domingo, setembro 30, 2012
26ª Domingo do tempo comum
Mestre,
vimos alguém expulsar demónios em teu nome, alguém que não nos
segue, e quisemos impedi-lo porque não nos segue. (cf.
Mc 9,38-48)
O
ecumenismo foi consagrado pelo Vaticano II.
Há
cristãos diferentes que “não nos seguem”,
mas
a quem Jesus revela também o seu amor e a sua graça.
A
desunião e as perseguições entre cristãos desunidos
é
um escândalo para o mundo e um obstáculo para a fé.
É
o Corpo de Cristo que fica fragmentado
e
limitado na sua beleza e omnipotência aos espartilhos,
que
acentuam aspetos importantes,
mas
esquecem que o Cristo Total
está
sempre mais além, como mistério a descobrir.
A
nossa Missão é seguir e anunciar Jesus
e
não anunciar-nos e a criar seguidores nossos!
E
neste caminho de busca humilde do Senhor,
somos
todos peregrinos, todos discípulos,
necessitados
de conversão, aprendizes de fraternidade.
É
preciso identificar as mãos assassinas,
os
pés traiçoeiros e os olhos invejosos
para
curarmos o mal do nosso coração
com
a graça superabundante e inesgotável
do
coração de Jesus que nos ama a todos,
sem
exceção nem descriminação.
Senhor
Jesus que rezas pela unidade dos cristãos
e
sonhas com uma Igreja à Imagem da Trindade,
faz-nos
voluntários da comunhão,
peregrinos
da verdade na caridade,
construtores
da paz e alunos da conversão.
sábado, setembro 29, 2012
FAZ-ME, SENHOR, PARTICIPANTE DA TUA MAGNANIMIDADE
Desce da nuvem, Senhor,
E vem falar ao teu povo
Que continua sedento
Da força do teu Espírito,
Que faz profetas de novo,
Dentro e fora do templo,
Que ao mundo testemunhem
Que Tu, és a salvação
De todos, sem excepção,
Ensinando a todo o crente
A Tua magnanimidade,
Porque é acção do
Espírito
Toda a expressão de amor,
De justiça e caridade,
Paz e solidariedade.
Ensina-nos que,
livremente,
Sopras, onde e como
queres,
E distribuis os teus dons
Por jovens,
homens/mulheres,
Para, por todos, falares
A quem Tu os enviares,
De coração livre e
aberto
À paz e ao bem que
encontrarem,
E, na humildade de servos,
Com ninguém rivalizarem,
Pois o Espírito é só um
E os dons, sendo
diferentes,
Todos são para o Bem
Comum.
Dá-me, Senhor, Deus do
Amor,
Um olhar de simplicidade
Que crie proximidade,
Aberta à fraternidade,
E um coração confiante,
Na graça com que me
inundas,
A cada hora e instante,
Para afogar o orgulho,
Que só serve de entulho,
Obstáculo impeditivo
Da circulação dos dons,
Para que o Bem aconteça
Envolvendo a diferença,
Porque Deus está presente
No igual e o diferente.
Maria Lina da Silva, fmm-
Lisboa, 29.09.2012
Festa dos Arcanjos S. Miguel, S. Gabriel e S. Rafael
Vereis
o Céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo por meio do Filho
do Homem. (cf.
Jo 1,47-51)
Hoje
há um renascer do culto dos anjos.
Um
grupo de iluminados e iniciados no campo espiritual
dizem
conhecer a geografia, a identidade e a hierarquia
de
todos e cada um dos anjos celestiais.
E
de tanto centrar-se neles,
esquecem
a Porta, o Caminho e a Escada
que
abre o Céu à terra e liga os homens a Deus: Jesus!
Os
anjos definem-se pela sua missão:
são
puro envio e transparência do Enviado.
Miguel
é enviado a defender o projeto de Deus
e
o seu nome e atuação é o que significa: “Quem como Deus?”
Por
isso, ele combate quem se faz como Deus
e
substitui o trono do Amor pelo trono do terror.
Gabriel
é a “força de Deus”,
o
missionário de Boas Novas e arauto da esperança.
A
sua missão foi abrir o coração da Zacarias e Maria,
à
fecundidade que salva o mundo e abre o mundo a Deus!
Rafael
é a “cura de Deus”
e
tem a missão de manifestar aos homens
o
coração companheiro de Deus
que
cura, acompanha, protege
e
eleva o coração dos homens para Deus.
Senhor
Jesus, Caminho seguro para Deus,
ajuda-nos
a acolher os enviados do Céu
e,
como eles, louvar-vos permanentemente
pela
fidelidade e entrega total à Tua Missão.
Faz-nos
ser Miguel que destronam o mal e o egoísmo,
ser
Gabriel que anunciam a Tua Boa Nova,
ser
Rafael que curam e apoiam os que sofrem.
sexta-feira, setembro 28, 2012
Um dia, Jesus orava
sozinho, estando com Ele apenas os discípulos. Então
perguntou-lhes: «Quem dizem as multidões que Eu sou?»
(cf. Lc 9,18-22)
S.
Lucas coloca Jesus várias vezes em oração.
Sem
oração, sem união com o Pai,
Jesus
não pode viver nem ser fiel à sua Missão.
É
este diálogo de comunhão íntima
que
O faz sintonizar com o projeto do Pai,
mesmo
quando este passa pela prova da cruz.
Jesus
está em oração com os discípulos,
mas
o messianismo que Jesus compreendeu,
a
partir do encontro com Deus,
é
diferente do que os discípulos entenderam!
Os
discípulos compreendiam Jesus a partir do passado,
dum
profetismo e messianismo político, já conhecido e idealizado.
Rezar
não é debitar orações bonitas e potentes,
nem
querer que Deus faça o que nós queremos,
mas
é encontrar-se e acolher a Luz da Vida,
acompanhados
por Jesus e o Seu Espírito,
num
diálogo de busca da verdade eterna,
esvaziando-nos
dos sonhos limitados e terrenos,
para
nos deixarmos formatar pelo sonho amoroso de Deus.
Senhor
Jesus também nós queremos orar contigo
para
nos encontrarmos com o verdadeiro Deus.
Conduz
os nossos passos e abre-nos à verdade da nossa Missão.
Ajuda-nos
a escutar mais a Tua palavra do que a dos homens,
e
quando escutarmos a voz da nossa cultura
que
seja para a evangelizar e libertar dos esquemas antigos
que
a impedem de acolher a novidade de Deus.
quinta-feira, setembro 27, 2012
O
tetrarca Herodes ouviu dizer tudo o que Jesus fazia e andava
perplexo, pois alguns diziam que João ressuscitara dos mortos;(cf.
Lc 9,7-9)
Ouvir
falar de Jesus provoca perplexidade,
necessidade
de compreender quem é,
porque
age assim, como se relacionará comigo...
A
sua pessoa nunca deixa ninguém indiferente
e
coloca-nos num caminho de procura e de encontro.
Herodes
estava atado ao seu passado assassínio
e
as pessoas recordavam-lho,
ressuscitando
o fantasma de João Batista.
Outros
procuravam no passado
um
profeta que o pudesse definir e identificar.
Jesus
é o totalmente diferente
e só se conhece quando entramos em relação com Ele.
e só se conhece quando entramos em relação com Ele.
Herodes
procurava vê-lo, porque apesar de ser rei,
este
galileu “de ouvir dizer” escapava-lhe do controle.
Senhor
Jesus obrigado porque Te fazes encontradiço
na
minha vida de procura e de sede de verdade.
Obrigado,
porque na cegueira das minhas inseguranças,
vás
entreabrindo os olhos da fé e o sabor da esperança.
Obrigado
porque me falas a cada instante
na
contemplação maravilhada da natureza,
na
novidade duma palavra já conhecida,
na
misericórdia inesgotável quando choro o pecado,
no
pão repartido que alimenta a comunhão,
no
pobre envergonhado que procura um irmão.
Obrigado
porque colocas em meus lábios
testemunhos
evangelizadores de Ti
que
colocam outros em estado de perplexidade e procura.
quarta-feira, setembro 26, 2012
Eles puseram-se a
caminho... (Lc 9,1-9)
Jesus chama, dá poder e
envia os apóstolos
a anunciar a Boa Nova e a
curar os doentes do pecado.
Envia-os, vazios da
segurança das coisas
e cheios do poder da
graça.
Aos discípulos pede-se
ouvidos para escutar o chamamento,
acolhimento para receber a
sua graça,
disponibilidade e
obediência para partir em missão,
audácia para dar de graça
o que se recebeu de graça
e confiança no poder
libertador de Jesus.
Andar distraído,
ensurdecido pelos ruídos da vida,
ter medo de partir apenas
com o poder da graça de Deus,
evitar tentar com receio
de falhar...
são sinais de falta de fé
e confiança nAquele que nos envia!
Senhor Jesus obrigado
porque confias em nós a Tua Missão!
Ajuda-nos a partir cheios
de fé e perseverança no testemunho,
quando fazemos da família
uma escola de amor,
da escola um viveiro de
crescimento harmonioso,
do trabalho a construção
dum mundo novo e justo,
do lazer um tempo de paz,
convívio e solidariedade,
da celebração da fé uma
festa de louvor e de alegria.
terça-feira, setembro 25, 2012
«Minha
mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a põem
em prática.»
(cf. Lc 8,19-21)
Pertencer
à família de Jesus
não
depende APENAS da cédula do batismo,
nem
dos sacramentos que se recebeu,
nem
da consciência de pertença religiosa.
Há
muita gente que se sente “cristão”,
mas
que não quer viver COMO Cristo:
ouvinte
atento da Palavra de Deus
e
seguidor fiel da Sua vontade!
Não
podemos ser um grupo que “está fora”,
cristãos
de bancada a ver a banda a passar,
a
opinar e a julgar os que estão dentro da Igreja;
nem
um grupo ou movimento que está dentro,
mas,
porque se sente mais santo e puro,
despreza
os outros e sente-se uma igreja à parte.
Ser
da família de Jesus
é
acolher-Lo como Mestre dum projeto universal
de salvação de Todos, à maneira de Deus-Pai.
Senhor
Jesus como desejaria ser Teu irmão,
na
sofreguidão com que escutas o Pai
e
na alegria com que segues O seu coração acolhedor!
Faz-nos
membros ativos desta grande e bela família
que
nos faz alargar o espaço da tenda
dos
nossos horizontes fraternos e solidários.
Ajuda-nos
a fazer o caminho de Maria
que
descobriu que só pode ser Mãe de Deus
se
se fizer discípula do Seu Filho!
segunda-feira, setembro 24, 2012
Ninguém acende uma
candeia para a cobrir com um vaso ou para a esconder debaixo da cama;
(cf. Lc 8,16-18)
Acende-se
uma candeia para possa iluminar,
não
para a tapar, esconder ou conservar apagada.
Mas
a vida está cheia de gestos e compromissos
que
se fazem para não se cumprirem nem usar.
É
o código da estrada que se aprova,
com
o intuito de se não cumprir à risca.
São
as leis que se fazem com lacunas
para
que se possa fugir a elas, sem infração formalmente.
São
os cursos que se fazem
para
ter o diploma e colocar no curriculum
mas
que não servem para coisa nenhuma.
São
os batismos, crismas, comunhões, casamentos,
que
se pedem por tradição e festa social,
com
o objetivo explícito de não passar disso mesmo.
São
as pessoas que têm coração e não amam,
ouvidos
e não escutam, olhos e não vêem...
Jesus
avisa que aquele que julga possuir,
os
tesouros que tem escondidos lhe serão tirados.
Senhor
Jesus que fostes tão generoso para comigo,
ajuda-me,
a não ser apenas um cristão de estatística,
mas
da-me coragem para ser luz viva que Te irradia,
coerência
fiel que testemunha a alegria de ser salvo.
Que
eu não me envergonhe de ser outro Cristo,
nem
me engane, pensando que Te posso enganar!
domingo, setembro 23, 2012
25º Domingo do tempo comum
Mas
eles não entendiam esta linguagem e tinham receio de o interrogar.
(cf. Mc 9,30-37)
Toda
a relação necessita de aprofundamento,
de
descoberta da verdade, de diálogo.
Cada
um tem já a sua ideia formada
e
nem sempre é fácil entender o outro,
seja
ele o pai ou a mãe, o filho ou a filha,
o
namorado ou a namorada, o esposo ou a esposa,
ou
o próprio Deus e a Sua vontade.
É,
por isso, que o que devia ser um caminho de diálogo
e
descoberta mútua dum projeto comum
se
transforma, muitas vezes, num campo de batalha,
numa
discussão azeda e num diálogo de surdos!
Jesus
afastou-se do ruído e da multidão,
porque
queria instruir os discípulos
sobre
a Sua Páscoa e os valores novos do Reino.
Os
discípulos não entendem quando lhes fala da cruz
porque
estavam a discutir sobre quem era o maior.
Jesus
fala-lhes do Calvário e eles pensam no palácio,
fala
do serviço e eles pensam em poder e honras humanas,
fala
da simplicidade e mansidão da criança
e
eles pensam na artimanha e força bélica do militar,
fala
da entrega de vida e eles pensam no bem de si mesmos.
Senhor
Jesus não é fácil entender a Tua Mensagem salvação!
Abre
o nosso coração e esvazia-o de tanto ruído e ambições
que
nos impedem de Te ouvir e seguir confiantes.
Ensina-nos
a sabedoria da cruz e o caminho do serviço,
para
que o nosso horizonte tenha visão de eternidade,
pés
de fraternidade e coração de criança.
sábado, setembro 22, 2012
MAIOR É QUEM SERVE POR AMOR
A destrutiva tendência
De nos deixarmos levar
Pelo prestígio social
Que conduz à prepotência
De quem se quer afirmar,
Em tudo, como o maior,
Origina divisão,
Rivalidade e exclusão,
Pela vontade incontida
De querer ser o primeiro,
Seja de que forma for.
Sei que Deus me criou
livre,
Mas eis o sonho que tive,
Porque esta realidade
Se opõe ao plano de amor
Que salva a humanidade:
-Transforma-me, por
dentro,
Coração e pensamento,
Para, no meu ser e agir,
Conseguir testemunhar
O conceito de maior
Que, para Jesus, é quem
serve
E serve com todo o amor,
Com o que tem de melhor:
Os dons que nos
concedeste,
Para libertar da dor
O nosso irmão que padece.
Os dons que Deus nos
confia
Não são uma regalia,
Mas meio de bem servir,
Para a paz e a comunhão
Entre todos existir,
Por um serviço de amor,
De justiça e doação,
Ao jeito do bom Pastor,
Pois tal como uma criança
Precisa, para crescer,
De amor e grande atenção,
Assim é todo o irmão,
Vítima do desamor,
De injustiça ou exclusão.
Maria Lina da Silva, fmm
Lisboa, 20.09.2012
Saiu o semeador para
semear a sua semente. (cf. Lc 8,4-15)
Cada um de nós é ao
mesmo tempo
um semeador e uma terra de
sementeira.
Semeamos ideias, valores,
convicções,
acolhemos propostas,
orientações, ideais
e imitamos exemplos de
vida, atitudes, sentimentos...
Jesus lança a semente da
Palavra de Deus,
sem excluir nem
privilegiar ninguém.
Apesar de saber que alguns
são
como um caminho duro e
pisado,
um terreno frágil e
pedregoso
uma terra ocupada com
espinhos desnorteadores,
Jesus continua a semear, a
convidar à conversão,
até ao último segundo da
nossa vida.
Ele quer fazer renascer em
nós
o melhor que colocou no
nosso coração, quando nos criou:
a capacidade de sonhar
infinito, de amar sem medida,
de perdoar sem troca, de
servir livremente,
de contagiar alegria e
felicidade eternamente.
Obrigado Jesus por não te
cansares de semear em mim.
Obrigado, meu Deus, pelo
dom da Tua Palavra.
Faz-nos semeadores
generosos e incansáveis
da Tua Palavra de Vida e
Boa Nova da salvação.
Queremos alistar-nos na
Igreja missionária,
disponíveis para uma nova
evangelização
junto de todos que
procuram ou não a redenção.
sexta-feira, setembro 21, 2012
Jesus
ia a passar, quando viu um homem chamado Mateus, sentado no posto de
cobrança, e disse-lhe: «Segue-me!» (Cf.
Mt 9,9-13)
Jesus
passa pelos caminhos da vida,
vê,
chama, convive, ouve, ensina, cura,
numa
relação pessoal, penetrante e libertadora.
Vê
um homem sentado, chamado Mateus,
um
potencial discípulo da misericórdia
e
apóstolo da vida nova.
Não
vê um cobrador de impostos,
colaborador
dos invasores romanos,
irremediavelmente
pecador!
É
este ver a pessoa e não a condição social/profissional
que
torna possível o seguimento e a conversão.
Hoje
há demasiado doutores e engenheiros
e
poucas pessoas com humanidade fraterna.
Há
demasiado pobres, analfabetos, marginais...
e
poucas pessoas com dignidade de filhos de Deus.
Há
demasiados números neutros e estatísticos,
e
poucas pessoas com nome próprio, família e história pessoal.
Senhor
Jesus cura-nos o olhar superficial e preconceituoso,
que
nos impede de ver pessoas-irmãs:
no
pobre andrajoso e pedinte,
no
portador de deficiência e deformado,
no
preso e delinquente,
no
idoso solitário e invisível,
no
imigrante diferente e estranho,
no
político insensível e corrupto,
no
rico insensível e explorador,
nas
estatísticas de falências, desemprego e emigração...
Senhor,
médico do coração e do olhar,
unge-nos
com o colirio da misericórdia
para
podermos continuar a Tua Missão.
quinta-feira, setembro 20, 2012
Por isso, digo-te que
lhe são perdoados os seus muitos pecados, porque muito amou; mas
àquele a quem pouco se perdoa pouco ama. (cf.
Lc 7,36-50)
Simão,
um fariseu, convida Jesus
para
uma refeição em sua casa.
Recebe-o
apenas para lhe dar de comer,
sem
qualquer outro gesto de amor e acolhimento.
É
uma amizade que se contenta com o mínimo formal,
sem
envolver o sentimento nem a alegria do coração.
Uma
mulher, pecadora pública,
enfrenta
este fariseu frio, de olhar altivo e condenatório,
e,
sem ser convidada, entra em sua casa
para
se encontrar com Jesus.
Coloca-se
por detrás dele e chora aos seus pés,
confiando
que não lhe vai dar um ponta-pé de repúdio.
Os
seus olhos choram lágrimas de arrependimento,
os
seus cabelos enxugam os seus pés de bom pastor,
os
seus lábios beijam a misericórdia confiada,
as
suas mãos perfumam os seus pés salvadores.
Encontraram-se
a fé e a misericórdia,
numa
festa de humilde esbanjamento de amor.
Senhor
Jesus quantas vezes Te convido
para
entrares em minha casa? Com que atitude o faço?
Quando
Te comungo e acolho o Teu perdão
que
gestos de amor te retribuo,
com
que enlevo e festa te recebo?
Dá-nos
uma fé cheia de amor gozoso,
que
me liberte de uma religião vazia e de desobriga!
Enche
o nosso coração de paz e confiança no teu perdão,
capaz
de nos dar coragem para ultrapassar todas as barreiras,
todas
as críticas e juízos condenatórios,
todos
os respeitos humanos e métricas minimalistas.
quarta-feira, setembro 19, 2012
A
quem, pois, compararei os homens desta geração? A quem são
semelhantes? Assemelham-se a crianças...(cf.
Lc 7,31-35)
Vemos,
ouvimos e lemos...
e
ignoramos, não refletimos, não aprendemos!
Vemos
que a liberdade do capricho
está
a destruir a fidelidade nas relações
e
a coerência dos compromissos
e,
no entanto, continuamos a afirmar
que
agora é que somos modernos e evoluídos!
Constatamos
que uma sociedade,
baseada
apenas na compra e venda de serviços e artigos,
deixa
muita gente à margem da sociedade,
(pobres,
crianças, desempregados,
deficientes,
doentes e idosos),
e,
no entanto, continuamos a achar
que
agora é que somos modernos e democratas!
Aderimos
à religião da miopia de horizontes,
evitando
enfrentar o mistério da morte e do sofrimento,
distraindo-nos
da reflexão sobre o sentido da vida,
indiferentes
à questão de Deus, da ética e do bem comum,
e,
apesar de nos sentirmos vazios e deprimidos,
pensamos
que isto é que é ser moderno e iluminado!
Senhor
Jesus que não te cansas de nos ajudar a viver,
liberta-nos
do nosso infantilismo irresponsável
e
fortalece em nós a maturidade da fé e da razão.
Queremos
acordar para a vida, para a justiça,
para
a meditação e a conversão,
e
para o amor gratuito que nos faz ser grandes no serviço.
terça-feira, setembro 18, 2012
Disse Jesus: «Jovem,
Eu te ordeno: levanta-te». (cf.
Lc 7,11-17)
Jesus
vai à frente de uma multidão que entra em Naim.
Encontra-se
com outra multidão,
conduzida
por uma viúva e um jovem morto,
que
sai da cidade e move-se para o cemitério.
É
a multidão da vida e da esperança
que
se encontra com a multidão dos que choram,
dos
excluídos da cidade, solidários na morte.
Jesus,
sem ninguém lhe pedir,
compadece-se
da viúva e ordena ao jovem, filho único,
que
se levante da morte e fale da vida.
E
as duas multidões unem-se numa só,
entram
na cidade conduzidos por Cristo
e
testemunham que Deus visitou o seu povo.
Senhor
Jesus, que continuas a caminhar connosco,
nas
ruas da nossa cidade, como luz de esperança,
ajuda-nos
a consolar os que choram,
a
dar ânimo novo aos jovens sem horizontes,
a
integrar a multidão dos excluídos na cidade da fraternidade,
a
inverter o rumo de luto dos sem esperança,
a
não pedir licença para usar a compaixão e a solidariedade.
Que
os jovens de hoje possam escutar a tua palavra vivificante:
Jovem,
Eu Te ordeno, levanta-te e desperta para a fé!
segunda-feira, setembro 17, 2012
Um centurião tinha um
servo a quem dedicava muita afeição e que estava doente, quase a
morrer. (cf. Lc 7,1-10)
Um
país, uma empresa, uma organização
não
é um conjunto anónimo de pessoas,
como
peças de engrenagem duma máquina
que
quando não servem são substituídas
e
jogadas fora, como se fossem lixo.
Este
centurião romano mostra
que
até os servos, os escravos,
merecem
ser amados e cuidados.
Um
doente, alguém necessitado e sem esperança
precisa
de uma mão amiga,
duma
presença gratuita,
dum
coração interessado
que
faz da tripas coração para o tentar salvar.
O
centurião ouve falar de Jesus e utiliza intermediários
para
pedir-lhe que cure o seu servo.
Confia
em Jesus e na sua Palavra salvadora,
embora
se sinta indigno de se aproximar dele.
É
a sua fé e o seu amor que o movem.
Senhor
Jesus, no meio desta turbulência política e económica,
ajuda-nos
a não perder a confiança em Ti
e
a olhar sempre sempre a realidade e as pessoas
com
o olhar do coração.
domingo, setembro 16, 2012
24º Domingo do tempo comum
«E
vós, quem dizeis que Eu sou?» perguntou-lhes Jesus.
(cf. Mc 8,27-35)
Ouvimos
falar de Jesus na catequese,
na
comunicação social, na Igreja...
mas o
que significa Jesus para mim?
É o
meu único salvador
ou é
um entre muitos gurus significativos da minha vida?
Muitos
terminam uns anitos de catequese,
fazem a
1ª comunhão e a Crisma
e
depois abandonam o aprofundamento da fé
pois
pensam que já prenderam o suficiente para a vida!
Pedro,
em nome dos discípulos, responde que é o Messias,
mas
Jesus ordenou-lhes que não dissessem nada a ninguém!
É que
uma coisa é a nossa ideia sobre Deus
e outra
é como Deus realmente é!
Jesus
pede a Pedro que se coloque atrás de Si e O siga,
pois
Deus não é uma evidência nem um sonho.
É uma
realidade que nos precede
e só
acolhendo a revelação de Jesus
O
podemos conhecer verdadeiramente.
Ser
cristão é aceitar ser discípulo de Jesus toda a nossa vida.
Cada
dia o Senhor nos revela um pouco
do
mistério imenso e surpreendente
dum
Amor eterno incarnado
no
tempo e num espaço limitado.
Só os
olhos e os ouvidos do coração,
e a
busca paciente, humilde e contemplativa,
nos
pode levar dum Jesus, fundador histórico de uma religião,
ao
Cristo vivo que configura a minha vida em ação
num
permanente movimento de conversão.
Senhor
Jesus faz-nos acordar, cada manhã,
com
ouvidos de discípulo e olhar de menino.
Perdoa-nos
as vezes em que nos colocamos à Tua frente
e Te
queremos fazer à nossa imagem e semelhança.
SONHO DE REALIZAÇÃO
Hoje, o que mais se
anuncia,
Como fonte de felicidade,
Para toda a humanidade,
É a conquista do
progresso,
Ter coisas e ter sucesso,
Ser alguém, na sociedade.
Porém, isto tudo asfixia
O espírito de alegria,
De vida em fraternidade,
E os sorrisos que anunciam
A Paz e a Felicidade,
Bênçãos de Deus Amor,
Para toda a humanidade.
É que a realização
Não resulta do progresso,
Mas da Paz no coração,
Que bate ao ritmo do amor,
Da justiça e do perdão,
Para um mundo mais irmão,
Como foi por Deus sonhado
E, em Cristo, libertado
Da situação de pecado,
P’ra nos dar a salvação.
Por isso, quem em Deus crê
E, por Ele, se sente
amado,
Não pode ficar
indiferente
À sorte de tanta gente,
Vítima dos prepotentes,
Sem alma e sem coração,
Que não se sentem irmãos
Dos mais frágeis ou
doentes.
Ser cristão, é ser
irmão,
Ao jeito de Jesus Cristo.
É ser chamado a abraçar
O plano libertador,
Para anunciar, sem medo,
Que Jesus é o segredo
Da total REAl-IZAÇÃO,
Cuja chave está no AMOR,
Sem medida ou condição.
Maria Lina da Silva, fmm
Lisboa, 15.09.2012
sábado, setembro 15, 2012
N. Sra das Dores
Junto à cruz de Jesus
estavam, de pé, sua mãe e a irmã da sua mãe, Maria, a mulher de
Cléofas, e Maria Madalena. (cf. Jo 19,25-27)
Quem ama verdadeiramente,
ama em todas as situações
e participa solidariamente
da vida do amado:
alegra-se com a alegria do
amado,
partilha as lágrimas do
amado,
sangra de dor com a morte
do amado.
Assim é a Senhora das
Dores,
assim são os discípulos
amados do Senhor!
A indiferença à sorte do
outro
é sinal dum coração
endurecido
e fechado ao amor e à
compaixão.
Não será esse o drama
dum mundo
que se habituou a ver o
sofrimento dos outros
no écran da TV como quem
vê um filme de terror?
Senhora das Dores, Senhora
do coração vivo,
Senhora da fidelidade a
toda a prova,
reza por nós, aprendizes
do seguimento de Jesus.
Ensina-nos a ama-Lo como a
nós mesmos
e a preferi-Lo a todas
honras e riquezas deste mundo.
Senhora das Dores, nossa
Mãe compassiva,
que sofres quando fugimos
à cruz e ao irmão que sofre,
ensina-nos a amar com
paixão e fidelidade
e imitar-Te na entrega
centrada em Jesus.
sexta-feira, setembro 14, 2012
Festa da Exaltação da Santa Cruz
É
necessário que o Filho do Homem seja erguido ao alto, a fim de que
todo o que nele crê tenha a vida eterna. (cf.
Jo 3,13-17)
A
cruz é um sinal de contradição.
Enquanto
instrumento ao serviço da injustiça,
da
tortura desumana, do extermínio de pessoas,
é
sinal de até onde pode chegar a insensibilidade humana.
A
cruz enquanto sinal mais (+) na prova do amor
de
um Deus que é capaz de se deixar pregar numa cruz,
sofrer
a impotência dum amor traído e não correspondido
e
continuar a amar, firmando uma aliança eterna...!
Isso
sim é para exaltar e contemplar
e
neste sinal + que abraça o céu e a terra,
sentir-nos
atraídos por um amor a toda a prova.
Nesta
festa exaltam-se também todas as cruzes redentoras,
sofridas
com fidelidade e por amor:
carregar
um filho nove meses no seio duma mulher,
aprendendo
a gera-lo no coração do casal para toda a vida,
acolhendo
com alegria a dor de o dar à luz
e
o desconforto de o cuidar bebé
e
de o educar menino, adolescente e jovem adulto;
cuidar
de uma pessoa doente ou deficiente,
amando
e sorrindo a quem o limita e prende
numa
fidelidade e gratuidade que surpreende
e
manifesta o melhor que germina na humanidade;
testemunhar
a fé em situações de adversidade e perseguição,
permanecendo
pacificamente e em paciente esperança,
mantendo
acesa a lâmpada da caridade
com
o óleo da oração e da Eucaristia que a sustenta.
Senhor
Jesus que na cruz nos amaste até ao fim e para sempre
ajuda-nos
a contemplar e a imitar a Tua Cruz do puro amor
quando
nos cansamos de amar por não sermos amados,
quando
endurece o nosso coração de ressentimentos,
quando
deixamos de acreditar que só o amor salva.
quinta-feira, setembro 13, 2012
O que quiserdes que os
outros vos façam, fazei-lho vós também. (cf. Lc 6,27-38)
Crescemos a aprender a
imitar os outros
e a reagir ao que os
outros nos fazem.
Sorrimos se nos sorriem,
choramos se nos agridem,
amamos se nos amam, damos
se nos dão,
perdoamos se nos
perdoam...
Jesus diz-nos que uma
pessoa adulta na fé,
já não deve viver em
reação mas em pro-ação:
fazer aos outros o que
gostaríamos que nos fizessem,
agir segundo convicções
e não reagindo emocionalmente.
E se tivermos que imitar
alguém,
então seja quem é melhor
que nós, o nosso Pai do Céu,
misericordioso e bom para
com todos.
Jesus vivia assim, por
isso, na cruz,
quando todos o tinham
abandonado,
Ele continuou a amar e
amou-nos até ao fim.
Senhor Jesus, quanto ainda
tenho de crescer
na capacidade de amar e
perdoar gratuitamente!
Faz-nos protagonistas
maduros dum mundo melhor,
liberta-nos da nossa
passividade
e atitude de vítima
ferida e mal amada.
Ajuda-nos a crescer até à
Tua estatura de Homem Novo
e livre para amar a todos
e em todas as situações da vida.
quarta-feira, setembro 12, 2012
Ai
de vós, quando todos disserem bem de vós! Era precisamente assim
que os pais deles tratavam os falsos profetas».
(cf. Lc 6,20-26)
Ser
boa pessoa é uma virtude,
estar
de acordo com tudo
e
tolerar cobardemente o mal,
é
querer estar a bem com Deus e o Diabo.
Jesus
chama falsos profetas
aos
que são sempre do partido do poder,
aos
que são sempre a favor da maioria,
aos
que são incapazes de dizer a verdade e o que pensam
para
não te ofenderem nem perderem um amigo...
Jesus
não nos querer camaleões profissionais,
mas
buscadores incansáveis da verdade,
rochas
firmes da justiça,
faróis
que denunciam perigos de vida,
luas
novas que iluminam as trevas do erro,
estrelas
da manhã que anunciam a esperança.
Senhor
Jesus, fortalece em nós a coluna vertebral da fé,
para
que saibamos ser verdadeiros profetas da vida
e
da vida para todos e para sempre.
terça-feira, setembro 11, 2012
Jesus escolheu doze
dentre eles, aos quais deu o nome de Apóstolos: … e Judas
Iscariotes, que veio a ser o traidor. (cf. Lc 6, 12-19)
Jesus passou a noite a
rezar,
antes de escolher os doze
apóstolos.
Entre os escolhidos havia
pescadores,
cobradores de impostos,
zelotes
e até aquele que o veio
trair.
Jesus acredita que todos,
cada um à sua maneira,
poderia continuar a sua
missão.
Confiou mesmo naquele que
o havia de trair!
Chamou-o pelo nome,
confiou-lhe a
responsabilidade de gerir a bolsa do grupo,
fez milagres e pregou-lhe
da mesma forma que aos outros,
por fim, antes da ser
traído,
chamou-lhe amigo e deu-lhe
um beijo!
Judas não compreendeu
tanto amor e docilidade.
Esperava um guerreiro, um
líder político...
O messias idealizado
impediu-o de ver e aceitar
o Messias enviado por
Deus,
orientado para outro
Reino, o de Deus,
que não é deste mundo!
Senhor Jesus, obrigado
porque no nosso batismo
nos chamaste pelo nosso
nome único.
Obrigado porque confias em
nós tantos dons
para que demos
continuidade à Tua Missão.
Apesar de tantas
infidelidades e traições,
continuas a a abraçar-nos
com o arco-íris da paz
e a esperar pacientemente
um arrebate de conversão.
Abre o nosso coração à
ação renovadora da Tua misericórdia!
segunda-feira, setembro 10, 2012
Jesus disse ao homem da
mão paralisada: «Levanta-te e põe-te de pé, aí no meio.» (cf.
Lc 6,6-11)
Hoje o
mundo debate-se com uma grave crise.
Dentro
desta tempestade, tem-se dado prioridade
ao
sector financeiro e à diminuição do deficit.
Pelo
meio têm ficado muitas empresas que faliram,
muitos
que ficaram desempregados
a
olhar a esperança escapar-lhes das mãos,
como
uma enguia escorregadia.
Muitos
emigraram, sonhando com a salvação
em
terras do além, milagrando a crise.
Jesus
coloca o ser humano no meio,
reconhecido
na sua dignidade, em posição de pé.
Perante
o mais sagrado de então, o Sábado,
ele dá
prioridade à salvação do ser humano.
Cura a
paralisia da sua mão direita,
porque
o seu braço de trabalho está inativo.
Jesus
quer ver-nos a todos, sem exclusão,
como
membros ativos e cor-responsáveis
por um
mundo melhor e fraterno.
Senhor
Jesus liberta-nos das salvações
que
sacrificam vidas humanas
e
imolam esperanças futuras.
Ajuda-nos
a colocar o ser humano
como
valor supremo das nossas prioridades.
Dá-nos
um coração mais sensível
à
sorte ou pouca sorte dos nossos irmãos.