quinta-feira, janeiro 31, 2013
5ª feira da 3ª semana do Tempo Comum
Velemos uns pelos outros, para nos
estimularmos à caridade e às boas obras, sem abandonarmos a nossa
assembleia. (cf. Heb 10,19-25)
Cristo
abriu o caminho para o Céu
e,
para nos salvarmos, precisamos de confiar nEle,
com
fidelidade cada dia e em cada situação nova.
Pelo
caminho, vamos ouvindo outras vozes,
entrando
na rotina do ensimesmamento,
do
contagio mimético com o ambiente em que vivemos,
desistindo
de fazer a diferença para ser igual à massa.
Daí a
importância de nos ajudarmos mutuamente
e nos
estimularmos à fidelidade e à caridade,
construindo
uma vida comunitária
que
nos ajude a caminhar como corpo, tendo Cristo à cabeça.
Hoje
prefere-se a relação pessoal e intimista com Deus,
à
comunitária e pública, comprometida socialmente,
como
se eu me pudesse salvar sem os outros!
A
minha presença habitual na Eucaristia dominical
e a
forma como participo e colaboro na Igreja,
pode
ajudar e estimular a participação de outros
ou
desestimular e afasta-los da comunidade e da fé.
O
mesmo acontece com o testemunho na ética e justiça social,
na
coerência entre o que se diz e o que se faz.
Isto é
válido na família, no convento, na Igreja e na sociedade.
Senhor
Jesus, que nos amas como pessoas únicas
e nos
queres a caminhar juntos como irmãos,
em
direção à Casa Grande do Pai que nos espera,
ajuda-nos
a velar por aqueles que colocaste ao nosso lado
e a
estimular-nos na caridade e na fidelidade.
Liberta-nos
da miopia umbilical da nossa realização pessoal
e da
tirania do “hoje não me apetece” ou “vejo a missa na TV”.
Ensina-nos
a construir comunidades que sejam
chão
fecundo de fé e úteros incubadores de renascimento,
estímulo
de caridade na promoção do bem comum
e coro
polifónico que louva o Senhor.
quarta-feira, janeiro 30, 2013
4ª feira da 3ª semana do Tempo Comum
O Senhor acrescenta: «Hei-de
imprimir as minhas leis no seu coração e gravá-las no seu espírito
e não Me recordarei mais dos seus pecados e iniquidades».(cf.
Heb 10,11-18)
A ação redentora
do sacrifício de Jesus
recria-nos radical
e integralmente por duas formas:
purificando-nos e
perdoando o nosso pecado passado e atual
e imprimindo, com
doçura, a Sua Lei de Amor ilimitado
no nosso coração
contraído e limitado,
e cheio de espaços
cavernosos e envergonhados.
Jesus vai
conquistando pouco a pouco as áreas reservadas,
que vamos deixando
que Ele conquiste,
purifique e
vivifique, tonificando-as de esperança.
Por isso, a
verdadeira conversão é a que nasce de dentro
e não a que se
representa em exterioridades
para que os outros
vejam e se confundam.
O medo e o
escrúpulo são sintomas de falta de fé
e de confiança
nAquele que perdoa todos os pecados
e esquece o nosso
passado perdido,
fazendo festa
porque agora nos deixámos encontrar
e descobrimos que é
melhor voltar à casa do Pai.
Contabilizar os
méritos em sacrifícios e orações
que ainda nos
faltam para “ganhar o Céu”,
é dispensar a
salvação, como dom e graça,
que brota da fonte
da Cruz do Amor incondicional.
A falta de fé
atrapalha a ação redentora de Jesus em nós!
Senhor Jesus,
oleiro de corações portadores de deficiência,
recria em nós a
beleza e a dignidade de filhos de Deus.
Torna-nos dóceis e
confiantes à ação do Teu Espírito
para que possas
corrigir as deformações e rachaduras
que as nossas
violências e medos provocam.
Aumenta em nós a
fé e relaxa-nos as defesas
para que possamos
entrar nesta aventura do novo
iluminado pelo
infinito e fecundado pela beleza,
que semeia vida à
sua volta e tem sede de crescer
até à estatura
dAquele que venceu a morte.
terça-feira, janeiro 29, 2013
3ª feira da 3ª semana do tempo Comum, dia de S. José Freinademetz
Não Te agradaram holocaustos nem
imolações pelo pecado. Então Eu disse: ‘Eis-Me aqui; no livro
sagrado está escrito a meu respeito: Eu venho, ó Deus, para fazer a
tua vontade’». (cf. Heb
10,1-10)
Fazer
sacrifícios, oferecer coisas, cumprir promessas
são
gestos e atitudes que nos comprometem por uns instantes,
e
manifestam alguma generosidade e desprendimento,
mas
que não envolvem todo o nosso ser, toda a nossa história.
São
instantes de luz num icebergue pouco claro, só meu.
Jesus,
não oferece coisas a Deus e aos outros,
oferece-se
a si mesmo numa doação total.
E
oferece aquilo que O identifica, a própria vontade,
para
que seja conduzido apenas,
por
Aquele que é a fonte de Tudo, Seu Pai.
A Sua
identidade é ser um SIM total à vontade do Pai.
A
música que ele toca é celestial e eterna, suave e bela,
pois
corresponde fielmente à partitura feita por Deus.
E a
missão de Jesus é convencer-nos a todos
a
entrar nesta orquestra universal da comunhão e da alegria,
em que
todos tocam instrumentos diferentes,
mas
todos seguem a mesma partitura
e se
deixam conduzir pelo mesmo Maestro interior.
Senhor
Jesus, Partitura de Deus, em escala de fraternidade humana,
envia-nos
o Teu Espírito, Maestro da sinfonia da fé,
para
que eleve em nós o sentido do bem comum
e a
importância de corrigirmos as desafinações
que a
nossa rebeldia e caprichos provocam.
Ajuda-nos
a preocupar mais com o nosso SIM total,
do que
com as promessas e sacrifícios pontuais,
que
nos descomprometem com a conversão
das
raízes e icebergues da nossa vida.
Como
S. José Freinademetz, grande missionário na China,
queremos
ser todos teus, transparência fiel do Teu Amor.
segunda-feira, janeiro 28, 2013
2ª feira da 3ª semana do tempo Comum
Cristo, que se ofereceu uma só vez
para tirar os pecados de muitos, aparecerá uma segunda vez, não já
por causa do pecado, mas para dar a salvação àqueles que o
esperam. (cf. Heb 9,15.24-28)
Jesus é o
Sumo-Sacerdote do eterno.
A Sua vida não é
um dia “sim” e o outro dia “não”.
A Sua vida é um
Sim, sem intermitências ao projeto de Deus,
e uma oferta de si
mesmo, uma vez por todas na cruz,
sem reservas nem
condições.
O seu sacrifício é
único e o seu efeito perdura para sempre.
Fazer memória
sacramental da sua morte na Eucaristia,
não é repetir a
morte de Cristo sobre o altar,
mas é celebrar
festivamente o seu Mistério Pascal,
de paixão, morte e
ressurreição,
e escutar do Céu,
sacramentalmente e com os ouvidos da fé,
a declaração de
amor por cada um de nós,
dando-se em
banquete de Corpo partilhado
para alimentar em
nós a vida de santidade.
A Sua presença
real no pão e no vinho consagrados,
é força para os
braços arregaçados
que semeiam o trigo
e cuidam da vinha
que colhem, esmagam
e amassam,
para repartir vida
e alentar quem anda perdido.
Obrigado, Senhor,
Pão do Céu,
que purificas e
renovas os nossos corações impuros.
Obrigado, porque
após tantas vezes Te termos traído,
o Teu amor não
diminuiu nem desistiu,
mas continua vivo e
presente, com a mesma paixão,
a oferecer-se e a
repartir-se como pão partilhado
e vinho distribuído
em generosidade gratuita.
Aumenta, Senhor, a
nossa fé na Eucaristia
e ajuda-nos a
corresponder com amor e fidelidade,
a tanto Amor que
brota da fonte da Páscoa.
domingo, janeiro 27, 2013
3º Domingo do Tempo Comum
Todo o povo escutava com atenção a
leitura do livro da Lei. (cf.
Nem 8,2-6.8-10)
A Palavra de Deus é
para ser ouvida e lida.
Bíblias de todos
os formatos e em português
estão acessíveis
a todos os que as procuram.
Há mesmo muita
gente que a adquiriu
mas a arrumou na
prateleira
como um tesouro
desconhecido.
A Bíblia só fala
aberta e meditada,
mas necessita de
uma iniciação e explicação
para se entender a
sua gramática.
Sempre que nos
reunimos em nome de Jesus,
Ele fala por meio
dos sinais sacramentais,
pela proclamação
da Palavra das leituras bíblicas
e pela explicação
feita na homilia,
por isso, é
importante que a liturgia fale pelo mistério
e quem lê e
explica a Palavra seja claro.
O silêncio
interior e exterior,
assim como um
ambiente de fé e procura,
são fundamentais
na escuta pessoal e comunitária da Palavra.
Senhor Jesus,
Palavra viva, sempre pessoal e atual,
obrigado pela Tua
comunicação redentora.
Abre-nos ao Hoje da
nossa conversão
e conduz os passos
das nossas opções e sonhos,
pelos caminhos da
vida que fermenta vida,
iluminados pela Tua
Palavra vivificadora.
IMPORTÂNCIA VITAL DA PALAVRA DE DEUS
“AS VOSSAS PALAVRAS, SENHOR,
SÃO ESPÍRITO E VIDA”,
Com
sabor a Paz e a Amor. ( Sal 18)
Acende
em mim, Senhor,
O fogo
e chama de vida
Que
arde e não se consome.
Antes,
potencia a vida,
Jorrando
da Tua Palavra
Que
ilumina e mata a fome.
Jesus,
o Verbo encarnado,
É essa
palavra em chama
Que Ele
a todos proclama
E
convida à conversão,
No
mesmo e único Espírito
Que
constrói a união,
Entre
toda a humanidade,
Para,
na diversidade,
Haver
um só coração,
Sensível
à alma que grita,
Perturbada
e aflita:
-PAZ A
TI, MEU IRMÃO,
HOMEM
DE BOA VONTADE!
DEUS É
NOSSA SALVAÇÃO.
Vem,
mergulha e saboreia
A
verdadeira alegria,
Respira
paz e harmonia,
Ousando
aproximar-te
E,
também, alimentar-te
Do pão
da Fraternidade
Que de
amor te sacia,
Pois
Deus veio libertar
O fraco
e o oprimido,
Por
Jesus, seu próprio Filho.
Que a
Tua Palavra inspirada
E útil
para instruir,
Seja
minha Escola de vida,
Onde,
com Jesus, aprenda
A
amar-Te sem medida
E,
fielmente, Te seguir,
Na
Justiça e na Verdade,
Reflectindo,
em meu agir,
A luz
da Tua Bondade,
Apesar
de pobre e fraca,
Porque
age a tua graça
Na
humana fragilidade.
Maria
Lina da Silva, fmm
Lisboa,
26.1.2013
sábado, janeiro 26, 2013
Sábado da 2ª semana do Tempo Comum
Mas o sangue de Cristo, (...)
purificará a nossa consciência das obras mortas, para servirmos ao
Deus vivo. (cf. Heb 9,2-3.11-14)
Dar a
vida por uma causa é mais que um ritual,
é
provar um amor mais forte que a morte,
inegociável
e imensurável no mercado de valores.
Por
isso, a salvação que Jesus nos traz
não é
uma purificação ritual e externa,
mas
uma purificação da memória de nós mesmos,
uma
recriação da dignidade e reencontro da beleza,
com
que fomos sonhados desde toda a eternidade.
O
pecado mirra-nos a esperança e afasta-nos do Deus da Vida,
Jesus
fortalece-nos para o serviço da Vida
e
torna-nos amigos íntimos de Deus.
Hoje
parece não haver consciência do pecado.
Tudo é
justificado e relativizado, tudo parece normal,
pois
“todos fazem assim”, apesar de reconhecermos
que os
frutos não são bons e o mundo está doente.
A
confissão, como sacramento da cura cirúrgica do mal,
é
pouco procurada, por falta de fé no Cirurgião do Amor
e pela
pouca consciência do mal que nos mata por dentro
e gera
esterilidade à nossa volta.
Quando
muito, procura-se “despejar o saco que nos pesa”,
desabafar
as angústias que nos deprimem,
cumprir
um dever, com medo do inferno.
Senhor
Jesus, Sacerdote do Amor eterno,
aumenta
a nossa fé no Teu poder revitalizador.
Ilumina
as obras mortas que escondemos
e
cura-nos profundamente o núcleo da liberdade,
para,
com humildade e vigilância,
sabermos
escolher o bem que permanece e serve a vida
e
termos coragem de dizer não ao mal
que
nos enfraquece a esperança e desfeia a dignidade.
sexta-feira, janeiro 25, 2013
Festa da conversão de S. Paulo
Então perguntei: ‘Que hei-de
fazer, Senhor?’. (cf. At
22,3-16)
Saulo
estava cheio de certezas:
tinha
estudado em Jerusalém com um grande mestre,
sabia
tudo sobre Deus, os seus amigos e inimigos,
cumpria
todos os preceitos da Lei, como bom fariseu...
As
suas certezas tornaram-no violento e intolerante
e
cegaram-lhe a fraternidade e o questionamento da fé.
Jesus
vem ao seu encontro e envolve-o com a Sua Luz.
Luz
tão intensa que o faz cair das suas certezas
e o
coloca num processo de renascimento
e de
peregrinação da fé que o abre às questões fundamentais:
“Quem
és Tu, Senhor?” e “Que hei-de fazer, Senhor?”.
Cego
desta Luz do céu, deixa-se conduzir até Damasco
e,
onde procurava inimigos de Deus para os prender,
foi
acolhido por “irmãos”, pedagogos da vida:
“Saulo,
meu irmão, recupera a vista”.
Termina
hoje o oitavário de oração pela unidade dos cristãos.
A
história está cheia de intolerância violenta,
que
deixa marcas de sangue, divisões institucionalizadas,
acusações
mútuas, apropriações da verdade,
anátemas
condenatórios e paralisações da comunhão fraterna.
O
Vaticano II foi uma estrada de Damasco,
cheia
de Luz intensa que nos fez cair
na
humildade de peregrinos da fé
e no
diálogo de procura fraterna,
num
ecumenismo de conversão mútua a Cristo.
Senhor
Jesus, Luz da Verdade que nos cega
as
convicções catedráticas e limitadas da fé,
faz da
nossa vida um caminho permanente de conversão.
Cura
em nós as cataratas do orgulho de superioridade
que
nos impedem de ver no outro um irmão
e
instalam a desconfiança e a separação
na
comunhão da mesa e do pão da unidade.
Ajuda-nos
a resistir ao incómodo,
de
caminharmos com o cajado da obediência da fé,
as
sandálias da cruz que vem ao nosso encontro,
o
alforje do pão da Palavra que ilumina,
e a
sede da Verdade que jamais se sacia.
quinta-feira, janeiro 24, 2013
5ª feira da 2ª semana do Tempo Comum
Jesus pode salvar para sempre
aqueles que por seu intermédio se aproximam de Deus, porque vive
perpetuamente para interceder por eles.(cf.
Heb 7,25-8,6)
O
sacerdócio de Jesus, junto de Deus-Pai,
é de
intercessão em favor de cada um de nós.
Ao
encarnar, o Filho de Deus, que era do Céu,
adquiriu
a cidadania humana por adoção de coração.
Aproximou
Deus da humanidade e agora, do Céu,
quer
aproximar a humanidade de Deus
e dar
à humanidade uma cidadania divina permanente.
Jesus
não é mais um sacerdote de serviço,
mas a
sua vida é um sacerdócio ao serviço perene
da
salvação de toda a criação.
É a
chama de amor que não se consome,
o
perfume do incenso que se eleva em prece,
o sol
da esperança que brilha nas trevas.
Aproximar-se de
Deus, por meio de Jesus,
é experimentar
Deus de forma libertadora e nova.
É começar a viver
com o coração em Deus
e a respirar Deus
nas relações humanas.
É aprender, com
Jesus, a ser sacerdote
no santuário do
quotidiano e do profano,
numa oferta feliz
de si mesmo em cada relação
e não na oferta de
coisas, numa troca negociada.
É aprender a
santidade, fruto da graça de Deus
e não conquistada
pelos méritos hercúleos de cada um.
Senhor Jesus,
intercessor com coração de pastor,
abre o nosso
coração à intercessão pelos irmãos perdidos.
Faz da nossa vida
um sacerdócio com pés fraternos
e mãos abertas de
entrega alegre e livre, por amor.
Aumenta a nossa fé
e fideliza-nos na conversão
para que confiemos,
apenas em Ti, a nossa salvação.
quarta-feira, janeiro 23, 2013
4ª feira da 2ª semana do tempo Comum
Tu és sacerdote para sempre,
segundo a ordem de Melquisedec.
(cf. Heb 7,1-3.15-17)
Abraão, após ter
vencido aqueles
que tinham
aprisionado o seu sobrinho Lot,
encontra-se com o
rei de Salém, Melquisedec (Gn 14,17-20).
É uma figura
misteriosa, sacerdote do Deus Altíssimo,
rei da justiça e
da paz que vêm abençoar Abraão
e louvar o Deus
criador e libertador.
Este sacerdote,
portador da bênção inesperada,
é a imagem do
verdadeiro Sacerdote do Eterno,
que não nasceu
duma tribo humana sacerdotal
nem usurpou esta
condição sagrada,
por meio da eleição
ou da conquista,
mas é sacerdote
“segundo o poder de uma vida indestrutível”.
Jesus, o “Filho
do Deus Altíssimo”,
aparece leigo,
galileu, filho de Maria e do Carpinteiro,
e, pela via da
bênção e da misericórdia,
vem ao encontro dos
vencidos pelo pecado
e paralisados pela
desobediência,
para os recriar
filhos da liberdade e herdeiros da Promessa.
A Igreja vive
desunida, desfigurando Cristo,
paralisada pelo
peso duma história de desencontros.
O orgulho duma
verdade aprisionada,
impede-nos a todos
de caminharmos ao encontro do outro,
como construtores
de paz e promotores de conversão
ao Sacerdote que
abençoa a unidade na diversidade.
Senhor Jesus,
obrigado pela bênção companheira
com que nos
envolves nas encruzilhadas da nossa fragilidade.
Louvamos-Te pelo
Teu sacerdócio laico e divino,
que não tem
pessoas, nem tempos, nem espaços interditos.
Recria-nos
“Melquisedecs”, reis da justiça e da paz
que fazem de cada
encontro uma surpresa agradável
e de cada palavra
proferida uma bênção.
Dá-nos a Tua mão
e conduz-nos à unidade.
terça-feira, janeiro 22, 2013
3ª feira da 2ª semana do Tempo Comum
...não vos torneis preguiçosos,
mas imiteis aqueles que, pela fé e pela perseverança, se tornam
herdeiros das promessas. (cf.
Heb 6,10-20)
Deus promete e
cumpre,
de acordo com a Sua
agenda e não a nossa.
Nos interstícios
da esperança,
em que o cansaço
da espera nos instala,
somos desafiados a
confiar até ao fim,
imitando a fé de
Abraão e a confiança de Maria.
A Palavra de Deus é
como uma semente
que só se
desenvolve plenamente
quando encontra
húmus, água e sol adequados
ao seu
desenvolvimento e maturação.
O cristão tem em
Cristo uma veiga fértil
e nos santos um
sinal palpável da esperança,
para que a tensão
para a santidade não relaxe
nem a esperança se
aposente por incapacidade,
nesta peregrinação
a ritmos diversificados,
que é a vida de
semente de cada um.
Senhor Jesus,
âncora da nossa segurança e confiança,
ajuda-nos a não
viver à deriva e sem leme
nas ondas revoltas
em que navegamos.
Quando a rotina nos
relaxa a esperança,
mostra-nos o Teu
rosto de promessa e fidelidade.
Quando a
fragilidade nos paralisa a caridade,
recorda-nos os
exemplos dos santos e mártires
que acreditaram até
ao fim, contra toda a esperança.
segunda-feira, janeiro 21, 2013
2ª feira do Tempo Comum
Apesar de ser Filho de Deus,
aprendeu a obediência por aquilo que sofreu... (cf. Heb 5,1-10)
Jesus, apesar de ser Filho de Deus,
quis ser como nós,
aprendeu a viver igual nós, menos na
desobediência a Deus.
O verdadeiro teste da obediência é
enfrentar o sofrimento
sem mudar de rumo, nem fugir de medo,
nem adiar opções.
Perante o infortúnio, a dor da
traição, a injustiça gritante,
a paga do bem com o mal, a solidão do
abandono,
Jesus podia ter desistido da sua
Missão,
desacreditado de confiar na via do
amor,
endurecido o seu coração de vingança,
revoltar-se contra o silêncio do Pai
na cruz;
mas Jesus mostra que é livre para
servir,
na sua noite de fé, com o coração a
sangrar,
pela forma como procura luz no Jardim
do grito orante,
chora lágrimas de desamor no colo de
quem O ama
e reza: “Pai, se for possível afasta
de mim este cálice,
mas não se faça a minha vontade, mas
sim a Tua”!
Hoje crescemos a aprender a “fazer a
minha vontade”.
O choro, a voz alta, a birra, a
artimanha, a mentira,
a violência e a manobra psicológica
são alguns dos meios que se aprendem
para que se faça a minha vontade.
É o mundo do capricho que submete os
outros ao meu serviço,
me torna inseguro e frágil nas
convicções
e me faz especialista em fuga de
responsabilidades,
em vez de fortalecer a capacidade de
lutar,
resistir, inventar, ser forte e livre.
A fé, neste chão movediço e
caprichoso,
torna-se volátil, interesseira e
intermitente.
Senhor Jesus obrigado pela Tua
fidelidade a toda a prova.
Obrigado porque nos ensinaste a
obediência da fé
no meio da turbulência do sofrimento e
da injustiça.
Fortalece a nossa fé na liberdade e
paixão de Te servir.
Liberta-nos do egoísmo que nos
escraviza
e ensina-nos a rezar com verdade e
convicção:
“seja feita a vossa vontade, assim na
terra como no Céu”.
domingo, janeiro 20, 2013
2ª Domingo do tempo comum
Assim como um jovem se casa com uma
jovem,também te desposa aquele que te reconstrói.
(cf. Is 62,1-5)
Deus sela uma
aliança de amor com o seu povo.
Cria-o, reconstrói
na sua dignidade,
salva-o dando a
vida por ele,
une-se a ele numa
paixão esponsal,
numa loucura divina
de namoro espiritual.
Deus perdoa as
infidelidades e adultérios,
busca, paciente e
criativamente, a conquista de corações.
Não busca
temerosos de castigo,
nem orgulhosos da
perfeição,
mas chama humildes
apaixonados
que estão
dispostos a recomeçar cada dia.
Hoje há muitas
uniões que até se presentam na Igreja,
engalanados de
marchas nupciais e vestidos de fadas,
mas há poucos
casamentos que aceitam o desafio
de ser sacramento
daquele amor mais puro e comprometido,
que bebem na Fonte
do amor infinito,
e concretizam em
cada instante um amor constante.
É, por isso, que
há tantos divórcios e desistências,
tanto ciume, medo e
desconfiança no outro,
tanto cansaço
acumulado de rotina,
tão pouca vontade
de recriar o que parece estar perdido.
Senhor Jesus,
obrigado porque nos amas tanto
ao ponto de
quereres connosco ser uma só carne
Obrigado porque das
nossas águas do medo e da fragilidade
fazes vinho novo da
alegria e da aliança eterna.
Ajuda-nos a ser
fieis e a amar sem medida.
E quando nos
perdermos em nós mesmos,
volta de novo,
Senhor, e fala-nos ao coração
para que caminhemos
animados
a fazer o que Tu
nos disseres.
VIVER EM AMOR, FORMA PRIVILEGIADA DE VIDA
Solteiro,
viúvo ou casado,
Asceta ou
Consagrado,
Seja qual for
a forma de vida,
Livremente,
escolhida,
A viver em
Amor é chamado.
Mas não um
amor qualquer,
Que leva ao
casa descasa,
Conforme o
dia nascer,
Mas fiel e
perseverante,
Gratuito e
dedicado,
Amor que
cresce e floresce,
Na medida em
que se dá,
Sempre pronto
a perdoar
E a arriscar
a própria vida,
Como fez
Jesus, na cruz,
Por amor a
todos nós,
Criados por
Deus Amor,
À sua imagem
e semelhança,
Para sermos
Oásis de esperança,
Mas jamais
“terra Deserta”,
Antes, Sua
“Predilecta”.
Tal é o Amor
que Deus dedica
A todos, sem
excepção.
Porém, só O
saboreia,
Com a boca do
coração,
Quem O segue
e acredita.
Este, sim,
descobrirá
Que o
Espírito é o mesmo
E, por isso,
O louvará,
Na
diversidade de dons,
Serviços e
ministérios,
Em que Ele se
manifesta,
Realizando
tudo em todos,
Com aparência
diversa,
Porque, como
Criador,
Cria e recria
o seu Povo,
Com jeitos de
Amor Novo,
Graças ao
seu Vinho Novo,
Em Caná e em
toda a parte,
Com sua
divina Arte.
Ensina-me a
estar atenta
A todo aquele
a quem falta
O Vinho Novo,
na Taça
Da Justiça e
da Verdade,
Da Paz e da
Caridade
Maria Lina da
Silva, fmm
Lisboa,
19.1.2013
sábado, janeiro 19, 2013
Sábado da 1ª semana do tempo comum
Vamos, portanto, cheios de
confiança, ao trono da graça, a fim de alcançarmos misericórdia e
obtermos a graça de um auxílio oportuno.
(cf. Heb 4,12-16)
A
Palavra de Deus é viva e eficaz,
luz
que discerne os pensamentos e intenções,
que
nos mostra a verdade e os planos que sonhamos,
quando
paramos para a escutar e aceitamos que nos conduza.
Essa
Palavra é Cristo que nos conhece e compreende,
como
irmão mais velho que nos precedeu e o pecado venceu.
Seus
braços a todos estende,
Sua
luz e orientação a todos fortalece,
Sua
misericórdia infinita a todos anima a confiar,
porque
o Seu trono de graça é lar de acolhimento,
clínica
de diagnóstico e revitalização,
útero
onde o humano renasce divino,
ginásio
de felicidade para a todos fraternizar.
Há
muitas vozes no ar, num ruído de confundir,
umas
dizem-nos segue “por aqui”, outras “por ali”,
umas
“vive para ti” e outra “constrói o Céu aqui”.
Na
pressa de acertar, volatiliza-se a vida
e o
caminho a seguir torna-se um cata-vento
que
muda conforme a moda e o sentimento.
De
tanto apanhar, dorido de tanta ressaca a curar,
há
quem deixe de confiar e prefira ser surdo e cego,
transportando-se
para o virtual de festa
e
paraíso do instante, drogado de ilusões.
Senhor
Jesus, trono inesgotável da graça,
abre-nos
o ouvido à Tua Palavra de vida
que a
todos quer renovar e ajudar a dar frutos de amor.
Enraíza
a nossa vida na profundidade da contemplação,
da
escuta da verdade e da conversão.
Liberta-nos
da ilusão dos tronos dourados a brilhar
e
fortalece a nossa confiança no Trono da Graça
que
liberta do instante e nos alimenta para a eternidade.
sexta-feira, janeiro 18, 2013
6ª feira da 1ª semana do tempo comum
Irmãos: Embora se mantenha a
promessa de entrar no repouso de Deus, devemos recear que algum de
vós corra o risco de ficar excluído. (cf.
Heb 4,1-5.11)
Ao
sétimo dia Deus repousou, festivamente,
pois
os que ama permaneciam alegres e repousados ao seu lado.
Quando
o ser humano afastou dEle o seu coração
e
trabalhou o sofrimento e a dor no deserto sem oásis,
Deus
abandonou o seu descanso,
envolvendo
o Pai, o Filho e o Espírito Santo,
como
uma mãe que procura o seu filho que começou a andar
e se
pode ferir e outros estragos provocar.
Deus
anseia pelo repouso do Amado
pois
só quando os seus amados filhos estão em paz enraizada
é que
o Amor pode repousar festivamente.
Foi
para que todos pudéssemos repousar que Jesus se fez Luz,
consumindo-se
em lamparina humana,
e
trabalhou incansavelmente para nos guiar
pelo
caminho da fé e do descanso que não tem par.
Vivemos
um tempo em que o descanso é um sonho
que
poucos conseguem concretizar.
Quando
somos jovens fazemos da noite dia
pois a
festa é que é preciso eternizar até à exaustão.
Quando
somos adultos trabalhamos sem repouso
para
termos férias e uma reforma
que
nos permita repousar e festejar.
Quando
somos idosos ficamos tristes e sentimo-nos inúteis
porque
não aprendemos a descansar
e só
sonhamos com o tempo em que podíamos trabalhar.
Senhor,
meta do meu repouso,
numa
labuta que não se cansa porque ama,
ensina-nos
a repousar em paz
e
liberta-nos de tudo o que nos inquieta e mete medo.
Cura-nos
da avareza, do ódio, da revolta, da injustiça,
da
mentira, do egoísmo, do desamor, da vingança,
do
desejo impuro e possessivo, da falta de fé...
Abre-nos
à confiança e à esperança.
Ensina-nos
a contemplar a natureza
e a
saborear a gratuitidade de estar com,
para
aprendermos e desejarmos o repouso que não tem fim.
quinta-feira, janeiro 17, 2013
5ª feira da 1ª semana do tempo comum
Exortai-vos uns aos outros todos os
dias, enquanto dura o tempo que se chama ‘hoje’, para que nenhum
de vós se endureça, seduzido pelo pecado. (cf.
Heb 3,7-14)
O
Senhor criou-nos relação e comunicação,
uns
com os outros, com a natureza e o Criador.
A
relação, como comunhão de corações e projetos,
tem um
ontem de confiança ou de medo,
tem um
amanhã de desejo ou de fuga,
mas é
no “hoje” que se contrói e atualiza.
Hoje é
o dia da escuta da palavra da salvação,
hoje é
o tempo de amar sem restrição,
hoje é
a oportunidade de ajudar o meu irmão
hoje é
o momento de nascer de novo
e
exortar o meu irmão a fazer o mesmo.
Ninguém
se salva sozinho
e o
amanhã que sonho, começa hoje em que vivo.
O
pecado endurece o coração,
habitua-nos
a desconfiar de nós mesmos,
relaxa-nos
o sonho de sermos santos,
ensurdece-nos
à Palavra da Luz,
adia
para um futuro utópico a mudança possível hoje,
envergonha-nos
teimosamente no inferno que criamos,
desculpa-nos
as quedas, olhando-nos coitadinhos,
é uma
dependência que cria adição.
Obrigado
Senhor Jesus porque te fizeste nosso Irmão,
para
que nós aprendêssemos a ser filhos de Deus,
construindo
relações fraternas com o próximo.
Dá-nos
ouvidos de discípulo, com o coração atento e aberto
à Tua
voz libertadora e renovadora.
Torna-nos
alto-falantes amigos, pacientes
e
especialista da oportunidade do “Hoje”,
que
dão a mão ao irmão e o move à conversão.
quarta-feira, janeiro 16, 2013
4ª feira da 1ª semana do tempo comum
Uma vez que os filhos dos homens têm
o mesmo sangue e a mesma carne, também Jesus participou igualmente
da mesma natureza.(cf. Heb
2,14-18)
Deus
criou o ser humano,
igual
na natureza e dignidade,
diferente
na cultura e na aparência,
único
e irrepetível como pessoa.
O Ser
humano criou irmãos e estranhos,
perfeitos
e deficientes, amigos e inimigos,
ricos
e pobres, importantes e descartáveis,
dignos
e indignos, bem-vindos e mal-vindos,
superiores
e inferiores, cultos e analfabetos,
civilizados
e primitivos, livres e escravos...
Jesus
renasce ser humano, assumindo a nossa natureza,
em
tudo igual a nós, menos no pecado.
Em vez
de oprimir os irmãos, serve-os com amor;
em vez
de confirmar a marginalização, reconstrói a dignidade;
em vez
de destruir o adversário, dá a vida por ele;
em vez
de fechar a porta ao pecador, cura a raiz do pecado;
em vez
de agir como rei e senhor, vive como servo de Deus;
em vez
de colocar a sua esperança no que passa e na fama efémera,
confia
apenas Naquele que o enviou, seu Pai querido.
É no
sofrimento injusto que manifesta a sua verdadeira fé.
Senhor Jesus,
obrigado porque a Tua encarnação
quebrou o círculo
de morte que nos aprisionava.
Obrigado porque nos
mostraste
que o problema não
é a natureza do ser humano
que é imprópria
para viver de forma divina,
mas é a liberdade
mal escutada que nos confunde
e nos desorienta
para um abismo auto-destrutivo
e assassino do
outro e da ilha em que habitamos.
Salva-nos, Senhor,
queremos contigo aprender a viver!
terça-feira, janeiro 15, 2013
3ª feira da 1ª semana do tempo comum, Festa de S. Arnaldo Janssen
Não Se envergonha de lhes chamar
irmãos. (cf. Heb 2,5-12)
No
credo proclamamos que nós fomos “criados”
e o
Filho de Deus foi “gerado”,
mas
todos e tudo teve origem no Pai, Oceano de amor,
Gerador
de vida à Sua imagem e semelhança.
Jorra
vida diversa na natureza e semelhança,
mas
igualmente amada, sustentada e acarinhada.
Jesus,
como alma gémea e espelho fidedigno do Pai,
abraça
toda a criação e, de modo especial, o ser humano,
como
uma fraternidade assumida e amada.
Jesus
não tem vergonha de chamar irmãos
a
cegos que O negam e combatem,
a
arrogantes que exploram os mais fracos,
a
violentos que destroem a confiança e infundem medo,
a
mentirosos que enganam os outros e tentam enganar Deus,
a
assassinos que tiram a vida aos outros e desertificam a criação,
a
ladrões que usurpam o que não lhes pertence.
Jesus,
para salvar a todos, faz-se um de nós
e dá
a Sua vida, selando a sua fraternidade,
numa
aliança de sangue incondicional e para sempre.
Senhor
Jesus, obrigado porque nos amas como irmão
e não
te envergonhas do pecado que nos enfeia.
Ajuda-nos
a confiar em Ti para chegarmos ao Pai
e a
imitar-Te para nos tornamos imagem perfeita do Criador.
Abre o
nosso coração e aproxima-nos do irmão,
para
de ninguém nos envergonhemos nem excluamos,
seja
pelo seu comportamento moral,
seja
pela sua religião, cultura, condição social ou ideologia.
Ensina-nos
a rezar ao Pai-Nosso!
Como S. Arnaldo Janssen, dá-nos um coração missionário.
segunda-feira, janeiro 14, 2013
2ª feira da 1ª semana do tempo comum
Muitas vezes e de muitos modos falou
Deus antigamente aos nossos pais, pelos Profetas.
(cf. Heb 1,1-6)
Deus,
criador de todos e de tudo,
ama a
todos e a todos quer salvar.
Comunica
com todos, de diversas formas,
por
meio de profetas, pessoas que sabem escutar
esta
Voz que fala o indizível e o fundamental,
que
aprofunda o sentido e alimenta a esperança.
Em
todos os povos encontramos gente de olhar transparente,
portadora
de sementes do infinito que conduz o povo para o futuro,
ilumina
o caminho com a justiça,
rasga
horizontes de comunhão e faz sonhar com a paz.
Tudo o
que é bom e promove o amor e a harmonia,
comunica
Deus e é mensagem decifrável do Além.
A
Carta aos Hebreus, que vamos ler nas próximas 4 semanas,
afirma
que, ao lado das diversificadas missivas de Deus
que se
materializaram nas Escrituras dos judeus,
mas
também nas sementes de verdade que há nas outras religiões,
Deus,
por fim, enviou-nos o Seu próprio Filho
e
disse a Sua última Palavra autorizada e normativa.
É à
luz desta Palavra que devemos reler todas as outras palavras.
As
religiões, assim sendo, não são todas iguais
nem
valem todas o mesmo, neste relativismo democrático,
mas
todos, num diálogo de procura, precisamos de nos converter
à
Palavra nova e surpreendente que é Cristo.
Senhor
Jesus, Palavra luminosa e definitiva de Deus,
abre-nos
à Tua mensagem e caminho de vida,
para
aprendermos, com humildade e discernimento,
a
escutar a Tua voz entre as muitas vozes que nos confundem.
Faz de
nós pessoas de diálogo respeitoso e de testemunho fiel,
sedentas
da Verdade, em manifestação misturada.
Habitua-nos
a viver em conversão contínua e atenta,
numa
infância madura, especializada em espanto e acolhimento,
enamorados
duma Palavra amorosa que nos busca,
onde
jamais esperávamos encontrar-Te.
domingo, janeiro 13, 2013
Domingo do Batismo do Senhor
Deus ungiu com a força do Espírito
Santo a Jesus de Nazaré, que passou fazendo o bem e curando todos os
que eram oprimidos pelo demónio, porque Deus estava com Ele. (cf.
At 10,34-38)
João
batiza com água do Jordão,
Deus
unge com a força do Espírito Santo.
Jesus
solidariza-se com os pecadores
e Deus
apresenta-O como Seu Filho muito amado,
alma
gémea do Seu enlevo,
em
missão libertadora e benfazeja.
Para
Jesus, batismo significou um compromisso,
uma
unção profética, um rumo no caminho,
um
redescobrir de vocação e assumir de Missão,
uma
experiência única de Deus próximo e amante.
Há
nitidamente um “antes” e um “depois” do batismo.
Contemplando
as águas do Jordão,
vemo-nos
refletidos no batismo de Jesus.
E tão
distraídos andamos com os pormenores da cerimónia,
com os
convites e o banquete,
com os
padrinhos e o local da celebração,
com os
flashes e os vídeos,
com as
flores, o vestido novo e os penteados...
Tudo
para mais tarde recordar,
pouco
ou nada para dar sustentabilidade
à
nova etapa iniciada!
Senhor
Jesus, Fonte da Água Viva,
obrigado
porque aceitaste dar-nos a mão libertadora,
mergulhando
nas águas onde nadamos sem rumo.
Obrigado,
porque no nosso batismo, apesar de pouco consciente,
nos
acolheste como somos
e nos
regeneraste como filhos amados e amantes.
Continua
em nós a obra começada
e
torna-nos dóceis e confiantes à luz do teu Espírito.
Também
nós, como Tu, queremos passar a vida
fazendo
o bem e promovendo a libertação dos oprimidos pelo mal.
sábado, janeiro 12, 2013
EM QUE NOS INTERPELA O BAPTISMO DE JESUS
No baptismo de Jesus,
O Céu se abriu
E uma voz se ouviu,
A revelar a todo o mundo
O plano do Pai que O envia
E a Missão que Lhe
confia:
Levar a justiça às
nações
E a paz aos corações,
Enquanto a Voz dizia:
“EIS O MEU FILHO MUITO
AMADO,
ENLEVO DA MINHA ALMA,
SOBRE QUEM FAÇO DESCER
O MEU ESPÍRITO QUE
SALVA”.
(cf Is 42,1-4 e Mc 9,6)
Hoje como ontem,
Há medo e expectativa,
No coração do Teu Povo,
Que aguarda o libertes,
No baptismo do Espírito
E o purifiques no fogo
Do Teu Amor, a iniciar,
Para todos, um tempo
Feliz, justo e novo,
De paz e libertação,
Em Jesus que é Salvação.
Queremos, com Fé e Amor,
Escutar-te, bom Jesus,
Que deste a visão aos
cegos
E saraste os corações,
Tu que és a Luz das
nações,
Ensina-nos a ser profetas
Do amor que se faz luz
E até repara as torcidas
Que existem nas nossas
vidas.
E que a Voz do Pai ressoe,
Em cada palavra ou gesto
Do verdadeiro cristão
Que assume claramente
O projecto de Jesus,
Como ideal e missão,
Confessando, mesmo calado:
SOU EM CRISTO BAPTIZADO!
Maria Lina da Silva, fmm-
Lisboa,12.1.2013