domingo, junho 30, 2024

 

13º Domingo do Tempo Comum

 



Aliviai com a vossa abundância a sua indigência… 

e assim haverá igualdade. (cf. 2 Cor 8,7.9.13-15)

 

O Filho de Deus, que era rico em glória e santidade,

fez-se pobre revestindo-se de humanidade mortal,

bebé que precisa de crescer, homem que precisa de trabalhar,

peregrino do amor sem eira nem beira,

que nos enriquece a todos com a oferta da sua vida na cruz.

Este despojamento transforma-se em generosidade,

graça e salvação que procura a igualdade na filiação divina.

Também nós, que recebemos a graça do perdão e da salvação,

devemos partilhar o que somos e temos: a fé e a esperança,

a saúde e a inteligência, os dons materiais e a paz,

numa justiça distributiva e solidária que vence o egoísmo

e fraterniza o mundo numa igualdade de oportunidades.

 

Constatamos que há diferentes capacidades e oportunidades

num mundo desigual do litoral e do interior,

do norte e do sul, de guerra e de paz, de deserto e de floresta,

da criança e do adulto, do jovem e do idoso, do doente e do são,

do desempregado e do empregado, do analfabeto e do escolarizado,

do residente e do migrante ou refugiado,

do que é portador de deficiência ou não,

do homem e da mulher, do rico ou do pobre…

A desigualdade é um desafio a cada um:

O que faço? Alimento-a e defendo-a ou procuro corrigi-la

com a minha partilha, solidariedade e formas de inclusão?

 

Senhor, recebemos tantos dons da tua generosidade:

o dom da vida, da saúde, da inteligência, da paz, da fé,

da Palavra de Deus, dos sacramentos, do perdão, do amor…

Obrigado, bom Senhor: Pai, Filho e Espírito Santo!

Bom Jesus, que desceste à condição da nossa fragilidade

para que nos restituísses a imortalidade e a santidade,

ajuda-nos a dar de graça o que recebemos de graça,

servindo com alegria o Evangelho da esperança

e sendo membros fraternos uns dos outros,

fazendo aos outros o que gostaríamos que nos fizessem.

Ensina-nos a construir a globalidade do amor!



sábado, junho 29, 2024

 

Sábado, S. Pedro e S. Paulo, Apóstolos

 



O Senhor esteve a meu lado e deu-me força, para que, por meu intermédio, a mensagem do Evangelho fosse plenamente proclamada. (cf. 2 Tim 4,6-8.17-18)

 

O Senhor escolheu Simão para ser Pedro da Igreja

e Saulo para ser Paulo da Evangelização entre os pagãos.

São ambos servos de Cristo e do seu Evangelho,

que deixaram tudo para O seguir e por Ele deram a vida.

Foi o Senhor que esteve sempre ao seu lado,

que lhes deu força nas adversidade e ânimo no Espírito,

para serem os alicerces da Igreja apostólica

que ainda hoje continuam a falar a alegria do evangelho.

 

Hoje é dia da festa de S. Pedro e de S. Paulo,

no entanto, como S. Paulo vem em segundo lugar,

só se fala em S. Pedro, como um dos três santos populares.

É a tendência de simplificar na linguagem, de ficar pelo primeiro.

Mas a Igreja gostaria de nos apresentar as duas colunas da Igreja

e não apenas uma só coluna da evangelização,

como se a Igreja fosse apenas fruto da pregação de Pedro.

É a dimensão sinodal da Igreja que é experiência de Jesus de Nazaré,

mas também é experiência no Espírito Santo de Jesus ressuscitado.

É uma Igreja enriquecida por apóstolos e profetas,

serviços e carismas, tradição e criatividade, palavra e testemunho…

 

Bendito sejas, Senhor, por Simão Pedro e por Paulo,

apóstolos segundo o teu coração,

frágeis e fortalecidos na fé, porque estiveste sempre ao seu lado.

S. Pedro, habituado a navegar em águas profundas,

intercede por cada um de nós, para que sejamos pessoas destemidas

e disponíveis para passarmos à outra margem da missão da Igreja.

S. Paulo, sábio na Escrituras que aprendeu com Cristo a sabedoria da cruz,

intercede por cada um de nós, para que vivamos em Cristo

e façamos tudo para salvar a todos, pela sua graça e misericórdia.

S. Pedro e S. Paulo, rogai por nós!



sexta-feira, junho 28, 2024

 

6ª feira da 12ª semana do Tempo Comum, S. Ireneu

 



O rei da Babilónia deportou o resto do povo que 

ficara na cidade. (cf. 2 Reis 25,1-12)

 

O povo da aliança vive exilado de Deus e da sua aliança.

Tem o templo e não o frequenta, tem a aliança e não a pratica,

tem Deus e não O adora nem glorifica, é um estranho na sua terra.

Por isso, Deus permite o exílio, a perda da liberdade,

a destruição do templo, a humilhação, um tempo de penitência.

Aos poucos, nas lágrimas do exílio, o povo vai descobrindo

que Deus veio com ele para o exílio, Ele está em toda a parte,

e a sua aliança permanece, só espera que o povo desperte,

volte para Ele, se converta e renasça das cinzas.

 

Às vezes vamos esvaziando o conteúdo e ficamos só com a vasilha.

Há matrimónios que vão diminuindo o diálogo,

generalizando as ausências, arrefecendo as manifestações de carinho…

e um dia são apanhados de surpresa pela revelação de uma traição,

pelo desabafo dum desejo de divórcio, pela separação.

Há cristãos que vão deixando a oração e a prática religiosa,

e vão ocupando a vida com trabalho, ócio e diversão,

e embora ainda se identifiquem como cristãos,

a sua vida não tem nada a ver com Cristo e a sua Igreja.

Há consagrados/as que vivem no convento,

mas reduziram o tempo consagrado ao Senhor ao mínimo;

vivem em comunidade, mas num individualismo frio;

usufruindo da hospedagem, mas não construindo a comunhão;

trabalhando em obras do instituto como simples funcionários…

E de repente, tudo parece vazio, só ficam as paredes!

 

Senhor, reconhecemos as nossa lepras que nos afastam da comunhão

e tornam as nossas vidas pouco atraentes e felizes.

Se quiseres podes curar-nos do nosso pecado,

das nossas ausências na Igreja, na sociedade e na família,

dos nossos refúgios no mundo virtual que nos exila do real.

S. Ireneu, homem de paz e de fé esclarecida,

intercede por nós, para que sejamos pedras vivas da Igreja,

alinhados pela Pedra Angular que é Cristo

e cimentados na unidade e na comunhão pelo Espírito Santo.



quinta-feira, junho 27, 2024

 

5ª feira da 12ª semana do Tempo Comum

 



Ele praticou o que desagradava ao Senhor, como 

tinha feito seu pai. (cf. 2 Reis 24,8-17)

 

Deus deixa cair a cidade que já não lhe pertencia.

O rei e o povo vivem em Jerusalém, ao lado do templo,

mas o seu coração já se tinha rendido ao outros deuses,

seguido outros mandamentos, de costas voltadas para Deus.

A seu reinado estava construído sobre a areia da injustiça

e da idolatria, e não sobre a fé e a prática da aliança de Deus.

A rocha da sua vida é a superficialidade e a vanglória,

por isso, o rei rendeu-se ao medo,

esquecendo Deus como sua Rocha e salvação!

 

A forma como vivemos é mais importante do que o lugar onde vivemos,

o grupo a que pertencemos, a ideologia em que militamos…

Posso viver ao lado dum santuário e não o frequentar,

estar casado e ter mentalidade e práticas de solteiro,

ser praticante de ritos e de orações, mas viver como todos,

ter feito votos de consagração a Deus, mas viver para mim mesmo…

A arte de representar é muitas vezes o adiar a autenticidade

e o esconder a verdade do que nos habita no mais profundo do ser.

Fragmentar a vida em compartimentos estanques

é a forma encontrada para separar a função e do desejo de ser.

 

Senhor, ajuda-nos a despertar para a mentira da nossa vida

e a confiar na porta estreita da tua aliança que nos faz ser humildes,

fieis, confiantes na tua Palavra, seguidores do amor como fonte.

Liberta-nos das palavras ocas de vida e de oração,

do funcionalismo religioso que se contenta com o dever,

do fundamentalismo insensível a dor e ao frágil,

da exclusão do diferente usando o Teu nome,

da incapacidade de perdão que condena o pecador.

Espírito Santo, faz de nós ouvintes da Palavra de Deus

que assentam a construção da sua vida na Rocha que é Cristo.



quarta-feira, junho 26, 2024

 

4ª feira da 12ª semana do Tempo Comum, S. Josémaria Escrivá

 



Encontrei no templo do Senhor o Livro da Lei. (cf. 2 Reis 22,8-13; 23,1-3)

 

O livro da Aliança tem o selo da eternidade.

Pode ser esquecido pelos homens, mas não é esquecido por Deus.

A morada de Deus é o livro do amor incondicional,

que guia o seu povo na justiça e na paz,

e convoca o povo para renovar a aliança com Deus.

O livro são palavras escritas e proclamadas,

a renovação da aliança são palavras proferidas no momento,

mas é o tempo e a relação que revelam os frutos que se dão

e a fidelidade com que se confessam e se vivem.

 

Vivemos no tempo das pequenas mensagens e da imagem.

À velocidade em que andamos e ao ruído com que nos habituamos,

há poucas condições para ler livros grandes e antigos,

e muita dificuldade em parar para escutar e meditar

como quem mastiga uma mensagem que nos toca a vida.

É preciso redescobrir o Livro da Aliança, que é a Bíblia,

escuta-la junto com outros que têm sede de verdade,

e deter-se demoradamente, meditando-a à luz do Espírito Santo.

O fruto desta procura da Palavra de Deus,

não pode ser apenas o gozo de novos conhecimentos,

mas o despertar inconformado de uma conversão a fazer.

 

Senhor, obrigado por seres Palavra viva

e aliança fiel e incondicional com o selo da eternidade.

Perdoa-nos o esquecimento de Ti e da tua aliança,

que Te guarda no templo apenas para os momentos da afronta,

e que gosta de se sentir rei e senhor no resto de todo o tempo.

Espírito Santo, ajuda-nos a tirar o pó da Bíblia e abri-la com fé,

para que nos deixemos arar fundo e semear de bem

pois somos terra-dom chamada a dar bons frutos.

S. Josemaria Escrivá, reza por cada um de nós,

para que encontremos na Palavra de Deus

a luz para a nossa conversão a Cristo e comunhão em Igreja.



terça-feira, junho 25, 2024

 

3ª feira da 12ª semana do Tempo Comum

 



Eu ouvi a oração que Me dirigiste acerca de Senaquerib. (cf. 2 Reis 19,9b-11.14-21.31-35a.36)

 

Deus escuta a nossa oração confiante

e conhece a nossa arrogância revoltante contra Deus.

Aos soberbos, Deus abate-os até ao chão

e fá-los reconhecer a sua condição de criaturas.

A porta estreita que nos leva à vida e à felicidade

é o amor ao próximo e a fidelidade ao Deus da vida.

Tudo o mais, é confiar na força da armas,

é arvorar-se no poder do currículo histórico

e pensar que se é invencível e eterno.

Basta uma doença ou cair nas malhas da justiça

para que a estrada larga da arrogância e da mentira onde andava

se tornar precipício e humilhação onde se cai.

 

Os projetos e os orçamentos são feitos na base dum historial.

É uma ciência que pode funcionar normalmente,

mas que depende do fator imprevisibilidade.

Assim o agricultor semeia na expetativa da colheita,

preparando tudo para obter os frutos que ambiciona,

mas não pode controlar o fator meteorológico.

O empresário investe e procura estratégias de sucesso,

investindo em novos equipamentos, em inteligência artificial,

em recursos humanos e em marketing… mas basta uma pandemia,

uma alteração na segurança e na paz, uma crise económica…

para que tudo se alterar e a economia arrefecer ou paralisar.

As alterações ambientais, fruto da ambição exploratória humana,

tornam ainda mais imprevisível o futuro

e deveriam fazer-nos pensar e ser mais cautelosos e humildes.

 

Senhor, tudo na vida é dom do vosso coração,

amassado e cozinhado pelo trabalho humano.

Às vezes, embriagados pelo sucesso e pela fama,

tomamos atitudes arrogantes, esquecendo a justiça e o bem comum,

embarcando na mentira, na corrupção, no furto e na violência.

É a estrada larga e pretensamente reta que conduz ao precipício!

Espírito Santo, ensina-nos a sabedoria do amor e da humildade,

que sabe ser grande no serviço e contido na ambição,

trabalhando por um mundo melhor, sem atropelar ninguém,

e sabendo escutar os gemidos dos mais frágeis

que encontramos no caminho.

Faz de nós obreiros da paz com joelhos confiantes!



segunda-feira, junho 24, 2024

 

2ª feira, Nascimento de S. João Batista, Dia Nacional do Cigano

 



João dizia: ‘Eu não sou quem julgais; mas depois 

de mim, vai chegar Alguém. (cf. At 13,22-26)

 

O projeto de Deus tem o selo da fidelidade à aliança,

mas conta com a colaboração de pessoas a quem chama

desde o seio materno, a serem vidas e palavras do seu coração.

Deus faz graça à velha infertilidade que anseia por ter um filho

e chama João a ser o precursor que prepara a vinda do seu Filho.

A sua missão é proclamar a penitência e o regresso ao deserto,

pois a conversão supõe uma ascese e um alimentar a esperança,

que nos abre ao novo que Deus nos quer dar:

“Alguém que não conheceis, mas que já está no meio de vós!

João necessita de dizer que ele “não é quem julgais”

para que o povo se abra “Àquele que é Quem Deus enviou,

e sobre o Qual repousa o Espírito Santo”!

 

Em tempo de crise e insegurança, o povo busca messias.

Se aparece alguém bem falante, guerreiro da palavra,

facilmente ganha rebanho atrás de si e é votado como salvador.

Um estudante que acaba o seu curso com nota brilhante,

por honestidade intelectual, vai dizer “eu não sou doutor,

sou apenas um amador desta especialidade, preparado para aprender”!

Uma pessoa, recém batizada, é um cristão que se pôs a caminho

no seguimento de Jesus e aceitou viver em permanente discernimento.

Um cristão que escutou o chamamento de Cristo a segui-Lo como pastor

e recebeu o sacramento da Ordem, meso que seja um bom orador,

ainda não é Cristo, embora atue em nome de Cristo.

A nossa vocação é ser como João, precursor que prepara

graça que aponta para a Fonte da graça,

o “Não sou” que abre para o “Eu sou”!

 

Bendito sejas, meu Senhor, porque tudo na minha vida é graça,

chamamento inesperado a seguir-Te, palavra que te pertence,

memória da tua Aliança, luz com a qual fui iluminado.

Ensina-me a ser peregrino para que Tu possas ser santuário,

a ser discípulo para que Tu possas ser Mestre,

a ser humilde e fiel servo para que Tu possas ser Senhor e Salvador.

Espírito Santo, fortaleza sábia que vence a vaidade,

ajuda-me a discernir o sucesso da missão,

não pela quantidade de pessoas que gostam de mim e me aplaudem,

mas pela fidelidade à tua Palavra e à tua missão.

S. João Batista, ensina-nos a voltar ao deserto da entrega

e a ser profetas do Messias Jesus nos dias de hoje!



domingo, junho 23, 2024

 

12º Domingo do Tempo Comum

 



O amor de Cristo nos impele, ao pensarmos que 

um só morreu por todos. (cf. 2 Cor 5,14-17)

 

Conhecer a Cristo é viver n’Ele em mistério pascal.

A Páscoa de Jesus é um mistério de amor,

que vence a morte e a tempestade da rejeição e da infidelidade,

e renova toda a criatura que n’Ele crê

e a faz viver, não para si mesmo, mas para Cristo e a sua missão.

Passar à outra margem na barca com Cristo,

é deixar-se impelir pela fé e pelo amor de Cristo

e participar na sua missão e na sua Páscoa,

despertando em nós a fidelidade nas adversidades.

 

Às vezes buscamos Cristo, não por amor,

mas por medo de nos perdermos e de irmos para o Inferno.

Outras vezes procuramos Cristo para termos um aliado poderoso

que nos a alimenta os sonhos de ser poder, económico e político,

e nos fazer passar pela vida sem contrariedades nem dificuldades.

Outras vezes, andamos à passear na vida sem Jesus,

apenas o chamamos para aflições pontuais,

em que sentimos que o barco corre o risco de ir ao fundo,

mas passando a tempestade, não O queremos como companheiro

e muito menos como piloto do nosso barco.

Há alguns que, porque amam a Cristo, deixam tudo

e partem durante a noite, neste mar de imprevisibilidades,

com a consciência da sua fragilidade e a alegria de não estar só.

 

Senhor, obrigado por ser uma criatura por Ti criada,

por Ti amada, por Ti salva e em Ti renovada.

É o mistério pascal que nos envolve e nos salva,

e nos ensina a viver na fé, apesar de Cristo parecer dormir

e deixar acontecer o testemunho dos mártires,

as perseguições dos cristãos, o sofrimento e a morte.

Ilumina-nos, Espírito Santo, para que o medo não nos desespere,

mas nos ajude a purificar a fé e o amor que nos impele.

Renova-nos, Senhor, e ajuda-nos a viver em Cristo

como Cristo vive em nós, como Pão Eucarístico!



sábado, junho 22, 2024

 

Sábado da 11ª semana do Tempo Comum

 



O Senhor enviou-lhes profetas, a fim de os fazer 

voltar para Si. (cf. 2 Cr 24,17-25)

 

A renovação da aliança não é o sim de um dia,

mas a atualização do sim em cada dia e em cada situação.

O rei e o povo facilmente esquecem a aliança com Deus

e se voltam para os ídolos criados à sua imagem e semelhança.

Apesar disso, Deus faz dos profetas a memória da aliança,

para despertar o povo da sua infidelidade

e os mover a voltar o coração para Deus.

O povo não os escutou e matou Zacarias

para silenciar a voz incómoda que apela à conversão.

Fizeram assim com os profetas, fizeram o mesmo com Jesus,

Filho de Deus, mas Deus, na sua fidelidade, ressuscitou-O

e a sua Palavra continua viva e atuante pela ação do Espírito.

 

Não é o lugar onde se nasceu nem o sangue que corre nas veias,

que dão garantia de integridade de vida e progresso de valores.

No melhor dos panos cai uma nódoa!

Por isso, não adianta andar à procura da pureza da raça,

nem da morte dos que não pertencem ao nosso clube ou tribo,

mas devemos valorizar pessoas com valores,

gente de paz, que sabe resistir à corrupção e à injustiça,

e não vende a sua alma por trinta moedas de poder efêmero.

Quando nos afastamos de Deus e da sua aliança,

aparece-nos pela frente a morte e a violência,

a exclusão e um clima de insegurança e de temor.

E os inseguros sonham com um ditador e bodes expiatórios!

 

Senhor, obrigado pela tua fidelidade à aliança,

que não desiste nem se cansa

com as intemperanças da nossa existência.

Perdoa o desnorte dos nossos caminhos,

que de tanta ambição perde o essencial

e de tanto querer ser livre se deixa apanhar e escravizar.

Louvado sejas pelo Espírito Santo que dá vida à Palavra

e se faz brisa suave que anima e desperta a confiança

de voltar Ti que nos esperas de braços abertos e pacientes.

Atualiza o nosso sim batismal cada dia e em cada encruzilhada,

para que não nos deixemos tentar pelo fácil, rápido,

sem esforço e que toda a gente faz.



sexta-feira, junho 21, 2024

 

6ª feira da 11ª semana do Tempo Comum, S. Luís Gonzaga

 



Joiadá concluiu uma aliança entre o Senhor, o rei e 

o povo. (cf. 2 Reis 11,1-4.9-18.20)

 

A fidelidade de Deus possibilita a renovação da aliança.

Por isso, a história da salvação é uma história de graça e misericórdia.

O sim do povo e do rei é como o orvalho da manhã,

que se evapora conforme o sol vai aquecendo,

mas o amor de Deus é como a fonte da montanha que continua a brotar.

Um dos motivos da infidelidade humana é a ilusão do instante,

a tentação do acumular tesouros de segurança para o futuro,

em vez de se focar no horizonte da eternidade,

na beleza da comunhão e na alegria de ser amado e cuidado por Deus.

 

A fragilidade humana é facilmente tocada pelo engano.

O desejo de ser grande cria muitas vezes dependências

que nos impedem de ser livres e nos resignam ao vício.

O medo do futuro e a ambição da segurança das riquezas,

levam-nos a esquecer Deus e a usar meios pouco lícitos.

Há muito que o Tentador nos oferece óculos de realidade virtual

e substâncias que dopam o cérebro e criam sensações de felicidade,

que nos afastam da verdade, da solidariedade, da justiça e da paz.

Somos uma modernidade vazia na essência de confiança,

no entanto, há momentos de luz que nos dizem que andamos cansados

mas não realizados, cheios de coisas mas vazios de sentido.

 

Senhor, mais uma vez aqui estou para renovar a minha aliança

e Te dizer que é bom descansar na tua fidelidade.

Olhando para trás custa-me a aceitar que mal aprendi a andar,

pois caio tantas vezes e a ambição me faz cambalear,

afastando-me do caminho de Jesus teu Filho

e distraindo-me do horizonte de eternidade que é esperança.

Espírito Santo, dom de sabedoria e de discernimento,

faz-nos ver a verdade e lutar pela liberdade

que renova cada dia a aliança com humildade e gratidão.

S. Luís Gonzaga, jovem de coração puro e livre,

intercede por cada um de nós para que sejamos pessoas de Deus.



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