domingo, maio 31, 2015
Santíssima Trindade
Ide e ensinai todas as nações,
batizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
(cf. Mt 28,16-20)
Deus é
amor perfeito, a arder por mais, em três pessoas amorosas.
São
um só Deus na essência e na ação, numa comunhão sem contradição.
O
poder do Pai exalta o Filho e acolhe o Espírito.
A
fidelidade do Filho, obedece ao Pai e vive no Espírito.
O amor
do Espírito, recria-nos filhos no Filho e geme oração ao Pai.
O Pai
chama cada um em Igreja, modelo da Santíssima Trindade,
a
anunciar a boa nova de Jesus Cristo, pela ação do Espírito,
e a
batiza-los em nome do Pai e do Filho e e do Espírito Santo.
É o
Sol da misericórdia, a servir salvação, recriando-nos filhos e
irmãos!
O
individualismo, com medo de se dissolver na massa,
fecha-se
à comunhão e ao bem comum,
num
isolamento asfixiante, revoltante e mortífero.
Fomos
criados para ser comunhão pelo Deus-amor,
por
isso, definhamos quando nos fechamos na solidão!
Acreditar
em Deus-Trindade é acreditar na vida em comunhão,
na
família unida e respeitadora da riqueza particular de cada um,
na
Igreja, que respira a mesma fé na diversidade de línguas e
culturas,
na
sociedade solidária e fraterna, promotora de justiça e paz.
O
divórcio, a guerra, a ditadura, o ódio, a injustiça, a opressão...
negam
a fé num Deus-Amor, que dá a vida para salvar a todos!
Pai de
bondade, obrigado porque na felicidade do teu amor
com o
Filho e o Espírito, nos queres acolher a todos no teu seio.
Filho
do Amor em missão, louvado sejas por tanta doação
e
Palavra feita testemunho, oferecida em cálice de bênção e
aliança.
Espírito
de adoção, que nos ensinas a viver na terra com o coração em Deus
e
fazes da oração um encontro inefável com o Altíssimo,
ousando
balbuciar, na noite da fé: “Papá, há quanto nos esperas!”
Faz de
nós filhos no Filho, com a graça do teu Espírito,
para
que continuemos a tua missão de evangelizar e salvar a todos,
batizando-os
em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo!
sábado, maio 30, 2015
FESTA DA SANTÍSSIMA TRINDADE
Celebrar um Deus Trindade,
Deus trino em Unidade,
É um convite a contemplar
A Família dum Deus Amor,
A, nela, participar
E, de graça, comungar,
Nessa relação de amor,
Entre o Pai, o Filho e o
Espírito,
Unidos no mesmo sonho
De resgatar e salvar,
Na Sua infinita bondade,
Esta pobre humanidade,
Criada com tanto amor
E restaurada, na dor,
De Jesus Cristo, Senhor.
Ser crente num Deus
Trindade,
É adorar um só Deus,
Senhor da terra e do céus,
Um Deus que nos tornou
filhos,
Adoptivos em Jesus Cristo,
Que nos ensinou a chamar
Pai,
ABBA, PAPÁ, PAIZINHO,
Com amor e com carinho.
Se não respeitamos isto,
Como ser Seus dignos
filhos,
Participantes na Missão,
Em credível comunhão
Com o Pai, o Filho e o
Espírito,
Deus Trindade, em Unidade,
Amorosamente activo,
Que nos faz olhar o outro,
Como rosto do Deus vivo
E Irmão em Jesus Cristo?!
Só mesmo saindo de nós,
Quebrando nossas barreiras
E derrubando as fronteiras
Para, em vez de seres sós,
Criarmos comunidade,
Pondo a render nossos dons
E humana capacidade,
Em favor da humanidade
Dum só povo e nação,
Para que a paz aconteça
A partir do coração,
Que partilha amor e pão,
Para que à volta da mesa
E duma fé comunhão,
Se construa um mundo
irmão.
Maria Lina da Silva, fmm
Sábado da 8ª semana do Tempo Comum
Vou fazer-vos só uma pergunta.
Respondei-Me. (cf. Mc 11,27-33)
Jesus
atua com autoridade e em fidelidade ao Pai.
Responde
às perguntas dos juízes de bancada
com
uma só pergunta que penetra a verdade da alma:
“O
que é que tendes feito com tanta profecia de João e de outros?
Respondeis
conversão ou permaneceis impenetráveis espetadores?
Não é
a retórica que transforma o mundo e faz crescer a alegria,
mas a
resposta comprometida ao amor do dia a dia,
a
fisioterapia da aliança que torna fecundo o louvor!
Todos
queremos ser comentadores dos outros e juízes de sofá.
Interrogamos
a Igreja, como se estivéssemos fora dela.
Criticamos
a nossa sociedade, como se fossemos marcianos.
Temos
solução para tudo e para todos, como se fossemos sábios.
Quanto
a nós, continuamos a rotina da mediocridade,
muitas
vezes feita de mentiras, vazios e corações empedernidos!
Tantas
oportunidades desperdiçadas para nos deixarmos examinar
por
Quem conhece os rincões da alma e as janelas de esperança!
Tanta
pergunta por responder que nos daria a oportunidade
de
sermos na verdade e nos tornarmos em caridade,
com o
odor da santidade e a fé na eternidade!
Senhor
Jesus, que nos sondas o íntimo e nos interrogas o amor,
desperta-nos
para a conversão humilde e sincera à aliança.
Cura-nos
dos mecanismos de defesa ao ataque,
que
nos ensurdece à tua palavra e nos torna impenetráveis
a
tanta visita de Quem nos quer curar e fazer felizes.
Envia
o teu Espírito e torna confiante o nosso coração
à tua
misericórdia e perdão, à tua aliança e salvação.
Faz da
tua Igreja uma comunidade e profetas, santos e audazes!
sexta-feira, maio 29, 2015
6ª feira da 8ª semana do Tempo Comum
Quando saíam de Betânia, Jesus
sentiu fome. (cf. Mc 11,11-26)
Jesus
vem da Casa do Coração grande,
do
amor gratuito dum Pai que é totalmente misericórdia.
Perante
o templo de Jerusalém, onde tudo é vanglória
e
negócio religioso, sentiu fome de aliança e de fé verdadeira.
A
figueira engalanada de folhas e estéril de frutos de fé
é a
parábola viva de um povo que fez do religioso um negócio
e se
recusa a acolher Aquele que vem como novo Templo de Deus.
Betânia
é o símbolo da nova casa de Deus, que acolhe o Messias,
que
tem lugar para a Igreja, a escuta e o serviço gratuito do amor.
Aqui a
oração sabe a paz, a confiança total, a amor hospitaleiro!
A arte
e o belo são um caminho para ver a Deus.
No
entanto, quando as igrejas se transformam em museus,
a arte
deixa de ser instrumento de encontro, para ser um fim.
Paga-se
para admirar as folhas e esquece-se de saciar a fé.
Passa-se
a ser turista, renunciando à condição peregrino.
Um
turista consome visitas e coleciona experiências,
um
peregrino busca sentido, aprofunda encontros,
alimenta-se
de fé, escuta a Luz, abre-se ao perdão,
repousa
em paz e confia no amor gratuito e hospitaleiro.
Jesus,
Filho do Amor sem exclusões porque misericordioso,
purifica
o nosso coração da idolatria e do egoísmo,
para
que nele possas encontrar uma Betânia acolhedora.
Aumenta
a nossa fé e liberta-nos das dúvidas que nos dividem,
procurando
agradar a Deus e ao Diabo.
Dá-nos
o teu Espírito que geme paz e busca a escuta orante,
para
condimentarmos as relações com a oferta do perdão
e a
simplicidade da fidelidade com o amor à missão.
Faz da
tua Igreja um casa de oração para todos os povos!
quinta-feira, maio 28, 2015
5ª feira da 8ª semana do Tempo Comum
Coragem! Levanta-te, que Ele está a
chamar-te. (cf. Mc 10,46-52)
Jesus
percorre as ruas da cidade e conduz os discípulos às periferias.
Escuta
o grito do pobre que pede esmola de esperança,
nem
sempre palpável para quem jaz à beira do caminho.
Os que
seguem Jesus falam dele e anunciam-no,
mas
fazem acessão de pessoas, mandam calar os marginais!
Jesus
não faz acessão, quando o grito é de fé e suplica piedade.
Manda-os
chamar e acolhe-os como discípulos no caminho da vida.
São
pés de encontro e ouvidos do coração, atentos à súplica orante,
que
levanta o desanimado e o põe a caminhar, iluminado pela fé.
Hoje
as periferias da pobreza migraram para a cidade
e os
sortudos refugiaram-se nos condomínios fechados
e em
quintas amuralhadas ou isoladas num campo paradisíaco.
Ao
nível eclesial, o Papa em nome de Jesus, conduz-nos às periferias,
à
missão solidária, ao diálogo com o diferente, à evangelização.
É
mais fácil ficar no comodismo da rotina paroquial
a
oferecer serviços religiosos e sacramentos,
do que
sair e percorrer as ruelas das periferias,
onde o
gemido tem rosto e nome, e o coração de Deus chora.
Hoje,
como ontem, Jesus nos diz: “Coragem! Levanta-te e vai
ao
encontro do pobre, do diferente, do marginal,
que
geme por uma mão que o levante e o ponha a caminhar”.
Senhor
Jesus, que do centro do Amor inquieto e misericordioso,
desceste
aos caminhos perdidos da humanidade,
dá-nos
a coragem do teu Espírito e torna-nos peregrino do irmão.
Liberta-nos
da paralisia do comodismo e do medo,
e dá
novo vigor missionário à tua Igreja e a cada batizado.
Cura-nos
da cegueira que só vê certos irmãos
e
manda calar ou afastar os que estão à margem e são pecadores.
Dá-nos
discernimento para sabermos como cuidar e amar
os
irmãos divorciados e recasados, os irmãos presos e condenados,
os
irmãos ciganos e estrangeiros, os irmãos de outros cultos e
religiões.
Faz de
nós porta-vozes da esperança, porque Tu os estás a chamar!
quarta-feira, maio 27, 2015
4ª feira da 8ª semana do Tempo Comum
Jesus ia à sua frente. (cf.
Mc 10,32-45)
Jesus
vem de Deus para nos mostrar o caminho.
Ele
vai sempre à nossa frente, pois só Ele sabe para onde ir.
É um
caminho que segue um projeto redentor,
nasce
de um amor missionário e misericordioso,
e
concretiza-se em serviço e doação, dando o exemplo.
Subir
a Jerusalém, é buscar a vontade de Deus,
descendo
ao seguimento dum Mestre companheiro e sofredor.
Os
discípulos ainda têm que fazer muito caminho, seguindo Jesus,
para
compreenderem a grandeza de servir por amor!
Dizemo-nos
cristãos, mas custa-nos seguir o Mestre!
Na
oração damos conselhos a Jesus, pedimos poder e fama,
às
vezes até nos queixamos de algumas pessoas e pedimos castigos!
Gostamos
de ir à frente e colocar Jesus ao nosso serviço.
Invocamo-Lo
com urgência, quando dele precisamos ajuda,
mas
quando nos sentimos seguros, esquecemo-nos da sua existência.
Conjugamos
a vida na primeira pessoa, gritando chefia
e
temos medo que o servir e amar nos faça demasiado pequenos!
Há
ainda muito caminho a fazer com Jesus,
muita
camada submersa de sonhos a evangelizar!
Senhor,
como és grande no serviço à vida e no amor do frágil,
ensina-nos
a grandeza de ser fermento de vida nova,
seguindo-Te
confiante e sem medo do amanhã e de ser irmão.
Ilumina-nos
com a luz do teu Espírito de entendimento
e
dá-nos um coração de discípulo atento e sôfrego de aprender
a amar
e servir com alegria e liberdade profética.
Faz da
tua Igreja uma comunidade fraterna alternativa
à
angústia do poder que grita e violenta para se impor.
terça-feira, maio 26, 2015
3ª feira da 8ª semana do Tempo Comum – S. Filipe de Néri
Vê como nós deixámos tudo para Te
seguir. (cf. Mc 10,28-31)
A vida
de Jesus, apaixonada pelo Evangelho e desprendida,
atrai
discípulos, não apenas da doutrina, mas também do estilo de vida.
Pedro
dá-se conta que deixaram tudo para seguir Jesus,
num
arrebatamento que relativiza a família, terra e bens.
Cristo
e a sua missão são agora a sua família e o seu tesouro.
Jesus
promete aos que apostam tudo no seu seguimento,
cem
vezes mais na terra e, no céu, a vida eterna.
O
despojamento supõe, como o Mestre, estar disposto ir até à cruz!
Estamos
no Ano da Vida Consagrada a Cristo.
Sim,
porque há outras vidas consagradas a outros deuses:
vidas
que deixam tudo para se consagrarem à dependência,
ao
fanatismo ideológico, religioso ou clubista,
à
realização profissional, à ansiedade consumista,
ao
prazer edonista, ao poder e à fama, à fuga aventureira...
Há
vidas consagradas que se institucionalizaram,
que
deixaram tudo, mas ardem em desejos de tudo possuir!
Há
vidas consagradas, apaixonadas por Cristo e pelos irmãos,
livres
de afetos, mas disponíveis para amar e serem amados!
Senhor
Jesus, consagrado ao Pai e ao seu projeto redentor,
que de
tudo te despojaste para nos enriquecer com a tua graça,
dá-nos
o dom duma consagração verdadeira e totalizante,
que só
em Ti confie, só a ti siga, só de ti se alimente, só a ti anuncie.
Liberta-nos
da tentação das seguranças dum futuro seguro,
com
propriedades privadas, afetos exclusivos e poderes despóticos.
Dá
aos consagrados a ousadia duma pobreza profética,
duma
fé eucarística e duma esperança solidária e comprometida.
S. Filipe de Néri ensina-nos a alegria da consagração ao Senhor.
segunda-feira, maio 25, 2015
2ª feira da 8ª semana do Tempo Comum
Como será difícil para os que têm
riquezas entrar no reino de Deus! (cf.
Mc10,17-27)
Deus é
rico em tudo, mas principalmente em amor,
por
isso, coloca tudo ao serviço e salvação de todos.
É uma
riqueza baseada, não na posse idolátrica do ter e do poder,
mas na
generosidade do dom para enriquecer a todos.
É
esta a lógica da Encarnação, da Páscoa e do Pentecostes.
Mas
tanto dom gratuito, que nos põe à busca a eternidade,
necessita
de um coração pobre, disponível, confiante e aberto.
Por
isso, para além do mal que devemos evitar fazer,
falta-nos
vender todas as seguranças, solidarizar-nos com os pobres
e
seguir apenas a Cristo, com a liberdade do barco à vela.
As
riquezas fazem-nos mal quando ocupam o lugar do coração.
A
riqueza do saber sem amor torna-se afirmação e humilhação.
A
riqueza da inteligência sem amor torna-se poder destruidor.
A
riqueza tecnológica sem amor torna-se domínio e exploração.
O
poder de sedução sem amor torna-se instrumentalização.
A
riqueza de orgulho e autossuficiência leva à idolatria e ao
ateísmo.
As
pessoas que amam e as instituições de solidariedade,
veem
nas suas riquezas uma oportunidade para distribuir e ajudar.
Pai,
rico em misericórdia e fonte de toda a santidade,
obrigado
por tanto dom com que sustentas a vida.
Cristo,
amor de Deus que se faz servo e companheiro,
louvado
sejas pelo teu coração pobre e fiel à aliança,
com
que, aos acreditam em Ti, enches com as riquezas da tua graça.
Envia-nos
o teu Espírito e dá-nos o sentido da eternidade,
para
que nos libertemos da idolatria do ter, do poder e do prazer
e
dá-nos um coração confiante, onde todos possam entrar.
Ensina-nos
a ser felizes, com um coração pobre em espírito,
vazio
de falsas seguranças e plenamente cheio da eternidade presente.
domingo, maio 24, 2015
Domingo de Pentecostes
Soprou sobre eles e disse-lhes:
«Recebei o Espírito Santo».
(cf. Jo 20,19-23)
Na
tarde daquele primeiro dia a criação gemia de medo.
As
portas estavam fechadas e o diálogo cortado.
Já
ninguém confiava, pois o medo aprisionava-os.
Jesus
aproxima-se, traz as marcas da luta contra o mal
e a
força da paz que quer curar e recriar a humanidade.
Já
vai longe a primeira criação em que tudo era muito bom!
É
preciso começar tudo de novo e a partir de dentro.
Jesus
sopra sobre eles e pede-lhes que acolham o seu alento,
que os
há de libertar do medo, do ódio e do egoísmo
e os
transformar em obreiros da reconciliação
e
apóstolos da vida que continuam a sua missão.
Ir à
catequese, receber a primeira comunhão e a Crisma,
casar
na Igreja, confessar-se, ir à missa, rezar...
podem
ser manifestações de fé ou simples práticas religiosas.
O que
distingue uma comunidade fechada sobre si mesma
da
Igreja em saída, destemida e evangelizadora
é o
encontro com o Ressuscitado e o acolhimento do seu Espírito.
Os
sintomas e os frutos de que um novo Espírito nos possui,
nos
guia, fortalece e anima é a alegria da fé, a comunhão no amor,
a paz
que se transmite, o perdão que se oferece,
a
profecia que permeia todas as atividades religiosas e profanas,
a
esperança com que se condimentam as dores e as trevas.
Sem o
Espírito tudo é ritual e cultural, dever, farinha sem fermento!
Senhor,
nosso criador e salvador, obrigado porque não nos abandonas
e vens
ao nosso encontro com o bálsamo da tua misericórdia,
o pão
que rejuvenesce e o sopro do amor que ilumina o horizonte.
Louvado
sejas, meu Senhor, porque na tarde do nosso desalento,
sempre
nos surpreendes com o dom do Fogo divino que Te anima
e que
faz novas todas as coisas nestes corações deprimidos.
Abre-nos
à ação profética do teu Espírito
e
liberta-nos do capricho e da teimosia em vivermos apenas o presente,
sem o
anseio da fraternidade nem o horizonte da eternidade.
Faz de
nós novas criaturas, discípulas do Ressuscitado,
artífices
da paz, testemunhas da vida e anunciadores do Evangelho.
Maria,
Mãe da Igreja, ensina-nos a viver na alegria do Espírito Santo.
VEM, ESPÍRITO SANTO!
Vem, Espírito Santo,
Sol que tudo alumia,
Vem encher este meu dia
Da Tua paz e harmonia,
Vem recriar minha vida,
No Teu amor, sem medida,
Para ser Teu templo santo
E a exemplo de Maria,
Aprender a entoar
O magníficat da alegria,
Da magia e do encanto,
Em cada gesto e acção
Que cante a Libertação
De quem sofre e pena
tanto.
Vem, com o Teu calor,
Dilatar todo o meu ser,
Para melhor acolher
E assimilar os dons
Que, do céu, me vens
trazer,
A fim de os pôr a render
Em favor da humanidade,
Vítima de tanta maldade,
Mas sedenta de paz e amor,
Que busca alívio, em sua
dor,
Na devoção a Maria,
Mãe de Cristo Salvador.
Vem serenar este mundo,
Mudando o ódio e o
pranto,
Na paz do amor ardente,
Que abraça toda a gente
E a todos alivia,
Consola e dá descanso,
Na brisa do amor profundo,
Reanimando este mundo
A seguir Cristo Jesus,
Oceano de paz e luz.
VEM, SECA E QUEIMA
A ERVA DANINHA,
PARA QUE GERMINE,
CRESÇA E FRUTIFIQUE
A FLOR DO AMOR
E DA PAZ DIVINA!
Maria Lina da Silva, fmm
sábado, maio 23, 2015
Sábado da 7ª semana da Páscoa
Pedro, ao voltar-se, viu que o
seguia o discípulo predileto de Jesus.
(cf. Jo 21,20-25)
Jesus
confirma Pedro como pastor do seu rebanho,
após
o teste de amor e do seguimento reiterado.
Só
quem tem coração humilde, sensível, dócil e confiante,
pode
ir à frente e conduzir o seu povo na fé e na caridade.
O
discípulo predileto de Jesus segue agora Pedro,
como
sacramento de Cristo e construtor de comunhão.
A
obediência na caridade não dá a Pedro o direito de posse,
pois
só Cristo continua a ser o Senhor de todos:
“Se
eu quiser que ele fique até que eu venha, que te importa?”
Só
nesta comunhão organizada e discipular
poderemos
continuar a escrever o evangelho de Jesus
e a
testemunhar que Cristo vive em nós e por meio de nós.
Na
Igreja existem diversos carismas e ministérios.
São
puros dons de Deus para o bem e salvação de todos.
Uns
são chamados a ser Pedro que guiam na fé,
congregam
na unidade e despertam para a missão.
Outros
são chamados ser coração na família,
consciência
ética na política, justiça no mercado,
alicerce
sem visibilidade, sorriso acolhedor e gratuito.
A
obediência humilde e a comunhão na caridade
são
sinais identificadores dum seguimento amadurecido de Cristo.
Louvado
sejas, ó Pai, por Jesus, teu Filho e nosso salvador.
Dá-nos
a luz do teu Espírito e aumenta a nossa fé,
para
podermos seguir os passos de Cristo com fidelidade.
Jesus,
bom Pastor, que confias em nós a tua missão,
dá-nos
um coração dócil e livre para obedecer
à tua
Palavra e aos que chamastes a ser nossos pastores.
Protege
e inspira o nosso papa e os nossos bispos
e
livra-os de toda a tentação de poder e vanglória.
Maria,
coração de Mãe a abraçar a humanidade,
ensina-nos
a ser discípulos, mesmo quando temos que ser mestres.
sexta-feira, maio 22, 2015
6ª feira da 7ª semana da Páscoa
Simão, filho de João, tu amas-Me?
(cf. Jo 21,15-19)
Jesus
segue o Pai, na unidade do amor do Espírito.
O seu
amor revela-se missão e zelo pastoral
para
com os cordeiros frágeis e para com as ovelhas perdidas.
Acreditar
em Jesus é ama-Lo e segui-Lo com o mesmo zelo,
descentrado
de si, liberto do medo de se perder,
disponível
para dar a vida pela salvação do mundo.
Deus é
amor e só quem é movido pelo Espírito do amor
conhece
a Deus, acredita em Jesus e continua a sua missão.
A
fragilidade de Simão Pedro é a nossa fragilidade:
facilmente
colocamos os outros ao nosso serviço
e, por
medo, negamos o Mestre e Pastor que por nós dá a vida!
Jesus
vem ao nosso encontro no sacramento da reconciliação,
convida-nos
para comer à sua mesa eucarística e fortalece-nos na fé,
mas
antes de nos enviar em missão, interpela-nos para a conversão,
convida-nos
a partir, permanecendo unidos a Ele no mesmo amor,
e a
viver fraternalmente, cuidando dos irmãos que Ele quer salvar.
Por
isso, a família cristã deve ser berço e escola de amor,
o
seminário e noviciados devem ser viveiros de amores perfeitos,
os
consagrados e sacerdotes sinais visíveis do amor do Pastor.
Tudo o
resto é ritualismo, funcionalismo, palavras sem coração!
Senhor,
Tu sabes que Te amo com amor ainda intermitente,
que só
a tua misericórdia compreende a aproveita,
para
com tão pouco e misturado, fazeres coisas tão grandes!
Perdoa
as vezes em que o autismo me cega o louvor e a fraternidade
e me
entretém alienado com os meus brinquedos e prazeres.
Envia-nos
o teu Espírito e alimenta-nos com o Pão do amor,
para
que, quer rezemos quer trabalhemos, sejas Tu o Pastor
que
nos ensina a orar como filhos e a cuidar como irmãos.
Maria,
Mãe do Amor-perfeito, cuida destes discípulos imperfeitos!
quinta-feira, maio 21, 2015
5ª feira da 7ª semana da Páscoa
Eu neles e Tu em Mim, para que sejam
consumados na unidade. (cf. Jo
17,20-26)
Jesus
é o canal de comunhão entre a Trindade e a Igreja.
O
Espírito é a vida divina a circular o mesmo amor do Pai no Filho,
numa
nuvem fecunda que envolve e se derrama sobre toda a criação.
A
Igreja vive assim o milagre da unidade da fé,
com as
cores e os sabores de cada tempo e lugar,
a
riqueza e a criatividade de cada coração de mãos erguidas,
a
diversidade e complementaridade dum mistério insondável de amor.
Cristo
é a ponte de cruz onde o Céu e a criação se encontram!
Há na
Igreja, muitas vezes, o medo da novidade e da diversidade.
Como
se o mistério de fé fosse possível fossilizar num credo
e a
Igreja não fosse, por natureza, peregrina do ainda não,
e a
Palavra de Deus não fosse um diálogo situado e profético
e o
Espírito não soprasse onde quer, quando quer e como quer!
Nesta
angústia de nos perdermos e desconfiança de heresia,
criam-se
muros de separação, silenciam-se vozes incómodas,
antecipam-se
condenações eternas e impõem-se liturgias uniformes.
O
critério da verdade e da unidade não pode ser o poder ou o saber,
mas as
sandálias da caridade que brotam da fé na Cabeça deste Corpo.
Pai
santo, obrigado pelo amor eterno que nos revelas no teu Filho.
A Tua
palavra e os teus mandamentos não são teorias para os outros,
mas
vida jubilosa e boa-nova de comunhão onde nos queres integrar,
porque
o teu amor é uma felicidade que a todos queres partilhar.
Louvado
sejas, ó Cristo, nosso salvador e árvore da vida,
que
nos alimentas com a seiva do teu Espírito e os frutos da tua Páscoa.
Dá-nos
a coragem de sermos peregrinos permanentes do mistério da fé,
com a
humildade do sábio que busca em diálogo e comunhão,
porque
Cristo não se pode viver sozinho e de costas voltas para ninguém.
Maria,
Mãe da Igreja e da criação, ensina-nos a abraçar Jesus nos
irmãos.
quarta-feira, maio 20, 2015
4ª feira da 7ª semana da Páscoa
Eu consagro-Me por eles, para que
também eles sejam consagrados na verdade.
(cf. Jo 17,11b-19)
A
oração de Jesus ao Pai brota do seu coração apaixonado,
da sua
consagração total ao Pai pela salvação da humanidade.
A sua
consagração envolve todo o seu ser e agir,
numa
unidade sincronizada com a vontade do Pai
e numa
identificação jubilosa com a verdade do amor.
A
consagração-santificação da Igreja na caridade e na verdade
é o
fruto pascal do Cordeiro oferecido na cruz
e da
ação do Espírito Santo que interliga o diverso num só corpo.
Pelo
Batismo, todos somos consagrados ao Senhor,
porque
imersos e sustentados pelo alimento do Consagrado.
A
consagração batismal não é uma entre muitas consagrações
mas o
fermento que une e dá sabor aos vários fragmentos da vida.
Então
já não seremos atores protocolares e descontínuos de funções
(pai,
mãe, filho, irmão, empregado, político, religioso, colega...),
mas
pessoas recriadas em Cristo, em missão nos diversos mundos
em que
vivemos, trabalhamos, estudamos, nos divertimos, rezamos.
“Os
consagrados” devem ser uma memória viva e despertadora
que
recorda a todos os batizados a consagração e a santidade
a que
todos fomos chamados por um amor totalmente consagrado.
Pai
santo e fonte de toda a santidade e consagração
dá-nos
o teu Espírito e consagra-nos na verdade do teu Filho.
Cristo,
fonte e modelo de toda a consagração a Deus,
guia-nos
com a tua palavra, converte-nos os sentimentos,
purifica-nos
os desejos e abre-nos à comunhão,
para
que consagremos toda a nossa vida a ser
pedras
vivas dum templo santo a peregrinar na história,
membros
ativos e descentrados do teu Corpo em missão.
Maria,
consagrada ao serviço de Jesus pela salvação do mundo,
ensina-nos
a viver no mundo com o coração em Deus.
terça-feira, maio 19, 2015
3ª feira da 7ª semana da Páscoa
É por eles que Eu rogo... e neles
sou glorificado. (cf. Jo
17,1-11a)
A
glória do Pai é que todos tenham a vida eterna,
acreditem
no Filho, cumpram a sua palavra
e
continuem a sua missão de curar o mundo do pecado.
O
Filho glorifica o Pai, dando a vida por esta missão.
O Pai
glorifica o Filho, ressuscitando-O e elevando-O ao Céu.
Os
discípulos glorificam a Cristo, seguindo-O e anunciando-O.
Jesus,
do Céu, continua a fazer da Igreja o seu Corpo,
orando
e cuidando de cada um, fortalecendo os fracos,
para
que todos sejam Nele redimidos e enviados em missão.
Há em
cada um de nós o desejo de ser glorificado,
mas
nem toda a glória faz bem à pessoa e ao mundo.
Há a
glória do “Guinness” que se mede pela quantidade
e não
pelo benefício que traz à humanidade.
Há a
glória da “night” que se mede pelo êxtase induzido,
que
adoece o o corpo, enfraquece a liberdade e ressaca o amanhã.
Há a
glória das claques que se mede pelo ruído e, às vezes, pela
violência,
estragando
a festa do clube que querem glorificar.
Há a
glória das redes sociais que se mede por visualizações e “amigos”,
numa
glória virtual que não altera a solidão da realidade.
Há a
glória de amar e servir, sem ruído nem grinaldas,
mas
que vai curando feridas, partilhando lágrimas, dando esperança!
Santíssima
Trindade, louvado sejas pela tua eterna glória,
que
eleva a dignidade, nos cura da morte,
nos
perdoa com misericórdia e nos envolve na mesma missão.
Que o
teu Espírito se faça luz em nós e nos revele a verdadeira glória,
de dar
frutos de paz e de justiça, de cuidar do invisível,
de
anunciar a esperança e libertar o deprimido,
de
alimentar-nos da misericórdia e distribuir o perdão.
Maria,
humilde serva que glorifica a Deus,
conduz
os nossos passos para glorificarmos em tudo o teu Filho.
segunda-feira, maio 18, 2015
2ª feira da 7ª semana da Páscoa
Tende confiança: Eu venci o mundo.
(cf. Jo 16,29-33)
Jesus
anuncia aos discípulos a sua paixão e morte,
vivida
numa solidão humana inquietante e fria,
mas
numa comunhão divina consoladora na fé.
Como
Ele, os discípulos serão perseguidos e rejeitados,
mas em
tudo devem ter confiança e permanecer em paz,
pois
Ele venceu o mundo e vencerá em nós a morte.
Quem
está em Cristo, participa na sua paixão
mas
também na sua ressurreição e paz sem fim!
Muitos
sonham com uma religião sem cruz nem dificuldades.
Julgam
que, por serem crentes, praticantes ou consagrados,
Deus
deve protege-los de todos os perigos, dar-lhes poder,
ter
sucesso económico e social, não ter dúvidas nem doenças...
Querem
uma redoma de proteção que privilegie os bons e crentes,
e
castigue os maus e infiéis, num julgamento antecipado.
Mas
Jesus quer-nos fortes na luta, combatentes na paz,
resistentes
ao mal, confiantes na tribulação, firmes na fé,
e,
isso, só é possível se vivermos no mundo
e
sofrermos com Ele as dores da paixão de dar à luz o amor!
Senhor
Jesus, vencedor do mal no mistério crucificado da aliança,
aumenta
a nossa fé quando a perseguição nos desanima
ou o
bem-estar nos adormece e nos faz esquecer a tua presença.
Nas
horas de aflição e de solidão, cheias de nuvens escuras,
orienta
os nossos passos para salvação e consolação verdadeira,
e
liberta-nos das miragens de amuletos milagreiros,
mágicas
infalíveis e soluções drogadas de felicidade.
Maria,
coração trespassado de dor e cheio de confiança,
abre-nos
ao mistério da fé que nunca nos faz sentir abandonados!
domingo, maio 17, 2015
JESUS REGRESSA AO PAI E NOS ENVIA EM MISSÃO
Celebrar a Ascensão,
De Jesus Nosso Senhor,
É rever e abraçar,
Todo o percurso de amor
E de total doação,
Na feliz realização
Do projecto libertador,
Que Jesus Cristo assumiu,
Por amor e fidelidade,
Fazendo Sua a vontade
Do Deus da eterna Aliança,
Que, em Jesus Cristo, Seu
Filho,
Quis dar-nos a salvação
E uma vida em abundância.
Jesus, ao regressar ao
Pai,
Sem contudo nos deixar,
Pois, connosco vai ficar,
No Espírito que nos
envia,
Para completar a Missão,
Que agora nos confia,
Com amorosa ousadia,
Para que, no mundo
inteiro,
Brote a paz e a alegria
Do amor do Pai,
verdadeiro,
Ordena com grande vigor:
- IDE POR TODO O MUNDO,
ANUNCIAR O EVANGELHO,
BOA NOVA DA ALEGRIA,
E ENSINAI TODOS OS POVOS,
TUDO QUANTO VOS MANDEI,
QUE EU CONVOSCO ESTAREI,
FERMENTO DE AMOR, SEMPRE
NOVO,
DE VERDADE, PAZ E ALEGRIA,
NO ESPÍRITO DE SABEDORIA,
QUE TUDO RENOVA E RECRIA,
TRANSFORME A VOSSA ACÇÃO
EM PÃO PARA TODO O POVO.
Ensina-me a sair de mim
E a abrir, toda, a Ti,
Deixando o Espírito
entrar,
No coração e na mente,
Para ser Tua presença,
No meio de toda a gente,
De esperança/comunhão
Com a Trindade Santíssima,
Até que o Teu Reino
traga,
A todos a salvação.
Maria Lina da Silva, fmm
Lisboa, 17.05.2015
7º Domingo da Páscoa – Ascenção do Senhor
Foi elevado ao Céu e sentou-Se à
direita de Deus. (cf. Mc
16,15-20)
Jesus
é a encarnação da divindade a nascer homem novo
e a
elevação da humanidade à condição da filiação divina.
A
nuvem do mistério esconde-O antes e depois da encarnação,
mas a
glória do seu coração palpita amor eternamente.
Em
Cristo, já temos todos a Cabeça recostada na do Pai
e,
pelo seu Espírito, cresce em nós pés de evangelizador.
A
Igreja torna-se Maria a gerar novos filhos de Deus, no Filho,
testemunhando
a Palavra e continuando a missão de a todos elevar.
As
Nações Unidas definiram oito objetivos de desenvolvimento.
Estes
são fundamentais pois nos elevam da pobreza,
do
analfabetismo, da descriminação, da morte infantil e materna,
das
doenças mortais e endémicas, dos desequilíbrios ambientais
e do
egoísmo que deixa os mais fracos para trás.
Mas o
verdadeiro desenvolvimento é a cristificação da humanidade,
que
nos ensina a olhar para lá das nuvens,
a ver
no outro um irmão, a tomar a iniciativa de amar gratuitamente.
A
verdadeira globalização não é feita pelos meios de comunicação,
nem
por leis que nos obrigam a respeitar o outro diferente,
mas
por um olhar novo e um coração novo que fraterniza a relação.
Pai de
bondade, que para todos preparaste um lugar ao teu lado
e, por
isso, enviaste o teu Filho a ser porta e caminho do céu,
envia-nos
o teu Espírito para que curemos a cegueira onde vagueamos
e
colaboremos na festa da nossa salvação em Cristo.
Faz de
nós membros vivos e ativos do Corpo de Cristo,
com o
coração sempre ao lado da Trindade
e os
pés e as mãos sempre a falar do verdadeiro desenvolvimento.
Eleva-nos,
Senhor, da rotina da máquina de trabalho,
dos
ideais de consumo idolátrico e do prazer egoísta,
das
muralhas do medo e dos planos mortíferos.
Com
Maria, ensina-nos a correr para anunciar boas-novas.
sábado, maio 16, 2015
Sábado da 6ª semana da Páscoa
Tudo o que
pedirdes ao Pai em meu nome, Ele vo-lo dará. (cf.
Jo 16,23b-8)
O
Pai veio ao nosso encontro, por meio do seu Filho,
e
permanece connosco, por meio do seu Espírito.
Jesus
é a porta aberta do céu, pela chave da fé,
e
o caminho seguro que nos conduz à Fonte da vida.
O
seu Espírito purifica-nos os desejos e ilumina-nos a esperança,
de
modo que, quando rezamos, pedimos a Quem devemos,
o
que precisamos e tornará a nossa alegria completa.
Quem
vive no Filho e no Espírito, é amado pelo Pai,
numa
sintonia de ideais, de missão e de realização.
Rezar
ao Pai, por meio de Jesus e inspirado pelo Espírito,
é
ajoelhar-nos com os mesmos sentimentos que havia em Cristo:
confiança
filial, apesar da ansiedade do amanhã,
buscar
a vontade de Deus, apesar do medo desejar outra coisa,
ansiar
pela paz, apesar dos sentimentos de abandono e de traição,
colocar
toda a nossa vida nas mãos do Pai e confiar!
Quem
roga pragas não reza ao Pai, porque Deus é amor.
Quem
busca palavras e ritos mágicos protetores,
não
acredita em Jesus nem vive segundo o Espírito.
Quem,
na hora da aflição recorre a Deus e ao Diabo,
não
tem em Cristo a rocha firme, anda à deriva como cata-ventos.
Pai
santo e Fonte de um amor pessoal e eterno,
louvado
sejas pela tua misericórdia infinita
que
nos surpreende a cada instante e nos envolve de ternura.
Filho
do Amor em missão, que cria, dialoga, perdoa e salva,
aumenta
e purifica a nossa confiança em Ti,
para
que tudo peçamos em Teu nome,
com
a certeza de que em tudo concorres para o nosso bem.
Dá-nos
o Teu Espírito, pois só Ele conhece o coração de Deus,
e
molda o nosso coração para que saibamos pedir o que devemos
e
enche o mundo daquela alegria que não tem dono nem termo.
Maria,
Senhora da oração, ensina-nos a orar como o Teu Filho.
sexta-feira, maio 15, 2015
6ª feira da 6ª semana da Páscoa
Eu hei de ver-vos de novo e o vosso
coração se alegrará. (cf. Jo
16,20-23a)
A
paixão de Jesus alegrou quem pensou tê-Lo vencido
e
entristeceu os discípulos que pensaram tê-Lo perdido.
A
ressurreição foi a surpresa duma vitória escondida,
a
alegria de um reencontro novo, pessoal e comunitário,
que só
o coração da fé pode ver e rejubilar.
O
anúncio desta boa-nova faz-se mais com o brilho dos olhos
e a
paz da caridade, cheia de esperança a transbordar,
do que
com o discurso das palavras cheias de razões.
É a
alegria da Páscoa a beber do Círio pascal!
A
essência do cristão é uma alegria grávida de confiança.
Pelo
caminho vamos tendo momentos de paixão e de apreensão,
noites
confusas e securas de luz, tentações de desistir,
borrascas
de dúvidas, contrações sofridas para dar à luz...
mas
estas ausências fazem crescer a saudade,
estas
crises despertam a necessidade de enraizar e aprofundar,
estas
noites de adormecimento maturam a fé imberbe.
O
importante não é o momento, mas a história de salvação
que se
alicerça nAquele que é, que era e há de ser!
Senhor
da vida e da morte dá-nos a tua paz
e
enche o nosso coração com a alegria da fé,
que
nos faz ver-Te sempre presente, mesmo durante a noite!
Na
experiência do pecado, dá-nos a alegria do perdão.
Na
aridez da solidão, dá-nos a consolação da comunidade.
Na
tentação do individualismo, dá-nos a alegria da caridade.
No
medo de Te anunciar, dá-nos a alegria de deixar o Espírito falar.
Perante
o sofrimento, dá-nos a alegria de nos ofertar.
Maria,
Mãe da alegria, grávida de Jesus e do Espírito,
torna
a nossa vida fecunda duma alegria que não se perturba.
quinta-feira, maio 14, 2015
S. Matias (14 de maio)
Fui Eu que vos escolhi. (cf.
Jo 15,-17)
Deus é
vocação, chamamento a ser mais e melhor amor.
É um
repouso infatigável que gera relações,
cria
novos seres, propõe aliança, envia em missão redentora,
escolhe
colaboradores, faz de cada um de nós vocação e missão.
Matias
sentiu o chamamento de seguir Jesus, de ser seu discípulo,
e a
Igreja tornou-se porta-voz de uma escolha especial de Jesus
para
ser um dos Doze e ocupar o lugar do apóstolo traidor.
A sua
escolha não foi um acaso da sorte ou do destino,
mas o
revelar de uma escolha, desde o seio materno,
pois
cada conceção é fruto dum chamamento divino
à
vida, à salvação, a um estado de vida, a uma missão.
Quando
tomamos consciência de sermos vida, já cá estamos.
Somos
seres únicos, irrepetíveis, mas alguns teimam em ser clone,
manequim
da moda, peça em série para consumir e vender,
pedrinha
de areia num deserto sem rumo nem esperança.
Nós
somos habitantes de um jardim que Alguém plantou,
somos
pessoas amadas quem Alguém sonhou e criou,
somos
ovelhas desorientadas que Alguém buscou,
somos
toque único que deve deixar o mundo melhor,
somos
sócios e amigos duma missão eterna de esperança.
Perante
este mistério de amor que faz de nós vocação,
só
nos resta dizer: “não quero ser igual a ninguém,
só
quero ser o que Tu queres e colaborar na Tua missão!”
Senhor,
como é bom saber-nos desejados,
feitos
com tanto amor e ternura criativa e artística.
Como é
surpreendente e inquietante saber
que
este mundo seria diferente sem esta pedrinha de sal,
sem
esta pitada de sorriso, sem este fermentinho de amor.
Envia-nos
o teu Espírito e ajuda-nos a aceitar a nossa vocação,
a
ousar responder com um sim humilde mas decidido,
a
vivê-la em Igreja com obediência e profecia.
S.
Matias, apóstolo, ensina-nos a discernir a vocação em Igreja.
quarta-feira, maio 13, 2015
Nossa Senhora de Fátima (13 de maio)
Feliz Aquela que Te trouxe no seu
ventre e Te amamentou ao seu peito.
(cf. Lc 11,27-28)
Louvar
a Mãe por causa do Filho,
não é
descentrar-se do Filho por causa da Mãe,
mas é
louvar o Filho e o sim que O gerou e dele cuidou.
O encontro com Jesus abre-nos a um
mistério de alegria e de fé,
que comunga da alegria da Mãe que O
ama
e se considera indigna de tão grande
dom,
de ser protagonista de uma história
fecundada pela eternidade.
E Jesus não fica triste por ver tanta
gente à volta de sua Mãe,
porque sabe que Ela pedagogicamente nos
vai conduzindo
Aquele que é a Luz que não se apaga e
o Pão que gera vida.
Maria quer apenas fazer-nos comungar da
mesma alegria,
de dizer sim ao Senhor, de deixar-se
fecundar pelo Espírito
e de dar à luz Cristo, amando-O e
imitando-O com fidelidade.
A noite ficou povoada de velas
cintilantes.
A multidão era muita e só se viam
pessoas a arder de fé.
Ao longe via-se a cruz iluminada da
torre da basílica
e ouvia-se a voz sumida de quem
presidia ao Rosário.
Aos louvores a Maria, em pentecostes ao
vivo,
respondíamos a mesma prece, cada um na
sua língua:
“Santa Maria rogai por nós
pecadores!”.
Pouco a pouco a multidão tornou-se
Igreja orante,
num silêncio litânico, que só o
coração da fé compreende.
Por fim, vimos passar Maria, luminosa e
feliz,
a convidar-nos a participar na
Eucaristia!
Louvado
sejas meu Senhor e nosso salvador
que
escolheste nascer numa Mulher tão bela e humilde,
num
Sim tão doce e fiel, tão sofrido e comprometido,
que
aproximar-nos dela nos encontrarmos contigo!
Louvada
sejas Maria, modelo do crente fecundo,
ajuda-nos
a aceitar o convite à conversão,
a uma
vida que não quer oferecer tristezas ao Filho,
mas
sacrifícios de amor, em intercessão missionária.
Maria,
guia dos caminhos de vida nova em Cristo,
faz-nos
voltar com o Evangelho no coração
e a
vontade de recomeçar discípulo e missionário.