternura, do diálogo e da reconciliação…
porque nada tem mais valor do que o bem de todos!
Senhor, Trindade inspiradora da união na caridade,
ensina-nos a ser uma bênção na relação!
Cristo, nosso consolador, omnipotência que se faz Servo,
ajuda-nos a compreender a grandeza que somos em Ti
e que não necessitamos de buscar glória nos outros e nas coisas!
Espírito Santo, ternura que abraça a comunhão,
abre o alcance do nosso olhar,
para que não julguemos pelas aparências,
mas vejamos o outro como um irmão,
seja pobre ou rico, familiar ou estrangeiro,
amigo ou inimigo, bonito ou feio, simpático ou antipático!
domingo, novembro 04, 2018
31º Domingo do Tempo Comum
Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração. (cf. Deut 6,2-6)
Deus, Pai, Filho e Espírito Santo, é amor!
Tudo o que revela é descer para elevar:
proposta de aliança e dom da Palavra que conduz,
profecia da alma que frutifica amor e doação!
Tudo é dom imerecido, tudo é graça e misericórdia!
Responder a este Amor é seguir Jesus, acolher a Palavra,
amar a Deus e ao próximo com as entranhas de Cristo!
O amor de si amadurece em descentramento,
por isso, amar o próximo como a si mesmo
é a medida com que Deus nos ama!
Amar a Deus com todo o coração e todas as forças,
é reconhecer a Fonte que nos faz rio
e deixar que o rio seja fonte de vida
e desague no oceano onde a comunhão une continentes!
Viver para si mesmo gera ateísmo, avareza,
isolamento, raiva, medo, castelos, muros de defesa…!
Senhor, louvado sejas pelo teu Amor eterno pelas criaturas!
Como é belo saber que esse Amor não depende da nossa resposta,
mas é fonte eterna que rega o desabrochar do nosso coração!
Ensina-nos a oferecer-Te sacrifícios agradáveis e amáveis,
no altar do quotidiano e no silêncio do recolhimento,
na assembleia da Igreja e no recôndito da consciência!
Que o Teu Espírito nos alargue o coração,
para que amemos sem medida nem troca,
sarando as feridas com a sabedoria do perdão
e soltando o louvor e a intercessão com a intensidade de Cristo!
sábado, novembro 03, 2018
Sábado da 30ª semana do Tempo Comum – S. Martinho de Porres
Espero-o firmemente e tenho a certeza de que não serei confundido. (cf. Fil 1,18b-26)
A paixão por Cristo é feita de fé e de esperança,
de caridade e de missão, de desejo de identificação total,
de intimidade que anseia pelo abraço e o face a face!
Viver neste corpo mortal ou morrer é sempre viver em missão:
anunciar e glorificar a Cristo por meio do nosso corpo!
Que importa se o corpo está preso, quando o coração está em Deus?
Viver para si mesmo, reduz a alegria ao prazer
e faz do futuro uma ansiedade, medo de perder-se!
Quem confia e se sente amado, não tem medo do escuro,
pois conhece a Mão-Palavra que o acompanha sempre!
A noite é uma parábola da morte:
adormecemos tranquilos pois confiamos na aurora que nos espera
e, revigorados, recomeçamos o dia para repousar de novo à noite!
Por isso, ansiamos pela noite, não a tememos!
Senhor, Luz sem ocaso e presença providencial que repousa,
aumenta a nossa fé no teu caminho humilde,
que exalta as nossas forças e dirige a caridade,
pois é pela esperança que vamos e nos doamos!
Espírito Santo, faz que para nós viver seja Cristo
e morrer seja lucro, pois o que ansiamos é o Encontro!
Aumenta a nossa fé na ressurreição e na tua misericórdia,
para que o teu seguimento seja entrega sem medida
e a nossa esperança seja Evangelho encarnado na vida!
sexta-feira, novembro 02, 2018
Comemoração de todos os Fieis Defuntos
Para não vos contristardes como os outros, que não têm esperança. (cf 1 Tess 4,13-18)
A vida eterna é acolhimento do dom misericordioso de Deus,
em Jesus Cristo, Altar da Graça, e no Espírito Santo!
O futuro é um mistério de esperança, não um buraco negro
que tudo engole como um precipício fatídico!
O amor de Deus que nos envolve faz da morte uma passagem,
um encontro, um banquete, uma oportunidade definitiva!
A conversão é a condição do peregrino,
seja nesta vida ou na outra, até que Cristo seja tudo em todos!
Rezar por todos os fieis defuntos é ama-los no Senhor!
Os cemitérios enchem-se de flores de saudade,
mas se forem só de saudade ainda estamos apenas voltados para o passado
e esquecemos o presente que precisa da nossa oração,
para que o dom da graça seja acolhido e a resistência seja purificada!
Este dia não é apenas de memória, embora a recordação avive o amor,
mas é acima de tudo de esperança e de disposição para a conversão,
dos que partiram e dos que, como nós, ainda somos peregrinos!
Neste sentido, o Purgatório não é um local,
mas um estado de vida, a atitude humilde da fé que se abre à graça
e se torna conversão permanente e se alimenta do Pão da Vida!
Bom Pai, Fonte da Vida eterna, nos teus braços vivemos,
mesmo quando não Te reconhecemos nem Te agradecemos!
Tudo na vida é dom e por isso mistério difícil de compreender!
A morte faz parte das muitas surpresas que exercitam a esperança!
Cremos em Ti, Porta de Salvação e Pão do peregrino,
embora seja noite e só a luz da fé nos alumia a esperança!
Pedimos-Te por todos os que já partiram, amigos e não tanto,
para que deixem que o Esposo os revista da veste nupcial
e a festa aconteça, purificados pelo banho da regeneração!
quinta-feira, novembro 01, 2018
Todos os Santos
Estavam de pé, diante do trono e na presença do Cordeiro (Ap 7,9)
Cristo é o Caminho humano da santidade divina!
As Bem-aventuranças são o roteiro que inspira
a felicidade de ser outro Cristo,
pobre e vazio de resistências,
humilde e obediente, confiante e solidário,
misericordioso e pacífico, justo e manso,
profético e perseguido, fiel e amigo!
É a peregrinação com sonho de eternidade,
que inicia no Batismo, entre avanços e recuos,
sanados na Reconciliação, fortalecidos na Eucaristia,
discernidos no Espírito e vividos como missão
na vida pessoal, no matrimónio, na consagração e no ministério!
Uns têm direito à beatificação ou canonização,
outros “estão de pé, diante do trono e do Cordeiro” (Ap 7,9)
no silêncio e como perfume da história!
Há na Igreja muita santidade silenciosa
que constrói a vitalidade de uma paróquia,
muito gastar-se pelo bem comum de sacerdotes simples e próximos,
muita oração perseverante de numerosos
e sofridos intercessores acamados,
muita caridade servida nas periferias
do que é considerado lixo da humanidade!
Louvado sejas, bom Pai, que nos aceitas filhos no Filho
e nos fazes desejar a santidade no Espírito!
Louvado sejas pela multidão dos santos anónimos
que já pudemos conhecer
e que só quando partiram nos demos conta da bênção que eram!
Dá-nos o dom da santidade na rotina dos dias,
feita de seguimento de Jesus, segundo a nossa vocação e missão!