quarta-feira, novembro 30, 2016
S. André, Apóstolo
«Como são formosos os pés dos que anunciam o Evangelho!». (cf. Rm 10,9-18)
Os pés de Jesus são formosos e treinados no anúncio do Evangelho.
Eles sentirão as pedras no caminho que endurecem os ouvidos
e alimentaram a paciência e a persistência com as sandálias da misericórdia!
Pés que a mulher pecadora lavou com as suas lágrimas
e Maria ungiu com perfume de nardo puro!
Pés que a injustiça crucificou e tentou prender na cruz,
mas que a Vida ressuscitou com marcas de vitória.
Pés que marcam um caminho e um seguimento
que André escutou, obedeceu, seguiu e anunciou!
Advento é ser pés que acreditam e anunciam a esperança!
Somos pés sedentários que esperam ser servidos.
Somos pés laborais que vendem passos e compram sustento.
Somos pés de atletas que buscam saúde e beleza.
Somos pés que deambulam em busca de furto e de infidelidades.
Somos pés de voluntário que oferecem o dom do serviço e da presença.
Somos pés de peregrino que buscam a fé e a felicidade sustentada.
Somos pés de anúncio que oferecem boas novas e luz no caminho.
Somos pés solidários que escutam gemidos e respondem compaixão.
Somos pés de diversão que buscam prazer na solidão da dor.
Somos pés de diálogo que perscrutam a verdade e oferecem perdão.
Somos pés de oração que ajoelham perante os Pés da Salvação!
Santíssima Trindade, que em Jesus vos fazeis pés da humanidade,
ajudai-nos a continuar a ser os pés de Cristo hoje!
Jesus, que chamaste André e chamas cada um de nós
a seguir-Te e a anunciar-Te dos pés à cabeça,
envia-nos o teu Espírito e que Ele conduza os nossos passos!
Ensina-nos a ser pés de unidade e de comunhão entre Igrejas,
para que o Corpo de Cristo resplandeça, perante o mundo,
como testemunho do Evangelho da justiça, da paz e da caridade!
S. André, Apóstolo de Cristo e pescador da humanidade perdida,
intercede para que saibamos ser pés formosos que evangelizam!
terça-feira, novembro 29, 2016
3ª feira da 1ª semana do Advento
Julgará
os infelizes com justiça e com sentenças retas os humildes do povo.
(cf. Is 11,1-10)
O
futuro é de esperança, mesmo quando se trata de
julgamento,
porque
nos
espera o juízo do amor, da verdade e da justiça.
Deus
conhece o íntimo da cada um de nós,
não
nos julga segundo as aparências ou as pressões de influentes,
mas
julga-nos segundo o espírito de sabedoria e de paternidade.
Os
infelizes, os humildes, os marginalizados, habituados a ser lixo,
serão
tratados com a dignidade de filhos e a justiça da misericórdia!
Advento
é o despertar da boa nova da esperança para todos
os
que têm o coração reto e
buscam a luz de Deus!
Quando
todos forem tudo em Cristo, brotará a Paz e a Justiça!
Habituámos-nos
a dizer que somos todos iguais em direitos e deveres,
mas
na realidade, há uma justiça para ricos e outra para pobres,
uma
saúde para os que têm posses e outra para quem não as
tem,
uma
educação para os que podem escolher boas escolas
e
outra para os
que não podem!
A
injustiça gera a convulsão e a exclusão social,
o
abismo entre o que se professa e o que se faz,
a
desconfiança e manipulação das instituições de poder,
mesmo
se democraticamente eleitas!
O
Advento abre-nos à esperança e ao compromisso
com
uma sociedade diferente, mais justa e fraterna!
Por
isso, o Advento não é apenas espiritual,
mas
traz uma força profética que não nos pode deixar indiferentes
às
injustiças e “camuflagens legais”
da nossa sociedade!
Cristo,
ungido pelo Espírito de Deus e Filho do Altíssimo,
unge-nos
com o teu Espírito de sabedoria e de bom conselho,
para
aprendermos a viver como Tu, com um coração justo
e
um olhar fraterno, fermentando uma sociedade de paz!
Liberta-nos
da ambição que espezinha o frágil e o ignorante!
Alimenta-nos
a fé e a esperança na justiça da verdade,
que
um dia nos julgará sob a luz da transparência,
para
que não andemos a investir na mentira das aparências,
nem
na esperteza avara da corrupção e da exploração!
Que
este Advento nos comprometa mais com a justiça e a verdade!
segunda-feira, novembro 28, 2016
2ª feira da 1ª semana do Tempo Comum
Vinde,
subamos ao monte do Senhor. (cf.
Is 2,1-5)
Isaías
convida-nos a subir ao monte do Senhor,
a
aprender a andar à luz da sua Palavra,
a
transformar os instrumentos de guerra
em
instrumentos de paz e de desenvolvimento.
O
pórtico do Advento abre-se com a chave da conversão!
Alimentamos
a espera do Senhor, voltando-nos para Ele,
exercitando
a subida ao seu monte pela oração,
buscando
o seu Rosto, mais do que o nosso,
reconhecendo-O
e amando-O como Juiz e Bom Pastor!
Advento
é um convite a subir à meta da santidade,
não
a acomodar-se na mediocridade da rotina da vida!
A
novidade, a criatividade e
a aprendizagem de coisas novas
custa,
exige muito de nós, por isso, preferimos o já conhecido,
os
automatismos da rotina, a segurança do “sempre fiz assim”!
Só
que o automatismo repetitivo envelhece o cérebro,
fecha-nos
no círculo do pensamento, da afetividade e da iniciativa.
O
que acontece com o corpo sucede com a vida
espiritual!
Ela
precisa da aventura insaciável do mais,
dum
alpinismo arrojado de aprofundamento da fé,
duma
liberdade em deixar tudo para encontrar o Tudo,
duma
sede de aprender a fazer bem o Bem e a Paz!
O
desafio do cristão é querer fazer a diferença pela positiva!
Pai
Santo, mistério que nos esperas no mais
além,
eleva-nos
da nossa vida satisfeita de
galinheiro
e
ensina-nos a voar nas alturas da verdade e da esperança!
Cristo,
rebento novo que alargas o nosso horizonte,
envia-nos
o teu Espírito e ensina-nos a subir na vida,
aprendendo
a amar sem medida,
a
promover a paz sem desistências,
a
caminhar na fé com a
confiança de criança,
a
sonhar um mundo novo com a santidade de alma!
Ajuda-nos,
Senhor, a entrar neste Advento com um espírito novo!
domingo, novembro 27, 2016
1º Domingo do Advento
A
salvação está agora mais perto de nós. (cf.
Rm 13,11-14)
Jesus
não quer entrar na rotina da nossa vida,
como
mais um produto a consumir e
a deitar fora!
Ele
quer fazer-nos crescer na fé e no seguimento,
para
que, cada vez sejamos cristãos mais adultos,
mais
verdadeiros, mais comprometidos, mais vigilantes.
O
tempo de Advento, que hoje começa,
não
pode ser um “volta o disco e toca o mesmo”,
cada
vez mais descuidado e ensonado,
mas
um começar de novo e
um crescendo mais desperto,
intensificando
os encontros com Cristo e com os outros,
para
que o Encontro não nos apanhe desprevenidos e vazios!
Advento
é aproximar-nos mais de Cristo na fé, na esperança e nas obras!
A
educação da fé parece concentrar-se e esgotar-se
apenas
na fase infantil e pré-adolescente.
As
fases da vida mais exigentes, a juvenil e a adulta,
ficam
abandonadas a si mesmas, aos seus impulsos,
aos
seus sonhos e ambições, à
sua noite de valores.
Felizmente
que há novos movimentos e dinâmicas eclesiais,
que
procuram preencher esta lacuna e ratoeira,
e
alimentam a formação permanente, acompanham os novos desafios,
ajudam
a crescer na fé e despertam para a conversão.
O
Advento vem recordar-nos do “ainda não basta”,
do
“quero ser mais santo e
identificar-me mais com Cristo”!
Senhor,
como sois grande e imenso é o mistério do vosso amor,
ajuda-nos
a crescer na fé e na santidade de vida!
Cristo,
nosso salvador e companheiro de peregrinação,
dá-nos
o teu Espírito e sê a nossa luz nas trevas da nossa vida!
Ajuda-nos
a ser uma Igreja viva e missionária,
sempre
em tensão de Advento e conversão vigilante,
para
que andemos humildemente como em pleno dia!
Ajuda-nos
a não viver apenas a lamentar-nos da nossa fé frágil,
mas
a buscarmos crescer e alimentar a nossa vida
com
a oração, a escuta da
Palavra e a participação ativa
na
Eucaristia e na construção de um mundo melhor!
Vinde,
Senhor Jesus, e revesti-nos
com a luz do teu Evangelho!
sábado, novembro 26, 2016
Sábado da 34ª semana do Tempo Comum
Não suceda que os vossos corações se
tornem pesados. (cf.
Lc 21,34-36)
Jesus é leve e
livre para estar em Deus e na criação.
A sua
vida é um rio de água viva,
transparente e
curativa,
que
corre pelos desertos da
nossa vida cheia de areias.
Come e bebe com os
pecadores, mas não como os pecadores!
A sua missão é
conquistar e curar os corações doentes
e não encharcar-se
de comida, de bebida e de preocupações,
que tornaria o seu
coração pesado e em redemoinho sobre si mesmo!
Jesus pode dar a
sua vida na cruz,
porque aprendeu a
dá-la cada dia, como peregrino de coração leve!
Cristo
alerta-nos para termos cuidado e estarmos alerta em oração,
para que não
sejamos surpreendidos, de coração pesado,
ocupados
em ambicionar coisas para nós
mesmos,
sem
espaço nem forças
para amar a Deus e aos
outros!
Somos uma sociedade
sedentária, sentada em cadeira de rodas!
Queremos ser como o
sol, desejando que tudo gire à nossa volta.
Sentamos-nos no
carro para que o mundo ande e nós parados;
sentamos-no sofá
em frente à TV ou do computador,
para que o mundo
passe à nossa frente
e nós fiquemos
parados de comando na mão;
Em vez de
visitarmos alguém, telefonamos-lhe,
para que nos
comuniquemos, sem nos deslocar!
Com tudo isto, o
coração fica gordo, pesado, preguiçoso,
e o
corpo fica encharcado de vazio,
paralisia, umbiliquia!
O nosso
sedentarismo está a colocar-nos doentes,
pesados, gulosos,
incapazes de nos elevar para Deus,
nem de nos levar,
leves e alegres, ao encontro do outro!
Senhor, nosso Deus,
de coração grande e leve,
porque livre de
gorduras egoístas e cheio de amor misericordioso,
dá-nos um coração
semelhante ao vosso!
Cristo, livre para
servir e dar a vida por nós,
envia-nos o teu
Espírito de sabedoria e ensina-nos a viver,
com equilíbrio e
harmonia, com solidariedade e piedade!
Ensina-nos a ser
sempre peregrinos da verdade, da justiça,
do amor, da
liberdade, da misericórdia e da missão!
Faz de nós atletas
da oração, da escuta, da contemplação,
do diálogo, do
encontro, da visitação, da compaixão!
sexta-feira, novembro 25, 2016
6ª feira da 34ª semana do Tempo Comum – S. Catarina de Alexandria
Olhai a figueira e todas as árvores.
(cf. Lc 21,29-33)
Deus
escreve beleza e harmonia na natureza.
Tudo
fala do Criador, com a mesma gramática de amor.
Pela
contemplação, aprendemos a ler a natureza,
descobrimos-nos
irmanados no dom e no cuidado.
Jesus,
em Nazaré, aprendeu a observar o sol e chuva
que
vem para todos, bons e maus,
e
compreender a misericórdia divina!
Aprendeu
a olhar os lírios e os pássaros
e a
ouvir a providência divina falar.
Aprendeu
a surpreender-se com a pequenez da semente
e a
acreditar na força da fé e do reino de Deus.
Aprendeu
a ver na busca ansiosa e no festivo encontro
do
pastor que perdeu e encontrou
uma ovelha perdida
ou da
mulher que perdeu e encontrou
uma moeda,
a sua
missão de salvar os pecadores e de
os procurar.
Aprendeu
com a figueira e a videira,
que o
importante são os frutos que dão vida aos outros
e não
a folhagem com que se enfeita a si mesmo!
A
velocidade com que andamos
e os
entretens com que preenchemos o silêncio,
impede-nos
de contemplar, de aprofundar, de meditar!
Quando
a opção é andar de autoestrada,
a
natureza e a paisagem não nos entram
dentro,
mas
ficam
para trás, pois o foco é chegarmos
ao destino.
Os
produtos chegam-nos a casa, via supermercado,
todos
processados, embalados e às vezes pré-cozinhados.
A luz
elétrica eclipsou a beleza misteriosa de um céu estrelado!
A
cidade, ao ritmo do telecomando,
fez-nos
estranhos aos ritmos naturais do semear e cuidar,
do
podar e tratar, do mondar e colher, do cheirar, tocar
e saborear...
Hoje
há muita gente analfabeta na contemplação da natureza!
Bendito
sejas, nosso Senhor, pelo jardim da criação,
autónomo
e dependente, que colocaste ao nosso serviço
e nos
pediste que cuidássemos dele com arte e com alma!
Bendito
sejas, Jesus, pela prolongada vida oculta em Nazaré,
onde
aprendeste a ler no livro da vida os mistérios do reino de Deus!
Ensina-nos
a gramática da contemplação e da meditação
em
cada pormenor e em
cada acontecimento,
sabendo
deter-nos, silenciar os ruídos escolhidos,
e
expor-nos à sinfonia natural dos sons, dos cheiros,
dos
sabores, das cores, das formas, da criatividade...
Espírito
Santo, dá-nos o dom da sabedoria,
para
sabermos ler e compreender o
sentido da vida,
no
livro da Escritura e no
livro da Criação!
quinta-feira, novembro 24, 2016
5ª feira da 34ª semana do Tempo Comum – S. André Dung-Lac e companheiros
Jerusalém será calcada pelos pagãos,
até que aos pagãos chegue a sua hora. (cf.
Lc 21,20-28)
A
palavra final da história é o Filho do Homem,
que
vem do Alto, com grande poder e glória,
para
julgar opressores e oprimidos.
A uns,
Jesus vai mostrar que estão mortos e desintegrados,
a
outros vai dar a sua libertação e recompensa!
A
todos chega a sua hora de verdade frutificada,
que
será julgada pelo que é eterno, pelo que permanece,
pelo
Coração
que geme de dor por ver filhos queridos perdidos
e
canta de alegria por ver filhos que são diamantes escondidos!
Como é
bom sabermos que a história é conduzida pelo Amor!
A
história está cheia de grandes impérios que nasceram,
cresceram,
dominaram, enfraqueceram e morreram.
Que
adianta gritar, agredir,
explorar, ambicionar, fanfarronar,
se um
dia seremos
todos frágeis, dependentes, reduzidos a nada?
A
aparência esconde muitas
vezes uma podridão interior!
É
quando se abre a fruta que se
revela o que está dentro;
é
quando o tempo amadurece que se mostra
a
consistência da força, a fecundidade do poder,
a
verdade da palavra, a
sustentabilidade do amor!
Deus,
o Eterno,
está sempre no princípio,
no entretanto e no final,
é
sempre a última palavra, é
sempre o amor nos espera e julga!
Pai de
bondade e misericórdia, damos-Te graças,
porque
o Teu poder não humilha nem destrói,
mas
cria, cuida, acompanha, serve, cura e salva!
Cristo,
Messias despido de poder e de ambição de domínio,
ensina-nos
a ser humildes na força e na prosperidade,
a ser
fraternos e solidários na administração dos bens,
a
viver da fé e da confiança na fraqueza e na privação.
Espírito
de luz e de discernimento da verdade,
ajuda-nos
a viver cada etapa da nossa vida,
com a
sabedoria do que vale no mercado de valores eterno!
S.
André e companheiros, irmãos mártires duma fé madura no Vietname,
intercedei
para que não sejamos cristãos camaleão,
mas
cristãos capazes de seguir
Jesus até à cruz!
quarta-feira, novembro 23, 2016
4ª feira da 34ª semana do Tempo Comum
Pela vossa perseverança salvareis as
vossas almas. (cf.
Lc 21,12-19)
A
misericórdia é a
perseverança de Deus na história!
A
Encarnação do Filho é uma missão arriscada
em que
a Fidelidade monta a sua tenda no reino da infidelidade,
a
palavra da Aliança é proclamada à prostituta leviana,
o
Enamorado oferece a sua vida para salvar a sua
amada!
A cruz
é a prova final em que despem Jesus de todo o amor,
e o
aparente fracasso dum Messias vencido
é
coroado pela perseverança de Quem continua a acreditar:
que só
o Amor salva, só o amor é
eterno, Jesus é Filho do Amor!
A vida
do cristão é chamada a ser provada na perseguição,
na
tentação, na escuridão da fé, no abandono do amor,
para
revelar a sua perseverança, a rocha onde está construída!
Existe
hoje uma fobia doentia ao fracasso e ao sofrimento.
A
educação foge do não, com medo que fiquem traumatizados!
Tudo é
sim, tudo é proteção antecipada do perigo,
tudo é
cheio de recompensas de capricho!
A
ascese do desejo, a espera do momento oportuno,
a
orientação para o bem comum, a
perseverança no compromisso,
não é
educado, não é ensinado, não é testado!
Assim
a vida torna-se mais uma fuga do que uma procura!
O
mesmo se replica na educação da fé,
que em
vez de apresentar Jesus na cruz como modelo a seguir,
apresenta
um Deus milagreiro que deve completar no exame,
aquilo
que não estudei, vencido pela preguiça
e os
passatempos que alimentam a dependência!
Senhor,
Rocha firme da nossa esperança
e Sol
que nos aquece com a tua misericórdia,
fortalece
a nossa fé e dá resiliência à nossa fidelidade!
Cristo,
prova vencida contra a tentação duma vida de fuga,
ensina-nos
a permanecer no amor quando
fustigado pelo ódio,
a dar
razões da nossa esperança em ambientes adversos!
Espírito
Santo, sabedoria que ilumina a mentira escondida,
ensina-nos
a ser profetas da vida eterna na cultura do provisório,
em que
o consumismo nos engrenou e nos ensonzou!
Dá-nos
o dom de uma oração perseverante e constante,
de uma
misericórdia fiel e gratuita,
de uma
solidariedade generosa e gratuita,
de um
testemunho destemido, humilde
e audaz!
terça-feira, novembro 22, 2016
3ª feira da 34ª semana do Tempo Comum – S. Cecília
Muitos virão em meu nome e dirão:
‘Sou eu’; e ainda: ‘O tempo está próximo’. Não os sigais.
(cf. Lc 21,5-11)
Jesus
alerta-nos para os messianismos oportunistas,
em
tempos de crise, de guerra, de medo e de instabilidade.
Apresentam-se
como messias especiais enviados por Jesus,
falam
na primeira pessoa e atemorizam com milenarismos,
com
data e hora marcada, em que tudo será destruído,
menos
eles e quem estiver com eles!
Desses,
Jesus alerta-nos:
“Tenham cuidado, não os sigais!”
Deus
não quer a destruição, mas a conversão,
por
isso, os sinais de emergência, guerras e alterações climáticas,
não
são para nos alarmar, mas para nos despertar
e
levar a corrigir com sabedoria e amor os erros cometidos por todos!
O
final do ano litúrgico é tempo de avaliação, não de
atemorização!
Os
tempos de crise exigem discernimento pessoal e comunitário,
não
soluções mágicas, “banhas da cobra” que curam tudo,
milagres
a pedido como varinhas da fada, ilusionistas
do sucesso!
A
maioria das vezes segue-se o movimento do pêndulo,
fugindo
de um que nos desiludiu e entregando-nos ao outro,
que
nos promete mundos e fundos de um dia para o outro!
É
assim na política, na afetividade, na vida religiosa, no mercado...
É
assim que florescem populismos e extremismos políticos,
seitas
e messianismos religiosos, espiritismos e astrólogos,
professores
de cartas e mistérios escondidos,
alienações
drogadas e vendas de elixiris na internet!
É
assim que os carentes de amor
e os pobres ricos de sonhos
são
enganados por predadores vestidos de anjos!
Senhor,
Pai bondoso e Rei da
misericórdia,
obrigado
pelo tempo que nos dás de conversão,
pela
Palavra e pelos sinais de aviso e de convite,
por
Jesus, teu Filho e Vosso enviado a salvar-nos!
Cristo,
Filho do Homem que cura e julga na
cruz,
obrigado
porque Te apresentas mediado na Igreja
como
médico que se apresenta como remédio,
como
Pão e Cordeiro que alimenta a santidade!
Espírito
Santo, Luz que conduz à verdade e ao amor
e
aquece o frio do nosso egoísmo com a comunhão fraterna,
louvado
sejas pelo Teu trabalho suave e profundo,
que
nos vai ensinando a canção do Cordeiro imolado de pé!
S.
Cecília, arpa de louvor da virgindade e do martírio,
ensina-nos
a cantar um cântico novo, cada manhã!
segunda-feira, novembro 21, 2016
2ª feira da 34ª semana do Tempo Comum – Apresentação de Nossa Senhora
Ofereceu tudo o que possuía para
viver. (cf.
Lc 21,1-4)
Quem
olha a partir do infinito não olha a quantidade,
mas o
relativo na proporção do todo!
Quem
vê a partir de dentro e conhece os corações,
não
se surpreende com a quantidade da
oferta,
mas
com o amor generoso da
entrega de si!
O
Filho de Deus esvaziou-se de tudo ao encarnar,
para
que não caísse na tentação de nos dar coisas,
em vez
de se dar a si mesmo, como cordeiro imolado!
Foi na
oferta de si mesmo que Jesus cumpriu plenamente
o
mandamento da aliança: “amar com TODO o coração,
com
TODAS as forças e
eternamente a Deus e ao
próximo!”
Foi
esta plenitude de entrega que Jesus elogiou na viúva pobre,
Deus
se alegrou na Virgem Maria e a Trindade espera de nós!
Tudo
se dá ou vende por medida e a partir do sobra.
O bem
maior é o tempo que revela onde temos o coração!
Dar
todo o tempo a alguém, a uma causa ou a uma coisa,
é
deixar-se absorver por uma generosidade que cheira a eterno!
Passar
todo o tempo comigo mesmo, chama-se narcisismo;
passar
todo tempo os outros e com
Deus chama-se consagração!
Dar um
pouco de tempo a cada dimensão da vida: eu, vós, Ele,
chama-se
sabedoria de viver, equilíbrio saudável ao coração!
Dar o
tempo que sobra ou forçado, sabe a pouco,
sabe a
comida fora de prazo, é indigesto para quem o recebe!
Santíssima
Trindade, eterna e totalmente empenhada em ser dom,
em ser
misericórdia infinita, em ser aliança eterna,
em dar
a vida pela nossa salvação,
em
bater pacientemente à nossa porta,
dá-nos
um coração semelhante ao Vosso!
Cristo,
imagem perfeita de Deus-Dom,
aumenta
a nossa fé e alimenta-nos
com o dom da Eucaristia,
para
que também aprendamos a amar e servir,
entregando-nos
integralmente
e com alegria generosa
a Ti,
à tua missão e ao cuidado dos irmãos e
da criação!
Maria,
que se apresenta a Deus como serva humilde e fiel,
ensina-nos
a descentrar de nós mesmos, como poço fechado,
para
seguirmos o teu ideal de ser fonte que dá vida!
domingo, novembro 20, 2016
34º Domingo do Tempo Comum – Nosso Senhor Jesus Cristo Rei, Rei do Universo
Jesus, lembra-Te de Mim, quando vieres
com a tua realeza. (cf. Lc 23,35-43)
Jesus,
manso e humilde de coração, senta-se no trono da cruz.
As
honras que lhe prestam são zombaria, troça, insultos,
ridicularização
e o
vinagre a beber do desprezo
público!
Perante
este ataque à sua reputação
e
autenticidade do seu messianismo,
Jesus
permanece em paz, a sangrar
de amor e de graça!
Paga-nos
com a doçura do seu amor misericordioso
e
transforma o vinho azedo que lhe damos, em vinho novo de perdão!
Reinar
sem se notar, ser servo e sem
amedrontar,
ser
paciente e esperar que lhe batamos à porta para entrar,
selar
a sua aliança eterna de amor, quando não é amado,
é
tocar o mistério, sentir o colo dum trono surpreendente!
O ser
humano tornou-se rei em muitas coisas:
no
domínio das ciências e das tecnologias,
na
compreensão de mistérios do
macro e do
nano...
mas
são reinados limitados
e a
ciência já se habituou a ser mais humilde e menos apodítica!
A
depressão e a violência institucionalizada
demonstra
que ainda não reinamos em cercas ocasiões,
que
perdemos a segurança e entramos em estado de contaminação
perante
ataques verbais que ofendem
a nossa reputação!
Ainda
temos que crescer muito em maturidade e amor
até
chegarmos à estatura de Cristo que transforma a cruz
num
sinal de vitória, num trono de misericórdia e fidelidade!
Senhor,
lembra-te de mim quando me dão vinagre a beber
e a
azia da revolta e do ressentimento me adoece a alegria!
Senhor,
lembra-te de mim quando sou tentado a descer da cruz,
a
fugir dos problemas, a negar a fé, a desistir de lutar pelo bem!
Senhor,
lembra-te de mim quando o pecado me
torna dependente,
me
desanima a esperança e
me fecha no medo de tentar ser santo!
Senhor,
lembra-te de mim quando me esqueço de Ti
e
procuro coroas
de teatro, que fazem da vida um virtual show!
Senhor,
venha a nós o teu Reino e ajuda-nos a crescer
na fé,
na esperança, na caridade, na justiça,
e na
fidelidade à tua missão
quando o ridículo nos ataca!
sábado, novembro 19, 2016
Sábado da 33ª semana do Tempo Comum
De qual destes será ela esposa na
ressurreição, uma vez que os sete a tiveram por mulher? (cf.
Lc 20,27-40)
Deus
desposou o seu Filho querido, o enlevo da sua alma,
com a
humanidade, sua criatura, fruto
do seu amor!
É uma
esposa infiel que se vai entregando a sedutores aventureiros,
sem
vínculo nem fecundidade, a não ser o prazer do instante!
Cristo
desceu e aproximou-se do seu coração rebelde,
falou-lhe
ao coração, ofereceu-lhe o perdão,
e
comprou-lhe a sua liberdade com o preço do seu sangue!
E
quando a sua esposa O
traiu e O
matou,
não
morreu a sua paixão nem secou o seu amor,
mas
selou com ela uma aliança eterna e unilateral!
Todos
os outros esposos idolátricos e voláteis,
desapareceram
como apareceram,
por
isso, o único esposo na ressurreição será Cristo,
Aquele
que é, que era e será a aliança eterna
de Amor!
Hoje
ser moderno é ser infiel e
ambicionar novidades!
O lixo
está cheio de compras que passaram de moda,
fora
do prazo de validade, que
se tornaram inúteis!
O
critério não é se estão em bom estado,
mas se
são antiquados, se já nos cansámos deles!
O
mesmo se aplica às relações humanas, que se tornam voláteis,
como
abelhas que querem experimentar tudo e todos!
Hoje
todos querem ter o
papel de provadores,
num
donjuanismo doentio que grita liberdade!
Daí
os divórcios sucessivos, as poligamias e poliandrias,
as
solidões depressivas, o comércio do sexo...
Felizmente
há gente que sabe renovar o usado e dar-lhe
nova vida,
sabe
dar um fim solidário
ao que já não precisa,
sabe
separar e reciclar ou
compostar o que se tornou lixo!
Santíssima
Trindade, Deus dos vivos e fonte da Vida,
alarga
o nosso horizonte de fidelidade e de amor!
Cristo,
Amor não amado que não Te cansas de nos amar,
aumenta
a nossa fé na ressurreição e a nossa ambição de santidade!
Espírito
de discernimento, dá-nos um coração novo
e
ajuda-nos a acolher a misericórdia divina que nos salva!
Maria,
Mulher fiel e Mãe da Igreja,
ajuda-nos
a ser uma Igreja-esposa santa, pura e misericordiosa,
na fé,
no testemunho, na missão, na celebração e no quotidiano!
Ensina-nos
a cuidar da criação com equilíbrio e justiça!
Dá-nos
a sabedoria de amar na alegria e na tristeza,
na
saúde e na doença, na prosperidade e na dificuldade,
tudo
cozinhado com diálogo, perdão e humildade!
sexta-feira, novembro 18, 2016
6ª feira da 33ª semana do Tempo Comum – Dedicação das Basílicas de S. Pedro e S. Paulo
Jesus entrou no templo e começou a
expulsar os vendedores. (cf. Lc
19,45-48)
Jesus
veio purificar o templo vivo de Deus:
o
coração humano, a sua aliança e os sinais da sua presença!
Deus
não quer habitar em paredes frias e desérticas,
nem em
praças de mercado só acessíveis a alguns,
mas
quer ser o fogo da aliança, a luz do amor,
o hino
de louvor, a palavra de misericórdia,
o
ponto de encontro celebrativo e festivo
que
une os povos numa só voz, fraterna e pacífica!
A sua
oferta ao Pai não é comprada a nenhum vendedor,
mas é
a sua própria vida oferecida em resgate por todos!
Onde
tudo se compra e se
vende é difícil encontrar Deus!
Evangelizar
hoje, passa por ter uma posição profética,
que
denuncia e purifica uma
sociedade baseada no mercado,
onde o
corpo se vende e se compra, o amor se infideliza,
a
paróquia se torna numa secretaria que vende serviços religiosos
e
fazemos do templo uma feira de vaidades
e da
oração uma cunha para alcançar o que queremos!
Jesus
quer entrar na minha vida, no meu coração,
e
expulsar os vendedores de vinganças e de chantagens,
de
mentiras e de ilusões, de
escravaturas do prazer e do consumo!
Jesus
quer que cada um se descubra casa de oração,
mansão
de fraternidade, tenda de encontro, banca de bênçãos!
Santíssima
Trindade, mistério de graça e de oferta salvífica,
venha
a nós o vosso reino de misericórdia e de amor!
Cristo,
sacerdote do Altíssimo com coração de cordeiro,
alimenta-nos
com o teu Corpo eucarístico,
para
que aprendamos a oferecer-nos gratuitamente
pela
salvação de todos os que dependem do valor de mercado!
Espírito
Santo, diálogo verdadeiro no silêncio do encontro,
ensina-nos
a orar e a escutar a palavra da conversão,
no
silêncio do quarto e na comunhão da Igreja celebrativa!
S.
Pedro e S. Paulo fazei de nós uma oferta graciosa a Deus
e
agradável e acessível a todos os irmãos excluídos do mercado!
quinta-feira, novembro 17, 2016
5ª feira da 33ª semana do Tempo Comum – S. Isabel da Hungria
Por não teres reconhecido o tempo em
que foste visitada. (cf.
Lc 19,41-44)
Deus
visita o seu povo, disfarçado nas mediações:
as
leis da natureza, o roer de
consciência,
o
gemido do pobre, a Palavra que ilumina,
os
sinais sacramentais, a contemplação do mistério,
a
beleza natural e artística,
a bondade gratuita...
A fé
é a arte de saber reconhecer no quotidiano
a
grandeza do infinito e o amor escondido de Deus,
que
nos visita como brisa suave que refresca a alma!
Jesus
visitou Jerusalém, mas esta andava distraída
e
matou o salvador, o Rei que entrou manso
e humilde!
Quando
não reconhecemos a Fonte da paz, como podemos ter paz?
Os MCS
e o marketing fazem
da distração uma indústria
!
Põem-nos
à busca de pokemons
virtuais,
para
não vermos a pessoa que está ao nosso lado,
nem
buscarmos o sentido da vida,
nem o
Invisível que nos visita e nos envolve com o seu amor!
O
ritmo apressado e o medo de acordarmos sós,
fazem
de nós fugitivos da nossa sombra e do nosso vazio,
de
fones nos ouvidos a ouvir músicas conhecidas
ou de
telemóveis na mão a fazer de conta que fazemos amigos!
Deus
continua a visitar o seu povo, disfarçado de peregrino,
mas o
ativismo e as atividades complementares,
impedem-nos
de O reconhecer e escutar
no
mais interior da nossa alma abandonada e
alienada!
Deus
da paz, que nos visitas sem violência,
mas
como brisa suave que refresca a felicidade e nos pacifica,
sem
necessidade de calmantes nem estimulantes!
Cristo,
misericórdia peregrina que nos bate à porta a
cada instante,
ajuda-nos
a reconhecer-Te e a deixar-Te entrar como salvador!
Envia-nos
o teu Espírito de luz e de verdade
e
aumenta a nossa fé, esperança e caridade,
para
que não sejamos sujeitos nem agentes de destruição
da
criação, da justiça, da paz e da alegria de viver!
quarta-feira, novembro 16, 2016
4ª feira da 33ª semana do Tempo Comum
Muito bem, servo bom! Porque foste fiel
no pouco, receberás... (cf. Lc
19,11-28)
Cristo veio para
reinar e conduzir as nossas vidas,
embora a sua
presença na fé pareça uma ausência!
É tempo da
responsabilidade pela missão acolhida,
de arriscar e
colocar a render os dons recebidos,
de empenhar cada
instante com o entusiasmo do encontro,
de esperar
vigilantes para que o medo e o egoísmo não nos paralisem!
O final do ano
litúrgico, que termina com a festa de Cristo Rei,
é tempo para
avaliar os dons que pusemos a render
e os dons que
recebemos e guardámos só para nós,
numa avareza
comodista, sem esperança nem fraternidade!
As paróquias serão
o que cada paroquiano partilhar dos seus dons!
Em todas há boas
vozes que cantam durante o banho,
mas nem em todas há
bons coros que animam a liturgia,
porque dá
trabalho, exige fidelidade e generosidade de tempo!
Em todas há bons
leitores que leem jornais e livros,
mas nem em todas há
um grupo de leitores organizado.
Em todas há
pessoas com disponibilidade e pés para andar,
mas nem em todas há
um grupo de visita aos doentes
para levar a
comunhão eucarística e o calor à solidão!
Em todas há
pessoas em busca do aprofundamento da fé,
mas nem em todas há
grupos de catequese de adultos...
Há muito dom
guardado no lenço do nosso comodismo!
Pai Santo que nos
deste em Jesus, teu Filho,
o modelo a seguir
do “Servo bom e fiel na pequenas coisas”
envia-nos o teu
Espírito para que O possamos imitar,
na Igreja e na
sociedade, em público e em privado!
Cristo, que queres
reinar em nós para nos fazer crescer
em generosidade de
entrega e audácia na missão,
liberta-nos do medo
do que os outros pensam e julgam
e concentra o nosso
coração no que nos faz bons servos!
Ajuda-nos a fazer
cada dia o nosso exame de consciência,
não tendo como
critério o que todos fazem ou não fazem,
mas a medida sem
medida da tua entrega na cruz!
Ajuda-nos a fazer
da nossa vida um dom ao serviço do bem comum!
terça-feira, novembro 15, 2016
3ª feira da 33ª semana do Tempo Comum – S. Alberto Magno
Quando Jesus chegou ao local, olhou
para cima. (cf.
Lc 19,1-10)
O
Filho de Deus ao encarnar quis-nos ver a partir da baixo,
procurando-nos
como um pedinte,
hospedando-se
em nossa casa atulhada de próteses de engrandecimento,
reparando
na nossa pequenez aumentada pelos sicómoros
aonde
subimos e
nos dependuramos!
Jesus
pode olhar para cima porque se fez servo,
servo
de Deus e servo da humanidade perdida,
que
tenta correr à frente dos
outros, em busca de torres de mirones,
famas
compradas, esconderijos visíveis, bancadas virtuais!
Olha
para o Pai como Filho e enviado fiel e obediente,
olha
para humanidade como médico e como pastor,
que
conhece os tumores disfarçados que nos
matam por dentro!
Hoje
passamos o tempo a olhar para cima,
com a
cobiça de ter mais poder, dinheiro, fama e prazer.
Por
isso, a competição, a concorrência, a busca da lotaria da sorte,
a
cunha, a chantagem,
o disfarce, o dopping, a corrupção...
são
as atitudes mais comuns que brotam deste “olhar para cima”!
A vida
transforma-se numa luta para ver quem sobe mais alto,
quem
chega primeiro, quem vence a etapa, quem é o maior!
Como é
difícil subirem todos ao “sicómoro”,
alguns
refugiam-se no sonho, outros no virtual, outros
na adição!
Felizmente
há pessoas que sabem olhar para cima
e
descobrem a grandeza e a
fecundidade dum Deus que
desce!
Há
pessoas, que por saberem
olhar para cima,
descem
à periferia invisível, hospedam-se em
bairros de má fama
e
condimentam a mesa com a esperança paciente da
fraternidade!
Pai
nosso que estais nos Céus e nos olhas a partir de baixo,
como o
olhar da misericórdia e o
amor dum pai-mãe,
venha
a nós o teu reino e santificado seja o teu nome!
Envia-nos
o teu Espírito e liberta-nos das miragens idolátricas,
que
nos fazem perder tempo a lutar pelo que perece
e em
busca do imediato, armados contra
a concorrência!
Ensina-nos
a olhar para cima e a aprender com Jesus,
a ver
o Invisível,
a escutar a Aliança,
a dialogar com a Presença!
Ensina-nos
a olhar para cima e a ter compaixão da pobreza dos ricos,
na sua
vanglória, na sua solidão, nas suas amizades compradas!
Ensina-nos
a olhar para cima, descendo à exclusão,
com a
pobreza dos meios e a riqueza do coração!
S.
Alberto Magno, roga para que sejamos sábios
e
zelosos no seguimento de Jesus, pastor e cordeiro!
segunda-feira, novembro 14, 2016
2ª feira da 33ª semana do Tempo Comum
Seguiu Jesus, glorificando a Deus. (cf.
Lc 18,35-43)
Jesus
é a glória do Pai pela sua fidelidade.
O Pai
repousa no seu Filho e confiou-lhe a sua Palavra,
a sua
misericórdia, o destino da sua aliança com a humanidade!
O
Filho vê o amor do Pai em todas as coisas
e
escuta o clamor dos cegos sentados à margem da vida,
com o
mesmo coração com que se sente amado!
É
assim que Jesus gostaria que nos deixássemos curar:
persistentes
na fé, fieis no seguimento, espontâneos no louvor!
Ser
cristão não é só cumprir umas normas e uns ritos,
mas é
fazer tudo isso com um testemunho de vida
que
glorifica a Deus e atrai à fé e ao seguimento de Jesus!
Muitas
vezes não é a fé e o amor a Cristo que nos move,
mas o
medo do castigo e do Inferno,
o
arrastamento da tradição, a pressão da cultura,
a
rotina religiosa, a magia do ritual e do mistério...
O
resultado destas manifestações religiosas
dá,
muitas vezes, em consumidores de ritos e de orações,
escrúpulos
que geram culpabilidades ao milímetro,
separação
entre ética e religião, praticantes de deveres,
práticas
ocasionais em estados de emergência,
beatices
que incomodam e afastam as pessoas de Deus!
Só
quando a fé e o amor a Jesus nos movem
é que
o seguimento dá glória a Deus, pela alegria de vida,
pelo
paixão de servir, pela humildade no testemunho,
pelos
sentimentos que alimentamos, pela liberdade que respiramos!
Santíssima
Trindade, comunhão de amor eterno,
envia-nos
o teu Espírito para amarmos com o mesmo alento
e
darmos glória ao Pai, pelo fiel seguimento do Filho!
Cristo,
peregrino misericordioso que vens ao nosso encontro,
cura-nos
da cegueira que não vê para além do imediato
nem do
umbigo interesseiro, nem quem vive à margem da exclusão.
Cura-nos
da surdez da tua Palavra que nos incomoda,
dos
gemidos de quem implora perdão, carinho e solidariedade!
Dá-nos
a graça do
seguimento do teu Evangelho,
com a
humildade de quem se sabe pecador e peregrino da verdade,
e o
ardor e a fidelidade de quem luta contra o egoísmo recorrente!
Ajuda-nos
a que o nosso testemunho seja evangelizador
e diga
bem de Ti, no quotidiano e
nas pequenas coisas da vida!
domingo, novembro 13, 2016
33º Domingo do Tempo Comum
Assim tereis ocasião de dar
testemunho. (cf. Lc 21,5-19)
Jesus
veio montar a sua tenda num mundo adverso!
Veio
aos seus e os seus não O reconheceram nem acolheram!
Veio
para salvar e restabelecer uma aliança eterna,
mas
foi perseguido, rejeitado e
condenado inocentemente!
Assim,
o Senhor pôde dar testemunho da misericórdia infinita,
do
amor eterno e escondido, do silêncio a sangrar de frio,
da
fidelidade perseverante e incondicional de Deus!
Aos
seus discípulos, Jesus adverte que não serão pedras de adorno,
nem
flores de estufa, protegidos
da toda a adversidade,
mas
envia-nos como cordeiros para o meio de lobos,
peregrinos
da verdade e do amor que não se esgota em ninguém
nem se
plenifica em nenhum momento histórico!
Vive-se
uma fuga e medo de dar testemunho perante a adversidade!
Foge-se
e adia-se tudo o que pode provocar dor.
Centrados
no conforto de nós mesmos,
desconfiamos-se
de tudo e de todos,
evitando
olhar e falar para não nos comprometermos,
evitando
começar para não ter
que continuar,
evitando
ter filhos para não perder a liberdade nem ter que sofrer,
privatizando
a expressão religiosa para não sofrer chacota social,
evitando
ações de evangelização com receio do fracasso...!
Mas é
nestes momentos de prova e
de audácia que os cristãos
são
chamados a revelar a sua confiança no Espírito Santo,
a sua
perseverança no seguimento de Jesus até
à cruz,
a sua
misericórdia que vacina o coração contra a vingança!
Senhor,
estamos quase no final de mais um ano litúrgico
e o
que fizemos com tanta Palavra profética escutada,
tanto
Pão da vida distribuído, tanta misericórdia oferecida?
Cristo,
Rocha firme que permaneces no Pai e nós,
dá-nos
o dom de permanecer num discipulado esforçado e humildade,
e
aumenta a nossa fé na tua misericórdia infinita!
Espírito
de verdade, ajuda-nos a não ter medo de dar testemunho
na
família, na sociedade e nas adversidades da vida!
Faz de
nós farol firme e enraizado no teu Evangelho,
para
que a nossa vida não seja uma fuga ou um lamentório,
mas
fermento de vida nova e testemunho de uma esperança viva,
capaz
de navegar nas tempestades contrárias do mundo em que vivemos!
Neste
dia dos seminários, dá-nos pastores com coração do Cordeiro!
sábado, novembro 12, 2016
Sábado da 32ª semana do Tempo Comum – S. Josafat
Deus não havia de fazer justiça aos
seus eleitos, que por Ele clamam dia e noite?
(cf. Lc 18,1-8)
Jesus
ora ao Pai com fé e com esperança, sem desanimar!
Nele
procura luz para compreender a sua vontade,
força
para amar e perdoar com fidelidade eterna,
inspiração
para ser Palavra, testemunho e silêncio,
ardor
para continuar a sua missão até à doação total!
É
quando tem que escolher e chamar os apóstolos,
quando
as multidões o tentam a ser rei da oportunidade
ou o
medo engrandece o fantasma da dor antecipada,
que
Jesus busca na oração uma resposta à noite da
fé!
Jesus
recorda-nos que devemos rezar como eleitos de Deus,
filhos
queridos de Alguém
que nos ama,
para
não desconfiarmos d’Aquele a quem clamamos!
Rezar
é colocar-nos nas mãos de Quem nos ama,
manifestar-lhe
os nossos sonhos e as nossas dores,
escutar
o seu silêncio que nos abraça e aquece,
esperar
com confiança que o dom se faça tempo!
Numa
cultura do imediato e
do capricho,
da
correria que confunde busca com fuga,
da
cunha e da compra de favores,
é
difícil rezar, parar para ouvir, ver o Invisível!
Quando
muito cumprem-se rituais e deveres,
rezam-se
orações já feitas, fazem-se promessas condicionais,
tudo a
despachar, para cumprir horários, palavras sem esperança!
A
oração, sem o sentimento de sermos
“eleitos de Deus”, é difícil!
Pai de
bondade infinita, que nos eleges como filhos,
na
missão do Filho e do Espírito Santo,
abre o
nosso coração ao teu amor e misericórdia!
Cristo,
Filho do Homem que não esqueceste o coração do Pai,
ensina-nos
a orar como Tu, no amor do Pai e na comunhão do Espírito!
Dá-nos
a fome e se de justiça, que se sacia em cumprir a tua vontade,
para
que o tempo de oração saiba a eternidade,
a
velocidade da ambição se torne paz e confiança,
o medo
da dor e do amanhã se torne fidelidade e esperança!
Dá-nos
o dom de orarmos sem desanimar, cheios de fé!