segunda-feira, junho 30, 2014

 

2ª feira da 13ª semana do Tempo Comum


Confundem o caminho aos pequenos. (cf. Am 2,6-10.13-16)

Deus é a força do Seu povo e a luz dos Seus caminhos.
Aproxima-se do pobre para o proteger
e do solitário para o acompanhar com o calor da Sua sombra.
Faz uma aliança de vida com a humanidade desnorteada
e promove a justiça que impede a exploração do mais fraco.
Deus é nossa rocha e proteção, salva-vidas de náufragos.
E nós, humanos, como atuamos? Cuidamos dos mais fracos?

A realidade revela-se desequilibrada e injusta:
os ricos emprestam aos pobres a juros impagáveis,
os poderosos compram a justiça e a riqueza com corrupção,
os mercadores aliciam os consumidores com elixires de felicidade,
os adultos confundem os pequenos com mimos e ilusões,
a natureza é explorada sem sustentabilidade...
É a negação do projeto de Deus e do Seu agir para connosco!

Senhor, Deus Pai e Anjo da Guarda dos mais fracos,
ensina-nos a viver, promovendo a vida para todos.
Jesus, nosso Irmão salvador, que Te fazes pequeno e servo,
da-nos o dom do seguimento que nos alegra em ser irmãos,
profetas da ternura e denúncia da injustiça instalada.
Espírito de Verdade, ensina-nos a educar os mais novos

para serem cuidadores da vida e suporte dos mais fracos. 

domingo, junho 29, 2014

 

Solenidade de S. Pedro e de S. Paulo


O Senhor esteve a meu lado e deu-me força. (cf. 2 Tim 4,6-8.17-18)

A fraqueza de Pedro e a violência de Paulo foram visitadas
pela luz de Jesus, na noite da traição e na estrada da perseguição.
Surpreendidos pela misericórdia dum amor desconhecido,
deixaram-se seduzir e colocaram-se a anunciar
a mensagem da Boa Nova que a todos quer salvar.
Pelo caminho, os desafios brotaram espinhos,
mas o Emanuel fez-se companheiro, servido em Pão que fortifica.
O martírio coroou as suas vidas, como colunas da Igreja,
e que força o seu testemunho continua a dar a quem peregrina!

O cristão, praticante da fé, respira e transpira, naturalmente,
anúncio da Boa Nova da salvação de Jesus para todos.
Cada dia, faz a experiência da sua fragilidade e inconstância,
e de como Cristo é força e graça, revelada pelo Espírito Santo.
Por isso, o que anuncia não são conceitos e verdades teóricas,
mas uma história de salvação pessoal, feita de pedaços de vida,
onde o pecado e a graça se vão entrelaçando,
guiados pela mão dAquele venceu o mundo.
É um combate que já está vencido, na tempestade adversa,
se Jesus for o barco e o Espírito Santo o leme que nos conduz!

Senhor, nossa força e salvação,
cura-nos do medo que esconde o testemunho
e do zelo apostólico que gera redemoinho destruidor.
Com Pedro, ensina-nos a ser pedra que suporta na fé.
Com Paulo, ensina-nos a ser carta que anuncia Boas Novas.
S. Pedro e S. Paulo, intercedei por nós, peregrinos do Caminho,
e ajudai-nos a colocar como prioridade da nossa vida

a partilha da salvação de Jesus aos que andam perdidos e iludidos.

 

FESTA CONJUNTA DE S. PEDRO E S. PAULO


Celebrarmos Pedro e Paulo,
Pedra viva e chama ardente,
Da Igreja de Cristo nascente,
É ver a acção do Espírito,
Actuante e bem presente,
Porque embora diferentes,
Se sentiam irmanados,
Em Jesus Nosso Senhor
E ambos sempre unidos,
Na mesma fé e amor,
Seduzidos e apaixonados
Pelo Mestre e Bom Pastor.

E quando se ligam a fé,
O amor e a união,
Formando um só coração,
Se vence ameaças e medo,
Agarrados ao rochedo
Que Jesus, para nós, é.

Como Pedro e como Paulo,
Nós também somos chamados,
A confiar e a remar,
Com Cristo, até ao alto-mar.

Apoiados na Palavra,
Deixemos as redes e a barca,
Para, livres, avançar
E, confiantes, vogar,
Sem deixar cair os braços,
Por crermos que o Timoneiro,
Que, na pesca, é o primeiro,
Nos livrará de embaraços.

Façamo-nos, pois, ao largo
E rasguemos horizontes,
Na nossa vida interior,
À luz da fé e do amor,
Buscando sentido novo
Para nós e para o povo,
Que Deus ama, sem medida,
Como, em Jesus, revelou,
Ao dar, por nós, Sua vida.

VAI,CONFIANTE, AMIGO,
PORQUE JESUS VAI CONTIGO.
CORTA AS ONDAS E AVANÇA,
NA ÁGUA DA ESPERANÇA.
ELE AMA O BARCO QUE ÉS TU;
DOS TEUS BRAÇOS, ELE FAZ VELAS;
DO TEU CORAÇÃO, O LEME
E DA TUA FÉ, O FAROL,
GARANTINDO A SEGURANÇA
DA SUA FIEL ALIANÇA,
DE PAZ E DE SALVAÇÃO,
A TODO O POVO E NAÇÃO.

Maria Lina da Silva, fmm

Lisboa, 28.6.2014  

sábado, junho 28, 2014

 

Sábado da 12ª semana do Tempo Comum – Imaculado Coração de Maria


Exulto de alegria no Senhor. (cf. Is 61,9-11)

Alegrar-se no Senhor é encontrar-se com a saudade perdida
duma felicidade inaudita que se enraíza no coração.
Alegrar-se no Senhor é encontrar-se com o Amado,
sempre desejado, na intimidade do mistério e da confiança.
Alegrar-se no Senhor é surpreender-se com uma graça tão imensa
que fecunda a vida de divino e a faz brotar justiça e caridade.
É esta a alegria de Maria, borbulhante e permanente,
concebida da alegria do Espírito e da Boa Nova da salvação,
iluminada pela fé, na noite escura da promessa em concretização.

Há muitas alegrias em leilão, no marketing da felicidade:
a alegria emborrachada ou alucinada,
a alegria da sorte grande tão desejada,
a alegria da vitória dum clube ou partido,
a alegria do sucesso no poder, na empresa ou no desporto,
a alegria da conquista dum objetivo ou de um projeto,
a alegria de possuir e consumir as últimas novidades,
a alegria de aparecer na glória dum ecrã...
Todas estas alegrias acabam quando se alcançam,
só a alegria do enamorar-se pode permanecer para sempre!

Senhor, fonte de toda a alegria que permanece,
dá-nos um coração confiante e acolhedor como o de Maria.
Jesus, Palavra de Deus encarnada no seio da humildade,
configura o nosso coração e reveste-o de amor pascal.
Espírito, sombra de fogo que fecundou a Serva de Nazaré,
unge-nos com o óleo da alegria que brota do Eterno
e nos faz correr, como gazela, ao encontro do próximo

e em peregrinação permanente para o Templo do reencontro.  

sexta-feira, junho 27, 2014

 

Solenidade do Sagrado Coração de Jesus


Deus é amor: quem permanece no amor permanece em Deus, e Deus permanece nele. (1 Jo 4,7-16)

O coração aberto de Jesus, na cruz, é uma janela
para contemplarmos o amor da Santíssima Trindade por nós.
Nele encontramos o motivo duma criação
que enche de poesia inebriante o poeta,
sacia de vida todo o ser vivente,
extasia o místico que aprendeu a ler pela contemplação.
Tudo respira amor e beleza numa surpresa gratuita.
E a maior prova de amor é o Filho de Deus querer ser Emanuel
e o Espírito de Deus querer palpitar, em nós, coração novo.
Tudo é permanecer por amor, liberdade paciente e misericordiosa.

A vida anda fragmentada de excertos de permanecer:
permanecemos em casa, apenas para dormir e feriados,
permanecemos no trabalho, apenas no horário determinado,
permanecemos com os amigos, apenas na horas vagas,
permanecemos com a família, apenas quando temos tempo.
No resto, compramos “permaneceres” em serviços avulsos:
infantários, escolas, bares, hotéis, viagens, “spas”, ginásios...
E com Deus... fazemos o mesmo, sempre de relógio na mão!

Senhor, Deus fonte e meta de todo o amor,
derrama sobre nós o Teu Espírito de aliança,
para que aprendamos a descansar em Ti
e a permanecer na comunhão do coração com os irmãos.
Ensina-nos a seguir o Teu Filho com os pés do coração,
para que a fé nasça da intimidade do encontro
e a prática cristã seja um perfume de amor natural e generoso.

Recria, Senhor, o nosso coração semelhante ao Teu.

quinta-feira, junho 26, 2014

 

5ª feira da 12ª semana do Tempo Comum


Ele praticou o que desagradava ao Senhor, como tinha feito seu pai. (cf. 2 Reis 24,8-17)

Deus criou-nos incompletos e dependentes:
precisamos que nos ensinem a andar,
a falar, a comer, a vestir, a proteger, a relacionar...
São os nossos pais ou aqueles a quem somos confiados,
que formam a coluna vertebral que nos sustenta na vida:
critérios, sonhos, medos, crenças, comportamentos, saberes.
Jeconias cresceu longe de Deus e conduziu o povo sem Deus,
por isso, o templo ficou vazio de peregrinos e de sentido,
deixou de ser o sinal da presença de Deus no coração do povo.
Foram deportados para a Babilónia, pois esse era já o seu país.

Hoje, em muitos países, os templos estão vazios,
tornaram-se museus ou venderam-se para outros fins.
São a manifestação exterior do vazio de fé
que redemoinha a vida de famílias e pessoas.
A última novidade da moda, do eletrodoméstico ou da eletrónica,
ocupam o lugar de altar na casa e no coração.
Deus, a sua mensagem de amor libertador,
a sua presença misteriosa e fundante na vida,
a sua palavra servida na mesa da Eucaristia...
tudo é subestimado e deixado para uns ritos fragmentados.
As crianças crescem sem aprenderem a ajoelhar,
nem a pedir perdão, nem a pensar no irmão.

Senhor, Deus da aliança viva e dinâmica,
ensina-nos a ser pais que geram para a fé e o amor.
Senhor Jesus, Rocha firme que alicerça a coerência feliz,
cura-nos da birra que nos faz amuar e sofrer de egoísmo.
Espírito Santo, Sabedoria que leva à eternidade,
ajuda-nos a limpar o templo do nosso coração
das ervas daninhas do consumismo e da idolatria,

para que possa crescer a aliança e florescer a fé.

quarta-feira, junho 25, 2014

 

4ª feira da 11ª semana do Tempo Comum


Leu-lhes as palavras do Livro da Aliança, encontrado no templo do Senhor. (cf. 2 Reis 22,8-13;23,1-3)

Israel fez do templo um arquivo morto do Livro da Aliança.
Isso levou-os ao esquecimento do templo e de Deus.
O reinado de Josias semeou a inquietação da renovação
e despertou a atenção para o livro perdido da aliança.
Tal achado, aberto como Palavra de Deus dirigida a eles,
fez luz sobre as trevas em que viviam
e levou-os a renovarem a aliança, em assembleia penitencial.
A Palavra de Deus não morre nem perde a validade,
mesmo quando a arrumamos no sótão do esquecimento.

Procura-se o “reality show” como uma espécie de voyeurismo:
na televisão, nas notícias, nas redes sociais, na vida...
É uma busca, quase mórbida, que duma curiosidade
que quer confirmar que o outro não é muito diferente de mim.
O que se procura é a “normalidade” cultural da moda
e não aprender a viver com renovada esperança,
alegria sustentada e contagiante, justiça com com bata de oleiro,
horizonte aberto à eternidade e ao amor construtivo.
Isso só nos pode ser dado pela autoridade duma palavra divina,
que provoque conversão, crescimento dignificante e aliança de amor.

Senhor, Deus-Palavra, em comunicação de vida para todos,
cura-nos das distrações egocêntricas que ensurdecem a Tua voz.
Jesus, Palavra salvadora, com coração de médico e bordão de peregrino,
batiza os nossos sonhos e desejos para vivermos em comunhão contigo
e darmos frutos de fidelidade, servida em caridade quotidiana.
Espírito Santo, farol dos nossos passos e voz da consciência,
ajuda-nos a redescobrir a força renovadora da Palavra de Deus
e a medita-la cada dia, com a sofreguidão tranquila,
de quem quer ser discípulo da arte de viver feliz e livre,

com todos, com Deus e para sempre!

terça-feira, junho 24, 2014

 

Nascimento de S. João Batista


João dizia: Eu não sou quem vós julgais, mas depois de mim, vai Alguém. (cf. At 13,22-26)

João Batista é a voz profética da penitência e da conversão,
porque o tempo, grávido da promessa, está prestes a dar à luz
o Messias que todos esperam, adormecidos nos seus sonhos.
Nasce da esterilidade dum culto ritualista e anémico de esperança,
como um dom na velhice dum casal, envergonhado de nada dar.
Vem anunciar o novo de Deus que brota duma Virgem,
fecundada pelo Sim, na humildade confiante da fé.
Esse sim, é “Alguém”, Aquele que era, que é e que há-de vir.
João não quer ser o que parece: o Messias;
mas apenas - e que tanto! - a voz que aponta a Palavra do Altíssimo.

A humildade profética retira-se do centro e vai para o deserto.
Veste-se de traje simples e pobre e come da providência.
Aponta o Caminho com o testemunho de vida e a palavra,
denuncia vaidades e mentiras de vida em ostensório,
e convida à conversão, preparando o batismo do Espírito.
Recusa-se a ser aparência e aponta para a essência.
Anda em busca de Alguém, com sandálias de Boa Nova
e coração de Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.

Senhor, sonho eterno duma humanidade-aliança renovada,
obrigado pela confiança que colocas em cada um de nós,
para sermos, como João Batista, profetas do Altíssimo.
Obrigado, Pai Santo, porque nos chamais, desde o seio materno,
para sermos os maiores no serviço de preparar caminhos
que dêem as mãos e sintonizem o louvor agradável ao Amor.
Ensina-nos a ser fieis à nossa missão, como João,
sem laivos de vaidade nem tentações de aparência.



segunda-feira, junho 23, 2014

 

2ª feira da 12ª semana do Tempo Comum


Desprezaram os preceitos do Senhor, bem como a aliança e as advertências que lhes tinha feito. (cf. 2 Reis 17, 5-8.13-15a.18)

A história está cheia da bondade do Senhor:
a criação bela, criativa e harmoniosa,
a proposta de aliança, com os seus mandamento de amor,
o envio de profetas a despertar para a revisão e conversão,
a oferta da Sua misericórdia e perdão que refaz a aliança...
O povo de Israel responde com indiferença, desprezo e altivez,
preferindo seguir o rebanho da idolatria.
O resultado é a perda da liberdade e a dispersão de um povo.

O desprezo pela Palavra de Deus ganhou direitos de maturidade.
Ser moderno, adulto e culto é sinónimo de desprezo,
afastamento e indiferença a tudo o que é prática religiosa.
Os ritos de passagem introduzem os jovens:
na religião secular da busca do sucesso e do prazer,
oferecem-se sacrifícios de vigílias de trabalho e diversão,
incensam o ego com fumos de droga e bebidas pesadas,
fazem campeonatos de quem é mais tristemente só e infiel!
Todos se lamentam dos outros e de Deus,
ninguém quer construir o bem comum e despertar a esperança.

Senhor, Pai de bondade e paciência eterna e misericordiosa,
obrigado porque continuas à nossa espera,
tentando despertar-nos para a conversão à fé e ao amor.
Jesus, nosso Salvador, que continuas a bater-nos à porta,
como peregrino de irmãos perdidos e hipnotizados,
obrigado porque Te fazes alimento e fortaleza dos desanimados.
Espírito Santo, luz de libertação,
cura-nos das ilusões que arrastam multidões,

e abre-nos à aliança que nos salva, cura e eterniza a vida.

domingo, junho 22, 2014

 

Domingo, Festa do Corpo e Sangue de Cristo


Formamos um só corpo, porque participamos do mesmo pão. (cf. 1 Cor 10,16-17)

Os sacramentos são sinais-memória que atualizam a graça.
Jesus escolheu como sinal da Sua presença o pão e o vinho,
alimento base das culturas mediterrânicas.
Se não comermos diariamente da Sua palavra e da sua vida,
se não respirarmos o alento divino do Seu Espírito,
a nossa fé emagrece e o nosso amor arrefece.
Alimentar-nos de Cristo na mesa universal da Igreja,
não só fortalece a identificação pessoal com Jesus,
como constrói a comunhão e a unidade da Igreja, Seu Corpo.
A Igreja celebra a Eucaristia e a Eucaristia constrói a Igreja!

O “fast food” e os ritmos desencontrados da família,
retiraram o caráter sagrado do comer em comum,
do saber esperar pelo que se atrasou
e adiantar o passo para chegar a horas da refeição.
Cada um come para si, come apenas do que gosta,
alimentando assim o egoísmo e o capricho associal.
O reflexo, na prática da fé, é ir à Eucaristia quando apetece,
assistir à missa na televisão do quarto, enfronhado na cama,
privatizar a fé e descomprometer-se com Igreja e o bem comum.

Senhor, Pai de bondade, obrigado pelo Pão-Filho,
que nos envias do seio do Teu amor-aliança eterna.
Senhor Jesus, Cordeiro pascal que encarnas a aliança do Pai,
dá-nos a sabedoria do Teu Espírito
para sabermos nutrir a nossa vida com o alimento da vida eterna.
Sacia-nos com o Pão da vida para podermos comungar os irmãos
e fazer do mundo uma mesa grande e acolhedora,

onde todos possam sentar-se e brindar à fraternidade.

 

BANQUETE DOS POBRES


Neste mundo, onde uns se queixam
De carência, fome e miséria,
Mas onde existe abundância
Para os filhos da ganância
E da injustiça organizada,
Julgando calar a consciência,
A distribuir migalhas
Às vítimas das leis canalhas,
Ouçamos Jesus dizer:
“EU SOU O PÃO DA VIDA PLENA
E DA VIDA EM ABUNDÂNCIA”,
RAZÃO PORQUE VIM À TERRA,
PARA ACABAR COM A FOME,
A INJUSTIÇA E A GUERRA.

E ei-lo feito alimento,
De verdadeiro sustento,
Banquete de vida eterna,
Aberto a toda a gente
Que O ame, de verdade,
E, sem medo, O testemunhe,
Com fé e fidelidade,
Revelando a paz e alegria
De quem não entra na corrente
Da busca incessante do ter,
Com tal inquietação,
Que sufoca, de aflição,
A mente e o coração.

Felizes os corações livres,
Para acolher o convite
De Jesus ao Seu banquete!

Todos vós que tendes fome,
De verdade, paz e amor,
Vinda à mesa do Senhor,
Tomai e comei, sem dinheiro,
Sem chantagem nem despesa,
Saciando a vossa fome
E sede interior,
Graças ao pão oferecido,
Amassado e cozido
Pelo próprio Deus bondade,
Sempre atento ao nosso grito,
Para propor, a todo o aflito,
O Pão da felicidade.

É que não há bem maior,
Que comer o Pão sagrado
E, por milagre de amor,
Em Cristo ser transformado,
Para dizer, com são Paulo:
“ JÁ NÃO SOU EU QUE VIVO,
MAS CRISTO QUE VIVE E MIM!


Maria Lina da Silva, fmm-Lisboa, 22.6.2014

sábado, junho 21, 2014

 

EUCARISTIA, ALIMENTO E VIDA NOVA!


Com a bênção de mais um dia,
Para uma vida de harmonia,
Preparemos nossa mente,
Nossa alma e coração,
Para a Deus agradecer,
Em perene adoração,
A presença de Cristo oculta,
Por um amor, sem igual,
Como força e alimento
Divino ao pobre mortal.

Jesus, na Eucaristia,
Sendo rico, se fez pobre.
Por amor, se silencia,
Ele que é Palavra viva,
Num silêncio que cativa,
Inspira paz e alegria,
E a todo o pobre enriquece,
Com a celeste harmonia,
Que sacia e plenifica
A alma que n’Ele acredita.

Que eu saiba, em Ti, aprender
A só, no Pai, confiar,
A servir e a amar
Quem, por mim, triste, passar,
Olhando os lírios do campo
E as avezinhas do céu,
Que não cessam de cantar,
Louvar e agradecer,
Eles, no perfume e cor,
Elas, no harmonioso canto,
A graça que o Criador,
Gratuitamente, lhes deu.

Que o vinho e o pão,
Consagrados no altar,
A minha fome saciem,
E a minha vida renovem,
Para melhor Te louvar
E adorar, em cada rosto
Que, comigo, se cruzar.

Maria Lina da Silva, fmm

Lisboa, 21.6.2014         

 

Sábado da 11ª semana do Tempo Comum


Por que razão transgredis os mandamentos do Senhor, atraindo a desgraça sobre vós? (cf. 2 Cr 24, 17-25)

Deus propõe um caminho de vida para todos,
fundado na aliança que nasce e perdura na eternidade,
mas o rei arrasta o povo para o esquecimento e o desvario.
À infidelidade do povo, Deus responde palavras de aviso,
profecia de conversão, promessa de misericórdia.
À fidelidade de Deus, o povo responde teimosia no pecado,
combate e morte dos profetas, injustiça idolatrada.
O resultado é uma desgraça para todos!

O rei Joás cresceu no templo e foi educado pelo sacerdote Joiadá,
no entanto, quando este morreu, esqueceu o que aprendeu,
deixou secar a sua fé no Deus vivo e subiu-lhe o poder à cabeça.
Uma pessoa não é apenas aquilo que aprendeu no passado,
mas, acima de tudo, aquilo que são os seus mestres hoje.
Daí a necessidade constante de vigilância e discernimento,
para vermos se a nossa vida hoje é uma bênção ou uma desgraça.

Senhor, Deus da aliança e da misericórdia,
cura-nos das nossas infidelidades e ilusões idolátricas.
Senhor Jesus, Palavra encarnada a despertar corações,
liberta-nos do sonambulismo e da voragem da violência
que faz deste jardim sonhado, um pesadelo de vale de lágrimas.
Espírito de Verdade, ilumina-nos o entendimento
e conduz os nossos passos pela defesa da vida para todos.

Faz de nós uma memória vigorosa e fiel da Tua aliança.

sexta-feira, junho 20, 2014

 

6ª feira da 11ª semana do Tempo Comum


Joiadá concluiu uma aliança entre o Senhor, o rei e o povo. (cf. 2 Reis 11, 1-4.9-18.20)

O sacerdote é guarda da vida e memória da fé.
No templo do Senhor cresce oculto o filho do rei Ocozias, Joás,
enquanto Atalia, sua avó, promove a idolatria e o assassínio.
Mas mais importante do que a pessoa de Joás, proclamado rei,
é o retorno à aliança entre Deus, o rei e o povo.
Não são as instituições que nos salvam, estas são apenas mediações.
O que salva Israel e este mundo é a vida em aliança,
regida pela fidelidade do rei e do povo à fé no Amor de Deus.

O mundo segue o seu caminho e perde a memória de Deus e do irmão,
mas cada um de nós, em Igreja, deve guardar a fé,
promover a vida, ser memória da esperança, viver em aliança.
Cada família cristã deve ser um templo a criar e educar filhos do Rei,
livres para amar, capazes de contemplar o Céu, construtores da paz.
As comunidades religiosas têm a missão de ser um oásis de aliança,
onde o povo pode refrescar a fé e recuperar a memória de Deus.

Senhor, promessa fiel em deserto árido à espera das chuvas,
faz de nós colaboradores da Tua vinha, arroteando a esperança.
Jesus, Rei que se faz servo para libertar os escravos inconscientes,
liberta-nos da corrupção do mal por contágio mimético.
Faz de nós guardiãs da aliança, mesmo quando reina o egoísmo.

Concentra todo o nosso coração no tesouro do louvor e do amor.

quinta-feira, junho 19, 2014

 

5ª feira da 11ª semana do Tempo Comum


A sua palavra queimava como um facho ardente. (cf. Sir 48, 1-15)

A Palavra de Deus queima o egoísmo no crisol da conversão.
É um facho terno e misericordioso que revela a verdade,
sob a maquilhagem da retórica e da arte de representar.
O profeta é uma presença que incomoda e desacomoda,
recordando-nos o essencial que alicerça a vida
e permanece para sempre quando o relógio parar.

A palavra tem sempre a força de queimar,
depende do fogo que a anima e a faz falar.
Há o fogo do ódio que a transforma em espada
que fere, rebaixa, agride, acusa, condena, calunia...
Há o fogo do Espírito divino que a faz da voz um abraço,
da admoestação uma mão que levanta,
do anúncio uma salvação que converte,
do silêncio uma bênção que perdoa.
Que fogo nos anima quando distribuímos palavras?

Senhor, Palavra criadora e redentora,
encarna no nosso coração e acende nele o amor,
para que a palavra que damos à luz seja bendita.
Cristo, Palavra de Deus com pés de peregrino,
faz de nós eco da tua missão em testemunho e anúncio.
Espírito Santo reza em nós com a intimidade filial

e a verdade fraterna de quem se sente membro uns dos outros.

quarta-feira, junho 18, 2014

 

4ª feira da 11ª semana do Tempo Comum


Elias disse a Eliseu: «Pede-me o que quiseres». (cf. 2 Reis 2, 1.6-14)

Eliseu passou algum tempo como discípulo de Elias.
A prova para saber se está pronto para o substituir
está na prioridade e no objeto dos seus desejos e sonhos.
O essencial de um profeta é o espírito de profecia e de fé
que o capacita para ser instrumento e boca de Deus:
Possa eu herdar uma dupla porção do teu espírito”.
O manto e a túnica de Elias são apenas sinais
dessa herança espiritual de valor incalculável.

O que pedimos, como herança, a alguém querido?
Terras, casas, dinheiro, carros...
ou o seu espírito empreendedor, generoso e justo,
a sua capacidade de amar e construir comunhão na família?
Quais são os sonhos que ocupam o coração do sacerdote?
Coração de pastor, fé de Maria, ânimo apostólico de Paulo...
ou poder eclesiástico, sucesso social e ostentação material?
Quais são os ideais que fervilham no coração do jovem?
Capacitar-se para ajudar o mundo a ser melhor
ou gozar a vida, experimentar sensações, viver ilusões?

Senhor, sonho de vida plena e permanente para todos,
ensina-nos a viver como agricultores da esperança.
Senhor Jesus, vida descentrada de si e de amor concentrada,
purifica os nossos desejos e evangeliza os nossos sonhos.
Espírito divino que penetras até ao núcleo do nosso ser,
liberta-nos dos ideais encaracolados e ensimesmados,
para que possamos ser profetas dum mundo mais justo

e continuar a missão de Jesus, com os mesmos sentimentos.

terça-feira, junho 17, 2014

 

3ª feira da 11ª semana do Tempo Comum


Acab disse a Elias: «Conseguiste apanhar-me, ó meu inimigo». (cf. 1 Reis 21,17-29)

Deus observa, com a luz da verdade, o coração transparente
e o mal que se pratica, às escondidas, nas trevas do pecado.
Escuta o gemido impotente do injustiçado
e envia o profeta da denúncia a apanhar o agressor na sua falta.
Para Acab, Elias é um inimigo que o persegue
e o confronta com a corrupção e a intriga com que governa.
Para Deus, é um enviado da Palavra da Verdade
que convida à penitência e ao arrependimento.

Quem vive na mentira ganha tiques de toupeira:
esconde-se da luz, trabalha no subterrâneo, mina a confiança.
Quando alguém o chama à atenção e o anima à conversão,
considera-o inimigo e procura calar ou comprar essa voz.
É assim com as máfias, com os quartéis de droga,
com os bandos organizados, com as escapadelas adúlteras,
com os administradores ou políticos corruptos...
O adicto não gosta que lhe falem dos malefícios do vício!

Senhor, Verdade que ilumina e radiografia a nossa vida,
obrigado porque não desistes de nós e nos convidas à conversão.
Senhor Jesus, Caminho, Verdade e Vida, nas veredas do mundo,
dá-nos a Tua mão de amor fontal e ensina-nos a amar os irmãos,
fazendo tudo para que se convertam, com a ternura da misericórdia.
Espírito de santidade, que nos falas no escondido
e visitas as nossas trevas pecaminosas,

ajuda-nos a preparar para o encontro com a Verdade salvadora.

segunda-feira, junho 16, 2014

 

2ª feira da da 11ª semana do Tempo Comum


Porque estás tão perturbado que nem queres comer? (cf. 1 Reis 21,1-16)

Deus tem um projeto para a humanidade,
mas não o impõe pela força do Seu poder.
Propõe uma aliança, faz ouvir a Sua voz na profecia,
desperta o pecador pela surpresa dos acontecimentos,
mas jamais obriga alguém a cumprir os Seus mandamentos.
O rei Acab usou esse método, mas não aguentou o não.
Ficou doente e amuado porque não lhe satisfizeram o capricho.
Sua esposa, Jezabel, usa o poder, a mentira e o falso testemunho
para destruir quem se opõe aos caprichos do rei.

Quem não sabe obedecer também não sabe mandar.
A autoridade supõe respeito pelo outro, diálogo,
confiança mútua, reta intenção, verdade e justiça.
A autoridade conquista-se pelo amor e não pelo medo.
Há pessoas que socialmente usam o método do diálogo,
mas interiormente não aguentam um não, como Acab,
por isso, agridem-se a si mesmos: depressão, desmotivação,
amuos, insónias, falta de apetite, úlceras, tristeza...
O que é que nos tira a paz, o sono, o apetite e a alegria de viver?

Senhor, Deus omnipotente e todo-poderoso,
obrigado porque és tão grande que Te fazes pequeno
e nos propões a aliança como caminho de felicidade,
sem nos retirares a liberdade de seguirmos por outros caminhos.
Verbo Divino, que sendo Filho de Deus Te fazes Filho do Homem,
para que, pelo serviço e entrega paciente às ovelhas perdidas,
possas revelar a força impotente do Teu infinito amor.
Dá-nos, Senhor, um coração pedagogo para saber propor
e entranhas de misericórdia para saber aguentar uma recusa,
sem desistências, nem vinganças, nem violências tirânicas,

mas sustentados por um amor criativo e paciente.

sábado, junho 14, 2014

 

ADORAR UM DEUS TRINDADE


Hoje, a Igreja nos convida
A adorar um Deus Trindade
E a viver no amor,
Gerador de nova vida,
Na comunhão da Trindade,
Com o Pai, o Filho e o Espírito,
Que anima e dinamiza
A alma da humanidade
A se recriar no Bem,
Na Justiça e na Verdade,
Com a luz que d’Ele vem
Sobre quem busca a Verdade.

Os meus olhos não Te vêem,
Deus Pai, bondoso e clemente,
Mas os ouvidos do coração,
Que entra em oração,
Te sentem vivo e presente,
Se atentos à Palavra,
Escutada e meditada,
Ouvem Tua voz falar,
Já não na nuvem escondido,
Mas através do Teu Filho,
Que ao mundo nos veio salvar,
Revelando-Te um Deus vivo,
Clemente e compassivo,
Sempre pronto a perdoar,
Nossos erros e fracassos,
E, para nos abraçar,
Mantém abertos Seus braços.

Com a graça de Jesus Cristo,
O poder do amor do Pai
E a comunhão no Espírito,
Nos ensinas a caminhar,
Nos animas e orientas,
Para viver e trabalhar,
Em ordem à perfeição,
À paz e à união,
De todos num só coração,
Graças à diversidade,
Riqueza da unidade.

Maria Lina da Silva, fmm

Lisboa, 14.6.2014

 

Sábado da 10ª semana do Tempo Comum


Eliseu abandonou os bois, correu atrás de Elias. (cf. 1 Reis 19,19-21)

O Senhor chama cada pessoa a ser Seu colaborador.
Uns passam pela escola de carpintaria, outros da pesca,
outros da pastorícia, outros da agricultura, outros do templo,
outros das atividades domésticas, outros do comércio...
Elias chamou Eliseu a continuar a sua missão profética
e este, deixou tudo, fazendo a festa de despedida,
para seguir Elias e aprender a lavrar corações bravios,
a purifica-los do mato da idolatria e a semear a Palavra de Deus.
Uma vocação supõe sempre um antes e um depois!

A insistência na formação teórica desvalorizou a prática.
Sabe-se responder no exame, mas gatinha-se na prática da vida!
Por outro lado, torna-se difícil fazer cortes de crescimento:
a criança quer ser adulta sem deixar de ser infantil,
o jovem quer casar sem deixar de viver como solteiro,
o casado quer constituir família e sonha ser um “Don Juan”,
o consagrado quer entregar-se ao Senhor e viver para si mesmo,
o idoso quer estar aposentado e continuar a ser jovem,
o cristão quer seguir a Cristo e a viver como toda a gente...
É preciso aprender a matar os bois e a queimar o arado
para poder começar uma nova etapa na vida!

Senhor, Deus Pai que nos queres envolver a todos na Tua missão,
abre o nosso coração ao Teu projeto de salvação.
Senhor Jesus, enviado pelo Pai no Espírito de Amor,
liberta-nos do umbigocentrismo que nos ensurdece aos Teus apelos.
Senhor, Espírito de fortaleza, enraíza o nosso compromisso
para que saibamos encerrar capítulos com festa

e iniciar seguimentos e missões com fidelidade.

sexta-feira, junho 13, 2014

 

Festa de S. António


A sua glória estará na lei da aliança do Senhor. (cf. Sir 39, 8-14)

A Palavra de Deus introduz-nos na sabedoria da vida
e semeia aliança em tudo o que fazemos: oração,
trabalho, relação, investigação, descanso, missão...
A meditação permite que a vida fique fecundada
por uma Palavra que vem do amor e orienta para o eterno.
É uma sabedoria que inspira cada instante
e faz do profano um sagrado peregrino.

S. António continua a falar do Céu,
em diversas línguas e culturas da Terra.
Todos o adoptam como seu, porque é de Deus.
Ao colo apresenta o Verbo Divino encarnado.
No coração traz a aliança e os pobres abandonados.
A sua missão quantifica-se em qualidade de testemunho
e não em anos de vida acumulada.

Senhor, Pai de bondade e fonte de aliança eterna,
fecunda-nos com a Tua Palavra de amor verdadeiro.
Senhor Jesus, Palavra feita Pão de Vida,
sacia a nossa fome de felicidade sustentada
e faz de nós continuadores da Tua missão salvadora.
Espírito de sabedoria e entendimento,
faz-nos entrar nos mistérios de Deus
e frutificar testemunho de vida evangelizador.
S. António, rogai por nós, para que a nossa glória,

seja apenas, a Lei da Aliança do Senhor.

quinta-feira, junho 12, 2014

 

5ª feira da 10ª semana do Tempo Comum


Elias foi ao cimo do monte Carmelo, prostrou-se em terra. (cf. 1 Reis 18,41-46)

O rei Acab come e bebe, indiferente à fome do seu povo.
Elias sobe ao Carmelo e pede ao Senhor a chuva da salvação.
O amor a Deus caminha lado a lado com o amor ao seu povo.
É uma oração insistente, persistente e confiante:
“volta sete vezes e verás a pequena nuvem da esperança,
pois já ouço o ruído da chuva e sinto o odor da terra regada.”
Quem vive da fé e confia na oração, anticipa a esperança.

Quem vive idolatrado não chora pelos outros.
Esta crise mostrou o pior e o melhor da humanidade:
a solidariedade e a insensibilidade ao sofrimento do outro.
O aumento da pobreza tem sido proporcional
ao aumento da venda de carros de alta gama.
O mar, estrada de comunicação,
tornou-se cemitério de desesperados.
A globalização aproximou distâncias,
mas não aproximou corações nem criou fraternidades.
Só o amor a Deus pode alargar horizontes de solidariedade.

Senhor, Pai de bondade e ternura misericordiosa,
dá-nos um coração grande e confiante,
que de si se desapegue, a Ti se entregue,
e pelos irmãos reze com o coração reconciliado.
Jesus, água da vida que desce do Céu para nos salvar,
fecunda o nosso olhar com a força da Tua Palavra
e fortalece os nossos joelhos no caminho da paz.
Espírito de caridade e médico das almas,

desperta em nós o ardor por Deus e pelos irmãos.

quarta-feira, junho 11, 2014

 

4ª feira da 10 semana do Tempo Comum – S. Barnabé


Quando este chegou e viu a acção da graça de Deus, encheu-se de alegria. (cf. At 11, 21b-26; 13, 1-3)

Ao ser enviado pelos Apóstolos de Jerusalém,
Barnabé não se sente um fiscal em busca de heresias,
mas parte aberto à novidade de Deus,
como contemplativo da ação da graça de Deus em Antioquia.
É um homem bom e cheio do Espírito Santo,
por isso, alegra-se com a nova comunidade cristã
e lidera um processo de formação e estruturação da mesma.
No momento certo, aceita ser enviado, em missão, pela Igreja,
livre de apegos ao poder, disponível para servir apenas a Cristo.

Uma Igreja missionária e universal
supõe diversidade cultural, litúrgica e ministerial.
O grande desafio é fazer o discernimento
entre o que é de Deus, revelado por Jesus Cristo,
e o que é da cultura, envernizado por um batismo adaptativo.
O discernimento dos sinais dos tempos supõe:
abertura à novidade do Espírito, fé inquieta e humilde,
contemplação mística das pepitas da graça divina,
diálogo aberto e fraterno entre a vida e a Palavra.

Senhor Jesus, Palavra viva na simplicidade da Igreja,
faz de nós Teus discípulos, em conversão permanente.
Espírito Divino, verdadeira alma da Igreja,
faz de nós velas disponíveis aos ventos do Teu sopro,
numa Igreja cada vez mais missionária e serva de Deus.
Santíssima Trindade, união amorosa da diversidade,
faz de nós uma Igreja viva, rica na diversidade

e unida na comunhão de fé e de caridade.

terça-feira, junho 10, 2014

 

3ª feira da 10ª semana do Tempo Comum – Anjo de Portugal


Eu ordenei a uma viúva que te dê alimento. (Cf. 1 Reis 17,7-16)

Elias sente a força da fé em Deus e na Sua Palavra,
mas também a dependência perante a natureza:
o rio Jordão onde se refugiara secou!
Deus mostra-lhe a riqueza dos pobres: a partilha!
É a viúva de Serepta que o irá alimentar no tempo da fome!
Ela será o seu anjo da guarda ao serviço de Deus!
A divina providência serve-se na panela da solidariedade,
amassa-se com o azeite da confiança no Deus dos impossíveis
e coze-se no fogo da fragilidade partilhada e hospitaleira.

As crises revelam a precariedade e a riqueza dos pobres.
A que porta batem os necessitados, vazios de esperança?
À porta dos pais e dos avós que vivem da sua reforma,
à porta da Igreja que promove e distribui a partilha,
à porta dos conventos que fazem voto de pobreza,
à porta das instituições de solidariedade, á porta da fé...
É esta a força dos pobres que sustenta o mundo fraterno.

Senhor, Deus de bondade e providência mediada,
faz de cada um de nós o anjo da guarda do nosso próximo.
Jesus, que sacias a compaixão, multiplicando o alimento,
dá-nos a graça de sermos Teus discípulos,
empenhados na generosa distribuição e partilha.
Espírito de caridade divina, gerador de comunhão fraterna,
ensina-nos a fazer da humanidade uma fraternidade universal.
Dá-nos um coração de anjo e guarda-nos do mal.



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