terça-feira, junho 30, 2015
3ª feira da 13ª semana do Tempo Comum
Jesus subiu para o barco e os
discípulos acompanharam-n’O. (cf.
Mt 8,23-27)
Jesus
é um caminho que fala pelo exemplo.
Sobe
para a barca e os discípulos seguem-No,
na
aventura da travessia do mar sob a noite e a tempestade,
no
trabalho comunitário de pescar homens para o reino de Deus,
na
esperança de alcançarem juntos a outra margem da salvação.
Jesus
parece que dorme e nos entrega o barco da Igreja a nós!
É
assim, quando vamos ao sacrário e nos prostramos com fé,
é
assim, quando abrimos o Evangelho e pronunciamos a sua Palavra,
é
assim quando visitamos um doente ou um pobre
e o
ungimos com o óleo da esperança e a ternura da caridade!
Sem
Ele nada somos, mas Ele quer fazer tudo por meio de nós!
Jesus
oferece-nos a Igreja como a barca segura que nos conduz ao Pai.
A
única garantia que nos dá, embora sem publicidade,
é
que, estando com Ele na barca, esta não vai ao fundo
e
sabemos que vai no rumo certo e chegará a bom destino.
Muitos
gostam de viajar sozinhos, experimentar iates de exclusão
ou
pranchas de surf e motos de água de diversão,
mas se
chegarem, estarão tão sós como viajaram na vida!
Outros
gostam de experimentar barcas de promessas ruidosas,
cheias
de festas e milagres, numa militância arrogante
que
quer destruir as barcas diferentes, pois parecem concorrentes!
A
Igreja de Jesus não pode ser muito diferente da barca do Evangelho!
Senhor
Jesus, presença amiga e condutor silencioso da vida,
obrigado
porque estás sempre connosco,
mesmo
quando, por rebeldia, não queremos estar contigo!
Cristo,
condutor da barca da Igreja como Emanuel fiel,
obrigado
porque nos chamas a ser membros ativos
e
delegas em nós a Palavra que nos queres comunicar,
os
sacramentos com que nos queres salvar,
as
mãos rugosas e afáveis com que nos queres amar,
o
coração aprendiz com que nos queres perdoar!
Aumenta
a nossa fé, para aguentarmos o silêncio sem desesperar
e, em
paz e comunidade, compreendermos por onde nos queres levar!
segunda-feira, junho 29, 2015
S. Pedro e S. Paulo, Apóstolos
Dar-te-ei as chaves do reino dos
Céus. (cf. Mt 16,13-19)
Jesus é a Porta do reino dos Céus.
Quem O segue e O anuncia tem a chave
dos reino dos Céus.
Pedro é o primeiro de muitos
discípulos
a quem Jesus entregou a missão de
evangelizar.
Paulo é um zeloso de Deus que persegue
a Igreja,
a quem Jesus aparece, chama a ser seu
apóstolo
e lhe entrega a missão de anunciar o
Evangelho aos pagãos.
Ambos apontam para Cristo e lhe chamam
Messias e Salvador;
ambos consagram toda a sua vida à
evangelização
para que todos entrem pela Porta da
salvação que é Cristo.
O poder das chaves é, na maioria das
vezes, usado
para o engrandecimento próprio e o
controle dos outros.
O poder da chave do conhecimento e
tecnológico,
o poder das chaves da base de dados e
do marketing,
é usado para dominar e explorar quem
não o têm.
Hoje domina-se o mundo por meio de
chaves,
que podem ser “passwords”, controle
de preços,
armas secretas, palavras
especializadas, técnicas de transformação...
Só quem ama verdadeiramente pode usar
o poder das chaves
para fazer o bem, promover a justiça,
fraternizar oportunidades!
Senhor, caminho e porta da felicidade
eterna,
louvado sejas porque usas o poder das
chaves para nos salvar
e nos entregas o teu Espírito para
chegarmos ao Pai.
Cristo, servo do amor que te fazes
caminho da vida,
abre o nosso coração à fé e ao
seguimento fiel.
Liberta-nos de todo o egoísmo e
ganância idolátrica,
para que façamos do poder serviço à
vida e vida para sempre!
S. Pedro e S. Paulo ensinai-nos a viver
em Cristo
e a usarmos o poder das chaves para
salvar os excluídos!
domingo, junho 28, 2015
EU TE LOUVAREI, SENHOR, PORQUE ME SALVASTE!
Eu Te louvarei, Senhor,
Deus da Vida e do Amor,
Que me criaste e salvaste
Do mal que fere e oprime
A minha humana existência,
Fragilidade e pecado,
E estás sempre ao meu
lado,
Com indizível paciência,
Pois, se por fraqueza,
caio,
Logo, me estendes Teu
braço,
Pondo-me de pé e livre
Dos males que eu própria
faço,
Como bom Pai que persiste
A libertar e a salvar
Seus filhos de todo o mal.
Aumenta, Senhor, minha fé,
Para crer e confiar,
Na vida que de Ti brota,
Com poder para sarar
Todo o mal que me afectar,
Se, com fé, Te ouso
tocar,
Mesmo na orla do manto,
No meio da multidão,
E me senti já curada,
Embora atrapalhada,
Com medo e assustada,
Quando Te oiço falar,
Pensando na minha ousadia.
Mas Jesus me tranquiliza
E enche de grande alegria,
Pois, meigamente,
acrescentou:
- “Minha filha, tua fé,
te salvou”.
TUA PALAVRA ME ALENTA,
O TEU PÃO ME ALIMENTA,
TUA GRAÇA ME SUSTEM
NA BUSCA DA PAZ E DO BEM,
COM FÉ E PERSEVERANÇA,
EM FAZER TUA VONTADE,
LUZ DA VIDA E DA
ESPERANÇA,
MISERICÓRDIA E BONDADE.
Maria Lina da Silva, fmm
Lisboa, 28.06.2015
13º Domingo do Tempo Comum
Voltou-Se para a multidão e
perguntou: «Quem tocou nas minhas vestes?» (cf.
Mc 5,21-43)
Jesus
é seguido por uma grande multidão.
De vez
em quando, emerge uma pessoa com fé,
que se
prostra para lhe pedir a cura da sua filha
ou lhe
toca, confiante, para ser curada da sua morte lenta.
Jairo
toca-o com a fé da sua súplica e o amor à sua filha,
a
mulher anónima faz a diferença entre os apertos da multidão,
porque
O toca como Senhor da vida, desesperada da sua impureza.
Jesus
acolhe-a como “filha” e liberta-a da sua marginalização,
exaltando
a sua fé e confirmando que Deus a ama.
Jesus
chama a menina à vida e pede-lhes que a alimentem,
pois a
fé sem alimento definha e morre!
Na
cidade vive-se aos encontrões, aos apertos nos transportes.
No
estádio bebe-se o entusiasmo da multidão,
fazendo
coro nos aplausos, nos gritos e nos insultos.
No
santuário marca-se encontro para a multidão,
não
se sabendo bem se por fé no Deus que santifica e salva,
se por
não se sentir só na sua dor e aflição!
Nas
redes sociais todos querem ter uma multidão de amigos,
que
leiam os seus postes e interajam com um simples “gosto”.
Buscamos
a multidão, porque não queremos estar sós.
Apertamo-nos
anónimos, à espera que alguém nos ame
e nos
faça emergir da morte do anonimato e da exclusão!
Jesus,
amigo anónimo e Senhor da vida que caminhas connosco,
cura-nos
do medo e da desesperança e purifica a nossa fé.
Levanta-nos
da morte que nos faz adormecer a esperança
e
alimenta-nos com o pão da tua Palavra e da tua Eucaristia.
Dá-nos
a tua vida e faz de nós mensageiros da adopção,
que
libertam do anonimato quem está só, abandonado,
explorado,
escondido com medo, excluído da alegria.
Toca-nos
com o teu Espírito para que toquemos com amor e fé!
sábado, junho 27, 2015
Sábado da 12ª semana do Tempo Comum
Senhor, o meu servo jaz em casa
paralítico e sofre horrivelmente.
(cf. Mt 8,5-17)
Jesus
é a Palavra de Deus que cura e liberta os paralíticos,
a mão
de Deus que toca e levanta os que jazem esquecidos.
A fé
em Jesus não tem nacionalidade nem classe social,
é um
dom que brota do amor ao próximo e da confiança em Jesus.
O
Centurião é um romano que sofre com o seu servo
e se
dirige a Jesus, Palavra que salva e cura;
Pedro
é um discípulo que segue Jesus e O acolhe em sua casa,
mas
não se dá conta de que a sua sogra está doente, com febre!
Jesus
elogia a fé que faz do amor uma oração
e
ensina Pedro a associar seguimento ao cuidado dos seus!
Há
pessoas tão dedicadas aos outros que abandonam os seus.
Outras
tão dedicadas à Igreja que esquecem os da sua casa.
Outras,
ainda, tão empenhadas com o seu trabalho e negócio,
que
esquecem a caridade e o cuidado do que sofre em casa.
As
prioridades vitais de cada um notam-se no modo
como
rezam, por quem rezam, a quem rezam e quando rezam.
Nós
que queremos salvar o mundo e nos dizemos cristãos,
damo-nos
do servo ou da sogra que sofre em nossa casa?
Jesus,
Palavra de salvação a percorrer os nossos caminhos,
diz-nos
uma só palavra e o pecado do mundo ficará curado.
Toca-nos
e cura-nos da insensibilidade ao que sofre.
Envia-nos
o teu Espírito e ensina-nos a rezar com o coração,
indo
ao teu encontro e convidando-Te a entrar na nossa casa,
na
nossa família, na nossa empresa, na nossa sociedade.
Aumenta
a nossa fé em Ti e alarga o nosso coração ao irmão,
para
que a oração e a missão sejam expressão de fé,
de
esperança e caridade, sofrendo com cada um, nesta casa comum.
sexta-feira, junho 26, 2015
6ª feira da 12ª semana do Tempo Comum
Vai mostrar-te ao sacerdote e
apresenta a oferta que Moisés ordenou.
(cf. Mt 8,1-4)
Jesus
desce do monte e oferece-nos a cura das nossas lepras.
Toca-nos
com a sua Palavra de misericórdia
e
levanta-nos da nossa vida de pecado e marginalização.
Ele é
o “Eu sou Aliança”, o Templo vivo a caminhar para nós,
próximo
e acessível, a escutar as nossas preces
e a
distribuir salvação a quem Nele acredita.
Cura-nos,
por meio dos sinais visíveis da sua graça,
o
sacerdócio sacramental e a Igreja, serva da sua Palavra.
Todos
os tipos de lepra nos afastam da comunhão
e
contagiam o mundo com o mal que desfigura a imagem.
Há a
lepra do racismo que teme o diferente.
Há a
lepra da agressividade que contamina a confiança.
Há a
lepra do egoísmo que impossibilita a fraternidade.
Há a
lepra da dependência que nos tira a liberdade.
Há a
lepra do poder que divide a humanidade.
Há a
lepra da idolatria que nos impede de erguer o olhar.
Há a
lepra do virtual que teme o contato real.
Há a
lepra da deficiência que levanta barreiras à oportunidade.
Há
tantas lepras na cidade que nos torna sós e tristes!
Jesus,
nosso salvador, se quiseres podes curar-nos!
Cristo,
Mão e Palavra que sacramentalmente nos curas,
louvado
sejas pelo dom do sacramento da Reconciliação.
Precisamos
deste encontro contigo, por meio da Igreja,
para
voltarmos a peregrinar para a santidade em comunidade
e
sermos tocados por Ti, acolhendo a Palavra e vivendo a caridade.
Liberta-nos
de tudo o que nos impede de aproximar de Ti
e nos
afasta da comunhão com o próximo,
que Tu
colocaste como nosso companheiro de viagem!
quinta-feira, junho 25, 2015
5ª feira da 12ª semana do tempo Comum
Entrará no reino dos Céus, só
aquele que faz a vontade de meu Pai!
(cf. Mt 7,21-29)
Deus é
amor e só quem ama conhece e escuta a Deus.
Se
usamos a mesma língua para louvar a Deus e insultar o irmão;
para
anunciar o evangelho e praticar a iniquidade,
enganamo-nos
a nós mesmos, numa contradição de morte.
Podemos
ter o nome de Jesus sempre na boca
e
frequentar habitualmente a Igreja e os sacramentos,
mas se
a Palavra não é farol para os nossos passos,
se a
Lei do amor não condimenta todas as nossas ações,
a
nossa vida não glorifica o Senhor, nem pratica a sua vontade.
Somos
sino barulhento que não toca a melodia da aliança!
A vida
parece uma feira de palcos descontínuos!
No
palco do templo portamo-nos como religiosos,
realizamos
ritos, escutamos homilias, fazemos orações.
No
palco das relações estabelecemos amizades,
delimitamos
intimidades, amamos e odiamos.
No
palco do trabalho fazemos projetos,
negociamos
mercados, guerreamos concorrências,
buscamos
interesses, usamos a mentira e a exploração!
No
palco da política consumimos promessas,
aderimos
a ideologias, tomamos partido, criamos divisões.
No
palco do lazer enchemos o currículo de aventuras
e
desligamos dos outros palcos para pensarmos só em nós!
É uma
vida fragmentada, sem alicerces nem coluna!
Senhor,
olhar misericordioso que nos envolve e salva,
obrigado,
porque conhecendo as nossas instabilidades,
ainda
nos esperas, nos amas e confias em nós!
Cristo,
Palavra de vida a semear luz e força sem desânimo,
obrigado,
porque apesar de ser servo rebelde e infiel,
continuas
a segredar-nos a tua salvação e a dar-nos o teu Pão.
Espírito
de verdade, mais íntimo do que nós mesmos,
ensina-nos
a ser o mesmo em todos os palcos da vida,
revestidos
da mesma ética, da mesma justiça, da mesma caridade,
da
mesma verdade, da mesma humildade e dedicação,
que
aprendemos em Jesus, nosso Mestre!
quarta-feira, junho 24, 2015
Nascimento de João Batista
«Quem virá a ser este menino?».
(cf. Lc 1,57-66.80)
A
velha aliança, simbolizada em Zacarias e Isabel estéril,
recebeu
o dom da fecundidade na sua velhice.
Não é
um dom para si, mas um dom para Deus,
por
isso, este menino será profeta do Altíssimo,
voz
que anuncia a Palavra feita carne ungida,
estrela
da manhã que aponta para o Sol de Justiça,
regresso
ao deserto que prepara caminhos e propõe conversão.
Este é
o menino que aceitou ser o que Deus quis que Ele fosse!
“Quem
virá a ser este menino?” - perguntam os pais,
na
alegria duma gravidez esperada e amada.
No
tempo das opções, o jovem olha o mercado
e
interroga-se: “que curso ou profissão terá saída?”
Outros
olham a porta larga do curso menos exigente,
do
passatempo mais idealista, da solução mais comodista,
e
acordam no mar alto, num barco à deriva!
Quem tem a coragem
de se interrogar verdadeiramente:
“O que Deus quer
que eu seja, quando me deu o dom da vida?”
Só com este
horizonte de fé, o espírito se fortalece,
e a vida não são
apenas quilos e centímetros de carne bronzeada!
Pai de bondade, que
te inclinas sobre nós e nos dás a tua graça,
obrigado pela
ternura do teu olhar que nos compreende e salva.
Cristo, Senhor que
se faz servo em Jesus de Nazaré,
sê a luz dos
nossos passos e a mão que nos conduz,
no caminho da
conversão, que faz de nós seres humanos e divinos.
Espírito de
profecia, ensina-nos a discernir a tua vontade
e a sermos como
João Batista, precursores que apontam para Cristo.
S. João Batista
intercede por nós para que saibamos ser hoje
a vocação e a
missão que Deus projetou desde toda a eternidade!
terça-feira, junho 23, 2015
3ª feira da 12ª semana do Tempo Comum
Tudo quanto quiserdes que os homens
vos façam fazei-o também a eles.
(cf. Mt 7,6.12-14)
Deus
nada nos pede que não no-lo tenha dado em abundância!
Por
isso, a nossa vocação é sermos imagem e semelhança de Deus.
Deus
foi-nos mostrando o seu carinho de artista na criação,
a sua
paixão de Pai e de Mestre, propondo-nos a aliança,
as
suas entranhas de misericórdia, perdoando-nos as infidelidades.
Mas
mesmo assim, ainda havia gente que duvidava
e
criava Deus à sua tacanha imagem: juiz vingativo e misterioso.
Por
isso, o Pai envia o seu Filho, verdadeira imagem de Deus,
a
fazer-nos o que Deus quer que nós lhe façamos:
semear
a vida, amar até à oferta de si, salvar a todos!
Hoje
todos lutamos pelos nossos direitos:
“o
que é que os outros me devem fazer e que eu tenho direito?”
Nesta
massa incontável de indivíduos a centrifugar direitos,
tudo
se conjuga na primeira pessoa, tudo é relativo ao Eu,
tudo e
todos se tornam instrumentos ao meu serviço:
a
natureza, os outros, o Estado, o próprio Deus!
Quando
todos só pensam em si, a vida torna-se numa batalha,
em que
sobrevivem apenas os mais fortes
à
custa da exploração, da insensibilidade, do medo e da destruição!
Este é
o caminho largo que não conduz à vida para todos!
Pai
grande, que te fazes pequeno para que possamos ser divinos,
obrigado
porque nos amaste primeiro e não te cansas de nos amar!
Cristo,
verdadeiro Deus e verdadeiro homem, maduro de coração,
salva-nos
do nosso egoísmo, obeso de direitos e de caprichos,
para
que aprendamos contigo a ser irmãos que oferecem a vida
e
filhos de Deus que praticam a solidariedade, o perdão e a paz.
Espírito
de amor, que nos ensinas a colocar na pele do outro,
ajuda-nos
a chorar com os que choram,
a
alegrar-nos com os que cantam,
a
baixar-nos aos pequeninos para os ajudar a crescer.
Ensina-nos
a peregrinar pelo caminho do encontro que brota do amor!
segunda-feira, junho 22, 2015
2ª feira da 12ª semana do Tempo Comum
Hipócrita, tira primeiro a trave da
tua vista e então verás bem.
(cf. Mt 7,1-5)
Sobre
nós resplandece um olhar de misericórdia!
A
santidade de Deus não se aproxima de nós para nos condenar,
mas
tudo faz para nos salvar, propondo-nos a aliança,
esperando
a conversão, enviando profetas,
dando-nos
como companheiro de viagem o seu Filho.
Jesus,
linguagem humana do amor inefável de Deus,
apresenta-se
como servo, perguntador, amigo de todos,
doando-se,
sem julgar, na cruz da injustiça!
E
quando tudo parecia estar perdido, dá-nos a sua paz
e
diz-nos: “Eis que estou vivo e estarei sempre contigo,
não
te condeno, mas faz tudo para não voltares a pecar!”
Quanto
mais parecidos somos, mais nos criticamos!
Será
porque vemos nos outros os defeitos que temos?
Se
assim for, sempre que nos incomoda algo no outro,
é
tempo de olharmos para nós e corrigirmos esse defeito.
É que
a crítica, o murmúrio acusatório, a maioria da vezes,
não
pretende a conversão do irmão, mas a sua humilhação.
Não é
o amor que nos impele nestes juízos depreciativos,
mas o
desprezo, a raiva, o complexo de superioridade...
Só
Deus nos conhece o coração e só Ele nos pode julgar,
por
isso, não queiramos usurpar-lhe esse poder,
fazendo-nos
deuses e senhores do irmão!
Pai
justo e olhar complacente que nos envolve e salva,
louvado
sejas pela omnipotência da tua misericórdia.
Cristo,
bom pastor e médico dos feridos pelo pecado,
louvado
sejas porque estás sempre connosco, como amigo,
e não
como juiz e inspetor que nos quer apanhar em falta.
Espírito
de santidade que escolheste viver em nós,
tão
impuros, tão infiéis, tão limitados, tão inchados,
purifica-nos
do mau olhar e da cegueira da vanglória.
Ajuda-nos
a aproveitar os incómodos nas relações humanas,
para
começarmos em nós a missão da conversão!
domingo, junho 21, 2015
ONDE ESTÁ A NOSSA FÉ EM JESUS DE NAZARÉ?
O medo gera insegurança,
Paralisa a iniciativa
E anula a energia,
Parecendo atrofiar
Nossa auto-confiança,
Coragem e ousadia,
Deixando-nos à deriva,
No mar da nossa existência
A que a nossa pouca fé
Não oferece resistência,
Se o vento forte soprar
E o barco à deriva vogar,
Porque até nos esquecemos
Que Jesus está connosco,
Com poder para acalmar
O vento e as ondas do mar,
Libertando-nos do
embaraço,
Como dar-nos Seu abraço,
Que nos acalma e
tranquiliza,
Fazendo-nos entender
Quanto precisamos crescer
Na razão que O fez dizer:
-“Ainda não tendes fé”
Em Jesus de Nazaré.
Isto aconteceu aos
discípulos
Que seguiam com Jesus,
Convidados a passar
Para a outra margem do
lago,
E, sendo ao cair da tarde,
Eis que o mar se revolta,
Em lugar de serenar.
Nós, hoje, também,
seguimos,
Nesta barca, com Jesus,
Num mar não menos
agitado,
Mas querendo, com Ele
passar,
Seguros para o outro lado.
Confiemos na Sua presença,
Silenciosa mas atenta,
Tendo fé na Sua Palavra,
Que, hoje como ontem,
acalma
As ondas do mar revolto,
Conduzindo-nos a bom porto
E, como bom Timoneiro,
Salvará barca e
barqueiro.
Maria Lina da Silva, fmm
Lisboa, 21.06.2015
12º Domingo do Tempo Comum
Ao cair da tarde, Jesus disse aos
seus discípulos: «Passemos à outra margem do lago». (cf.
Mc 4,35-41)
Deus,
ao cair da tarde de tantas iniciativas infrutíferas,
envia
o seu Filho, cheio do seu Espírito, e diz-lhes:
“Passemos
à outra margem, abramos a salvação a toda a criatura”!
Jesus
prega durante o dia à multidão e só adormece tranquilo,
quando
os discípulos aceitam o desafio de viver a sua Páscoa:
“Passemos
à outra margem do lago, partamos em missão,
Eu
estarei sempre convosco, à popa da barca da Igreja”!
Jesus
só atua diretamente, quando os discípulos entram em pânico,
em vez
de continuarem a remar e a retirar a água da barca!
E
perante a noite do medo e do desânimo, Jesus interroga-nos:
“Porque
parastes de remar, de evangelizar e de acreditar?
Não
quereis aproveitar esta crise para passar à outra margem da fé?”
A
barca da Igreja navega num mar encrespado de noite adversa!
Há os
ventos externos que não são favoráveis à fé:
famílias
ausentes e instáveis, sem amor nem fé,
uma
cultura materialista e consumista que engorda o ter,
um
secularismo militante que ridiculariza a fé no além,
uma
ética relativista que combate a lei natural e a harmonia...
Há as
ondas amuralhadas do fundamentalismo,
da
perseguição religiosa que impedem o livre exercício da fé.
Internamente,
a Igreja debate-se também, com a incoerência,
o
pecado a cheirar a incenso, o comodismo, o medo de arriscar!
Perante
esta noite da história, que faz a Igreja meter água,
viramo-nos
para Jesus ou desistimos de continuar em missão?
Santíssima
Trindade, ousadia misericordiosa sempre presente,
louvada
sejas porque passastes para a nossa margem
e
connosco permaneces, apesar das ondas da nossa infidelidade
e dos
ventos do nosso egoísmo e da nossa idolatria.
Cristo,
nosso mestre e timoneiro da Igreja missionária,
aumenta
a nossa fé e liberta-nos do medo
que
nos paralisa as forças e adoece a esperança e a comunhão.
Ensina-nos
a espiritualidade do saber remar em alto mar,
numa
ousadia humilde e perseverante,
que
nos liberta do papel de espetador e comentador
e nos
torna teus discípulos, em comunidade de missão!
sábado, junho 20, 2015
Sábado da 11ª semana do Tempo Comum
Procurai primeiro o reino de Deus e
a sua justiça, e tudo o mais vos será dado por acréscimo. (cf.
Mt 6,24-34)
A
providência de Deus alicerça a vida de toda a criação.
O sol
nasce e põe-se, a chuva e o vento aparecem e desaparecem,
as
árvores vestem-se de folhas e frutos e depois ficam nuas,
as
aves chilreiam e os animais vivem na floresta,
quer
durmamos ou estejamos vigilantes!
Deus
convidou o ser humano a participar na sua providência,
dando-lhe
força para ser jardineiro e agricultor,
engenho
para criar e dominar animais e peixes,
inteligência
para criar vestes, casas e tecnologias,
coração
para amar e dialogar, sorrir e ajudar!
Neste
estágio de aprendizes de colaboradores de Deus,
o
fundamental não é apropriar-nos das coisas e bens,
mas
saber usa-los ao serviço do projeto de Deus,
que em
nós confiou como seus colaboradores e cocriadores!
Toda a
criação pertence a Deus e dela depende.
Deus
entregou o cuidado de um pedaço a cada um,
conforme
a capacidade e a arte de cada um,
para o
bem pessoal e harmonia do bem comum.
Quando
perdemos o sentido desta verdade primordial,
sentimo-nos
donos, começamos a temer os vizinhos,
a
construir cercas e muralhas de defesa do nosso medo,
deitamo-nos
na cama da ansiedade que teme o amanhã.
E de
repente, já não olhamos para Quem nos confiou este serviço,
mas,
qual náufrago, agarramo-nos desesperadamente à vida,
buscando
a boia de salvação no celeiro e na dispensa cheia,
no
poder e na fama, na conta bancária aforrada...
O
resultado é um ser humano solitário, ansioso,
armado,
competitivo, consumista, deprimido e infeliz!
Pai de
bondade e mãos providentes invisíveis,
louvado
sejas pela harmonia da criação,
pelo
ritmo autossustentado com que geres a vida,
pela
arte da cor, das formas diversas, dos sons e dos cheiros!
Cristo,
nosso mestre na arte de viver a vida,
envia-nos
o teu Espírito e ensina-nos a amar sem possuir!
Dá-nos
inteligência para cuidar e servir a nossa casa comum,
como
irmãos amantes do bem e da paz, da partilha e da justiça,
e
artífices humildes do Céu na terra, à imagem do Filho de Deus!
sexta-feira, junho 19, 2015
6ª feira da 11ª semana do tempo Comum
Acumulai tesouros no Céu.
(cf. Mt 6,19-23)
Deus é rico em
misericórdia e pródigo em amor.
A sua alegria é
ter-nos a todos em sua casa,
porque o homem vivo
e salvo é o seu maior tesouro.
O Filho e o
Espírito, imagem perfeita do coração do Pai,
estão sempre
connosco, porque nós somos o seu tesouro!
Jesus ensinou-nos o
verdadeiro valor das coisas e das pessoas,
para que o
deslumbramento e as miragens não nos confundam,
mas ocupemos o
nosso tempo com o que permanece para sempre!
O tempo da nossa
vida é limitado, usa-lo mal é empobrecer,
se não acumularmos
amor, o único que tem o selo de eternidade!
Vivemos a ansiedade
do acumular: anos de vida,
experiências
extraordinárias, sucesso profissional,
riqueza, fama,
poder, tours turísticos, novidades tecnológicas...
Por isso, a vida é
feita a correr e falta sempre tempo!
E o tempo, que é
um bem limitado, vai-se gastando,
e é preciso parar,
para ver se acumulamos para a eternidade!
Porque, afinal, é
doando-nos que crescemos em amor,
é partilhando que
se alargamos a fraternidade,
é perdoando que
fazemos festa no Céu e paz na terra,
e acumulamos
tesouros que nos esperam em Deus!
Pai nosso, rico em
misericórdia e fonte inesgotável de amor,
obrigado por tanta
fidelidade silenciosa,
que abraça a
história e a esperança, numa aliança eterna.
Cristo, coração
aberto pela lança da rejeição,
donde brota a graça
dos sacramentos e da nossa salvação,
aumenta a nossa fé
e conduz-nos com a tua Palavra.
Espírito de luz e
de verdade, ilumina o nosso olhar
e purifica o nosso
discernimento para que saibamos dar valor
ao que no tempo tem
a marca da eternidade.
quinta-feira, junho 18, 2015
5ª feira da 11ª semana do Tempo Comum
Orai assim: ‘Pai nosso'. (cf.
Mt 6,7-15)
Deus é
diálogo oferecido em misericórdia e aliança.
Cada
Pessoa divina é porta-voz da comunhão trinitária
e
gostaria que cada ser humano fosse porta-voz da humanidade.
Por
isso, ensinou-nos a rezar numa atitude de filhos
e em comunhão
fraterna de irmãos, dirigindo-nos ao “Pai nosso”.
Neste diálogo, o
importante não são as palavras,
mas os sentimentos
e os desejos que nos habitam
e buscam
purificação, a graça e a orientação,
para aprender de
Deus a viver a humana relação.
Encontramo-nos com
o Coração grande, onde todos estamos,
e aproximamo-nos
com o coração aberto e a todos levamos!
Se no nosso coração
há um pingo de amor,
tornamo-nos sempre
porta-vozes daqueles que amamos,
seja nas relações
sociais, seja no diálogo espiritual.
O lugar social, a
nacionalidade, a religião, a ideologia,
a amizade, os laços
de sangue, o interesse...
determinam o grupo
exclusivo de quem somos porta-vozes.
Assim, ficam muitos
de fora desta fraternidade!
Há alguns que até
gostaríamos que Deus excluísse do seu coração!
Quanta necessidade
temos de estar com Deus, Pai nosso,
para aprendermos a
fraternidade da compaixão, sem exclusão!
Pai nosso, colo
eterno onde todos nos sentimos acolhidos,
louvado sejas pela
irmã natureza e por tantos irmãos tão coloridos!
Jesus, Filho de
Deus e Irmão que na cruz nos compraste a adoção,
louvado sejas pelo
dom do teu Espírito que nos alarga o coração.
Venha a nós o
vosso reino de amor misericordioso,
para que não haja
ninguém a alimentar a raiva ou a vingança.
Ensina-nos a
semear, cada dia, o pão da hospitalidade
para que ninguém
morra à míngua de fraternidade!
quarta-feira, junho 17, 2015
4ª feira da 11ª semana do Tempo Comum
E teu Pai, que vê o que está
oculto, te dará a recompensa. (cf.
Mt 6,1-6.16-18)
Deus
criou-nos com a capacidade de ser e de representar.
Cada
ato torna-se assim um exercício de liberdade e de verdade.
Perante
um estranho podemos ser apenas protocolares,
perante
alguém em quem não confiamos, ser o que queremos,
perante
quem confiamos, abrir o coração e estar desarmado,
perante
Quem nos vê e nos ama, revelar o que nos vai na alma!
O
problema é quando pensamos que Deus é como os homens,
e
fazemos da vida um teatro, que busca nas palmas recompensa.
A vida
está cheia de rituais sociais e normas protocolares.
Aquilo
que dizemos: “agora é assim” define atitudes,
comportamentos,
formas de pensar, modas, gostos, tendências.
Sem
nos darmos conta, estamos a perder a liberdade
porque
todos somos pressionados a “ser modernos”!
O
grave é que esta cultura do “reality show” e do prazer imediato,
ensina-nos
a ser atores, mas não nos ensina a ser sinceros,
verdadeiros,
críticos, racionais, livres, únicos, humildes.
Por
isso, é fundamental a fé, acreditar em Quem vê o oculto,
em
trabalhar para a eternidade, em amar de verdade!
Pai
nosso, Deus escondido e Senhor da verdade oculta,
obrigado
porque nos amas como somos
e,
apesar de saberes o que escondemos,
confias
em nós e nos chamas a amar de verdade.
Cristo,
Emanuel sempre connosco, só visível em sinais,
aumenta
a nossa fé e purifica-nos da hipocrisia.
Envia-nos
o teu Espírito de verdade e liberta-nos da mentira,
da
corrupção escondida, da violência doméstica,
da
infidelidade e do pecado revestido de santidade!
terça-feira, junho 16, 2015
3ª feira da 11ª semana do Tempo Comum
Eu, porém, digo-vos: Amai os vossos
inimigos. (cf. Mt 5,43-48)
O
pecado faz-nos virar as costas a Deus,
mas a
misericórdia do Pai ama-nos mesmo de costas viradas!
O amor
de Deus é anterior e posterior à nossa resposta,
por
isso, envia o seu Filho a dar-nos esta boa nova:
o Pai
espera-nos, com o coração em luto, para nos abraçar,
cobrir
de beijos, nos revestir de santidade e fazer festa sem fim.
A
única condição é querermos voltar à casa do Pai,
arrependidos
deste exílio e com humildade penitente.
E
Jesus desafia-nos também a ser como Ele, perfeitos no amor,
a amar
sempre, mesmo com o coração a chorar,
a
rezar pelos que nos fazem sofrer para que de amor possam viver!
Às
vezes diz-se, como elogio: “É muito amigos dos seus amigos”!
Mas
isto significa que “é muito inimigo dos seus inimigos”!
Para
um cristão isto é pouco, pois tem um coração cameleão:
perto
de quem ama é ternura e alegria de comunicação,
perto
de quem odeia é amargura e frieza raivosa!
Jesus
quer-nos coração, sede e fonte de paz e de amor,
faça
sol ou troviscos, caia neve ou chuviscos.
Por
isso, é que é contraditório querer comungar Cristo
e
recusar-se comungar o irmão, por quem Cristo deu a vida!
Senhor,
Pai de misericórdia infinita e eterna,
obrigado
porque continuas de portas abertas à nossa espera.
Cristo,
irmão de coração grande tal qual o Pai,
envia-nos
o teu Espírito, purifica-nos do ódio,
e
ensina-nos a rezar e a perdoar a quem nos ofende.
Dá-nos,
cada dia, o Pão da comunhão,
para
que saibamos ser Igreja que testemunha a caridade
e
anúncio de boa nova libertador a quem se consome na raiva.
segunda-feira, junho 15, 2015
2ª feira da 11ª semana do Tempo Comum
Eu, porém,
digo-vos: Não resistais ao homem mau.
(cf. Mt 5,38-42)
Deus
é sempre amor e misericórdia para bons e para maus.
Não
envia tempestade para os violentos e bonança para os pacíficos,
mas
para todos é apelo à conversão e oferta libertadora.
Foi
assim que Jesus viveu e ensinou, na fragilidade humana;
nem
a violência injusta conseguiu arrancar-lhe do coração,
ódio,
rancor, vingança, revolta ou desistência da sua aliança.
Amou
sempre e não há vinagre que lhe azede o coração!
Por
isso, convida-nos a segui-lo pela via do amor incontaminado,
da
não violência, do perdão, da doação de vida!
Que
caminho libertador ainda temos pela frente!
Hoje
advoga-se que o mercado deve reger-se pela livre concorrência.
Assim,
cada um luta por vender mais que o outro,
uns
apostando na qualidade, outros na baixa de preços.
O
problema é quando se usam métodos injustos,
como
a exploração infantil e laboral, a corrupção,
o
roubo de marcas contrafeitas, o cartelismo...
E
aquilo que era incentivo à produção, torna-se guerra de mercado,
invejas,
marketing agressivo, vinganças, competição desleal.
Chega-se
ao ponto de que o objetivo já não é produzir e vender,
mas
destruir o outro e estragar o negócio para ver quem vence!
Também
o mercado precisa da boa nova de Jesus Cristo!
Pai
de bondade, fonte de amor e misericórdia para com todos,
dá-nos
um coração bom e pacífico, livre para amar sempre.
Cristo,
coração de aliança, provado no cálice de dor da cruz,
nutre-nos
com o Pão dos fortes que nos liberta para amar,
mesmo
quando somos alimentados de violência injusta
e
assaltados por desejos de vingança e de rancor.
Vem
Espírito de Deus e habita em nós com a tua paz,
para
descobrirmos que vida é bela, mesmo em tempo de guerra!
domingo, junho 14, 2015
“EU, O SENHOR, DIGO E FAÇO”
Feliz quem crê e confia,
No Senhor que diz e faz,
Maravilhas, impensáveis,
Pois, é um Deus que pode
e ama,
E de todo o bem capaz,
Para proteger Seu Povo
E relança-lo, de novo,
No caminho do amor e paz,
Fiel à Sua Aliança,
A alicerçar nossa
esperança
Em dias de bênção
divina,
Que o olhar humano não
alcança,
Mas que a luz da fé nos
convida
A ver noutra perspectiva,
A Deus possível e eficaz,
Empenhando-nos em
realizar,
Quanto Lhe possa agradar,
Para O bendizer e louvar.
Assim, os que Deus chama e
envia
O Seu reino anunciar,
Vão cheios de confiança,
Movidos pela esperança
Que só Deus vai fecundar
A semente da Palavra
Que aos corações vão
lançar,
Como o agricultor lança à
terra
Sementes que irão
germinar,
Se ele as souber regar,
Mas logo vai descansar,
Confiante em Deus
cuidador,
Que lhe mandará a chuva,
O sol, a luz e o calor,
Para que a semente
germine,
Cresça, floresça e dê
fruto,
Sem que o agricultor
perceba
A acção interventiva
De Deus que é o Criador,
Para que isso aconteça.
Um só grão dá muitos
grãos
E uma só semente basta,
Para se transformar em
árvore,
De ramos e copa vasta,
Onde as aves fazem ninhos,
Para habitar e cuidar,
Em segurança os
filhinhos,
Que chilreiam de alegria,
De manhã e ao fim do dia.
ENSINA-NOS A COMPREENDER
QUE ÉS TU QUE FAZES
CRESCER
O QUE AS NOSSAS MÃOS
SEMEIAM,
MAS QUE APENAS MEDEIAM
TUA ACÇÃO A ACONTECER,
SEM QUE NÓS POSSAMOS VER.
Maria Lina da Silva,
fmm-Lisboa, 14.06.2015
11º Domingo do Tempo Comum
O reino de Deus é como um homem que
lançou a semente à terra. (cf.
Mc 4,26-34)
A
aliança de Deus e a palavra profética apresentam-se frágeis,
propostas
desarmadas, conselho de amigo, declaração de amor.
O
Filho de Deus encarnou criança, qual semente humana,
grávida
de vida nova, escondida num Nazareno crucificado.
O
Espírito de Deus fala baixinho, mas enche a aljava,
de
quem sonha, com confiança, semear corações novos.
A
Igreja é este campo, arroteado e semeado, sem grande aparência,
que
distribui sementes de trigo do Céu nas áridas estepes do mundo.
O
importante é semear a Palavra e cuidar e mondar e saber esperar!
A
dinâmica do semear supõe fé na semente e na terra,
e
fidelidade do semeador que cuida pacientemente do que semeou.
A
educação e a evangelização são um semear constante.
É
importante ver em que semente confiamos o futuro
e o
que oferecemos de esperança aos que amamos.
Quem
semeia consumismo, comida gorda sem família,
jogos
de entretém solitários, caprichos sempre obedecidos,
não
se admire de colher consumidores compulsivos,
obesos
egoístas, solitários sem amigos, filhos e alunos difíceis!
Quem
semeia solidariedade silenciosa, perdão compreensivo,
presença
gratuita, louvor feliz, responsabilidade sofrida,
fé em
Deus, olhar de esperança, coração que serve,
sabe
que não é o único a semear, mas confia,
que
mais tarde ou mais cedo essa semente boa vai germinar!
Pai,
semeador de vida que não Te cansas de nos amar,
obrigado
pela palavra que semeias na beleza da criação,
pelo
pão que nos dás e alimenta a nossa comunhão.
Cristo,
semente do reino de Deus, pequena e forte,
dá-nos
um coração acolhedor e generoso,
que
saiba escutar o teu evangelho e semear o dom que recebeu.
Espírito
que inspiras boas práticas e bons sentimentos,
faz da
Igreja campo confiante, alegre e evangelizador,
que
não teme as sementes daninhas que crescem rápido,
mas
semeia sempre, porque sabe esperar o Eterno que já a habita.
sábado, junho 13, 2015
S. António de Lisboa
Aquele que os praticar e ensinar
será grande no reino dos Céus. (cf.
Mt 5,13-19)
Jesus
é o sal do mundo que dá sabor e salva da morte.
Cristo
é a luz da vida, que ilumina e dá calor,
purifica
e transforma, orienta e faz crescer.
Quem
se alimenta da sua Palavra e vive segundo o seu Espírito,
torna-se
sal do mundo e luz das nações, instrumento condutor,
que
leva esta fonte de vida a todos os que andam nas trevas.
Os
santos, como o franciscano António, encontraram o segredo
de
viver e dar vida, numa sabedoria que faz bem a todos.
Meditam
na Palavra de Deus, como quem se aninha ao colo da mãe,
se
alimenta e descansa, para fazer da vida uma aventura de esperança!
As
festas populares de junho enchem as ruas e os pátios
duma
alegria regada e bailada, cheirando a sardinha e manjerico.
Os
noivos e os sem namorado, viram-se para S. António,
mas
estão a pensar apenas em si e que a sorte lhes caia no prato!
Esqueceram-se
de acompanhar António e com ele aprender a amar,
bebendo
na mesma fonte e aprendendo na mesma universidade
que
transforma o seu coração num poço fresco e cheio de paz,
onde
se mata a sede da fé e se reflete o estado da alma,
num
oásis de encontros que cruzam vidas paralelas.
Então
a marcha dançada e cantada no palco
torna-se
inspiradora duma vida peregrina, em comunhão e com rumo!
Senhor,
mistério de amor que te fazes Palavra criadora,
obrigado
pelo dom da vida, pois tudo na vida é puro dom.
Cristo,
sabedoria com sandálias de mestre e companheiro,
obrigado
por tanto amor doado, tanta graça oferecida,
tanto
pão repartido, tanta misericórdia servida
como
se fossemos os únicos nesta paixão sem limites.
Espírito
de ciência e doce alegria que nos inunda e habita,
ensina-nos
a viver com sabor a felicidade e luz que dá a mão,
com o
coração a arder, cheio de louvor e fraternidade.
S.
António de coração grande e rico em boas novas
intercede
por nós e ensina-nos a beber na mesma Fonte!