domingo, março 31, 2013
Domingo de Páscoa
A Ele, que mataram, suspendendo-o de
um madeiro, Deus ressuscitou-o. (cf. At 10,34a.37-43)
Deus não abandona o Seu Filho na
morte.
Ele é a ternura que acaricia e recria
a Vida.
Ressuscita o Seu Filho porque o
verdadeiro Amor
ninguém o pode matar e sepultar.
A morte deixa de ser o fim que vence a
vida
e passa a ser a passagem para a Vida
amante.
Jesus, o Vivente, volta como Bom Pastor
para acompanhar e salvar as ovelhas
perdidas
que O mataram e suspenderam na Cruz.
É o Cordeiro que salva o lobo,
predador de vida!
Todos celebram a Páscoa, pois é
feriado,
mas nem todos celebram a mesma Páscoa.
Uns aproveitam para umas férias de
diversão,
outros visitam lugares de tradição
religiosa ou gastronómica
porque acham belo e cultural,
outros recolhem-se para participar nas
celebrações litúrgicas.
O mais importante é ver como voltamos!
Houve mudança de vida?
Na minha vida deixei passar a Páscoa
da Vida Nova?
Fizemos a experiência dum Amor
mais forte do que o nosso pecado?
Ressurgiu em nós a alegria e a
esperança?
Senhor do Amor que move montanhas
e abre os túmulos do nosso egoísmo,
ressuscita-nos para uma vida nova.
Envia-nos o Teu Espírito de luz
e grava no nosso coração o desejo de
amar
e de Te anunciar a toda a criatura
como Salvador do mundo.
A todos desejo uma Santa Páscoa do
Senhor da Vida!
sábado, março 30, 2013
Sábado Santo
Sepultaram a Palavra
Cansados de ouvir
falar de amor,
crucificaram a
Palavra da Verdade,
sepultaram a
gramática da Vida.
Hoje o silêncio
dói de ausência,
mas a esperança
alimenta a solidão.
O mundo arrefeceu
de trevas
que as luzes de
néon não dissipam.
Só a espera
confiante na Palavra
pode acreditar que
a semente da Aliança
vai brotar, ao
terceiro dia, flor de eternidade
e renascer em nós
caridade.
Aumenta, Senhor, a
nossa fé,
e abre-nos à
promessa da vitória sobre a cruz.
Retira em nós as
pedras que nos sepultam
e fazem de nós
mortos-vivos em solidão.
Que o nosso
silêncio seja fecundo
e a nossa palavra
eco do Emanuel.
sexta-feira, março 29, 2013
6ª Feira Santa
Foi ferido por causa dos nossos
crimes, esmagado por causa das nossas iniquidades. (cf.
Is 52,13-53,12)
É
tempo de contemplarmos o Amor,
carregando
a cruz da frieza do nosso egoísmo,
suportando
as dores dum amor traído,
desfigurado
pela cegueira dum tempo limitado.
O
aspeto é frágil, manso, acolhedor, desfigurado.
Nem
parece o Rei do Universo, pelo qual tudo foi criado.
Quase
não dá para reconhecer um ser humano,
quanto
mais um Filho de Deus, emigrado humanidade!
Mas ao
contempla-Lo, transfigura-se o nosso rosto,
cheio
de sangue que mata a alegria e a fraternidade,
insensível
à injustiça e ao irmão abandonado,
carregado
de mentira, ressentimentos e invejas,
que
caminha sem norte para a morte.
Como
no tempo de Noé, comemos e bebemos,
construímos e destruímos castelos de areia,
sem
nos darmos conta que há só uma barca que nos salva
quando
o dilúvio da verdade nos surpreende sem remédio.
O
tempo especializou-se em artifícios de evasão:
analgésicos
e drogas para não sentir a dor,
fones
nos ouvidos para não ouvir a realidade,
pão
virtual do olhar para sonhar acordado,
festas
alcoolizadas de noite para esquecer a dureza do dia.
Assim
distraídos, ainda haverá tempo e disposição
para
ver o Amor invisível crucificado
que
ilumina e desmascara uma vida de fazer de conta?
Senhor
Jesus, obrigado por teres carregado os meus pecados.
Obrigado
porque antes de nos pedires para sermos Sireneus,
já Tu
vais à frente, ajudando-nos a carregar a cruz merecida
pelos
muitos pecados que apequenam o nosso coração generoso.
Obrigado
porque perante a nossa apatia e rejeição
não
foges da Cruz do Amor, nem desistes de nos amar eternamente.
Ensina-nos
a ser fieis até ao fim e incondicionalmente,
a amar
quando não somos amados,
crucificando
em nós respostas que infernizam a alegria.
quinta-feira, março 28, 2013
5ª Feira Santa
«Isto é o meu Corpo, entregue por
vós. Fazei isto em memória de Mim». (cf.
2Cor 11,23-26)
Jesus
é a nova Páscoa da salvação
dos
nossos desterros de escravização.
Ele
entrega toda a Sua vida
para
salvar a ovelha perdida.
Une o
Céu e a Terra numa Aliança de sangue,
perfumada de perdão e amor sem condição.
É
Deus, com bata de servo, a purificar,
todos
os que aceitam deixar-se lavar
na
mesa da comunhão e do banquete da inclusão.
Jesus
manda-nos fazer memória da sua Ceia,
celebrar
a Eucaristia da Páscoa sempre atual.
Sem a
celebração comunitária da Sua entrega na Cruz
o
cristão perde a memória do Salvador,
esquece
o amor que se faz banquete para os perdidos-achados,
afasta-se
da família grande que Deus nos deu como irmãos.
Ver a
Missa na televisão não compromete pés instalados.
Ir de
vez em quando, não cria caminho de vida.
Especializar-se
em santuários e procissões,
faz da
religião um espetáculo-passatempo.
Senhor
Jesus, alimento de fé e de partilha de vida,
ensina-nos
a fazer memória de Ti
no
lavar os pés ao outro, no acolher a diferença,
no
perdoar a quem nos ofende,
na
partilha do pão e do tempo com quem precisa.
Faz-nos
fieis e alegres na celebração comunitária
da
Eucaristia da Tua entrega, em aliança de amor.
Alimenta-nos
com o Teu Corpo e Sangue
que
nos assimila em Ti e nos enraíza no Amor.
Auxilia
os sacerdotes a serem sinais transparentes
do
único Sacerdote que nos dá o Pão do Céu.
quarta-feira, março 27, 2013
4ª feria da Semana Santa
O Senhor deu-me a graça de falar
como um discípulo. (cf. Is
50,4-9a)
Jesus,
sendo Filho, faz-se Servo e Discípulo.
Como
homem, ouve o Pai com acolhimento,
segue
o Seu projeto de salvação com fidelidade,
por
isso, fala tanto com a vida como com a palavra.
Tudo
Nele é pura transparência do coração de Deus.
Anima
os abatidos, é boa nova para os tristes,
perdão
para os pecadores, remédio para os doentes...
Apesar
disso, muitos O perseguem, O traem,
O
rejeitam, O ignoram, O maltratam, O crucificam!
Jesus
em tudo se mantém fiel à mansidão e ao amor,
confia
no Pai que O conduz pela mão, na noite da dor,
e
espera a conversão daqueles que O ofendem cegamente.
Hoje
mais do que discípulos, existem fãs de ídolos.
Imitam
pormenores externos de pessoas da ribalta,
não
interessando a sua estatura moral,
nem a
sua maturidade humana
nem a
sua beleza e qualidade de vida e de relações.
Ser
discípulo é procurar, com a candeia da verdade,
mestres
da arte de viver em comunidade e de estar sós,
especialistas
em valores que enraízam a paz e a justiça,
profetas
da esperança que sabem ver para lá das nuvens,
sorrisos
que acolhem e transmitem confiança.
Ser
discípulo é não limitar-se a imita-los mimicamente,
mas é
ficar com eles e aprender ir à fonte onde bebem
e
alimentar-se da mística que os fazem ser tão inspiradores.
Senhor
Jesus, Tu és o Mestre que eu procuro,
o
Senhor que quero aprender a seguir na arte de viver.
Ajuda-me
a não ter medo de ser fiel ao amor,
quando
me ridicularizam e perseguem.
Desperta
os meus ouvidos para falar como discípulo,
ver a
partir do horizonte da eternidade e da esperança,
atuar
com a ternura das flores do deserto.
Que o
Teu Espírito me ajude a viver esta Semana Santa
com a
seriedade confiante do discípulo amado.
terça-feira, março 26, 2013
3ª feira da Semana Santa
E eu dizia: «Cansei-me inutilmente,
em vão e por nada gastei as minhas forças» (cf.
Is 49,1-6)
Deus
criou o universo e a humanidade
com um
sonho infinito de festa e de amor.
Criou-nos
livres porque não nos quer marionetas
e
deu-nos o livro de instruções para sermos felizes.
A
liberdade enveredou pela experimentação,
longe
das instruções do Criador e da gramática da felicidade.
O
resultado é: aquilo que podia ter sido um paraíso
transformou-se
num inferno de guerras, invejas,
exploração,
injustiças, mentiras, infidelidades...
Deus
não desistiu de recordar as instruções da vida,
mandou
profetas, perdoou aos arrependidos
e por
fim enviou o seu Filho e deu-nos o Seu Espírito.
Ao
olhar a história, ficamos com a sensação
que
Deus gasta-se inutilmente por nós,
porque
nós não fazemos caso da Sua luz de aviso.
Cada
pessoa precisa de fazer o seu caminho,
fazer
as suas opções e aprender a viver.
A
história é mais uma forma de Deus nos ensinar
as
opções que levam à felicidade e geram vida
e as
opções que levam ao trono efémero da morte
As
pessoas boas, interessadas na paz e no bem comum,
olham
mais além do seu umbigo,
acreditam
que a vida está aberta ao futuro
e
inspiram-se nAquele que fermenta o Amor.
As
pessoas inseguras procuram o poder,
as que
não acreditam nos amigos constroem castelos,
as que
não confiam no futuro emborracham-se de prazer,
as que
não creem em Deus arvoram-se em tiranos tristes.
Senhor
Jesus, Bom Pastor que não Te cansas de nós,
nem
desanimas de ter de começar tudo de novo
cada
vez que nasce mais uma vida.
Obrigado
pelo dom da fé, da vocação e da missão.
Ajuda-nos
a não desanimar de testemunhar o Teu amor.
Anima-nos
quando os resultados da missão são pequenos.
Nós
cremos em Ti, nesse amor sem cansaço!
Dá-nos
força para gastarmos a vida
pela
salvação da humanidade.
segunda-feira, março 25, 2013
2ª feira da Semana Santa
Não apagará a torcida que ainda
fumega: mas proclamará fielmente a justiça.
(cf. Is 42,1-7)
Jesus
é o Filho que se faz Servo de Deus,
conduzido
pelo Espírito que faz novas todas as coisas,
promove
fielmente o projeto salvador de Pai.
Atua
segundo a fidelidade e a justiça amorosa,
curando
a cana fendida,
avivando
a torcida que ainda fumega,
procurando
recuperar o perdido
porque
Deus quer que todos se salvem.
Habituámo-nos
a deitar no lixo o que tem defeito,
a
apenas valorizar o calibrado, o belo e forte.
O
cavalo ferido ou doente é para abater.
Quem
está numa posição de força despreza
ou
humilha o que está numa posição de fragilidade.
É o
caminho do crescer à custa da desgraça do outro,
a
estratégia de procurar o fraco do outro para o vencer.
Neste
sistema competitivo, segue-se a lei do mais forte
e há
gente que sobra, que fica à margem, considerado lixo!
Este
não é o caminho de Jesus nem do cristão.
Senhor
Jesus, reconstrutor de ruínas e situações perdidas,
ajuda-nos
a aprender a arte de recuperador,
e
dá-nos a paciência do restaurador de irmãos perdidos.
Que o
Teu Espírito nos faça ver no outro um irmão.
Liberta-nos
da tendência predadora de sobrevivência
e
faz-nos ser um anjo da guarda do irmão mais fraco.
domingo, março 24, 2013
Domingo de Ramos e da Paixão
Jesus seguia à frente dos seus
discípulos, subindo para Jerusalém. (cf. Lc 19,28-40)
Jesus é o Filho de Deus, o Rei do
universo.
Encarna numa Virgem da Galileia,
despido de poder,
embora sirva à maneira de Senhor.
Ele vai à frente, consciente do que
lhe vão fazer,
conduzindo os acontecimentos e
ensinando os discípulos.
Entra em Jerusalém montado num
jumentinho,
pois não precisa da “prótese” dum
cavalo de raça
para se sentir Senhor e parecer grande
e forte.
Ele sabe que é o Rei da paz que vem do
Céu
e a Cruz, que vai acolher com suor de
sangue,
é a glória de Deus que brota dum
coração aberto.
Às vezes colocamo-nos à frente de
Jesus.
Queremos ensina-Lo a ser grande,
ajudando-nos a vencer na vida.
Afastamo-nos de Jerusalém porque é um
local perigoso.
Usamos as mesmas armas de ataque e
destruição,
criticando a violência dos outros.
Deitamos mão da mentira e da
artimanha,
para competir com os que usam estes
métodos.
Procuramos conquistar o poder
porque achamos que os que estão no
poder,
não o fazem desinteressadamente.
Não perdoamos a quem nos ofende,
porque achamos que quem falha não tem
perdão.
Senhor Jesus, Rei do amor que serve a
paz,
ensina-nos a seguir-Te com ouvido de
discípulo, olhar de fé
e coração disponível para amar
incondicionalmente.
Ajuda-nos a aclamar-Te com os ramos da
coerência
e as capas que protegem o mais frágil
e desprotegido.
Fortalece os nossos pés de fidelidade,
pois não queríamos mais uma vez fugir
quando a cruz aparece e a dor sangra de
injustiça.
Aumenta a nossa fé para que quando o
Céu escurecer
saibamos que Tu brilhas de amor eterno
por nós.
sábado, março 23, 2013
ACLAMEMOS JESUS EM JERUSALÉM E NA CRUZ
Ao erguer os nossos ramos,
A Ti Jesus, aclamamos
E louvamos, com ardor,
Porque só em Ti confiamos
E jamais Te abandonamos,
Na Tua hora de dor,
Como Servo Sofredor,
Pelo povo pecador,
Tu, o Santo e Inocente,
Que vens salvar toda a
gente!
Que estes ramos que
erguemos,
Digam que a Ti
pertencemos,
Na alegria e na dor,
Para ficarmos unidos,
À Árvore da Tua Vida,
Alimentados na seiva
Que dá vida à Tua
igreja,
E produzirmos bons frutos,
Saborosos e abundantes,
Para todos os irmãos,
Vivendo perto ou
distantes,
Em sinal universal
Do amor de Deus presente,
De braços sempre
estendidos,
Para a todos abraçar
E ajudar a erguer
Quem se quiser levantar.
Ele, o Príncipe da Paz,
Esta afirmação nos faz:
Mesmo que vos ameacem,
Nunca pareis de cantar,
De bendizer e louvar
Aquele que vos vem salvar.
Porque se vocês se
calarem,
Até as pedras do chão
Se erguerão e gritarão!
Maria Lina da Silva, fmm
Lisboa, 23.3.2013
Sábado da 5ª semana da Quaresma
Hei-de purificá-los, para que sejam
o meu povo e Eu seja o seu Deus (Ez 37,21-28)
Deus é comunhão de santidade e de
amor
e deseja ardentemente estender esta
comunhão
ao Seu povo divido em reinos e afetos
cegos
num vale de lágrimas procurado e
odiado.
Jesus é a nascente da gratuitidade
renovadora,
onde o perdido e desorientado se
encontra,
o divido e separado se reconcilia,
o medo e a desesperança floresce
confiança,
o egoísmo renasce solidariedade
fraterna.
A purificação querida por Deus
não se pode limitar a uma confissão
de preceito,
como que a dizer: “faço esse jeito a
Deus,
mas eu não preciso, pois não me sinto
pecador!”
Estas são as confissões por dever e talvez por medo.
O que Deus quer é que aproveitemos
a
Quaresma e a escuta da Palavra de Deus,
para fazer uma séria consulta
espiritual
e vejamos como vai a nossa relação
com Deus,
que relações alimento e promovo na
família,
no trabalho, na escola, entre os
amigos,
como cuido da minha saúde corporal e
espiritual???
A minha vida neste mundo faz a
diferença? Em quê?
Senhor, Pai de bondade e Mãe de vida
nova,
obrigado porque não desistes de nos
amar,
obrigado porque não te cansas de nos
purificar.
Ajuda-nos a não ter medo de nos
banharmos na verdade,
e reconhecer que há palavras que
magoam,
que há ressentimentos que nos adoecem
a vida,
há desejos que nos escravizam a coisas
e pessoas,
há comportamentos que nos desfeiam e
infernizam,
há projetos que eclipsam Deus e o amor
perfumado.
Senhor ajuda-nos a aproveitar esta
Quaresma
para nos purificarmos e renascermos em Ti
para uma VIDA mesmo NOVA.
sexta-feira, março 22, 2013
6ª feira da 5ª semana da Quaresma
Esperavam que eu desse um passo em
falso.(cf. Jr 20,10-13)
Jeremias
é um profeta que incomoda,
denuncia
o mal e propõe a conversão.
Quem
não quer mudar e se sente atingido,
quer
calar a verdade, descredibilizando o porta-voz.
Procuram
e apontam para o argueiro no olho do outro,
para
não tirarem a trave que têm no seu.
A
Jesus fizeram e fazemos o mesmo.
Hoje a metodologia de fuga à verdade é
a mesma.
Em vez de escutarmos as criticas,
para vermos se são reais e até
agradecermos,
tentamos logo ver se podemos calar o
outro
procurando também uma fragilidade para
o atacar.
A correção fraterna e a denúncia
profética
são vistas, pelos visados, como um
ataque pessoal
que é preciso combater com a mesma
moeda.
Os interesses corporativos, partidários
e clubistas
especializam-se na defesa do ataque
e não na renovação e melhoramento
com as contribuições que vêm dos
seus contraditórios.
Senhor Jesus, Verdade que salva,
Palavra de conversão que cura a raiz
do mal,
abre-nos ao remédio amargo da verdade
que nos sara.
Ajuda-nos a aproveitar esta Quaresma,
não para nos especializarmos em
detetives dos outros,
mas para nos corrigirmos com humildade
e alegria
com as contribuições que recebemos
dos outros
e com a força iluminadora da Tua
Palavra.
quinta-feira, março 21, 2013
5ª feira da 5ª semana da Quaresma
Abrão caiu de rosto por terra e
Deus falou-lhe. (cf. Gn 17,3-9)
Deus
escolheu um homem sábio de idade
para
fazer, por meio dele, uma aliança de eternidade.
Amou a
sua humildade prostrada em adoração,
gostou
da sua escuta acolhida com confiança,
deleitou-se
no seu olhar que o faz caminhar na fé.
Encontrou
em Abrão o eco da adesão do coração,
por
isso, chamou-o com carinho: Abraão
e
fê-lo Pai fecundo de todos os que se prostram em oração.
Hoje a
arrogância subiu ao palco da moda.
Todos
querem falar alto, botar razão, exigir direitos,
mostrar
a sua originalidade ruidosa e altiva,
destronar
o Outro e os outros para ser autoridade.
Parecemos
uma sociedade adolescente!
Assim
é difícil a aliança perpétua de dois amores,
a
escuta dialogada de quem quer caminhar juntos,
o eco
solidário de quem vê uma mão suplicante,
o
abraço compreensivo de quem cura a ferida ofendida,
os
joelhos orantes de quem confia no Amor invisível.
Senhor,
Deus de Abraão, nosso Pai na fé,
e Pai
de Jesus, antes de ser concebido em Nazaré,
obrigado
porque nos criaste no útero do amor.
Ajuda-nos
a ser eco fiel na escuta da Aliança
e a
converter-nos em peregrinos de vidas abraâmicas.
Conduz-nos
com o cajado da luz do Teu Espírito,
e
ensina-nos a caminhar de mãos dadas
e a
descansar prostrados de rosto por terra
para
não desfalecermos de desesperança
e
podermos ver a porta, invisível a olho nu, do Céu.
quarta-feira, março 20, 2013
4ª feira da 5ª semana da Quaresma
Arriscaram a
sua vida a fim de não prestarem culto ou adoração a qualquer
divindade que não fosse o seu Deus.
(cf. Dn 3,14-20.91-92.95)
O
mundo está cheio de altares de deuses
promissores
de libertação e felicidade.
O
único Deus que é verdadeiro
e
o fundamento de tudo e de todos
é
aquele que não se vê nem faz ruído.
Fala
a linguagem do amor e da beleza natural,
vê-se
com os óculos da fé e da confiança,
encontra-se
com o abraço da misericórdia,
liberta
com a verdade e o serviço.
As
divindades de ouro e marca humana,
brilham
com luz que ofusca e atrai,
enchem-nos
de felicidades passageiras
e
ameaçam excluir quem não se submeter.
À
submissão chama-se fidelização de clientes,
à
dependência chama-se direitos
(do
fumador, do drogado, do consumidor...)
À
fuga da dor chama-se felicidade,
à
mentira bem apresentada chama-se verdade,
ao
capricho e egoísmo chama-se liberdade.
Senhor,
Deus vivo e verdadeiro,
que
habitais no meio de nós
como
oxigénio que não se vê mas é vital,
como
perfume suave que purifica os maus cheiros,
como
o orvalho da manhã que beija a natureza,
como
dona de casa que nos cuida e põe a mesa,
numa
festa permanente de ruído ausente.
Aumenta
a nossa fé e confiança em Ti,
abre
os nossos olhos à verdade da Tua presença,
e
ensina-nos a arriscar e a dar a vida
por
um mundo melhor para todos,
uma
fraternidade justa e libertadora,
um
horizonte de esperança que não cansa.
terça-feira, março 19, 2013
3ª feira da 5ª semana da Quaresma, solenidade de S. José
A herança vem pela fé, para que
seja dom gratuito de Deus. (Rm
4,13.16-18.22)
Jesus,
Filho de Deus, é puro dom gratuito à humanidade.
Para
que o dom não pareça fruto humano,
Deus
escolheu uma virgem como Mãe
e um
noivo justo e fiel como pai.
S.
José não diz uma única palavra na Bíblia.
Ele é
o homem da escuta, da fé que confia no anjo,
da
prática que cuida de Jesus e Maria no silêncio.
É
fundamental na estrutura do edifício,
mas
aceitou ser coluna invisível que sustenta.
Hoje o
mundo sonha ser estrela.
Reclama
notoriedade e reconhecimento.
Quer
dar nas vistas nem que seja pela negativa.
O
importante é a aparecer na televisão, nos jornais,
nas
redes sociais, no pódium, nas bocas do mundo.
Chegamos
a pensar que quem não aparece não existe,
mas
esquecemos que num edifício o mais importante
são
os fundamentos, os alicerces, as colunas e vigas.
O
resto pertence aos materiais de decoração
que
dão a cara e exprimem beleza e conforto,
mas
nada são, nem se sustentam, sem a estrutura invisível.
Se
todos quiserem ser ostentação para fora
quem
sustenta o mundo no seu fundamento?
Senhor,
Deus de bondade, do dom e do silêncio,
obrigado
pelo “Sim” de José na penumbra do serviço.
Obrigado
por José, homem de fé que se pôs a caminho,
sem
saber como vai ser nem o que vão dizer,
confia
somente e obedece fielmente,
como
quem se especializou em viver das surpresas de Deus.
Ensina-nos,
José, a entrar nesta aventura da fé
que
aprende a sonhar com Deus,
na
escuridão da noite, da dúvida e da angústia.
S.
José, cuida de nós como cuidaste de Jesus e Maria,
pois
sabemos que contigo a a aparência
terá
sempre bom fundamento.
Assiste
o Papa Francisco no seu serviço à Igreja.
segunda-feira, março 18, 2013
2ª feira da 5ª semana da Quaresma
Perverteram a sua mente e desviaram
os seus olhos de modo a não olharem para o Céu. (cf.
Dn 13,1-9.15-17.19-30.33-62)
Deus
não abandona a humanidade,
nem
desvia o seu olhar penetrante
do
inocente injustamente condenado,
nem do
pecador que às escondidas faz o mal.
Deus
não julga segundo a raiva e a vingança,
mas
segundo a verdade reencontrada e revelada
e o
amor paciente e fiel de Deus omnipotente e Pai.
A
profecia de Daniel radiografia-nos a realidade.
A
justiça só funciona com pessoas justas,
que
não desviam o olhar do Céu, donde são vistos,
nem
têm interesses pervertidos e sombrios,
mas
veem e escutam como peregrinos da verdade
e
julgam com mãos limpas e consciência reta.
Os
juízes e advogados de mente pervertida
usam
redes largas para peixes poderosos
e
redes finas para peixes pequeninos e pobres.
A
injustiça da justiça, mesmo profissional,
não
escapa ao olhar penetrante de Deus-Pai
que
sempre se coloca ao lado do mais frágil e inocente.
Senhor,
Luz reveladora das doenças escondidas
sob os
disfarces da piedade e da justiça,
cura-nos
da mentira que contamina as relações,
liberta-nos
dos maus desejos que nos pervertem o coração.
Ajuda-nos
a aproveitar esta Quaresma para a conversão
e a
voltarmos para Ti com olhar puro e mãos limpas
numa
cultura que precisa de respirar justiça e verdade,
fé e
caridade, atenção e fraternidade, escuta e gratuitidade.
domingo, março 17, 2013
5º Domingo da Quaresma
Olhai: vou realizar uma coisa nova,
que já começa a aparecer; não a vedes? (cf.
Is 43,16-21)
Deus é
sempre o mesmo, ontem, hoje e amanhã.
É o
mesmo no amor, não na forma sempre nova de nos amar.
A
criatividade que surpreende pelo detalhe e fidelidade
é uma
caraterística de quem pensa
permanentemente
na pessoa que ama.
Para
ver o novo que nos surpreende como dom,
é
preciso deixar de olhar para o passado,
para a
rotina que automatiza o dia,
e
passar a fixar o olhar no presente de exílio,
com a
confiança dum bebé cansado e assustado,
que
adormece tranquilo no colo de sua mãe.
Os
tempos atuais fazem-nos idealizar o passado,
invejar
a sorte de algumas pessoas e países priveligiados,
desesperar
perante uma austeridade não desejada,
procurar
soluções mágicas de evasão
para
voltarmos ao mesmo de antes sonhado.
A
Palavra de Deus desafia-nos a “olhar”,
a
estarmos atentos ao novo que está a surgir,
ao
renascimento de vida nova que está a acontecer,
baseado
na simplicidade, verdade e solidariedade.
Senhor,
escritor de romances belos
nas
linhas tortas da nossa história desencontrada,
ensina-nos
a ler este alfabeto, cada dia renovado,
pela
gramática do amor sempre delicado.
Abre o
nosso olhar de esperança na tribulação
e
dá-nos um coração fraterno nas dificuldades.
Aumenta
a nossa fé e confiança em Ti presente
para
que possamos descansar e trabalhar tranquilamente.
Conduzidos
pela Tua mão amiga e escondida
podemos
ver surgir a Primavera que rebenta,
mesmo
por detrás das nuvens de borrasca,
que se
descarregam sobre a terra abundantemente.
sábado, março 16, 2013
ORAR É DEXAR DEUS ENTRAR
Deixemos
Deus entrar,
Para
a Sua misericórdia
E
amor nos transformar,
Libertando-nos
do mal,
Num
tu- a -Tu com Jesus,
Que
nos banha do perdão,
Mais
tarde selado na Cruz,
Enquanto
quem nos acusa
Atira
as pedras ao chão,
Porque
o gesto de Jesus
Os
enche de confusão.
Também
sou uma mulher,
Pecadora
como tu, irmão,
Cujo
nome só Deus sabe,
Mas
nos cobre do Amor
Que
é fogo abrasador
Do
pecado que nos tolhe
A
liberdade interior,
De
agirmos em verdade,
Como
filhos do Senhor.
Deixemo-nos
penetrar,
Pelo
Olhar Salvador
De
Jesus Nosso Senhor,
Que
nos convida a largar
O
lixo que nos impede
Caminhar
no Seu amor,
Deixar
as redes na praia
E
na Sua barca entrar,
Para,
com Ele, chegar
Às
águas do alto mar,
Peixe
abundante pescar,
De
modo a matar a fome
De
quem não têm força nem rede,
Para
poder trabalhar.
Se
acolhemos o perdão,
Partilhemos,
nós também,
Com
justiça peixe e pão
À
mesa com cada irmão,
Orando
a Deus transforme
Nosso
pobre coração,
Em
forno fornecedor
De
pão de vida e amor.
Maria
Lina da Silva, fmm - Lisboa,15.3.2013
Sábado da 4ª semana da Quaresma
Eu era como manso cordeiro levado ao
matadouro.( cf. Jr 11,18-20)
Deus
apresenta-se como Bom Pastor,
que
cuida das suas ovelhas, procura a que se perdeu,
cura a
doente, conduz o rebanho às boas pastagens.
Jesus
defende as suas ovelhas do lobo
e dá
a vida por elas, para as salvar.
O
profeta Jeremias compreende,
que
por ele falar em nome do Senhor, Bom Pastor,
os
maus pastores querem matar a sua voz de verdade
e
maquinam às ocultas cortar esta árvore viçosa.
Jesus,
a Palavra de Deus sem mistura,
sofre
o mesmo destino de tentativa de silenciamento
no
mundo do ruído das palavras de encantamento.
O
empresário que cria e engorda animais,
não o
faz por amor desinteressado,
mas
por estratégia de negócio e lucro.
Há
quem, sob a lã virtual de amigo e bom pastor,
embora
com garras de leão escondidas,
engana
na internet os mendigos de amor
e
conduz as vítimas, como cordeiros ao matador,
iludidos
de contente até serem fatalmente apanhados.
Há
cordeiros que vão parar aos matadouros da escravidão,
outros
aos tráficos da prostituição e da droga,
outros
às malhas da máfia e do roubo...
Há
cordeiros que aparecem mortos simplesmente
porque
falam a verdade e buscam a justiça,
ou
professam a sua fé no Deus da vida e do amor.
Senhor
Jesus, Cordeiro de Deus imolado por amor,
Liberta-nos
dos enganos de encantamento
e
protege-nos das garras e tentações do mal.
Conduz-nos
com a luz da Tua Palavra de aviso
à
fortaleza profética da verdade e da justiça.
Faz de
nós anjos da guarda dos frágeis iludidos
e bons
pastores das ovelhas perdidas e feridas.
sexta-feira, março 15, 2013
6ª feira da 4ª semana da Quaresma
Dizem os ímpios, pensando
erradamente: «Armemos ciladas ao justo, porque nos incomoda e se
opõe às nossas obras. (cf. Sab
2,1a.12-22)
Deus
vê o íntimo de cada um,
conhece
a verdade da justiça que nos habita
e a
maldade que nos cega o sentimento.
Vê
como rezamos, mas também como convivemos,
como
negociamos, como julgamos, como falamos.
A
prova da verdade das nossas palavras e representações
revela-se
no que fazemos longe do olhar dos outros
e como
reagimos no sofrimento e perseguição,
como
quem sobe a corrente pois sabe onde é a fonte.
Jesus
é o Justo que incomoda o piedoso sem piedade
e
prova que nos ama incondicionalmente
quando
O rejeitamos e perseguimos
e,
podendo pedir ao Pai fogo destruidor sobre os ingratos,
pede
antes perdão pelos que não sabem o que fazem!
A vida
em sociedade cria pressões culturais
de
nivelamento pelo consenso da maioria
e pelo
que é etiquetado de moderno e desenvolvido.
É
difícil fazer a diferença, caminhar em contracorrente.
É
difícil ser casto sob a pressão duma cultura da sensualidade.
É difícil ser
justo e verdadeiro
numa cultura
fundada na mentira e no salve-se quem puder.
É difícil ser
fiel ao amor conjugal e à amizade
numa cultura que
exalta a infidelidade e o experimentalismo.
É difícil ser-se
cristão e manifestar publicamente a sua fé
numa cultura
secularizada, sem confiança no futuro.
Senhor Jesus,
Palavra que corresponde à Vida,
numa eternidade
fiel, mesmo quando se faz tempo.
Ensina-nos a
fidelidade da mansidão na perseguição,
do amor na
rejeição, do perdão na ofensa,
da fortaleza na
pressão e ridicularização,
da humildade na
bem-aventurança,
da paciência na
inconstância,
da esperança na
doença e na morte.
quinta-feira, março 14, 2013
5ª feria da 4ª semana da Quaresma
Fizeram um bezerro de metal fundido,
prostraram-se diante dele, ofereceram-lhe sacrifícios.(cf.
Ex 32,7-14)
O
Sinai está cheio de luz e de comunhão.
O ar
que se respira entre Javé e Moisés é de Aliança.
Na
planície, o povo longe da voz do Profeta
e do
olhar luminoso da montanha,
vira-se
para o metal que brilha nos bolsos.
Constrói
um deus próximo, manipulável, não humano,
que em
vez de lhes dar carne, leite e ajuda no trabalho,
exige
sacrifícios humanos,
encandeia-lhes
a vista com falsas ilusões e mentiras,
e os
faz voltar à escravatura em terra de liberdade.
Deus,
uma vez mais, vê o seu povo voltar-lhe as costas
e
encontra em Moisés um aliado do perdão.
Hoje a
situação não é muito diferente.
Deus
continua a falar de aliança libertadora
aos
Bentos e Franciscos, Moisés do nosso tempo,
mas o
povo, na planície da vida quotidiana,
anda
preocupado com outros temas
e
escravizado pelo medo do amanhã.
Constrói
bezerros de ouro a quem chama deus-mercado,
sacrifica
pessoas humanas, excluindo-as do acampamento,
pelo
desemprego, salário injusto, emigração forçada...
Mata-lhes
a esperança e o sonho
em
troca de um paraíso em futuro incerto,
em
estatísticas de festa e inferno de fraternidade.
Senhor,
Deus da Aliança e da libertação,
faz-nos
voltar o coração para Ti
e
olhar de novo com esperança e verdade
para a
Montanha da fé que nos abre horizontes.
Abre
os ouvidos do nosso coração
à
Palavra libertadora que denuncia os ídolos
que
nos anestesiam a fraternidade
e nos
impedem de olhar para o alto.
Obrigado
pelos Bentos e Franciscos
que
nos ajudam a caminhar,
conduzidos
pela nuvem da esperança, da verdade e da libertação.
quarta-feira, março 13, 2013
4ª feira da 4ª semana da Quaresma
No tempo da graça, Eu te ouvi; no
dia da salvação, Eu te ajudei.
(cf. Is 49,8-15)
Deus
não se esquece nem nos abandona.
Como
uma mãe que gera e amamenta o seu filho,
Deus
tem connosco uma relação única, atenta e inquebrável.
O que
nos custa perceber é o “tempo de Deus”,
o
momento em que nos damos conta do “dia da salvação”.
Deus
vê o tempo a partir do horizonte da eternidade,
por
isso, sabe relativizar o que parece luzir de grande
e
valorizar o que parece borralho apagado.
Deus
sabe esperar que a fidelidade amadureça
e a
fragilidade do pecado floresça conversão.
Deus
sabe amar para além das birras e amuos,
e
acolher os filhos que trocaram o Pai por uma ilusão.
Hoje o
sonho de ilusão tornou-se realidade.
Alimentado
por promessas de felicidade adquirida,
em
prestações de crédito para toda a vida,
fomos
enchendo-nos de coisas e de dívidas,
e
esvaziando-nos de Deus, de amor e de sentido na vida.
Deus
aparentemente nada fez nesta realidade de sonho,
não
nos castigou nem nos mostrou sinais troantes de perigo.
Deus
apenas caminhou como sombra que aquece
e
esperou pacientemente
que o
tempo ganhasse vislumbre de eternidade.
Quanto
mais escuro o tempo tropeça,
mais
facilmente o ser humano se abre à verdade da vida
e
deixa que Deus aconteça o “tempo da graça”
e
realize o “tempo da salvação” plena e para todos.
Por
isso, esta crise pode tornar-se um tempo de conversão.
Senhor,
Amor que não esquece,
entranhas
de misericórdia e salvação,
abre
os olhos da nossa incredulidade
à luz
carinhosa da Tua graça e salvação.
Faz-nos
sintonizar com o tempo da Tua mão amiga
que
nos conduz, apoia e faz levantar em festa.
Ajuda-nos
a aproveitar esta crise para ver melhor,
caminhar
na verdade e na sobriedade,
abrir
os braços à solidariedade e à justiça,
palmilhar
juntos caminhos de fé e de conversão.
terça-feira, março 12, 2013
3ª feria da 4ª semana da Quaresma
Todos os meses darão frutos novos,
porque as águas vêm do santuário. (cf.
Ez 47,1-9.12)
A água
salubre é símbolo de vida.
O
santuário, nascente dum rio que inunda o universo,
é o
símbolo de Deus, fonte de vida,
alimento
que gera frutos novos
e
purificação de vidas envelhecidas.
No
santuário dessedentamos a sede do Deus vivo,
saciamos
a fome da Palavra que ilumina e dá esperança,
curamos
as feridas da alma que nos entristecem,
encontramos
outros irmãos que confirmam a nossa fé.
O
batismo é optar por beber apenas da água do Santuário,
que é
Cristo Jesus, presente na Sua Igreja.
Apesar
disso, gostamos de provar outras águas,
saciar-nos
de outros alimentos,
lavar-nos
em outras piscinas e praias de sonho.
O
resultado são os cristãos não praticantes,
os
testemunhos de vida incoerentes,
as
crenças religiosas sem identidade definida,
os
escândalos escondidos sob a pele de cordeiro
o
turismo do misterioso de olhar vendado.
Senhor,
Nascente da vida e elixir de eternidade,
fideliza-nos
na arte de Te seguirmos.
Faz-nos
dar frutos novos na rotina do mesmo.
Torna-nos
canais que levam esta água viva
a quem
morre de sede e se desidrata no ateísmo
ou no
desvario sem rumo e sem horizonte de esperança.
Faz-nos
voltar ao compromisso do nosso Batismo.