quarta-feira, novembro 06, 2024
4ª feira da 31ª semana do Tempo Comum, S. Nuno de S. Maria, Semana dos Seminários
É Deus que opera em vós o querer e o agir
segundo os seus desígnios de amor. (cf. Fil 2, 12-18)
Deus tudo faz para que vejamos a luz do amor e a sigamos.
O drama da nossa vida é o acolhimento ou a rejeição deste caminho.
Para acolhermos o agir de Deus, por meio do seu Filho e do Espírito,
é preciso desprender-nos das seguranças afetivas e materiais,
ser livre para escutar e acreditar no amor que serve e ama.
Isto é trabalhar com temor e tremor pela nossa salvação,
fazendo do dom de Deus obediência e seguimento convicto.
É deixando que Cristo seja tudo em nós que nos tornamos seus discípulos.
Somos campo semeado que dá o fruto que acarinhamos.
Se damos muita importância à semente da publicidade e da moda,
seremos consumo impulsivo, sedento de novidades e emoções.
Se damos muita importância à nossa imagem e status,
seremos dependentes do que os outros pensam
e daremos prioridade à aparência esbelta do corpo,
ao ginásio, às dietas, às maquilhagens, à roupa…
Se damos mais importância à beleza do coração,
seremos pessoas boas, justas, cuidadosas, humildes, santas…
Senhor, opera em nós um coração puro e afável,
capaz de amar com fidelidade e cuidar com alegria,
em tudo dando graças ao Criador e bendizendo o Salvador.
Ajuda-nos a arar a nossa vida como terreno livre e fecundo,
sem pedras de ressentimento nem ervas daninhas de egoísmo.
S. Nuno de Santa Maria, que apesar do sucesso nas armas,
deixaste tudo para seguir o melhor Comandante que é Jesus,
ensina-nos a ser livres perante o poder e a vanglória,
e, como tu, renunciarmos a todas outras seguranças,
para nos entregarmos totalmente a Cristo, humilde e despojado.
terça-feira, novembro 05, 2024
3ª feira da 31ª semana do Tempo Comum, Semana dos Seminários (5 novembro)
Toda a língua proclame que Jesus Cristo é o
Senhor, para glória de Deus
Pai. (cf. Fil 2, 5-11)
Deus, na sua abundância infinita do amor, gerou a Trindade
e criou tudo o que existe, visível e invisível.
O Filho, na paixão por recuperar a humanidade perdida,
assumiu a condição de criatura e fez-se caminho novo,
com pés de carpinteiro, sotaque de galileu e coração de crucificado.
Despido de divindade, não nunca deixou de amar
e fez da humildade e mansidão a assinatura da sua aliança eterna.
Desprezado pelos homens, foi exaltado por Deus
no banquete do Cordeiro para o qual todos somos convidados.
A Igreja existe para convidar a todos para o banquete de Cristo.
A Eucaristia é o sinal sacramental deste convite
e a antecipação no tempo a mesa da fraternidade na eternidade.
Sabemos que há muitas escusas para não frequentar este banquete:
“não tenho tempo”, “tenho outras prioridades”,
“gosto mais doutros banquetes”, “não me apetece”,
“duvido de convites grátis”, “não gosto da companhia de gente pobre”…
Mas a Igreja tem a missão de continuar a convidar,
de ir à procura, de anunciar a escolha de Deus,
de proclamar que Jesus crucificado e ressuscitado é o Senhor.
Senhor, obrigado pelo teu amor e pelo teu convite
de participar na mesa da Eucaristia e no Banquete eterno.
Sei que não sou digno nem merecedor de tal dignidade,
no entanto, eis-me aqui, teu pobre servo, pecador por Ti perdoado
e revestido das vestes da salvação, dom de Cristo na cruz.
Faz de nós uma Igreja missionária e preocupada em encher a tua casa,
para que o banquete do Cordeiro seja para todos e não haja exclusões
por motivos étnicos, culturais, sociais ou espirituais.
Espírito Santo, dá-nos os mesmos sentimentos que havia em Cristo Jesus.
segunda-feira, novembro 04, 2024
2ª feira da 31ª semana do Tempo Comum, S. Carlos Borromeu, Semana dos Seminários
Tende entre vós os mesmos sentimentos e a mesma
caridade. (cf. Fil 2, 1-4)
A vida da Santíssima Trindade é o nosso modelo de Igreja:
a graça, a paz e a consolação de nosso Senhor Jesus Cristo,
o amor do Pai que a todos ama e quer salvar
e a comunhão do Espírito Santo que une e ilumina,
vivem e agem numa só missão e com a mesma compaixão e alegria.
Também a nossa vida de cristãos deve ser humilde e fraterna,
gratuita e desinteressada, misericordiosa e solidária,
nada fazendo por rivalidade ou vanglória.
O individualismo gera rivalidades e vanglórias.
Por um lado não queremos obediências controladoras,
por outro, têm sucesso políticos securitários,
que advogam um maior policiamento e controle do pensamento,
e que assim venham erradicar a sensação de anarquia e insegurança,
que se vive na sociedade
e para o qual é necessário encontrar bodes expiatórios.
A comunicação social sabe disso
e há alguma que vive apenas do veicular violência e sensacionalismo.
É uma contradição, mas é a realidade em que vivemos.
Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo,
ensina-nos a viver em comunhão fraterna de amor,
na diversidade e beleza de ser único em relação.
Espirito Santo, ensina-nos a arte de viver em sinodalidade,
caminhando juntos sem querer dominar
nem controlar tudo e todos,
mas como irmãos e aprendizes da verdade e do amor,
em diálogo e serviço, com humildade e simplicidade.
S. Carlos Borromeu, fundador dos seminários,
intercede para que os nossos seminaristas
encontrem seminários que os ajudem a crescer na vocação.
domingo, novembro 03, 2024
31º Domingo do Tempo Comum, Semana dos Seminários
Escuta, Israel: o Senhor nosso Deus é o único
Senhor. Amarás… (cf. Deut 6, 2-6)
Escutar o amor de Deus é aprender a ser amor;
ser amor na relação com Deus e na relação com o próximo.
O amor que só se escuta a si e os seus instintos,
corre o risco de se tornar narcisismo e desejo de poder.
A fé, que segue Jesus Cristo, descobre Deus como “Abba”
e os outros como irmãos
a quem nos comprometemos a amar como a nós mesmos.
Com Cristo aprendemos que não há irmãos de primeira
e outros de segunda, uns preciosos e outros lixo.
Ser cristão é ser praticante de ritos e deveres religiosos
e ser, com o mesmo zelo, praticante da caridade e do perdão.
Acreditar em Deus é tê-Lo como única segurança da nossa vida
e não se deixar enganar pelas seguranças efémeras do poder,
da riqueza, do prazer, da fama, da força, da tecnologia e do saber.
Ser religioso é descobrir-se amado silenciosamente por Deus
e desejar ardentemente aprender a amar assim,
colocando-se à escuta e revelando-se compaixão na relação.
Querido Papá, eu, minúsculo ser, obra das tuas mãos,
sinto-me engrandecido por saberes o meu nome
e me teres chamado a ser teu filho como discípulo de Jesus.
Querido Jesus, obrigado porque nos amaste primeiro e eternamente,
nos criastes e recriastes pacientemente e sem desistir,
oferecendo a tua vida para nos salvar
e continuando a interceder por nós até que todos nos salvemos.
Doce Espírito Santo, que nos ensinas a rezar com o coração
e a amar a tudo e a todos com discernimento e sem condição,
conduz os nossos passos no caminho da santidade e da fraternidade.
sábado, novembro 02, 2024
Sábado da 30ª semana do Tempo Comum, Comemoração dos Fieis Defuntos
Sabemos que, se esta tenda, que é a nossa morada
terrestre, for desfeita,
recebemos nos Céus uma habitação eterna, (cf. 2 Cor 4, 14-5, 1)
Vivemos na tenda do tempo e ansiamos pela habitação eterna.
Aí encontraremos o repouso e a paz que buscamos.
Então veremos face a face o Redentor que nos salva,
abrindo o nosso coração de par em par para que sejamos amor.
Deus quer purificar o nosso amor e libertar-nos dos pecados,
mas o olhar, muitas vezes, só vê ressentimento, desejo de poder,
desconfiança da gratuitidade, medo de entrega e de renúncia.
O Purgatório é a manifestação da misericórdia divina que continua,
até que nos libertemos totalmente da tenda
e acolhamos com alegria a morada eterna que Deus nos quer dar.
A comunhão dos santos é animada pela fé e pela oração.
Comunicamos com gestos de amor e elevando a prece em Deus.
São gestos de amor: fazer memória falando do bem que foram,
colocando flores nas campas
e elevando orações de súplica e ação de graças.
Mas também os nossos irmãos que partiram rezam por nós,
uns para que nos deixemos purificar e converter,
outros para que sejamos santos
e possamos alcançar a felicidade eterna que já experimentaram.
Esta comemoração não é por medo deles, mas por fé e amor.
Senhor, bendito sejas porque o teu amor não tem limites
e persistes em levar a bom termo a salvação de todos, vivos e falecidos.
Bendito sejas Jesus, nosso médico e redentor.
Caríssimos amigos falecidos abri as portas a Cristo,
confiai n’Ele as vossas vidas e deixai-vos curar por este Médico.
Por mais tristes que sejam as vossas memórias do passado,
acreditai que Jesus vos pode abrir horizontes de esperança
e levar a habitar na morada permanente que vos quer dar,
onde encontrareis descanso para as vossas almas
e a alegria da comunhão com o Criador e toda a criação.
sexta-feira, novembro 01, 2024
6ª feira da 30ª semana do Tempo Comum, Todos os Santos (1 novembro)
Vi uma multidão imensa de todas as nações, tribos,
povos e línguas. (cf. Ap 7, 2-4.9-14)
Felizes os que encontram na fé em Cristo
a alegria de viver no amor e a esperança da eternidade.
Felizes os que não precisam de se colocar em bicos de pés
para serem maiores que os outros nem chegarem ao Céu.
Felizes os que semeiam a paz e são fonte de perdão
porque a acreditam mais na força do diálogo do que das armas.
Felizes os que são capazes de serem fieis à sua fé em Cristo,
mesmo quando são rejeitados e perseguidos pela arrogância.
Os nossos altares estão cheios de memórias de santos,
de pessoas que, depois de mortas, foram canonizadas
e são um estímulo a todos nós a sair da nossa mediocridade.
Mas a nossa vida está cheia de surpresas lindas e edificantes,
de evangelhos vivos de dedicação os outros e de fé,
de capacidade de perdão e força aglutinadora de comunhão,
de amor criativo e solidariedade com os necessitados.
São os santos da nossa vizinhança que não são notícia,
mas que sustentam a esperança neste mundo arisco e violento.
Deus santo e fonte de amor, bendito sejas.
Louvado sejas por Jesus teu Filho e nosso salvador.
Louvado sejas pelo Espírito de santidade
que, purificados por Cristo, nos inspira santidade
e em nós fez sua morada e Eucaristia viva.
Todos os santos e santas que estais na glória de Deus,
intercedei por cada um de nós
para que sigamos o mesmo caminho de felicidade
e não caiamos na tentação de confiar na violência e na mentira.