domingo, novembro 30, 2014
DEUS, NOSSO PAI E REDENTOR
Por mais franco que
estejamos,
Feridos e cheios de
dor,
Descobrir que somos
filhos
De Deus Pai e
redentor,
Porque salvos e
adoptados,
Pelo próprio Jesus
Cristo,
Que encarnou, por
nosso amor,
Nossa alma rejubila
E se abre à
esperança,
Que, à conquista,
se lança,
Dum novo estilo de
vida,
Para poder
reflectir,
No nosso ser e agir,
A imagem que em nós
cunhaste,
Quando, por amor,
nos criaste,
A partir do próprio
barro,
Que Tu, Senhor,
modelaste
E transformaste em
vaso,
Belo, mas poroso e
frágil.
Por isso, Tu nos
convidas
A uma atenção
redobrada
E a caminhar
vigilantes,
À luz da Tua
Palavra,
Que nos guia e
alimenta,
Na dúvida, nos
alenta
E, se fracos, nos
alenta
A avançar
confiantes,
Porque àquele que,
em Ti, crê,
Tu o cumulas de
graça,
Até no escuro vê,
Vai sereno e nada
falta.
QUE AO LONGO DESTE
ADVENTO,
EU FIQUE LIVRE, POR
DENTRO,
MAS CRIE NOVO ESPAÇO
E TEMPO,
CENTRADA, EM
ACOLHER,
ADORAR E EMBALAR,
CHEIA DE FÉ E
CONFIANÇA,
DEUS AMOR, FEITO
CRIANÇA,
QUE, EM MIM, DESEJA
NASCER,
PARA, POR ONDE
PASSAR,
SER VIDA
ATESTEMUNHAR
QUE, SEM ELE, NÃO
HÁ NATAL.
Maria Lina da Silva,
fmm
Lisboa, 30.11.2014
1º Domingo do Advento
Acautelai-vos e vigiai.
(cf. Mc 13,33-37)
O Dono
da casa entregou-nos a missão de administrar
esta
casa comum que é a criação e a história.
Para
isso, entregou-nos o código da aliança,
curou-nos
no Filho e recriou-nos no Espírito.
No
entanto, o tentador continua a armadilhar-nos o caminho
e a
adormecer-nos a vigilância, cegando-nos o entendimento.
Daí a
recomendação de Jesus: “acautelai-vos” dos perigos,
da
vida errante, das miragens de felicidade, da mentira branqueada;
e
“vigiai” para que a espera não perca o horizonte
e o
Advento do Senhor nos prepare com encontros despertos,
durante
a noite, iluminados por luzinhas de fé
e
faróis de palavras que brotam do silêncio amigo.
O
progresso científico e tecnológico deu-nos a sensação
que
tudo depende de nós e dum clique à distância.
Mas a
falta de cautela e de vigilância pode levar-nos:
a
acidentes por excesso de velocidade, adormecimentos,
uso de
telemóvel ao volante, condução embriagada...
Facilitaram-se
as comunicações e transações comerciais,
mas se
não houver cautela e vigilância acontecem as fraudes,
as
corrupções escondidas nos “offshores”,
as
identidades virtuais com pele de cordeiro e garras de lobo!
Senhor,
dá-nos o dom da vigilância neste Advento.
Dá-nos
consciência dos perigos que nos tentam
e dos
remédios que nos dás para uma vida feliz e vigilante.
Recorda-nos,
cada segundo, que somos administrados
e não
donos da criação, das riquezas e da justiça.
Que o
teu Espírito nos ajude a despertar para a mística do encontro,
feita
de ascese e de escuta, de conversão e alegria de viver,
de
fraternidade e solidariedade, de esperança e evangelização.
Abençoa,
Senhor, este Ano da Vida Consagrada.
sábado, novembro 29, 2014
Sábado da 34ª semana do Tempo Comum
No meio da praça da cidade, entre
os dois braços do rio, está a árvore da vida; (Cf.
Ap 22,1-7)
O
livro do Apocalipse termina com a visão duma nova cidade.
É o
paraíso renascido, onde Deus é acolhido como fonte da vida.
O
trono de Deus e do Cordeiro é uma nascente de graça e de vida.
É
este rio, resplandecente de santidade como um cristal,
que
rega e alimenta a árvore da vida, no centro da cidade.
O
valor da vida, fecunda, luminosa, festiva, inclusiva e eterna,
volta
de novo a ser o centro das prioridades da cidade.
Tudo é
comunhão e escuta de Deus,
abraço
fraterno com os irmãos e harmonia com a natureza.
Onde
está hoje o centro da cidade e a sua praça maior?
Qual é
o lugar ou lugares de encontro onde se constrói a comunhão?
Há
lugar para Deus iluminar a cidade ou prefere-se a luz artificial?
Há
lugar para a árvore e o verde que fotossinta o dióxido de carbono?
Dá-se
prioridade à fecundidade de vida para além da minha?
Se a
cidade é a imagem do que somos, acreditamos e sonhamos,
dá
que pensar a visão dum formigueiro apressado,
pelas
avenidas ajardinadas de betão e de sem-abrigo,
e
concentrado nos centros comerciais ou escondido em casa.
Felizes
aqueles que escutando as profecias deste livro,
querem
construir uma cidade sem maldição!
Louvado
sejas, Deus Trindade, fonte inesgotável de amor.
Obrigado
pela proposta de aliança que nos ilumina a esperança.
Planta
e rega em nós a árvore da vida, generosa e feliz,
que
semeia a paz, alimenta o amor e cura a divisão.
Torna-nos
ouvintes sedentos da tua Palavra,
como
alunos da arte de ver o invisível e construir comunhão.
Sê o
Sol duma cidade nova, justa e feliz, solidária e fraterna,
onde
todos se sentem filhos e irmãos em dignidade e oportunidades.
sexta-feira, novembro 28, 2014
6ª feira da 34ª semana do Tempo Comum
Os mortos foram julgados segundo as
suas obras, conforme o que estava escrito nos livros. (cf.
Ap 20,1-4.11-21,2)
Deus
deu-nos a possibilidade de escrevermos e reescrevermos
o
livro único e original da história da nossa vida.
Nada é
apagado deste livro de aventuras, escrito às escuras,
mas o
que conta é o que está a ser escrito hoje.
O
encontro com a Palavra encarnada faz-nos virar a página
e
aprender a escrever direito, coerente e em comunidade.
Cristo
oferece-nos a candeia do seu Espírito
e o
corretor da sua graça e dos sacramentos,
para
que o livro seja menos rasurado e mais belo,
perfumado
de amor e de louvor, de serviço humilde e alegre.
Numa
sociedade que cultiva a infidelidade consumista,
a
palavra é pródiga e infestante, mas é de validade limitada.
Tudo é
relativo e subjetivo, sem valor permanente.
O que
se revela, nem sempre é a realidade no teatro da vida.
Escondem-se
manuscritos no segredo das trevas,
que
mais tarde ou mais cedo a verdade vem revelar.
Prefere-se
a profissionalização na arte de escrever encriptado,
do que
na arte de escrever para aquele que é a Verdade.
Deus quer inspirar-nos um novo céu e
uma nova terra
e ensinar-nos a escrever e a permanecer
num parágrafo solidário.
Senhor, escritor de histórias de
salvação
nas linhas tortas da nossa vida, a
tatear a luz,
obrigado porque no teu coração não
existe o rancor
nem o ressentimento de um passado
desencontrado,
mas apenas o sonho eterno de a todos
nos salvar.
Cristo, Palavra próxima e fiel, numa
aliança eterna,
envia-nos o teu Espírito e ensina-nos
a gramática da paz,
a linguagem do amor, a caneta da
esperança,
a borracha do perdão e a poesia do
louvor ao desafio.
Louvado sejas Pai-Mãe que te alegras
com os nossos gatafunhos
e fazes deles uma bela e alegre
história de salvação.
quinta-feira, novembro 27, 2014
5ª feira da 34ª semana do Tempo Comum
Felizes os convidados para o
banquete das núpcias do Cordeiro. (cf. Ap 18, 1-2.21-23; 19,
1-3.9a)
Há em todos nós a saudade da festa do
amor e da comunhão.
Viemos de Deus, que é alegria e
comunhão de pessoas,
e sonhamos participar no banquete da
festa sem fim.
Pelo caminho vamos buscando motivos
para fazer festas
e para estarmos juntos, preenchendo a
solidão com o calor do irmão.
Muitas destas festas terminam em
ressaca e nas trevas da aurora,
pois buscámos companhia, mas não
oferecemos comunhão.
Cristo convida-nos para o seu banquete
e prepara-nos para a festa,
revestindo-nos com a veste da santidade
e a beleza de ser pão.
A cidade, a televisão, a internet, o
telefone, as noitadas...
são gritos de comunhão e paliativos
do vazio existencial.
Muitas vezes não passa de uma solidão
espetadora de pessoas,
de novelas sonhadas, de presenças
virtuais, de ausências sentidas.
Muitos desistem de procurar a comunhão
de corações,
fugindo ao encontro com o Sempre
Presente Misericordioso,
encharcando-se com comida e bebida
solitária e compensatória,
buscando o prazer em si mesmo com medo
de não serem amados,
enchendo a vida de coisas, de trabalho,
de ruídos e ansiolíticos,
para calarem a dor e a tristeza do sem
sentido e da solidão.
Felizes os que fizeram da vida uma
festa de encontros
e aprenderam a partilha da alegria e do
melhor de si mesmos.
Senhor, festa da vida e horizonte de
esperança,
liberta-nos do egoísmo e cura-nos com
a tua graça e perdão,
e dá-nos o teu Espírito, aliança que
brota do coração.
Cristo, Cordeiro pascal que queres ser
um só com todos nós,
num casamento buscado e doado, em festa
que não acaba,
ajuda-nos a fazer de cada Eucaristia
uma solenidade
que antecipa e prepara para o banquete
da eterna felicidade.
Ensina-nos a ser pão e vinho de
presença gratuita
que faz de cada encontro uma festa que
serve alegria e paz.
quarta-feira, novembro 26, 2014
4ª feira da 34ª semana do Tempo Comum
Sobre o mar de cristal, estavam de
pé, os vencedores do Monstro.
(cf. Ap 15,1-4)
A
história está em permanente êxodo pascal.
Deus
continua a estar atento ao gemido do perseguido,
do que
sofre por ser perseverante na fé e amar a justiça.
Cristo
é o novo Moisés que nos faz passar da morte à vida,
da
escravidão do pecado e do egoísmo à liberdade do amor.
Seguir
Jesus e alimentar a encarnação do seu Evangelho
é
encontrar a vara que abre caminho no mar da esperança
e a
fidelidade até à cruz que conduz à vitória sobre a morte.
O
monstro do mal só se vence com as armas frágeis do Cordeiro!
A
história está grávida de salvação, porque nela habita Cristo.
Apesar
de disso, o que brilha são os holofotes do poder,
o
troar dos canhões opressores e controladores,
a
invasão da privacidade e a manipulação da liberdade.
Parece
que o horizonte está fechado e a esperança abortada!
Mas,
hoje como antigamente, há os vencedores do monstro,
que
são capazes de dar a vida pela verdade na caridade,
que
proclamam com o testemunho a alegria da fé,
que
constróem encontros no silêncio do quotidiano,
que
resistem à tentação da corrupção e da exploração do fraco.
Senhor,
Deus da libertação e das causas perdidas,
dá-nos
um coração disponível para sermos Moisés,
que
deixam o comodismo da sua vida indiferente ao irmão
e
enfrentam o mal com o bastão da fé e a obediência da missão.
Cristo,
Cordeiro de Deus que tiras o pecado do mundo,
ajuda-nos
a viver em permanente êxodo de conversão
e a
caminhar no deserto da cidade de mãos dadas com todos.
Dá-nos
um coração de pastor, compassivo e fiel,
para
ajudarmos outros a entrar neste cortejo de libertação.
terça-feira, novembro 25, 2014
3ª feira da 34ª semana do Tempo Comum
Vi uma nuvem branca, sobre a qual
estava sentado Alguém, semelhante a um filho do homem. (cf.
Ap 14,14-19)
Cristo,
no Céu, está de pé, ao lado do Pai,
oferecendo-se
como cordeiro pela salvação do mundo;
na
terra e quando a história estiver madura e cristificada,
apresenta-se
como rei e juiz, semelhante a um filho de homem.
Como é
grande a missão redentora de Jesus:
cuidar
desta vinha bravia, doente e adornada de rebentos infecundos,
enxertando-a,
podando-a, curando-a das suas moléstias,
fortalecendo-a
com o pão da Palavra e do seu Corpo,
ensinando-a
a ser generosa, doce e fecunda!
Quem
resistiu a cristificar-se ficará só no lagar da tristeza.
O bom
funcionamento do justiça é fundamental,
para
que revigore o sentido da responsabilidade pessoal
e da
prioridade ética no cuidado pelo bem comum.
A
cultura da impunidade gera a sensação que tudo é possível,
que o
que reina é o capricho e a lei do mais forte.
Gera-se
o medo e a prepotência anárquica,
onde
só o presente existe, inconsciente e irresponsável.
Ao
nível espiritual, perde-se o sentido de pecado e de eternidade,
pois
deixou de se ver Aquele que nos vê no oculto
e de
se ouvir a Voz que ilumina o caminho do amor e da verdade
e nos
prepara para o encontro definitivo e decisivo da história.
Senhor,
vinhateiro afadigado e paciente desta vinha surda,
obrigado
por tanto amor e misericórdia redentora,
que
não se cansa nem desiste de nos salvar a todos.
Envia-nos
o teu Espírito de fé e de discernimento,
e
alimenta-nos com o pão da tua Palavra e do teu Corpo,
para
que abracemos a conversão permanente e humilde,
e
cresçamos e frutifiquemos, semelhantes a filhos de Deus,
à
imagem do Filho-Cordeiro, semelhante a um filho de homem.
segunda-feira, novembro 24, 2014
2ª feira da 34º semana do Tempo Comum – S. André Dung Lac e companheiros
São aqueles que seguem o Cordeiro
para onde quer que Ele vá. (cf.
Ap 14,1-3.4b-5)
O
testemunho dos que seguem Jesus, por onde quer que Ele vá,
é
visível nas suas vidas, como se os nomes de Cristo e do Pai
estivessem
gravados nas suas frontes e no seu coração.
As
suas vidas falam forte como um trovão no ruído do mundo
e
tocam belo e suave, como harpas, o louvor ao Deus da vida.
É a
fidelidade do seguimento do Cordeiro, na terra e no céu,
que os
enche com o perfume da santidade.
O que
nos faz ser testemunhas de Cristo no mundo,
não
são as cruzes ou medalhas que colocamos ao peito
nem as
vestes e t-shirts com slogans piedosos que vestimos,
mas o
testemunho, sereno e humilde, de discípulos de Cristo.
É
fazer da vida uma obediência confiante a Cristo,
seguindo-O
quando rezamos, quando trabalhamos,
quando
convivemos, quando amamos, quando perdoamos,
quando
descansamos, quando colaboramos num mundo melhor.
Quantas
vezes temos vontade de dizer a Cristo:
a até
aqui sim, mas neste e naquele aspeto não Te sigo?
Senhor
Jesus, que vieste ao nosso encontro
e nos
acompanhas em todos os nossos caminhos e descaminhos,
aumenta
a nossa fé para que nos deixemos conduzir pela tua mão.
Dá-nos
o teu Espírito de fidelidade e liberta a nossa obediência,
para
que toda a nossa vida seja seguimento sem resistências
e nos
alegremos de ter os mesmos sentimentos que havia em Cristo.
Reina,
Senhor, e grava o teu nome no núcleo das nossas células!
domingo, novembro 23, 2014
LOUVOR E GLÓRIA A CRISTO, REI DO UNIVERSO!
Eis como Jesus
Cristo,
Nosso Deus, Rei e
Senhor.
Se fez Servo, por
amor,
No intuito de salvar
O Seu Povo sofredor,
Descendo do céu à
terra
E transformando a
Sua glória
Em serviço
regenerador
Do pobre e do
pecador,
Ao consolar os
aflitos,
Libertar os
oprimidos
E ao procurar
resgatar
Quantos andavam
perdidos,
Como ovelhas sem
pastor.
Por isso, jamais
descansa,
Até conseguir
salvar
Quem anseia alcançar
Vida e paz em
abundância,
Saciando a sua sede
De ser feliz e de
amar,
A dar sentido à
existência,
Que se move, em
permanência,
Num sonho de
transcendência.
Pobres e fracos que
somos,
Para alcançar estes
sonhos,
Eis como o próprio
Deus,
Que vela, por nós,
lá dos céus,
Afirma, com
compaixão,
Ao ver a nossa
aflição:
“Eu próprio irei,
Em busca das minhas
ovelhas,
E hei-de
encontra-las.
Como o pastor vigia
o seu rebanho,
Quando estiver no
meio das ovelhas,
Que andam
tresmalhadas,
Para as tirar de
todos os sítios
Em que se
desgarraram,
Num dia de nevoeiro
e trevas.
Eu apascentarei as
minhas ovelhas,
Eu as levarei a
repousar.
Eu hei-de procurar a
que anda tresmalhada,
Trarei a que estiver
mais ferida,
Darei vigor à que
andar enfraquecida
E velarei pela gorda
e vigorosa.”
(Cf Ez,
34,11-12,15-17)
A QUEM, HOJE, CRISTO
ACLAMA,
COMO SEU REI E
SENHOR,
DESAFIANDO, NOS DIZ:
QUEM QUISER
RENDER-ME GLÓRIA,
FAÇA O QUE EU
PRÓPRIO FIZ,
MOVIDO POR FÉ E
AMOR.
Maria Lina da Silva,
fmm-Lisboa, 23.11.2014
34º Domingo Tempo Comum – Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do universo (23 de novembro)
O próprio Filho Se há-de submeter
Àquele que Lhe submeteu todas as coisas, para que Deus seja tudo em
todos. (cf. 1 Cor 15,20-26.28)
O
reinado de Cristo é uma missão de Deus Pai:
ser
pastor das suas criaturas dispersas e desavindas,
para
que formem uma só família e vivam no mesmo amor,
sem
exclusões nem favoritismos, a não ser o da graça e da justiça.
O
reinado de Cristo não é uma busca doentia de poder,
mas um
serviço cujo objetivo é reconduzir o coração de todos
ao
amor e ao louvor de Deus, à imagem do seu Coração.
No
final, que na eternidade é o hoje da salvação,
revelará
os benditos do seu Pai, como habitados pelo amor,
e
denunciará os malditos de seu Pai, insensíveis ao irmão.
Com
esta festa, termina mais um ano litúrgico.
Rezámos
várias vezes: “venha a nós o vosso Reino”,
mas
será que que O acolhemos quando nos bateu à porta?
É uma
proposta para destronarmos os ídolos que nos cegam,
tivémos
a coragem de não lhes dar a prioridade das nossas energias?
Fômos
capazes de dizer não às tentações da mentira,
do
comodismo que nos adormece a inquietação pelo outro,
do
consumismo acrítico, da busca de prazer compulsivo,
da
injustiça corrupta, duma rotina infeliz e apressada?
Démos
tempo e silêncio para escutar a sua Palavra?
Pai de
bondade, venha a nós o reinado do teu Amor.
Cristo,
infatigável pastor que nos buscas,
carrega-nos
aos teus ombros e cura as nossas feridas
que
nos fazem ter medo de amar e de ser amados.
Liberta-nos
dos tumores que destroem a nossa vida
e das
alergias que nos afastam de Ti e dos outros.
Dá-nos
coragem para começar mais um ano litúrgico,
com o
coração disponível para escutar a tua Palavra
e
deixarmos que o teu Espírito faça novas todas as coisas.
sábado, novembro 22, 2014
Sábado da 33ª semana do Tempo Comum – S. Cecília
Eu mandarei as minhas duas
testemunhas para profetizarem. (cf.
Ap 11,4-12)
Deus
envia a sua Igreja (duas testemunhas) a profetizar.
A sua
missão é denunciar o mal e isso incomoda,
e
anunciar a boa nova da misericórdia do Deus da vida.
Os
monstros, que se alimentam de vidas e de poder,
perseguem
as oliveiras que produzem azeite
e os
candelabros que iluminam as trevas do erro.
A
Igreja, seguidora de Jesus, é profética e mártir,
oferta
livre e filial pela vida do mundo,
grávida
de esperança na vida ressuscitada.
Uma
Igreja, que não incomoda nem provoca conversão,
é
apenas uma associação de beneficência e de serviços religiosos,
que
incensa o mundo e sacraliza a cultura do mal.
Uma
Igreja profética e missionária, não se enquadra em nada,
porque
traz a marca do Totalmente Outro, da verdade do Céu.
A
Igreja não está contra ninguém, com se fosse um partido na
oposição,
mas
oferece a sua vida para que todos tenham vida
e
denuncia os comportamentos que conduzem à morte,
não
para condenar os seus autores, mas para os levar à conversão.
Senhor,
amor que serve a salvação, dando a vida,
aumenta
a nossa confiança neste caminho de redenção.
Faz de
nós uma Igreja disponível para ser enviada em missão,
nas
pegadas surpreendentes dum amor encarnado e libertador,
fiéis
à voz interior do Espírito de profecia e de justiça.
Liberta-nos
da tentação de seguirmos os ídolos,
máquinas
de morte ou entulhos sôfregos de riquezas, prazer e poder.
Ensina-nos
a evangelizar dois a dois, como Igreja viva.
sexta-feira, novembro 21, 2014
6ª feira da 33ª semana do Tempo Comum – Apresentação da Virgem Santa Maria
Tomei o pequeno livro da mão do
Anjo e comi-o. (cf. Apo 10,8-11)
A
palavra de Deus não são sons vazios, “verbo de encher”,
mas
comunicação criadora de vida e alimento que ilumina.
A
Bíblia ou outras formas de Deus comunicar,
não
são para “saber coisas” sobre o mistério de Deus e da história,
mas
para nos tornar atores da missão de Deus.
É
palavra doce na boca daquele que medita e dela se alimenta,
mas é
amarga no estômago que a assimila
e nela
se converte em amor de santidade e ousadia profética.
A
palavra de Deus é forte e dinâmica se se escuta como alimento,
mas é
fraca e inoperante quando se instrumentaliza
para
justificar os nossos projetos, caprichos ou medos.
Por
isso, àquele que nela medita, com ouvidos de discípulo,
Deus
faz nascer um santo, terno e profético como Jesus;
mas ao
que a busca com o coração impuro e mente doente,
o
maligno faz nascer um fundamentalista, intolerante e violento,
ou um
comodista que usa a palavra de Deus como adorno externo.
Senhor,
Palavra criadora, reveladora, encarnada e redentora,
obrigado
porque és diálogo amigo e pastor peregrino.
Cristo,
aliança revelada, em linguagem próxima e libertadora,
dá-nos
tempo para a escuta e coragem para Te assimilarmos,
fecundados
pelo Espírito e fortalecidos pelo pão da Eucaristia.
Ensina-nos
a meditar como quem mastiga a Palavra
e a
transforma em profecia que ilumina e conduz a vida.
Maria,
consagrada na fé ao Deus da promessa,
intercede
por estes teus filhos, ansiosos de Te imitar.
quinta-feira, novembro 20, 2014
5ª feira da 33ª semana do tempo Comum
Vi então um Cordeiro de pé, que
parecia ter sido imolado. (cf.
Ap 5,1-10)
Jesus está à
direita de Deus, de pé, triunfante do mal.
O seu poder e
sabedoria são infinitos, pois conhece os desígnios do Pai.
Só Ele pode abrir
o livro selado da vida e da graça,
e o segredo da
esperança escondida na dor e na perseguição.
É manso e humilde
Cordeiro com a marca do sangue imolado,
livremente aceite e
oferecido para a salvação de toda a humanidade.
Ele faz-se cordeiro
pacífico e servo obediente ao amor do Pai,
para fazer de nós
povo sacerdotal que reinará sobre toda a terra.
A situação de
hoje é parecida à da Igreja primitiva:
perseguição,
crítica, indiferença, abandono, martírio...
Perante os poderes
do mundo, alguns duvidam do poder de Cristo.
Olham para o
crucifixo, coroa vencedora do Cordeiro imolado,
mas preferem reinar
pelas armas da violência e da mentira,
fazendo da vida uma
emboscada guerrilheira dos inimigos.
Só vivendo da
contemplação e da fé em Cristo, Cordeiro imolado
é que podemos
viver com esperança e ser Igreja sacerdotal,
que se oferece pela
salvação do mundo.
Nós Te adoramos e
bendizemos, ó Cristo, nosso salvador,
que pela Tua oferta
livre venceste o mundo.
Só Tu és a nossa
esperança, nesta história de horizontes enevoados.
Lava-nos com o Teu
sangue e faz-nos renascer cordeiros
que vivem com
alegria e convicção as bem-aventuranças
e oferecem a vida
para dar vida aos moribundos revoltados.
Faz de nós uma
Igreja humilde e confiante na Tua palavra,
que saiba encontrar
e indicar o caminho que leva à paz.
quarta-feira, novembro 19, 2014
4ª feira da 33ª semana do Tempo Comum
Vi um trono colocado no Céu, sobre
o qual Alguém estava sentado. (cf.
Ap 4,1-11)
Cristo
abriu-nos a porta do céu e a possibilidade de subir até lá.
O
Espírito Santo ilumina-nos o caminho e mostra-nos o inefável.
O
autor do Apocalipse narra-nos o que viu em êxtase:
tudo
está centrado, em liturgia de louvor, à volta de um trono,
onde
está sentado Alguém indescritível e três vezes santo.
Ele é
o Senhor de tudo o que foi criado
e da
sua paternidade brota a bondade da existência.
É bom
contemplar o Céu para saber como deve ser a terra!
À
volta do trono de Deus, João vê vinte e quatro tronos.
São o
símbolo da autoridade que coopera com Deus
na
administração deste reino de vida e salvação.
São
sábios e poderosos, mas sabem donde lhe vem o poder,
e, por
isso, depõem as suas coroas liturgicamente diante dele,
e
adoram-no como único que merece a honra, a glória e o poder.
Receberam
o dom da autoridade como missão,
sem
perder a obediência fiel ao projeto original de Deus
nem a
dimensão comunitária do exercício do poder.
As
opções de cada um têm consequências nas vida de todos,
porque
habitamos todos o mesmo jardim que Deus plantou.
Senhor,
só Tu és santo, só Tu és o Santo, só Tu és santo!
O teu
esplendor, invisível aos olhos altaneiros e soberbos,
revela-se
aos humildes que se deixam iluminar pelo teu Espírito,
por
isso, dá-nos o dom da contemplação e mostra-nos o teu rosto.
Ajuda-nos
a cooperar na tua missão, com dedicação e fidelidade,
fazendo
render as minas que nos deste, com ardor e confiança,
com
mãos solidárias, ouvidos de discípulo e joelhos de louvor.
terça-feira, novembro 18, 2014
3ª feira da 33ª semana do tempo Comum – Dedicação das Basílicas de S. Pedro e S. Paulo
Se alguém ouvir a minha voz e Me
abrir a porta, entrarei em sua casa, cearei com ele e ele comigo.
(cf. Ap 3,1-6.14-22)
A Bíblia abre com
Deus a passear em busca do ser humano (Gen 3,8)
e termina
apresentando-nos Cristo a bater-nos à porta,
para sentar-se à
mesa da comunhão e da misericórdia
e pernoitar no
coração da aliança eterna.
É Deus, na
infinita grandeza da sua missão de Pai-Mãe,
inquieto por servir
a todos a salvação.
Por nosso amor,
Cristo faz-se pedinte de acolhimento,
palavra que
ilumina, dom de perdão, conversão que se alimenta.
O ser humano anseia
por alguém que lhe bata à porta
e lhe diga que o
ama e que gosta de estar com ele.
Nem todos os que
nos batem à porta são amigos,
há os negociantes,
os abusadores, os ladrões.
Muitos, cansados de
serem enganados, fecham-se
e enchem a casa de
música-ruído, bugigangas de consumo,
animais de
estimação, amigos virtuais, solidão drogada.
Não aguentam o
silêncio e desconfiam de um Amigo tão generoso
que lhe promete a
vida eterna, em troca da verdade de vida,
da doçura da
caridade e da alegria de servir o bem comum.
Senhor, cujo amor
Te fez surpresa peregrina de salvação,
liberta-nos dos
ruídos que nos impedem de Te ouvir
e de nos deixarmos
conduzir pela Tua palavra.
Cristo, proximidade
com andrajos de pedinte,
aumenta a nossa fé,
para que Te abramos a porta confiante
e deixemos que a
salvação entre na nossa casa.
Faz de nós
peregrinos que vão ao encontro do outro
para lhe levar uma
palavra amiga e a boa nova de salvação.
segunda-feira, novembro 17, 2014
2ª feira da 33ª semana do Tempo Comum - S. Isabel da Hungria
Mas tenho contra ti que perdeste a
tua caridade primitiva. (cf. Ap
1,1-4; 2,1-5a)
Cristo
é o Senhor e caminha no meio da sua Igreja.
Está
atento a todas as nossa obras e zela pela saúde de cada um.
Vê os
aspetos positivos e alerta para o fundamental:
renovar
o amor primitivo que nasce da fé e floresce fraternidade.
A
Igreja de Éfeso está bem organizada, evita os falsos apóstolos,
é
perseverante e sofre por Cristo, sem desanimar,
mas o
orgulho da eficácia sobrepôs-se ao zelo da caridade.
É uma
máquina religiosa sem a doçura da misericórdia!
O
ideal de perfeição na gestão das dioceses, paróquias ou
institutos,
pode
concretizar-se numa máquina perfeita ao nível burocrático e legal,
como
se fosse uma empresa, onde tudo funciona e está previsto:
o
acolhimento faz parte do projeto de fidelização,
a
misericórdia restringe-se ao horário do sacramento,
o
cartório tem regras claras que qualquer funcionário pode cumprir,
a
liturgia e a catequese atinge níveis de escola profissional,
o
apoio social funciona como numa instituição de solidariedade,
a
autoridade centra-se num bom gestor de todas estas valências...
Como
converter a máquina organizativa em testemunho de amor de Cristo?
Cristo,
enviado do Amor eterno, que é, que era e amará sempre,
cura-nos
dos nossos ideais perfecionistas e funcionalistas,
que
nos descentram do seguimento e nos centram no orgulho de nós mesmos.
Faz da
nossa vida uma conversão permanente ao amor que move
a vida
das famílias, as relações nas comunidades e nas dioceses.
Que o
teu Espírito nos conduza e nos faça voltar ao namoro maduro,
nas
relações com Deus, na escuta da Palavra e na vida eclesial.
Cura-nos
da cegueira do orgulho e das palmas do mundo
e
dá-nos um coração novo, que a Ti só ame
e
condimente de amor todas as relações humanas.
domingo, novembro 16, 2014
NADA SOU, SEM TI, SENHOR!
Como agradecer-Te,
Senhor,
Os dons que me
confiaste,
Ao conceder-me a
vida,
Expressão do Teu
amor
E ternura, sem
medida,
E ao convidar-me a
trabalhar,
Na Tua própria
vinha,
De modo a pôr a
render
O valor inicial
Dos talentos que
entregaste,
Cuidando,
persistentemente,
Livre e
criativamente,
Como quem em Ti
confia,
E anda sempre à luz
do dia,
Querendo produzir
bom fruto,
Na terra que
preparaste
E onde me colocaste.
Ensina-me, Deus
bondade,
A agir
responsavelmente
E, por
amor/gratuidade,
Partilhar com toda a
gente,
A fim de Te anunciar
Como Deus bom e
clemente,
Dono da graça
contida,
Nesta muito humilde
semente
Que constitui minha
vida.
Em cada dia, me
chamas
E provas quanto me
amas,
Concedendo-me
liberdade,
Para, bem usar os
dons,
Segundo a Tua
vontade,
Pois só Tu conheces
bem
Todo o seu real
valor.
Daí, a
responsabilidade
De, sem cessar,
meditar,
À luz da Tua Palavra,
Para me deixar
guiar,
Por fidelidade e
amor,
Dando sempre o meu
melhor,
Confiante em Tua
graça,
Que me ilumina e
repassa.
Faz-me, Senhor,
sempre atenta
Ao que Jesus Cristo
me diz,
Porque, assim, nem a
tormenta
Me impedirá ser
feliz,
Esperando poder dar
contas
Do que, de Ti,
recebi
E, por fé e amor,
produzi,
Mas, sempre bem
consciente
Que nada eu sou, sem
Ti.
Maria Lina da Silva,
fmm-Lisboa, 16.11.2014
33º Domingo do Tempo Comum
Quem poderá encontrar uma mulher de
valor? (cf. Prov 31,
10-13.19-20.30-31)
Deus criou-nos homem e mulher, na
alegria da comunhão.
Cria-nos um a um, com o amor de filho
único
e a ternura de uma mãe que se torna
dom no seu lar.
A mulher está chamada a ser sacramento
deste amor divino,
criativo, pedagógico, perseverante,
cuidador, compreensivo,
que louva o Senhor com as mãos com que
dá banho ao seu filho,
reparte o pão nosso de cada dia e
abraça o seu marido.
Uma mulher de fé e coração grande
sustenta a esperança e ajardina a vida
de forma criativa.
Um dos sinais do tempos de hoje é a
valorização da mulher.
Deixou de ser propriedade do marido ou
da família,
para ser pessoa com igualdade de
direitos e deveres.
Isto não impede que novos rebentos de
escravatura floresçam:
o comércio sexual e o tráfico de
seres humanos,
as dependências da moda e do
consumismo,
a exploração laboral e a
discriminação de género...
Homens e mulheres devemos estar
vigilantes
para que o pecado não aborte o projeto
de Deus.
Senhor, que nos entregaste todos os
teus bens
para que os façamos render e
multiplicar,
ajuda-nos a construir famílias
fecundas e felizes
onde possa crescer a liberdade na
caridade
e o louvor a Deus, Pai e Mãe de todas
a coisas.
Cristo, que fizeste da Igreja, tua
esposa amada,
dá-nos o dom da fidelidade e da
comunhão fraterna.
Espírito de santidade, que a todos
inspiras dignidade,
ensina-nos a sermos irmãos na
complementaridade.
Maria, nossa Mãe, que bela és e nos
fazes!
sábado, novembro 15, 2014
Sábado da 32ª semana do Tempo Comum
Devemos ajudar os irmãos, para
sermos cooperadores da verdade.
(cf. 3 Jo 5-8)
A
missão tem origem no coração de Deus,
revela-se
pela ação do Filho e do Espírito Santo,
e
acontece no dinamismo do testemunho da verdade
que se
põe a caminho, visita e é acolhido pela caridade.
É
esta corrente de amor que faz da Igreja uma rede solidária
e nos
transforma a todos em cooperadores da verdade redentora.
A
Igreja é por natureza missionária e carismática.
É tão
missionário aquele que parte para anunciar Cristo,
como
aquele que reza pelos que partem e acolhem,
como
aquele que ajuda a prover o necessário para a missão,
como
aquele que acolhe o missionário e com ele coopera.
Cada
um coopera segundo o carisma e a missão
que
recebeu do Senhor e o move o Espírito da verdade.
O
importante é que seja o amor de Cristo a impelir-nos.
Senhor,
dinamismo missionário em busca de colaboradores,
ajuda-nos
a ser uma Igreja toda missionária,
rede
estruturada, solidária e unida pela caridade de Cristo.
Dá-nos
o dom da oração perseverante e confiante,
com
ouvido atento e filial à tua Palavra e chamamento,
pés
disponíveis e coração de pastor das ovelhas perdidas,
e mãos
hospitaleiras que acolhem e provêem.
Liberta-nos
da bactéria do egoísmo e do comodismo
que
contagia o desânimo e fecha a porta ao irmão.
sexta-feira, novembro 14, 2014
6ª feira da 32ª semana do Tempo Comum
Quem se afasta e não permanece na
doutrina de Cristo não possui a Deus. (cf.
2 Jo 4-9)
O
mistério de Deus insondável toma corpo em Jesus.
Os
seus sentimentos, as suas opções e a sua doutrina,
tudo é
Palavra de Deus em missão no meio da humanidade.
Quem
deixa este caminho seguro que leva a Deus,
corre
o risco de cair em propostas sedutoras e drogadas,
que
iludem a felicidade e corroem as relações.
Possuir
a Deus é viver no amor de Jesus Cristo.
Hoje
vive-se uma grande sede de experimentar coisas novas
e, se
possível, entrar no Guiness
do maior do mundo.
É a
sedução da fama pela fama, centrifugada no eu.
Na
busca de Deus, exploram-se êxtases de xamismo,
participa-se
em noites de luar e liturgias ditas ancestrais,
sentam-se
à mesa da corrente da magia e do espiritismo,
consultam-se
cartas, conchas, signos e ástros reveladores,
armam-se
de amuletos, defumadouros e ritos protetores...
Em
tudo isto, Deus é visto como uma força perigosa
e não
como um amor pessoal que a todos nos quer salvar.
Senhor,
surpresa infinita e eterna de Amor
revelada
em linguagem e proximidade humana,
aumenta
a nossa fé em Jesus e fortalece o nosso seguimento.
Envia-nos
o teu Espírito e ensina-nos a amar na escola da cruz,
para
que saibamos resistir às seduções da aventura sem rumo
e duma
vida cujo único referencial é o eu e a novidade consumista.
Desperta-nos
para os sinais dos tempos e ajuda-nos a discerni-los,
para
que não sejamos surpreendidos vazios de boas obras
e
desencontrados de Deus que marcou connosco um encontro.
quinta-feira, novembro 13, 2014
5ª feira da 32ª semana do tempo Comum
Sem o teu consentimento, nada quis
fazer, para que a tua boa ação não parecesse forçada. (cf.
Flm 7-20)
Paulo
fez da sua prisão um areópago de evangelização.
Onésimo,
um escravo também preso, converte-se a Cristo
e
ganha a liberdade de filho de Deus e de seu irmão de coração.
Também
Filémon, dono de Onésimo, é filho espiritual de Paulo
e por
isso, Paulo podia ficar com Onésimo ao seu serviço,
no
entanto, nada fez sem o consentimento de Filémon.
Paulo
aprendeu com Cristo e no agir de Deus
este
apelo à liberdade da caridade
que
faz do todo-poderoso um pedinte respeitoso.
Deus,
sem o nosso consentimento, nada quer fazer,
por
isso, somos vocação em toda a nossa vida.
Deus
dá-nos o dom da vida e a liberdade para a viver,
batendo
à nossa porta e pedindo-nos licença até para nos perdoar.
A uns
pede para serem aliança de amor fecundo no matrimónio,
a
outros que sejam políticos pastores e servos do bem comum,
a
outros que sejam gestores do desenvolvimento e da justiça,
a
outros que consagrem a sua vida aos outros e a Deus,
totalmente
livres para serem perfeitos na caridade...
A
educação tem muito a aprender com a pedagogia de Deus!
Senhor,
obrigado pelo respeito que tens por cada um de nós,
ajuda-nos
a ser um sim livre e alegre às tuas propostas de amor.
Ilumina
o nosso coração com a luz do teu Espírito
e
faz-nos aderir, com entusiasmo, ao seguimento de Jesus.
Ensina-nos
a ser caridade na liberdade
e a
responder à nossa vocação com fé e perseverança.
Que a
nossa oração seja uma busca e discernimento da tua vontade.
quarta-feira, novembro 12, 2014
4ª feira da 32ª semana do Tempo Comum
Devem obedecer-lhes e estar prontos
para toda a boa obra. (cf. Tit
3,1-7)
Deus
manifestou a sua bondade, em Jesus Cristo,
salvando-nos
na sua misericórdia, pela graça do seu amor.
Purificados
por Cristo e ungidos pelo seu Espírito,
tornámo-nos,
em esperança, herdeiros da vida eterna.
O
acolhimento desta graça, supõe uma mudança de vida,
que
faz de nós bons cidadãos da terra, seguindo as leis do Céu.
Por
isso, o cristão deve obedecer às autoridades humanas,
em
tudo o que promove a justiça e o bem comum.
O
cristão, por ter o coração em Deus, não deve alienar-se do mundo.
Pelo
contrário, habitado e salvo pela aliança gratuita do amor,
deve
comprometer-se com a defesa de valores como a justiça,
a paz,
a vida para todos, a reconciliação, a solidariedade, a inclusão.
A
Igreja deve ser escola de cidadania ativa e fraterna,
pois
acredita e espera um novo céu e uma nova terra.
No
entanto, a liberdade de consciência e o ideal do bem,
pode
leva-lo à justa e profética objeção de consciência.
Senhor,
que na tua bondade infinita fizeste de nós cidadãos do Céu,
grava
no nosso coração a lei da liberdade do amor.
Cristo,
nosso salvador e canal da graça divina,
purifica-nos
das lepras que nos afastam de Deus
e nos
isolam dos outros na marginalidade do mal.
Ensina-nos
a submeter-nos às autoridades humanas,
obedecendo
à Voz interior que nos prepara para toda a boa obra.
Faz de
nós presença profética que fermenta um mundo novo.