sábado, maio 31, 2014
AVE, VIRGEM MÃE, MARIA!
Com a Virgem Santa Maria,
Que exultou de alegria,
Ao saber que ia ser Mãe
Do próprio Filho de Deus,
Rei do povo de Israel,
Façamos, a todos, o bem,
Como ela a Isabel,
E saudemos, com devoção,
Aquela que, no seu seio,
Nos trouxe a salvação.
AVE, VIRGEM MÃE, MARIA!
A Maria, me confio,
Na manhã de cada dia.
Sob o seu materno manto,
Com o anjo, rezo e canto:
AVE, AVE, MARIA!
Como ela, em Nazaré,
Quero ouvir a voz de Deus.
Com fé e amor, dizer Sim
Ao que o Senhor quer de
mim,
A cada hora que passa.
Só Ele me dá a graça
De acolher a anunciação
E viver em visitação,
Respondendo aos Seus
apelos
Que me impelem à acção,
Fazendo, de cada gesto,
Poema, canto, oração.
Deus é sempre Boa Nova
Que alegra o coração.
A própria Virgem Maria,
Cheia de emoção, cantou,
Ao ouvir a saudação
Da sua prima Isabel
E deu graças ao Senhor,
Pelo infinito amor
Que a fez Virgem fiel.
Como Maria,
Canto, também,
A Deus que me ama.
Por isso, me chama
A ser filha digna
Da Virgem, Sua Mãe.
AVE, VIRGEM MÃE, MARIA!
AVE, CAUSA DA NOSSA
ALEGRIA!
Maria Lina da Silva, fmm
Lisboa, 31.5.2014
Festa da Visitação de Nossa Senhora
Exulta de alegria por tua causa.
(cf. Sof 3,14-18)
Deus
alegra-se e entristece-se com os seus filhos.
Entristece-se
quando nos vê cegos de egoísmo,
temerosos
de fraternidade, duros de coração,
paralisados
no pecado e no rancor, escravos de ídolos.
Alegra-se
quando encontra ouvidos despertos e acolhedores,
corações
sintonizados, joelhos humildes, pés de evangelizador,
mãos
solidárias, boca de louvor, olhar de peregrino,
entranhas
de misericórdia, pulmões arejados pelo Espírito.
Deus alegra-se com
Maria, sua humilde Serva.
E a nossa vida e
presença é fonte de alegria ou de tristeza?
O lar familiar
ilumina-se ou escurece quando entro em casa?
O lugar de trabalho
ganha cor ou arrefece com a minha presença?
O mundo está a
ficar melhor e mais belo por minha causa?
Preocupo-me em dar
motivos de festa no Céu
ou é-me
indiferente entristecer o Senhor continuamente?
Em que é que eu
faço a diferença no circular da vida feliz?
Senhor, Pai de
bondade, obrigado por Maria,Tua Filha,
bela na
simplicidade e acolhedora na fé.
Senhor Jesus, Verbo
Encarnado, obrigado por Maria, Tua Mãe,
fecunda no Espírito
e visitadora veloz e evangelizadora.
Espírito Santo,
Sombra do Altíssimo a gerar vida nova,
obrigado por Maria,
vela orientada do barco da esperança.
Maria, portadora de
alegria a Deus, a Isabel e a cada um de nós,
ensina-nos a ser
fonte de festa de fé e de amor no Céu e na Terra.
sexta-feira, maio 30, 2014
6ª feira da 6ª semana da Páscoa
Paulo demorou-se ali ano e meio a
ensinar aos coríntios a palavra de Deus. (cf.
At 18,9-18)
A
evangelização da cidade necessita de raízes profundas.
Paulo
demora-se ano e meio na cidade de brandos costumes,
para
consolidar a fé e dar-lhe coluna vertebral.
Uma
sociedade aberta e tolerante acolhe facilmente o Evangelho,
mas
corre maior risco de O descaracterizar e neutralizar,
com
sincretismos de outras religiões e ideologias antagónicas.
Daí a
necessidade de uma evangelização demorada e personalizada.
Hoje
também vivemos numa sociedade aberta e globalizada.
O
relativismo tolerante superficializa as convicções
e
privatiza os credos e as práticas religiosas.
A
evangelização, nestas condições, deve ser tolerante no acessório,
inculturada
nas expressões, firme e convincente no essencial.
Para
isso, necessita de grupos de entreajuda e de proximidade,
de
formação em que a Palavra de Deus ilumine a vida,
de
pastores que tenham tempo para estar com as ovelhas.
Senhor
Jesus, que nos alentas a não termos medo de evangelizar,
confirma
os nossos passos no anúncio alegre do Teu Evangelho.
Dá-nos
um coração de pastor e de irmão, paciente na esperança,
perseverante
na fé, enraizado na caridade, diverso nos ministérios.
Que o
Teu Espírito nos ilumine e nos conduza
para
que saibamos levar a Tua salvação onde as pessoas estão:
na
família, na escola, no trabalho, na comunicação social,
nas
redes sociais da internet, nos movimentos sociais e políticos...
quinta-feira, maio 29, 2014
5ª feira da 6ª semana da Páscoa
Paulo saiu de Atenas e foi para
Corinto. (cf. At 18,1-8)
Em
Atenas, Paulo voltou a cair por terra, qual estrada de Damasco.
Saiu
ferido no orgulho e desiludido com a sabedoria humana.
A
estrada de Corinto foi um caminho de conversão:
resolve
não procurar o centro da cidade, mas a periferia;
não
confiar no saber humano, mas na sabedoria da cruz;
não
se apresentar como doutor, mas como fabricante de tendas.
Ei-lo
de novo, como discípulo de Cristo, humilde e cheio de fé,
a
pregar aos judeus e gregos a salvação do Messias crucificado.
Até o
maior santo está sempre tentado a voltar atrás.
Junto
dos sábios, somos tentados a confiar na nossa sabedoria;
em
situações de poder, somos tentados a buscar a entronização;
em
meios financeiros, somos tentados em dar a vida pelo dinheiro;
em
festas regadas, somos tentados a comprar alegrias drogadas;
em
sociedades libertinas, somos tentados a ser infiéis e egoístas;
em
culturas consumistas, somos tentados a atulhar-nos de novidades.
A
conversão deve ser o pão-nosso-de-cada-dia,
que
exige um cortar com situações de pecado e começar de novo,
com
consequências reais para a nossa vida.
Senhor
Jesus, Caminho da graça que se manifesta na cruz,
ajuda-nos
a evangelizar as periferias da cidade formigueira.
Cura-nos
do contágio do vírus, que miopia a nossa atenção,
na
tirania do hoje e do curto prazo da recompensa social,
do
poder instante, da riqueza acumulada, do apetite sensual...
Ensina-nos
a aproveitar as nossas quedas em tentação,
para
aprofundarmos a nossa conversão a Ti
e nos
tornarmos verdadeiros testemunhos do Teu Evangelho.
quarta-feira, maio 28, 2014
4ª feira da 6ª semana da Páscoa
Vejo que sois em tudo extremamente
religiosos. (cf. At
17,15.22-18,1)
Paulo
fica indignado ao percorrer Atenas.
Dá-se
conta que a cidade do saber da antiguidade
é
ignorante e idólatra no domínio religioso.
É
muito religiosa, mas desconhece o rosto do verdadeiro Deus.
É a
indignação e o desejo de demonstrar o seu saber
que
leva Paulo a preparar o famoso discurso de Atenas.
Quando
fala da ressurreição, sorriem dele e interrompem-no.
Paulo
sai de Atenas ainda mais indignado e humilhado.
Hoje,
ao olhar o nosso tempo, temos a mesma sensação de Paulo:
os
jogadores benzem-se antes de entrar no campo de futebol,
os
jovens punks vestem-se de preto e ostentam cruzes ao peito,
nos
carros balança um terço que não se reza,
nas
casas há oratórios com imagens a
dum
Deus que Maria, Buda, Sousa Martins...
É uma
religiosidade de medo, de anjos protetores,
de
velas energéticas, de amuletos de sorte, de promessas...
É um
culto ao deus desconhecido e sem rosto
que
faz da religião um cocktail
de olhos fechados.
Senhor
Jesus, rosto sublime de um Deus que se revela amor,
abre o
nosso coração à Tua presença salvadora.
Cura-nos
do medo do além e dos poderes espirituais,
pois
só Tu vences o mal e nos libertas da morte eterna.
Dá-nos
o Teu Espírito de sabedoria e de verdade,
que
move a vida pelo amor e revela a sabedoria da cruz
dum
Deus que se faz homem e toma rosto em Jesus.
terça-feira, maio 27, 2014
3ª feira da 6ª semana da Páscoa
O carcereiro lavou-lhes as feridas e
logo recebeu o Baptismo. (cf. At
16,22-34)
O
encontro com Cristo, por meio de Paulo e Silas,
levou
o carcereiro a ver nestes presos seus irmãos.
Por
isso, lava-lhes as feridas que tinha provocado,
escuta
a Boa Nova que vem da prisão livre de algemas
e pede
o Batismo para si e para toda a sua família.
A fé
batismal abre os olhos ao avental da caridade,
convida
a entrar na intimidade da sua mesa
e
liberta o carcereiro para a alegria de ser livre em Cristo.
A
pastoral penitenciária é uma obra de misericórdia.
Onde
as pessoas são reduzidas a números,
o
presente é castigo das chagas do passado,
a luz
da esperança é filtrada pelas grades da prisão,
é
necessário que Cristo entre com pés de amigo,
e
ouvidos pacientes de humanidade,
e
olhar acolhedor que cura a dignidade perdida,
e
coração que cura a esperança algemada.
Senhor
Jesus, Prisioneiro voluntariamente açoitado,
onde
todos os prisioneiros se podem sentir amados,
dá-nos
a coragem de visitar os que estão privados de liberdade
e de
os amar como irmãos, para além do seu pecado.
Dá-nos
um coração de Cireneu que ajuda a carregar a cruz
daqueles
cujas más opções fizeram mal a si e aos outros.
Alimenta-nos
a paciência perante as quedas frequentes
e
ensina-nos a construir uma sociedade curativa
que
ajuda a restabelecer a dignidade e a incluir os que pecaram.
segunda-feira, maio 26, 2014
2ª feira da 5ª semana da Páscoa
O Senhor abriu-lhe o coração, para
aderir ao que Paulo dizia. (cf.
At 16,11-15)
A
missão de converter e de salvar é obra de Deus.
É Ele
que toma a iniciativa, chama e envia,
inspira
o evangelizador e o evangelizado.
É o
Senhor que fecunda a atividade de Paulo
e a
escuta de Lídia, primeira convertida da Europa.
Sem o
Espírito Santo a missão é uma propaganda.
A
Missão nasce da fé e destina-se a despertar a fé.
O/a
missionário/a é apenas um instrumento
que
deve facilitar este processo de conversão.
Por
isso, a missão começa com a oração
pelo
que evangeliza e pelos vão ser evangelizados,
para
que ambos abram o coração à conversão e à graça.
A
fecundidade do missionário não se mede pelos meios,
aptidão
oratória ou inteletual, idade ou cultura,
mas
pela fé e disponibilidade para semear o Evangelho,
com
generosidade, confiança, coerência e humildade.
Senhor
Jesus, Missionário enviado pelo Pai,
abre o
nosso coração a uma conversão permanente
ao Teu
Evangelho, como caminho de vida.
Espírito
Santo, Missionário do Pai e do Filho,
dá-nos
o dom da fortaleza e da audácia missionária.
Deus
Amor, que a todos queres salvar, como Pai zeloso,
abre o
coração de todos aqueles com quem hoje nos encontrarmos,
para
que o nosso testemunho os possa ajudar
a
acolher a salvação, fruto da Tua Misericórdia.
domingo, maio 25, 2014
“NÃO VOS DEIXAREI ÓRFÃOS”, (Cf Jo 14,18)
Eis a promessa de Jesus,
Ao despedir-Se dos
discípulos,
A dar-lhes força e
alento,
Ao ver desabar a
esperança,
No coração dos amigos,
Tristes e meio perdidos,
Que logo, naquele momento,
Lhes acende nova luz,
Ao fazer esta promessa,
Em jeito de testemunho,
Declarando, firmemente:
- EU NÃO VOS DEIXAREI
ÓRFÃOS,
Pois Meu Amor é para
sempre.
Ao chegar junto do Pai,
Irei pedir vos envie,
O Espírito de Vida,
De Luz e Consolação,
Que será vosso protector
E vos dará a conhecer,
Aquele que já vos habita,
Mas que o mundo não
acredita.
Um dia, ireis reconhecer,
Que Eu, Jesus, estou no
Pai,
Vós em Mim e Eu em vós.
Por isso, não ficais sós.
Ele, o Espírito de
Verdade,
Vos ajudará a entender
O jeito de permanecer,
Convosco, de modo novo,
Por tanto amar o Meu Povo.
Quando regressar ao Pai,
Mas vós ver-Me-eis,
Porque Eu vivo e vós
vivereis,
E, iluminados pelo
Espírito,
De sabedoria e graça,
Ao mundo ireis dizer
Que se alguém aceita e
cumpre
O Mandamento do Amor,
Esse, realmente, Me ama,
O Meu Pai o amará,
Eu também amá-lo-ei
E a ele Me manifestarei.
DÁ-ME, SENHOR, A ALEGRIA,
DE SER POR TI ILUMINADA,
AMADA E ENVIADA,
A, NA PAZ, TESTEMUNHAR-TE,
POIS ÉS A LUZ QUE ME
GUIA!
Maria Lina da Silva, fmm
Lisboa, 24.5.2014
6º Domingo da Páscoa
Venerai Cristo Senhor em vossos
corações. (cf. 1Ped 3,15-18)
Cristo
é a nossa esperança e salvação.
Por
Ele entramos no amor do Pai e do Espírito,
aderimos
aos Seus mandamentos com um coração novo,
acolhemos
o Seu Espírito e tornamo-nos missão permanente.
Por
Cristo, estamos dispostos a padecer, gemendo o perdão,
e
combatemos o mal, sem rancor nem violência.
É
altura das profissões de fé na catequese e
da
administração do sacramento do Crisma.
Normalmente
é o resultado conclusivo de anos de catequese.
Não
se olha tanto à maturidade de fé e dos frutos de caridade,
mas
para o número de anos de frequência catequética.
O
resultado é, muitas vezes, a negação do que se celebra:
afastamento
da participação comunitária da Igreja,
descontinuidade
na formação e alimento da fé,
ausência
de uma vida espiritual e missionária.
Cristo,
nossa esperança e alegria de viver,
derrama
o Teu Espírito de amor e toma conta dos nossos sonhos.
Que o
Teu Espírito nos ajude a ser fieis na adversidade,
fortes
na tentação, respeitosos no testemunho,
corajosos
na solidariedade, perseverantes na dor e perseguição,
criativos
e humildes no anúncio do Teu Evangelho salvador.
Pão
da Vida, que alimenta e guia no caminho para o Pai,
faz do
nosso coração um sacrário vivo do Teu amor.
Abençoais o Papa Francisco na visita à Terra Santa.
sábado, maio 24, 2014
Sábado da 5ª semana da Páscoa
Mandou-o circuncidar, por causa dos
judeus que havia na região. (cf.
At 16,1-10)
Paulo
manda circuncidar Timóteo, filho duma judia e um grego,
quando
anunciava as decisões da assembleia de Jerusalém,
que
dizia que não era necessário circuncidar-se para ser cristão.
Não
quer que Timóteo, seu companheiro de missão,
se
torne um ruído na evangelização junto dos judeus.
Com os
judeus faz-se judeu, com o gregos grego,
para
anunciar Cristo salvador, a uns e a outros.
A
circuncisão de Timóteo é uma ponte para os judeus
e não
é um obstáculo para os não-judeus.
Um
missionário deve estar disponível
para
levar na sua bagagem apenas Cristo e o Seu Evangelho.
O
resto adquiri-o como dom: comida, alojamento, cultura, língua...
O
evangelizador deve encarnar-se na terra onde desembarcou.
Por
isso, é que Jesus, quando enviou os discípulos,
os
mandou pobres de seguranças e ricos de testemunho:
devem
levar apenas o irmão, porque a missão é eclesial,
e o
anúncio da Boa Nova de que o Reino de Deus está próximo.
A
inculturação supõe desprendimento para nascer de novo,
acolhimento
do outro e testemunho profético que evangeliza.
Senhor
Jesus, Missão encarnada com pés de nazareno,
faz da
nossa vida uma prioridade evangelizadora.
Liberta-nos
de tudo o que nos distrai do essencial da fé,
da
caridade, da esperança, da missão e da comunhão.
Ajuda-nos,
como Paulo, a ser tudo para todos,
para
ganhar alguns para Cristo e salvar as suas vidas.
sexta-feira, maio 23, 2014
6ª feira da 5ª semana da Páscoa
O Espírito Santo e nós decidimos.
(cf. At 15,21-31)
O
Espírito convoca para a comunhão e a escuta.
Inspira
a Palavra certa no momento certo
e
orienta os corações para o seguimento de Cristo.
Faz-nos
descobrir a todos como irmãos,
iguais
em dignidade e unidos na mesma fé,
cada
um com os seus ministérios, carismas e culturas.
O
resultado é o diálogo, a paz, a caridade na verdade.
Como é
bom quando todos nos colocamos à escuta!
Usamos
catalogar os cristãos em progressistas e conservadores.
O que
vive segundo o Espírito é uma surpresa permanente,
que
não fixa viseiras em posições rígidas e fechadas,
mas
vive ao sabor do Espírito num inquieto seguimento de Cristo.
Sabe
estar atento aos sinais dos tempos, lidos em comunidade,
à luz
da Palavra de Deus e da Tradição da Igreja.
No
final, alegra-se com a verdade, sem esquecer a caridade!
Senhor
Jesus, Amigo que gera amigos e companheiros de missão,
ajuda-nos
a conjugar a busca da verdade com a caridade.
Ensina-nos
a rezar e a trabalhar em comunidade
para
que seja o Espírito Santo a conduzir os nossos passos.
Ilumina
os nossos pastores para que, com humildade e fidelidade,
saibam
conduzir a Tua Igreja em comunhão sinodal.
Purifica-nos
de todos os ruídos que dividem a Igreja
e nos
afastam do seguimento do mandamento do amor.
quinta-feira, maio 22, 2014
5ª feira da 5ª semana da Páscoa
É pela graça do Senhor Jesus que
nós acreditamos que seremos salvos, do mesmo modo que eles.
(cf. At 15,7-21)
Jesus
é a chave dum amor divino e eterno,
que
arde sem se consumir nem cansar,
e a
todos quer atear e alimentar com vida generosa.
Permanece
no amor do Pai, porque ama o que Ele ama.
Abre-nos
ao amor divino, purificando-nos no Seu sangue.
É
pela iniciativa da Sua graça que entrámos na via da salvação.
Permanecer
no Seu amor é aprender a amar o que Ele ama.
O ser
humano compreende a realidade delimitando-a:
em
metros quadrados, em proximidade de sangue,
em
pertença cultural, religiosa e ideológica,
em
círculos de simpatia ou antipatia...
Jesus
vê o ser humano e a criação com os olhos do coração,
construindo
pontes, abraçando a diversidade,
aproximando
o desunido, salvando o perdido,
recuperando
o rejeitado e sem esperança,
revelando
uma fraternidade escondida em rostos diferentes.
É a
surpresa dum olhar que radiografia o essencial.
Senhor
Jesus, que dás o Teu Espírito sem medida nem delimitações,
dá-nos
um coração grande, capaz de acolher todos aqueles que amas.
Ensina-nos
a compreender a gramática do amor
que
revelas, indelével, na experiência de vida de cada ser humano.
Dá-nos
a sabedoria do diálogo e da escuta,
para
que as crises gerem capítulos novos na Igreja,
universal,
rica em diversidade e unida em arco-íris de fé.
quarta-feira, maio 21, 2014
4ª feira da 5ª semana da Páscoa
Então os Apóstolos e os anciãos
reuniram-se para examinar o assunto.
(cf. At 15,1-6)
A
Igreja é um corpo vivo, na qual a fé se vai revelando,
conforme
vai crescendo e enfrentando novos desafios.
A
missão e o diálogo intercultural e religioso
põem
em crise as certezas passadas,
colocando-nos
à procura do essencial da fé cristã.
Este
discernimento eclesial necessita dum diálogo conciliar
em que
a Igreja toda põe em comum a sua experiência de fé
e, com
a ajuda do Espírito, buscam um consenso sinodal
do
mistério de fé sempre novo e aberto a novas revelações.
Vivemos
tempos em que o Papa nos põe a peregrinar na fé.
Alguns
veem com alguma suspeita e temor este desinstalar.
Pensar,
refletir, dialogar, voltar à simplicidade do Evangelho...
custa,
mete medo, desconstrói esquemas fechados,
põe-nos
a caminho à escuta da Palavra de Deus e dos irmãos.
Isto
exige muita coragem e escuta, humildade e diálogo;
supõe
aprender a navegar em mar alto e encrespado,
a
tornar-se um eterno peregrino da Verdade que nos guia.
Senhor
Jesus, verdadeira Vide onde a seiva dá vida fecunda,
poda-nos
do orgulho, da idolatria e da verdade fundamentalista.
Dá-nos
a alegria de permanecer em Ti e ser Teu discípulo,
em
permanente estado de conversão e de missão.
Faz da
Igreja um corpo vivo, onde a comunhão é busca de fé
por
caminhos de oração, partilha humilde e diálogo fraterno.
terça-feira, maio 20, 2014
3ª feira da 5ª semana da Páscoa
Contaram tudo o que Deus fizera com
eles e como abrira aos gentios a porta da fé. (cf.
At 14,19-28)
A
missão é obra do Pai, pelo Filho, no Espírito Santo,
a atuar
nos evangelizadores e nos evangelizados.
Aos
evangelizadores chama, envia, fortalece, inspira;
aos
evangelizados abre a porta da fé,
dá o
dom do arrependimento e da conversão,
une na
comunhão da fé e alimenta com Sua Palavra e Corpo.
Voltar
à Igreja que envia para partilhar a surpresa boa da missão
é
também obra missionária de Deus que a revitaliza
e cria
comunhão e solidariedade com as novas Igrejas.
A
animação missionária é fundamental na Igreja.
A
narrativa, o testemunho, o intercâmbio,
a
experiência do dom, do acolhimento e da fraternidade
são
vitaminas de rejuvenescimento da Igreja que envia.
Uma
Igreja floresce fecundidade e maturidade de fé
quando
se abre à missão e envia para outras Igrejas:
religiosos/as,
sacerdotes, leigos, voluntários...
Neste
intercâmbio fraterno de Igrejas
promove-se
a primavera de esperança da Igreja.
Senhor,
Deus amor missionário que a todos queres salvar,
faz de
nós Teus colaboradores nesta obra de misericórdia.
Jesus,
nosso salvador e caminho para o Pai,
ajuda-nos
a descobrir em Ti o caminho dos irmãos.
Espírito
Santo, que queres renovar todas as coisas,
abre-nos
à partilha das coisas boas que realizas em nós e nos outros
para
animarmos os que andam adormecido na rotina da fé.
segunda-feira, maio 19, 2014
2ª feira da 5ª semana da Páscoa
A custo impediram a multidão de
lhes oferecer um sacrifício. (cf.
At 14,5-18)
A fé em Jesus
realiza as maravilhas de Jesus.
Os apóstolos
transportam no peito um fogo incontível,
por isso, tudo é
oportunidade para anunciar Jesus.
São perseguidos
numa cidade, refugiam noutra,
e aí procuram
anunciar a boa do Evangelho.
Curam um coxo e são
confundidos com os seus deuses,
a quem querem
oferecer sacrifícios,
mas os apóstolos
recusam-se a eclipsar Jesus
e aproveitam este
engano para anunciarem o verdadeiro Deus.
Há muitos grupos
religiosos que estão a surgir.
Os seus líderes e
fundadores são endeusados e vivem bem.
Ás vezes mais
parece que o seu deus é o dinheiro e o bem-estar
e não Aquele que
lhes enche a boca no palco do religioso.
É uma tentação,
não só das seitas, mas também da Igreja,
viver à custa do
religioso e aproveitar-se da fé dos simples,
para ser pastor
religioso à maneira do político ou do charlatão.
Senhor Jesus, Rei
que recusaste ser rei deste mundo,
cura-nos dos
devaneios terrenos de ser grande a prazo
e liberta-nos dos
ídolos que nos afastam de Ti.
Dá-nos o Teu
Espírito de discernimento e fortaleza
para fazermos de
toda a nossa vida um testemunho e anúncio
do Deus vivo,
revelado pelo Verbo Divino encarnado.
EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA
Aproximemo-nos
do Senhor,
Da Igreja,
pedra angular,
Para sermos
pedras vivas,
Deste templo
espiritual,
E
construirmos, no Seu amor,
Um reino
sacerdotal,
Nação
santa, por Deus eleita,
Para
anunciarmos Cristo,
À humanidade
desfeita
E em becos
sem saída.
Se Cristo é
o Caminho certo,
Que nos
conduz ao oásis,
Nesta vida de
deserto,
É a Verdade
que nos guia,
Mente e Alma
alumia,
E é Vida em
abundância
Porque
andamos por veredas,
Semeando
incertezas?
Num mundo de
facilitismo,
Egoísmo e
comodismo,
De GPS para
tudo,
Onde a
própria segurança
Parece estar
acessível
A quem põe a
confiança,
Na matéria
perecível,
O desnorte é
bem patente,
Na vida de
muita gente,
Cada vez mais
insegura,
Embora se
julgue madura,
Mas
revelando, em seu rosto,
Tristeza e
amargura,
Porque, para,
feliz, viver,
Falta-nos
olhar mais alto
E criar, em
nós, espaço,
Para, no amor
de Deus, crer,
Ele que em
Cristo Se fez,
Caminho,
Verdade e Vida,
Abundante e
sem medida.
AJUDA-NOS A
FAZER VIDA
DA TUA
PALAVRA ESCUTADA,
MEDITADA E
ASSUMIDA,
PARA QUEM
NELA ACREDITA,
PODER SER
SEMPRE EXPRESSÃO
DE FÉ E
ESPERANÇA VIVA,
EM GESTOS DE
VIDA E ACÇÃO.
Maria Lina da
Silva, fmm-Lisboa, 18.5.2014
domingo, maio 18, 2014
5º Domingo da Páscoa
Não convém que deixemos de pregar
a palavra de Deus, para servirmos às mesas. (cf.
At 6,1-7)
A
Igreja é a Pedra viva de Cristo, animada pelo Espírito,
que
faz de cada cristão pedras vivas em comunhão,
onde a
diferença de dons é um bem comum.
A
missão da Igreja é evangelizar, perdoar os pecados
servir
a caridade, orar e celebrar a liturgia sacramental.
É
missão da Igreja, como corpo, e não apenas de alguns.
Um
sacerdote preside à vida da comunidade,
mas
não deve monopolizar os ministérios e carismas.
Há
ministérios e carismas que os leigos podem e devem exercer,
para
que todos se sintam responsáveis pela missão da Igreja.
A
clericalização da Igreja, aliada à falta de vocações
sacerdotais,
está
a deixar a Igreja doente e infiel!
Uma
comunidade que se reune para rezar e escutar a Palavra,
animada
por um/a leigo/a, bem preparado/a e cheio/a de fé,
já
está a construir comunhão, a alimentar a fé,
a
evangelizar e a catequizar, a orar e a receber Cristo,
a
organizar-se para o serviço da caridade aos que mais necessitam.
Se uma
comunidade não abre a Igreja porque não tem sacerdote,
cada
um fica na sua casa, perde-se o sentido de Igreja,
a fé
fica anémica, os não-cristãos não são evangelizados
e a
indiferença instala-se e eclipsa a caridade e a solidariedade.
Senhor
Jesus, Caminho, Verdade e Vida divina,
faz de
nós Teus discípulos, comprometidos com a Tua missão.
Cura-nos
da murmuração que divide e nos desresponsabiliza,
e
ajuda-nos a fazer de cada dificuldade e desafio uma oportunidade
para
escutar a voz do Espírito e nos convertermos em pedras vivas.
Dá-nos
um coração novo, onde palpite o amor pela Igreja,
a
fidelidade a Cristo e a fraternidade na fé.
sábado, maio 17, 2014
Sábado da 4ª semana da Páscoa
Voltamo-nos para os gentios, porque
assim nos mandou o Senhor. (cf.
At 13,44-52)
A Boa
Nova do Evangelho é para ser anunciada a toda a criatura.
O
Senhor confiou-nos esta Luz, proposta frágil e redentora,
não
para a reservarmos apenas para alguns
ou a
escondermos dentro do cofre intimista do nosso temor,
mas
para lhe darmos pés, boca e coração de apóstolos.
Não
temos título de propriedade do Evangelho,
por
isso, devemos fazer tudo para que este se espalhe,
cresça
e nos surpreenda a dar vida nova a todos.
O
toque dos sinos da Igreja deixou de mobilizar muita gente.
A este
convite para a oração comunitária respondem poucos.
O
Domingo deixou de ser o “Dia do Senhor” para se tornar:
o meu
dia, o dia do descanso ou dos afazeres domésticos,
o dia
do hobby, do desporto, do turismo, da família.
A
Palavra do Evangelho não pode ficar aprisionada no templo,
mas
precisa ganhar corpo e alegria de anuncio
em todos os recantos onde
estiver o cristão
e houver pessoas a necessitar de salvação.
Santíssima
Trindade, Amor missionário que a todos nos envolve,
liberta-nos
dos nossos comodismos centrifugadores
e
dá-nos um coração alegre, evangelizado e evangelizador.
Teu
Espírito nos cure da rotina e dos medos paralizadores,
para
que possamos fazer o que Jesus fazia.
Dá-nos
a audácia missionária de Paulo e Barnabé
para
que também hoje todos possam escutar a Tua Palavra.
sexta-feira, maio 16, 2014
6ª feira da 4ª semana da Páscoa
Nós vos anunciamos a
boa nova de que a promessa feita a nossos pais, Deus a cumpriu.
(cf. At 13,26-33)
Deus é
palavra dada e palavra cumprida.
É uma
promessa que nos coloca à procura,
na
obediência confiante, com a bússula da fé.
É uma
palavra que nasce do amor eterno,
é
semeada no tempo, à espera que amadureça em nós
e
frutifique “sim” confiante a esta gravidez de amor.
A
promessa de Deus não caduca nem esquece,
mas
também não se deixa manobrar nem corromper.
A
ressurreição de Jesus e o dom do Seu Espírito
é a
plenitude da Palavra encarnada a eternizar a história.
Na
selva da cidade, a palavra esconde a verdade.
A
“palavra de honra” tornou-se coisa do passado,
tema
de novelas de cavalaria e de duelos de honra.
A
palavra do político só vale para as campanhas eleitorais.
A
palavra do negociante só tem validade enquanto interessa.
A
palavra do compromisso matrimonial vale até cansar.
A
palavra do crente fragmenta-se em sins e nãos a contento.
Onde
tudo é efémero e a prazo, a palavra não promete!
Senhor
Jesus, Palavra encarnada dum amor eterno,
ajuda-nos
a aproximar a vida da promessa e da teoria.
Cura-nos
da mentira interesseira que faz da palavra camaleão.
Ajuda-nos
a caminhar na fé e na esperança,
quando
a espera passa pela cruz e a nuvem escurece.
Que o
Teu Espírito guie os nossos passos
pelo
caminho seguro da Verdade que é Jesus.
quinta-feira, maio 15, 2014
5ª feira da 4ª semana da Páscoa
Irmãos, se tendes alguma exortação
a fazer ao povo, falai. (cf. At
13,13-25)
Paulo
e Barnabé tornam-se evangelizadores itinerantes.
Entravam
nas sinagogas, rezavam e deixavam-se convidar
para
falar de Jesus, o Messias esperado por Israel.
O seu
evangelho era uma releitura da história da salvação,
a
partir de Jesus, descente de David e nosso salvador.
Jesus
faz a pontuação que dá sentido e inicia novo capítulo
duma
história cheia de acontecimentos, aparentemente desconexos.
Hoje
há pessoas que buscam espiritualidade e paz interior.
Nem
sempre é uma mística com rosto definido,
nem
uma religiosidade popular purificada,
mas é
uma busca onde é preciso entrar, sentar-se companheiro,
e
esperar que alguém nos convide a dar razões da nossa esperança.
Os
buscadores de Deus não se devem combater ou criticar,
mas
acompanhar e evangelizar com paciência, respeito e diálogo.
Senhor
Jesus, Filho do Altíssimo a lavar-nos os pés,
dá-nos
um coração de servo, iluminado pela Tua Palavra.
Enviado
pelo Pai, envia-nos o Teu Espírito de santidade
e faz
de nós enviados em missão, destemidos e fieis.
Fortalece
os nossos pés fraternos e evangelizadores,
que
pedem licença para entrar e esperam o convite para falar
desta
misericórdia que experimentámos e queremos partilhar.
quarta-feira, maio 14, 2014
Festa de S. Matias
Apresentaram dois: José, chamado
Barsabás, de sobrenome Justo, e Matias. (cf.
At 1,15-17.20-26)
A
vocação é a resposta a um chamamento do Senhor,
amadurecido
pelo seguimento fiel e perseverante de Jesus,
confirmado
pela comunidade e o empenhamento eclesial.
Os
cargos de responsabilidade na Igreja são dom de Deus,
discernidos
comunitariamente e em oração,
para
serem exercidos com humildade, entrega e vigilância.
O
apóstolo facilmente se pode transformar em traidor.
Às
vezes olhamos para um jovem tímido,
que
não frequenta as discotecas nem tem vícios visíveis,
não
faz mal nem faz bem, não namora, não...
e
pensamos que este é que podia ser para padre!
Como
ser padre fosse um refúgio para os temerosos.
Pertence
à comunidade confirmar alguém vocacionalmente,
não
só pelo que não faz, mas acima de tudo pelo que faz,
acredita,
o apaixona, se entrega, sonha e promove.
E
mesmo assim pertence a Deus confirmar a vocação.
Senhor
Jesus, Pastor do Teu povo peregrino,
continua
a chamar pessoas que conhecem a Tua voz,
para
se consagrarem plenamente ao teu seguimento,
presidirem
à Eucaristia e animarem a Tua Igreja na fé,
viverem
apaixonados pelo Reino de Deus
e
anunciarem a Boa Nova do teu Evangelho.
Liberta-nos
do medo e do comodismo
e
ajudai-nos a acolher aqueles que escolhestes
para
serem nossos pastores na fé e na graça.
terça-feira, maio 13, 2014
Festa de Nossa Senhora do Rosário de Fátima
Vi um novo céu e uma nova terra.
(cf. Ap 21,1-5a)
A
Igreja é sacramento de salvação e envio em missão,
enquanto
peregrina na terra sob a nuvem da fé,
quando
se purifica no útero amoroso da esperança,
e
continua no gozo da felicidade eterna do Céu acolhido.
Maria,
imagem da Igreja, identifica-se de tal forma com o Filho,
que
sofre, com coração de pastora, os filhos perdidos,
intercede
pelos irmãos doentes e fragilizados,
surpreende
e envia crianças pastoras em missão
a
despertar o mundo do pecado que o inferniza.
A 1ª
guerra mundial e o ateísmo matavam a esperança.
O medo
fez deste jardim um campo de batalha.
O Céu
chorava um mundo em processo de destruição.
Basta
de fardas e mãos de ferro, com estrondo de fogo!
O
mundo precisava de redescobrir a ternura da Mãe
e a
força dos fracos, com coração de cordeiro.
A
Senhora mais brilhante que o sol,
fez da
Serra D'Aire um cenáculo
que
acolhe o mundo peregrino sedento de infinito,
em
Pentecostes de paz e comunhão do diferente,
cada
um a louvar o Senhor na sua própria língua,
e em
busca penitente de luz e conversão.
Senhor
do amor pastor que a todos nos envias em missão,
faz-nos
voltar fortalecidos na fé e comprometidos com a caridade.
Mãe
do Céu ensina-nos a gramática da ternura e da esperança
que
faz de nós candeias acesas que apontam para o Céu.
Mãe
da Igreja, Corpo místico do Teu Filho,
faz do
cada um de nós pastorinhos missionários,
envolvidos
pela luz do amor de Deus que repara o mundo.
segunda-feira, maio 12, 2014
2ª feira da 4ª semana da Páscoa
Deus concedeu também aos gentios o
arrependimento que conduz à vida.
(cf. At 11,1-18)
Nada
do que existe é alheio ao Senhor do tempo e da eternidade.
Tudo
nasce em Deus, vive de Deus e destina-se a ser puro amor.
O Bom
Pastor, enviado pela Bondade Fontal,
traz a
missão de salvar a todos, em exceção,
crucificando
na cruz o pecado encardido de todo o arrependido.
É o
Espírito de santidade a fazer novas todas as coisas,
criando
uma humanidade nova, a partir do coração.
Os
zelosos da religião e os doutores da lei gostam de cristalizações:
os
ritos religiosos têm que ser exatamente assim,
o
credo de fé tem que ser com estas palavras exatas...
tudo é
medido, regulamentado, sem espaço para surpresas divinas.
No
entanto, Deus é infinito, um mistério a surpreender-nos,
por
isso, ou entramos nesta aventura do discernimento contínuo
ou
fazemos da Igreja um museu, de Cristo uma múmia
e do
Espírito um colete de forças a estatuar o medo.
Senhor,
Pai bom e solícito por tudo, dom da Tua generosidade,
dá-nos
um coração grande para amar a todos como irmãos.
Senhor
Jesus, Aliança oferecida em amor a sangrar,
cura-nos
dos nossos pecados e ajuda-nos a acreditar.
Espírito
de Verdade a iluminar o universo,
liberta-nos
para a missão e anima-nos para a evangelização.
Abre-nos
para as surpresas da Tua revelação na história.
domingo, maio 11, 2014
4º Domingo da Páscoa e Bom Pastor – Dia mundial de oração pelas vocações
Voltastes para o pastor e guarda das
vossas almas. (cf. 1Ped
2,20b-25)
Jesus
é um vitral da ternura e da misericórdia divina,
que na
cruz transparece a fidelidade de um amor-pastor:
próximo,
gratuito, totalmente centrado no bem do desgarrado,
disponível
para dar a vida por quem a perdeu.
É um
amor movido pelas entranhas da mãe concebida
que em
todos vê filhos, parte de si mesmo.
É um
amor paciente e longamente amadurecido,
no
respeito e na oportunidade, de quem interpreta os silêncios
e
conhece as lágrimas do coração não reveladas.
Respira-se
o ideal do “cada um que se arranje”.
Ninguém
quer ser pastor e guia de ninguém:
a
educação está entregue a funcionários pagos,
a
catequese restringe-se a uma hora de voluntariado semanal,
a
formação confia-se à escola e aos meios de comunicação...
As
crianças brincam aos adultos
e os
adultos divertem-se como crianças.
O
resultado é uma família desgarrada e instável,
uma
juventude sôfrega de novidades e experiências radicais,
uma
sociedade cruel e indiferente para com o marginalizado,
uma
religiosidade mágica, impessoal e interesseira.
Senhor,
Porta do amor e vigilante Bom Pastor,
faz-nos
voltar confiantes, após as nossas ausências desnorteadas.
Dá-nos
um coração bom, atento e solícito ao bem de todos.
Dá-nos
sacerdotes e consagrados/as gémeos do Teu coração.
Aos
jovens que moldas e chamas a serem pastores,
dá-lhes
profundidade de fé, intimidade de vontade,
ousadia
no sim, disponibilidade para servir e abraçar a cruz,
amor
para condimentar tudo o que fazem.
sábado, maio 10, 2014
EU SOU O BOM PASTOR
A quem iremos, Senhor,
Se Tu és o Bom Pastor,
O Teu rebanho conheces,
Amor e cuidado ofereceres,
A cada ovelhinha ou
cordeiro
A quem chamas pelo nome,
Pondo pasto em abundância,
E para evitar sede ou
fome,
O Teu rebanho conduzes,
Com terno e imenso amor,
À protecção do aprisco,
Nas horas de mais calor?!
Caminhas à nossa frente,
Para proteger dos perigos
E investidas dos lobos
De cordeiros disfarçados,
As ovelhas inocentes
E os cordeiros distraídos,
Levando-nos em segurança
Até ao verdejante prado,
Com erva e água
abundante,
Onde, sob o Teu olhar
E a força do Teu cajado,
Estamos em segurança,
Contigo, em qualquer lado.
És a Porta que garante
Segurança e confiança,
A toda hora e instante.
Mas se alguma se desgarra,
Ficando à mercê do lobo,
O Teu coração dispara
E o Teu olhar não
descansa,
Enquanto a não avistar
E a conseguir resgatar,
Pois, se necessário for,
Vivamos, pois, confiantes,
No amor do Bom Pastor,
Que também nos cuidará,
Nas horas de maior dor,
Porque é grande o Seu
amor.
E na mesma fé, peçamos,
A Jesus, o Bom Pastor,
Pelos pastores que envia
Ao Seu povo peregrino,
Para que sejam Sua voz
E presença, em seu
caminho,
A inspirar confiança,
Na divina liderança.
Maria Lina da Silva,
fmm-Lisboa, 10.5.2014