quinta-feira, julho 31, 2014
5ª feira da 17ª semana do Tempo Comum – S. Inácio
Como o barro nas mãos do oleiro,
assim estais vós na minha mão, ó casa de Israel.
(cf. Jer 18,1-6)
Deus é
um oleiro a refazer obras de arte,
desfiguradas
pela teimosia da dureza do coração
e a
cegueira da obstinação do pecado e da ilusão.
O
Criador projetou filhos alegres e fraternos,
semelhantes
ao Pai na beleza produtiva
e na
ternura de relações irradiantes de felicidades,
mas
foram surgindo pequenos monstros,
agressivos
e egoístas, predadores de ventre disforme,
que
semeiam o medo, a destruição e o desequilíbrio.
Mas o
Senhor não desiste de recriar este barro disforme,
só
espera que nos deixemos remodelar pela misericórdia.
A
conversão, como qualquer processo de mudança, é difícil.
Supõe
alterar formas de viver, rotinas aprendidas,
critérios
de valor, hábitos de dependência, mundividências.
Supõe
acreditar no Deus dos impossíveis
que é
capaz e quer recria-nos homem novo,
moldando-nos
como a Inácio de Loiola, sensual e militar,
num
santo e missionário, audaz e espiritualmente clarividente.
Senhor,
oleiro incansável a recriar e a retocar a criação,
dá-nos
um coração dócil e confiante na Tua graça.
Cristo,
Homem novo e restaurador dos cacos da humanidade,
eis-nos
aqui Senhor, faz de nós a obra nova que quiseres.
Espírito
de santidade, a inspirar conversão e docilidade,
dá-nos
um coração inteligente, forte e humilde,
para
recorrermos com mais frequência e confiança
à
olaria dos sacramentos e à escola da Palavra de Deus.
quarta-feira, julho 30, 2014
4ª feira da 17ª semana do Tempo Comum
Eu estou contigo para te proteger e
salvar. (cf. Jer 15,10.16-21)
Deus
alimenta o profeta com o pão da Sua Palavra,
que o
faz uma pessoa em contracorrente e incómoda.
A
conversão exige mudança de metas de vida,
purificação
de valores nas relações sociais,
restabelecimento
da justiça num mundo desequilibrado,
voltar
à obediência da fé e à aliança de amor com Deus.
Por
isso, o profeta aparece como um desmancha-prazeres.
E Deus
não se manifesta violento com os violentos!
Hoje
há cristãos a serem perseguidos por causa da sua fé.
São
impossibilitados de celebrar publicamente a liturgia.
São
descriminados socialmente e privados de liberdade.
E
perante tal fragilidade do justo que vive da fé,
Deus
parece ficar calado, ausente e impotente;
não
se manifesta diretamente como guerreiro e protetor!
É o
mistério do silêncio de Deus na cruz!
No
entanto, Ele esta lá a sofrer com eles e por eles,
a
gritar às consciências anestesiadas dos agressores,
e às
nossas, que optámos por ser espetadores indiferentes!
Senhor,
mistério de amor a envolver toda a criação,
obrigado
pela Tua presença invisível e libertadora.
Cristo,
nossa força e tesouro escondido,
dá-nos
o Teu Espírito de fortaleza e de fé,
nas
desolações da cruz e na solidão profética.
Liberta-nos
da indiferença crítica e altiva
e
envia-nos em missão profética e evangelizadora,
para
sermos hoje a Tua boca e o Teu coração inquieto
a
denunciar a injustiça arrogante e a proteger o frágil impotente.
terça-feira, julho 29, 2014
3ª feira da 17ª semana do Tempo Comum – S. Marta
Esperávamos a paz e nada vemos de
bom. (cf. Jer 14,17-22)
Todos
anseiam pela paz e oram por este dom do Céu,
mas
esta é dom e compromisso construído por todos.
É dom
de Deus e fruto da obediência à Sua aliança.
É
oferta de cada um ao outro, tesouro em vasos de barro,
que se
deve acarinhar e cuidar, como bebé inconsolável,
que
busca a proteção de quem o possa tranquilizar.
A paz
acolhe-se como chuva do Céu e semente de trigo,
e
frutifica em terreno purificado de pedras ofensivas
e
aberto ao sol da justiça, do perdão e da fraternidade.
Após
a oração dos presidentes de Israel e da Palestina,
promovida
pelo Papa no Vaticano, esperávamos a paz,
mas só
vemos guerra, destruição, mortes, vingança.
Então
será que não adianta rezar pela paz?
O mal
semeia durante a noite, manobrando a vingança.
Os
interesses do negócio de armas servem-se dos nacionalismos,
das
injustiças, do medo, dos fundamentalismos, das ideologias...
para
assegurarem a sustentabilidade das suas empresas.
O amor
bate à porta para entrar no banquete do diálogo,
enquanto
o mal arromba a porta e destrói a casa da fraternidade.
Senhor,
Deus da paz, a chorar a morte e a angústia dos teus filhos,
liberta-nos
desta possessão que nos cega e turva o pensamento.
Jesus,
Príncipe da paz e fonte de amor a jorrar da cruz,
cura-nos
do ódio e da vingança, e ensina-nos a ser dom de paz
e
ponte de diálogo e reconciliação, com joelhos penitentes.
Espírito
de compaixão, desperta-nos da diversão mortífera,
e
dá-nos a fortaleza da paz, com mãos livres para abraçar e orar.
segunda-feira, julho 28, 2014
2ª feira da 17ª semana do tempo Comum
Este povo ficará como essa faixa,
que já não serve para nada. (cf.
Jer 13,1-11)
Deus
prendeu-se ao Seu povo pela faixa da aliança de amor.
O povo
desprende-se de Deus pela idolatria, a injustiça,
o
esquecimento dos mandamentos e a obstinação do seu coração.
Abandonou
o Deus da intimidade, da comunhão e da libertação,
apodrecendo
no seu pecado e em terra estrangeira.
Mais
do que um exílio físico é um divórcio teológico,
que já
começou no tempo antes de ter acontecido no espaço.
Colecionam-se
vestimentas de Batismo, de 1ª Comunhão,
de
Comunhão solene, de Crisma, de casamento...
São
lembranças guardadas no baú da história pessoal,
muitas
vezes distanciadas do coração e divorciadas da vida.
O que
é dinâmico e necessitado de ser alimentado,
arquivamo-lo
no esquecimento e mumificamo-lo para museu.
De
nada servem, a não ser para recordar a nossa infidelidade!
Senhor, Deus fiel e
ousadia da aliança de amor,
ajuda-nos a
atualizar cada dia esta faixa de compromisso,
num coração que
palpita adoração e serviço solidário.
Cristo, semeador
incansável do Reino de Deus,
aumenta-nos a fé e
ajuda-nos a cuidar da semente do Evangelho
que plantas, com
tanta esperança, no nosso coração.
Espírito de
santidade, a fermentar um mundo novo,
ensina-nos a
amassar, cada dia, o trabalho com o amor.
domingo, julho 27, 2014
17º Domingo do Tempo Comum
Dai ao vosso servo um coração
inteligente para saber distinguir o bem do mal.
(cf. 1 Reis 3,5.7-12)
Deus
alegra-se, quando o tesouro que suplicamos
é um
coração inteligente e bom,
que
sabe governar a justiça e administrar a caridade.
Gostaria
que todos fossemos parecidos com Jesus:
fieis
à aliança, sábios em saber distinguir o essencial,
livres
para dar a vida pela salvação do mundo,
misericordiosos
para compensar e perdoar o ódio agressivo.
Estamos
a substituir a educação pela escolarização.
Investe-se
na instrução e transmissão de conhecimentos,
mas
pouco ou nada na formação de um coração inteligente,
que
sabe distinguir o bem do mal, o bem comum do capricho,
o
ilusório do que permanece, a verdade da mentira...
Falta
diálogo e tempo na família para gravar valores.
Democratiza-se
o acesso aos meios de consumo
mas
não se lhe dão critérios de utilização.
Por
isso, há tanta gente insolvente e dependente!
Senhor,
fonte de toda a sabedoria e coração bom,
dá-nos
a Tua sabedoria e ensina-nos a viver,
semeando
felicidade e recriando a esperança.
Cristo,
nosso Irmão salvador e Mestre da verdade,
conduz
os nossos passos na justiça e na santidade.
Espírito
Santo, sábio formador de consciências,
ensina-nos
a fazer desta vida um estágio para a eternidade.
O VERDADEIRO TESOURO
Busco, Senhor, o Tesouro,
Mais valioso que o ouro,
Que acorda, em mim, a
paixão,
E seduz todo o meu ser,
Alma, mente e coração,
Pelo fascínio exercido,
Que me leva a tudo fazer,
Para o conseguir obter,
Embora, não vendo o
brilho,
Mas, sinto a força de
CRER.
A sabedoria do povo,
Onde está o teu Tesouro,
Está o teu coração
E, com ele, toda a
atenção.
Jesus, na Sua Sabedoria,
Diz que o Reino dos Céus
É semelhante ao Tesouro
Escondido em certo campo,
Por ser muito precioso,
É a pérola de maior
valia
Aos olhos do próprio
Deus.
Feliz, pois, quem tudo
vende,
Para comprar o Tesouro,
E de tudo o mais se
desprende,
Porque encontra-lo
pretende,
Com todo o esforço
preciso,
Visto estar escondido!
Meu tesouro, és Tu,
Senhor,
Fonte de paz e amor,
Pérola do maior brilho,
Em cada passo que trilho,
Com espírito sonhador,
Da grandeza do tesouro
E do seu real valor,
Bem maior que todo o ouro!
TUA PALAVRA É LUZ,
QUE ME ENCANTA E SEDUZ
E MANTÉM MEU SER DESPERTO,
NA CERTEZA QUE ME GUIA,
A PROCURAR, NOITE E DIA,
ATÉ MESMO, NO DESERTO,
ONDE A BRISA ME SEGREDA:
-OLHA BEM DENTRO DE TI,
PORQUE ESTOU, DE TI, TÃO
PERTO!...
Maria Lina da Silva, fmm
Lisboa, 27.7.2014
sábado, julho 26, 2014
Sábado da 16ª semana do Tempo Comum – S. Joaquim e S. Ana
E dizeis: ‘Estamos salvos’, para
voltar a cometer todas essas abominações.
(cf. Jer 7,1-11)
O
templo é a memória da presença de Deus,
no
meio do Seu povo, em atitude de espera e acolhimento.
Mas
toda a terra é verdadeiramente um templo do Senhor
e
devemos andar sempre na Sua presença,
louvando-O
com as nossas boas obras e palavras.
Pensar
que basta umas visitas ao templo para nos salvarmos,
é
enganar-nos a nós mesmos e querermos enganar a Deus.
O
louvor perfeito e agradável ao Senhor dos Senhores,
brota
do coração, vive-se na vida e celebra-se no templo.
O
tempo de férias leva muitos a fazerem férias de Deus
e a
outros a visitar santuários de referência,
após
um ano de trabalho esquecido de Deus e da Sua aliança.
Acende-se
uma vela, dá-se uma esmola, faz-se uma oração,
às
vezes cumpre-se uma promessa...
e
volta-se para casa, com a consciência do dever cumprido
e o
propósito de continuar tudo na mesma.
Limita-se
o sagrado ao recinto do santuário
e
faz-se do quotidiano um espaço profano e órfão de Deus.
Senhor,
presença amorosa no meio de nós,
liberta-nos
dos nossos autismos e jogos de poder,
para
vivermos sempre em comunhão contigo e com os irmãos.
Alimenta-nos
com o pão da santidade e da justiça
para
que façamos da sociedade casa de acolhimento
e do
templo festa da vida e escola de fraternidade.
Dai-nos
o Vosso Espírito de verdade e de coerência
para
consagrarmos a vida ao amor do bem comum
e
purificarmos a vida do joio da mentira camuflada.
S.
Joaquim e S. Ana abençoai os nosso avós.
sexta-feira, julho 25, 2014
Festa de S. Tiago, Apóstolo
A fim de que se manifeste também no
nosso corpo a vida de Jesus. (cf.
2 Cor 4,7-15)
O
seguimento de Jesus traz a marca da cruz.
Por
causa dele, somos desafiados a amar até doer.
A
glória do discípulo é parecer-se com o Mestre
e no
seu corpo manifestar-se a vida de Cristo:
sofre
por Cristo, alegra-se em Cristo, anuncia Cristo,
perdoa
pela graça de Cristo, celebra a Páscoa de Cristo,
ora
como Cristo, entrega-se de alma e coração à Missão de Cristo.
Tiago,
de “filho do Trovão”, renasce “primícia do trigo de Cristo”.
A
identidade cristã não é uma construção subjetiva
nem um
título de glória que cada um atribui a si mesmo.
A fé
em Jesus ou se manifesta na nossa vida,
ou não
passa de palavras com que tapamos a mentira.
Uma
vida descomprometida com o bem comum e a justiça,
distraída
de Deus e surda à Sua Palavra de aliança,
corrompida
de materialismo e cega de avareza,
azeda
de ódio e doente de vingança compulsiva,
não
manifesta uma vida animada pelo Espírito de Cristo!
Cristo,
nossa paz e tesouro da nossa salvação,
recria-nos
no Teu Espírito e dá-nos um coração novo.
Jesus,
Pão do Céu, que nos dás força para ser Eucaristia
faz da
nossa vida um sacrifício de louvor agradável ao Pai.
Ensina-nos
a cuidar do tesouro da nossa vocação e missão,
para
que o barro da nossa fragilidade nos faça humildes
e a
graça da Tua misericórdia nos faça audazes e fieis.
S.
Tiago, confidente do mistério de Jesus, rogai por nós.
quinta-feira, julho 24, 2014
5ª feira da 16ª semana do Tempo Comum
Abandonaram-Me a Mim, fonte de água
viva, e cavaram cisternas rotas.
(cf. Jer 2,1-3.7-8.12-13)
Deus
fixa o enlevo da sua memória na fidelidade.
Lembra-se
do amor jovem do povo durante o êxodo.
Foi um
tempo de namoro que se desvaneceu,
quando
o deserto deu lugar à Terra Prometida.
O povo
instalou-se no comodismo e imitou os cegos,
abandonando
o Deus vivo, fonte de água viva e libertação,
cavou
cisternas rotas, cheias de suor e vazias de esperança.
A
humanidade sentou-se no trono do comodismo
e do
comando à distância, que o faz sentir rei e senhor.
Abandonou
a sua condição de peregrino, em busca da Fonte,
e
congelou a alegria de viver, o amor e a justiça fraterna.
A
conta bancária é uma cisterna rota que não poupa,
a
avareza é uma represa que apodrece a solidariedade,
o
diálogo é um cano furado pela mentira e a infidelidade,
as
idolatrias são miragens que iludem quem vagueia perdido.
Senhor,
Fonte da vida e do amor para sempre,
cura o
nosso coração vadio e cheio de arritmias.
Cristo,
proposta em parábolas que nos desperta para a verdade,
envia-nos
o Teu Espírito de discernimento e de luz,
para
que aprendamos a fidelidade na prosperidade e na adversidade.
Dá-nos
a sabedoria que vence a ilusão da vitória fácil,
do
enriquecimento sem esforço, da salvação sem conversão,
da
felicidade sem amor, da justiça sem verdade.
quarta-feira, julho 23, 2014
Festa de S. Brígida, co-padroeira da Europa
Já não sou eu que vivo, é Cristo
que vive em mim. (cf. Gal
2,19-20)
A
encarnação do Filho de Deus entrou pelo Sim de Maria.
A
paixão e morte na cruz é resultado do Não dos homens.
A
ressurreição de Jesus é o Sim de Deus ao Seu Filho.
O dom
do Espírito e a aliança eterna é o Sim de Jesus, Emanuel.
O amor
de Jesus é tão grande e profundo que não quer ser exterior,
mas
quer encarnar na vida de cada um de nós.
Pela
fé, Cristo vive em mim e eu nele,
alimenta-nos
com o Pão da Eucaristia e assimila-nos nele,
envia-nos
em missão e fala em nós.
A
tradição cristã é uma herança histórica,
que só
se tornará vida pessoal e atual em Cristo,
quando
cada um disser o seu Sim a Jesus.
Então
as normas e preceitos cristãos deixarão de ser deveres
e
passarão a ser caminhos trilhados com alegria e amor.
A
esquizofrenia entre a ética pessoal e a ética eclesial,
deixará
de existir, porque Cristo será tudo em todos.
Só
quando desejamos e deixamos Cristo encarnar em nós
é que
podemos gerar Cristo para o mundo, como Maria.
Senhor,
Sim gerado no amor eterno da Trindade,
faz
que o nosso Sim seja semelhante ao Vosso.
Cristo,
Palavra divina encarnada para salvar,
ajuda-nos
a descobrir a beleza de ser filho no Filho de Deus,
e a
alimentar a nossa vida com a seiva do Teu Sim.
Corta
em nós os ramos que não dão frutos crísticos,
para
que sejamos totalmente teus e ao serviço da Tua missão.
S.
Brígida, mística do amor divino crucificado,
intercede
por esta cristandade adormecida e distraída.
terça-feira, julho 22, 2014
3ª feira da 16ª semana do Tempo Comum – S. Madalena
Não guarda para sempre a sua ira,
porque prefere a misericórdia. (cf.
Miq 7,14-15.18-20)
Deus é
graça e misericórdia enamorada dos seus filhos.
Busca-os
com carinho e perseverança, como um tesouro,
embora
com o coração a sangrar por os ver a acumular pecados.
Sonhou-os
felizes e irmãos e vê-os tristes e em guerra.
Ensinou-os
a amar a misericórdia e vê-os consumidos na ira.
Mas o
Seu amor é fiel, com entranhas misericordiosas.
As
relações humanas estão cheias de desencontros.
Perante
as limitações normais de aprendizes do amor,
uns
retraem-se feridos e guardam para sempre a sua ira.
Quanto
mais cuidam da sua ira, mais agressivos se tornam,
menos
carinhosos se mostram, mais se isolam,
menos
capacidade têm de ver a vida com esperança.
A
ousadia da caridade alimenta-se da misericórdia,
servida
cada dia, com a humildade de quem peca também.
Senhor,
oceano de misericórdia onde purifico o coração,
ensina-nos
a não nos deixarmos contagiar pelo vírus do ódio.
Cristo,
aliança eterna com bordão de peregrino,
alimenta-nos
com o Pão da fraternidade e a Palavra do perdão.
Espírito
de Santidade purifica as nossas dispensas da ira podre
e
fecunda-nos com a Tua misericórdia que perfuma a memória.
S.
Maria Madalena, apóstola do amor crucificado,
ensina-nos
a buscar Cristo e a anuncia-Lo como enamorados.
segunda-feira, julho 21, 2014
2ª feira da 16ª semana do Tempo Comum
O que o Senhor exige de ti: praticar
a justiça e amar a misericórdia e ser humilde diante do teu Deus.
(cf. Miq 6,1-4.6-8)
Deus
quer dar-nos um coração semelhante ao dele:
justiça
que salva, amor misericordioso, grandeza humilde.
Tudo o
resto: ritos, sacrifícios, preceitos, promessas...
só
são importantes como expressão dum coração puro e santo.
O ser
humano anda desencontrado de Deus.
Deus
enviou profetas de aviso que identificamos como ameaças;
enviou
o próprio Filho, humilde, próximo e humano,
e não
O reconhecemos nem acolhemos como Salvador.
As
guerras empunham, muitas vezes, a bandeira religiosa.
É um
pecado contra o segundo mandamento,
pois
invocam o Santo Nome de Deus em vão!
Quem
quer agir em nome e como enviado de Deus,
deve
ser justo, amar e perdoar o outro como irmão,
servir
o Senhor com humildade e espírito de conversão,
ser
construtor da paz com pontes de diálogo e de solidariedade.
Senhor,
coração, revestido de avental, a servir-nos a salvação,
fecunda-nos
com a Tua misericórdia e cura a nossa cegueira.
Cristo,
Filho de Deus e companheiro dos homens,
dá-nos
um coração bom, semelhante ao Teu,
e
ensina-nos a condimentar as relações com metas misericordiosas.
Faz de
nós Teus missionários da paz e da esperança,
do
diálogo e da fé, da justiça e do amor globalizado.
domingo, julho 20, 2014
16º Domingo do Tempo Comum
O Espírito Santo vem em auxílio da
nossa fraqueza.(cf. Rom 8,26-27)
A
omnipotência de Deus é misericórdia infinita,
cheia
de cuidados e bondade para com as Suas criaturas.
Deus é
um semeador de trigo de vida e salvação,
no
terreno de liberdade que é cada um de nós.
Mas
não é só Deus que semeia o humus dos nossos sonhos,
por
isso, ficamos fracos e desorientados nos ideais e nas metas.
O
Espírito Santo vem em nosso auxílio e segrega-nos a luz,
geme
em nós a oração filial e reanima em nós o amor fraterno.
A vida
de muitos nós parece-se a um campo abandonado.
Nele
há trigo semeado no Batismo e na catequese de infância,
mas há
também joio de caprichos e consumismo mimado,
há
demasiadas horas de televisão, de novelas e marketing,
há
curiosidades desnorteadas na internet e nas redes virtuais,
há
experiências radicais em noitadas, festivais e praxes...
Liberdade
não é os outros poderem semear o que quiserem,
mas é
eu poder escolher o que quero que em mim se semeie.
Espírito
Santo vem em nosso auxílio
e
conduz os nossos passos, neste labirinto de boas novas,
com
que somos bombardeados por todos os sentidos.
Faz
brotar em nós o louvor perfeito e o amor verdadeiro,
para
que a nossa vida frutifique paz e justiça
e a
nossa presença seja pão que alimenta e fortifica.
Dá-nos
o dom do discernimento que sabe escolher a vida
e o
dom da conversão que sabe refazer e curar a consciência.
Ajuda-nos
a ser pacientes com quem peca
e a
sermos criativos e perseverantes no anúncio do Evangelho.
MISTÉRIO DAS PARÁBOLAS DO REINO
Jesus, nas
parábolas do Reino,
Se revela
Autor do Bem,
E nos fala da
clemência,
Da bondade e
paciência,
Que,
connosco, Deus Pai tem,
No Seu
infinito amor,
Perdão e
misericórdia,
Para com o
pecador.
Na parábola
do trigo e do joio.
Jesus se
identifica
Com o bom
dono do campo
E com a
melhor semente
Do bom trigo
semeado,
Com esforço
e fielmente,
Esperando
colher bom grão
E, com ele
fazer, o pão,
Para
alimentar a gente.
Eis, porém,
que o inimigo
Semeou joio
entre o trigo,
Estragando o
plano ao dono,
De noite,
durante o sono.
Quando se
tornou conhecido,
Pondo o trigo
em perigo,
Sendo o joio
erva daninha,
Os servos se
precipitaram
E queriam
arrancá-lo.
Mas, o senhor
discordou,
Para não
arrancarem, com o joio,
O trigo que
ele semeou.
Quanto amor,
aqui, revelado
Ao trigo que
cresceria
Com o joio,
lado a lado,
Em
tolerância e perdão,
Como mistério
do mal,
Em paz e bem
transformado,
Evitando
condenar,
Pois Jesus
veio salvar,
Todo o que
estava em pecado.
E para melhor
expressar
Sua clara e
firme opção,
Pelos
pequenos e pobres,
Como parte do
Seu Reino,
Não escolhe
símbolos nobres,
Como o cedro
do Líbano,
Mas o simples
e pequeno,
Como é o
grão de mostarda,
Que é a
menor das sementes,
Mas que
cresce e abriga as aves
E dá sombra
a toda a gente,
Que, ao
passar, na estrada,
Ao menos, na
sua sombra,
Repousa da
caminhada.
É igualmente
pequeno
O fermento
necessário,
Para
transformar a massa
E levedar bem
o pão,
Que, depois
de bem cozido,
Alimenta o
pobre e o rico,
E o
estrangeiro que passa,
POIS TUDO É
DOM E GRAÇA!
Maria Lina da
Silva fmm
Lisboa,
19.7.2014
sábado, julho 19, 2014
Sábado da 15ª semana do tempo Comum
Ai daqueles que, deitados em sua
cama, planeiam a injustiça e tramam o mal.
(cf. Miq 2,1-5)
Deus
está atento aos pensamentos de cobiça,
que se
congeminam na escuridão da noite
e nas
assembleias secretas dos malfeitores.
A
todos ama, mas àqueles que praticam a injustiça
e
fazem da vida um inferno, Deus os denuncia
e lhes
dá a comer o pão amargo que amassaram para os outros.
O
profeta é a voz sofrida de Deus a convidar à conversão.
O segredo é a alma do negócio e da
concorrência.
Os contratos habituaram-se a ter uns
parágrafos,
em letras mais pequenas, como ratoeira
camuflada.
A vida real de muita gente acontece à
noite e no segredo;
o que aparece no teatro da vida, não
passa duma representação!
São os filhos da noite e das trevas e
não do dia e da luz
a quererem dominar o palco da vida,
como banqueiros da injustiça.
Senhor da luz e da verdade que é e que
aparece,
liberta-nos da cobiça e da mentira que
nos engorda o ego.
Cristo, caminho, verdade e vida com a
marca de eternidade,
faz de nós mão amiga e ombro
acolhedor do irmão,
anjo de luz e profecia de conversão
deste mundo.
Espírito Santo, luz interior de quem
Te procura,
faz de nós profetas que resistem à
tentação da corrupção
e se tornam obreiros de uma vida com
ética e justiça.
sexta-feira, julho 18, 2014
6ª feira da 15ª semana do tempo Comum
Põe em ordem a tua casa, pois vais
morrer e não viverás! (Is
38,1-6.21-22.7-8 )
Deus avisa o rei Ezequias da sua
fragilidade.
O Senhor não quer a morte, mas a vida
dos seus filhos.
A oração do rei, banhada em lágrimas,
foi a forma de começar a pôr em ordem
a sua casa.
Deus escuta a sua oração confiante e
cura-o do seu mal.
É o encontro entre a conversão e a
misericórdia.
Acostumamo-nos a adiar para o amanhã
do talvez
a faxina da nossa casa, de acordo com
discernidas prioridades.
“Hoje não posso”; “não tenho
tempo agora”;
“um dia destes quero deixar de fumar,
de beber, de jogar,
de ser infiel, de mentir, de roubar, de
ofender as pessoas...”
A urgência do instante eclipsa-nos a
inevitabilidade do eterno,
daquilo que importa aprender, porque é
para sempre sempre!
Senhor, misericórdia infinita, a
oxigenar a história,
ajuda-nos a viver em conversão
permanente.
Cristo, nosso salvador, ensina-nos a
pôr em ordem a vida
e a tornar-nos ministros da
reconciliação.
Espírito de santidade, a segredar-nos
a verdade
da eternidade que nos espera, vestida
de aliança,
ensina-nos a contar os nossos dias ao
ritmo da misericórdia.
quinta-feira, julho 17, 2014
5ª feira da 15ª semana do tempo Comum
Concebemos e sentimos as dores de
parto, mas foi vento que demos à luz.
(cf. Is 26,7-9.12.16-19)
Deus é
nossa vida, força e salvação,
é a
mão que nos conduz e o sol que nos ilumina.
Quando
nos afastamos dele e cegamos de convencimento,
concebemos
cólicas de vento e dores de desalento,
que
nos incha o ventre de vanglória fanfarrona,
mas
não gera vida à nossa volta nem a salvação de ninguém.
Só um
coração humilde e contrito acolhe o “orvalho de luz”
que
desce do Céu e fecunda a terra com a sua misericórdia.
Muitos
de nós somos como touros lançados na arena:
batemos
com a cabeça nas barras para mostrar a nossa força,
vociferamos
e atacamos tudo e a todos,
e
acabamos feridos num espetáculo de morte!
Trabalhamos,
cansamo-nos, sofremos para ter,
mas a
fecundidade gera-se na RELAÇÃO e no SER amante.
Sozinhos
e contra os outros não geramos vida,
mas
destruímos felicidades, desertificamos a natureza,
perdemos
o horizonte do infinito e da esperança,
matamo-nos
de cobiça e alta tensão.
Senhor
Deus, fecundidade generosa e misericordiosa,
obrigado
pela paciente salvação que jorra do Teu coração
e
reconstrói o mundo, por nós, tantas vezes estragado.
Cristo,
manso e humilde de coração, tão próximo e tão ignorado,
só em
Ti descansa a minha alma e refaço a confiança.
Espírito
Santo, fecunda a nossa vida com a profecia da sensatez
que dá
à luz vida e alegria, na justiça e na paz para todos.
quarta-feira, julho 16, 2014
4ª feira da 15ª semana do Tempo Comum
A Assíria diz: ‘Eu agi pela força
do meu braço'. (cf. Is
10,5-7.13-16)
Deus
vai conduzindo o rumo da história
nas
linhas bem tortas que cada um vai escrevendo.
Deus
sofre ao ver a infidelidade do povo da Sua aliança
e
fortalece a Assíria para que esta castigue Israel
e o
faça despertar para a humildade da conversão a Deus.
No
entanto, o poder sobe à cabeça da Assíria,
que se
endeusa de orgulho e de vanglória,
atribuindo
a si mesma o poder e a iniciativa.
Perante
tal comportamento, Deus retira-lhe a mão!
A
força e o poder idolatram o ser humano.
Começa
a falar apenas na primeira pessoa do singular:
“eu
fiz”, “eu sou”, “eu posso”, “eu mando”, “eu quero”...
Esta
conjugação centrípeta cega o bem comum,
ignora
o irmão e usurpa o lugar de Deus.
O
resultado é a tirania, a injustiça, a opressão,
a
exploração, o poder do medo, a violência e o ateísmo.
Senhor,
amor que sustenta a vida e a história,
obrigado
por tudo o que fazes para nos salvares,
por
meio de pessoas, palavras e acontecimentos.
Cristo,
nosso redentor e amigo de todas as horas,
obrigado
porque concorres em tudo para o nosso bem.
Espírito
de sabedoria, que floresce nos simples e humildes,
dá-nos
um coração confiante e puro,
com
bordão de peregrino e sandálias de fraternidade.
terça-feira, julho 15, 2014
3ª feira da 15ª semana do Tempo Comum
Tem cuidado, mas não temas; não
desanimes nem te assustes.(cf.
Is 7,1-9)
Deus
sabe o que nos pode fazer mal e avisa-nos,
e o
que é inofensivo, embora temível, e liberta-nos.
Concentra o nosso
coração mais em Quem nos pode salvar,
do que naqueles que
nos paralisam e assustam.
Ter cuidado é
estar vigilante, preparado, confiante.
Tremer de medo é
assustar-se com a derrota antecipada,
deprimir-se, não
preparar-se, viver em estado de emergência.
As famílias
ausentes e desestruturadas criam insegurança.
O futuro é frágil
e temível: amizades superficiais,
laços matrimoniais
fluidos, empregos precários,
contratos complexos
e escorregadios, chefes corruptos,
mercados globais,
imprevisíveis e emocionais...
Perante estes
“tições fumegantes” há pessoas que paralisam,
e se refugiam no
virtual, no sonho drogado, na depressão crónica,
na revolta contra
um Deus que se recusa ser a sua fada mágica.
Senhor, luz que
ilumina a realidade e nos liberta dos fantasmas,
obrigado por
conduzires os nossos caminhos com a Tua Palavra
e nos alimentares a
verdadeira esperança que vence o mundo.
Cristo, nossa força
e salvação, dá-nos a Tua paz e livra-nos do mal,
para Te seguirmos
como discípulos e Te anunciarmos com ardor.
Espírito de
discernimento e de verdade, guia-nos neste labirinto
e mostra-nos o que
devemos temer e como nos devemos defender,
para sermos fieis e
livres, como filhos de Deus em Jesus Cristo.
segunda-feira, julho 14, 2014
2ª feira da 15ª semana do Tempo Comum
Não suporto a impiedade das vossas
festas. (cf. Is 1,10-17)
Deus é
amor e não suporta a
mentira na piedade e na liturgia.
A
incoerência dum incenso drogado de injustiça
desgosta
Aquele que é verdade e santidade de coração.
O
verdadeiro sacrifício de louvor e de ação de graças,
brota
dum coração humilde e justo,
com
mãos calejadas de solidariedade e de fraternidade.
É
aquele que sabe trazer no coração o santuário da aliança
e
levar para o santuário as relações humanas do quotidiano.
As
festas populares do padroeiro dão cobertura ao arraial.
Fazem-se
peditórios para o santo, a pensar na farra da noite.
Anuncia-se
a missa e a procissão, a pensar nos comes e bebes.
Deitam-se
foguetes na festa e coloca-se auto-falantes ruidosos,
para
atrair foliões com garganta seca e carteira recheada.
Celebrar
comunitariamente a fé, escutar a Palavra da conversão,
deixar-se
entusiasmar pelo exemplo de santidade do padroeiro,
querer
voltar renovado e melhor para o tempo comum,
não
são prioridades que preocupem os festeiros e participantes.
O
resultado é a ressaca, noites mal dormidas, gastos desnecessários.
Senhor,
Tu conheces o nosso íntimo melhor do que nós mesmos.
Sabes
como vivemos e os tesouros que buscamos.
Cura-nos
da superficialidade e da alegria interesseira.
Cristo,
Pão da Vida, em doação redentora,
alimenta-nos
o amor por Deus, nosso Pai,
e
ajuda-nos a carregar a nossa cruz de cada dia
e a
sermos cireneus dos mais frágeis da nossa sociedade.
Purifica-nos
e ajuda-nos a louvar-Vos com um coração puro.
domingo, julho 13, 2014
15º Domingo do Tempo Comum
A palavra que sai da minha boca não
volta sem ter produzido o seu efeito.
(cf. Is 55,10-11)
A
Palavra do Senhor tem poder criador e recriador.
É
movida pelo amor e tem a eternidade como fidelidade.
Desperta
para a vida e penetra nos corações empedernidos.
É
semeada generosamente, confundindo-se com outras sementes,
só os
frutos a distinguem pela beleza e pelo sustento.
Os
profetas e os apóstolos brotam palavra inspirada pela Palavra,
no
tempo encarnada no seio de uma Virgem,
em
Emanuel ressuscitada e em Pão sacramental partilhada.
A
Palavra necessita de terreno bom para germinar.
O
desnorte adormecido faz de nós caminhos impenetráveis,
onde
viajam palavras livremente, sem critério nem nidação.
A
superficialidade com que fugimos à avaliação de vida,
faz de
nós cata-ventos e esponjas que tudo absorvem,
numa
síntese sem identidade e sem meta, a não ser o instante.
A
cultura do tudo deixar crescer livremente,
faz da
nossa vida um campo bravio e descuidado,
onde
as ervas daninhas e os espinhos abafam o trigo.
Senhor,
semeador de Palavras de vida e de verdade,
faz de
nós terreno sequioso e disponível para escutar
a Tua
Palavra de conversão e de vida nova.
Ilumina
os nossos passos com o sol do Teu amor
e
liberta-nos dos ídolos que nos cansam e distraem
num
desvario sem norte nem fraternidade fecundante.
Cristo,
Palavra ungida pelo Espírito de santidade,
fecunda
a nossa fé e faz de nós apóstolos
que
dão fruto abundante para semear em toda a gente.
SEMEADOR INCANSÁVEL
Na manhã de
cada dia,
Faça, sol,
chuva, ou vento,
Eis que sai a
semear
A semente da
Palavra,
No bom e no
mau terreno,
Que, por
muito nos amar,
Jesus arrisca
lançar,
Esperando
germine e cresça,
E seu fruto
amadureça,
Como a espiga
de trigo,
Carregadinha
de grão,
Para
alimentar o Povo,
Com pão de
fermento novo.
Quem defende
esta semente,
Que dá vida
a toda a gente,
Para não ser
sufocada
Pelos
espinhos e abrolhos,
Se quer
colher trigo aos molhos,
Pois ela é
como a água
Que não
volta para o céu,
De onde, para
nós, veio,
Sem produzir
seu efeito,
Na terra,
onde caíu,
Caso seja em
bom terreno
E, com fé e
amor, regada,
Dando fruto
em abundância,
Que enche de
esperança
O idoso e a
criança,
Desde que bem
partilhada,
Com justiça
e caridade,
Para não
haver mais fome
De pão por
falta de trigo,
Na mesa d
pobre e do rico.
É a Palavra
de Deus
E o semeador
é Cristo,
Caminho,
verdade e vida,
No seu amor,
sem medida,
Pelo pobre e
o pecador,
No desejo de
salvar
A todos, sem
distinção.
Por isso,
lança a semente,
No humano
coração,
Embora haja
quem o tenha
Bem fechado a
cadeado,
Arriscando
caia no chão,
Entre
espinhos, no caminho,
Que servirá
de alimento
Às avezinhas
do céu
E os bebés,
no seu ninho.
Sem um olhar
cristalino
E um coração,
puro e recto,
A Palavra
cairá,
Mas, a alma
ficará
Mais vazia
que o deserto.
Maria Lina da
Silva, fmm
Lisboa,
12.7.2014
sábado, julho 12, 2014
Sábado da 14ª semana do Tempo Comum
«Quem enviarei? Quem irá por
nós?». Eu respondi: «Eis-me aqui: podeis enviar-me». (cf.
Is 6,1-8)
Deus manifesta-se,
na Sua majestade, a Isaías.
Ele é o três
vezes santo que no Seu templo o purifica.
Só Deus pode curar
o pecado e encher-nos com a Sua santidade.
Mas a santidade é
apostólica e “ver a Deus” é para O anunciar,
por isso, o Senhor
pergunta a Isaías: “Quem irá por nós?”
A resposta foi um
sim disponível para ser profeta
e tornar-se a boca
e os olhos que interpretam Deus.
A busca de Deus
leva, muitas vezes, a um intimismo espiritual,
mais fuga do mundo
do que missão de Deus no mundo.
Procuram-se
consolações espirituais e gozos de alma,
mas evitam-se
passos solidários e incómodos missionários.
É uma Igreja
virada para si mesmo, num egoísmo espiritual,
e não uma
comunidade purificada pelo fogo da graça
a semear testemunho
evangélico e a promover justiça verdadeira.
Senhor, Missão
trinitária de amor salvador,
mostra-nos o Teu
rosto, majestoso e próximo,
que nos purifica e
salva do nosso pecado paralizador.
Jesus e Espírito
divino, enviados pelo Pai em missão,
ajudai-nos a fazer
da nossa vida uma compaixão evangelizadora.
Liberta-nos do medo
do mal e das cadeias do egoísmo,
para podermos dar
voz à Tua Palavra iluminadora da verdade
e corpo dócil ao
Teu amor redentor e santificador.
sexta-feira, julho 11, 2014
Festa de S. Bento, padroeiro da Europa
É o Senhor que dá a sabedoria, da
sua boca procedem o saber e a prudência. (cf.
Prov 2,1-9)
Em
Deus está a fonte da vida e o saber viver feliz e sábio.
Ele
conhece-nos intimamente e sabe o que necessitamos,
por
isso, porque nos ama, comunica-nos a Sua Palavra
e
conduz os nossos passos no caminho da paz e da alegria.
Poder
escuta-Lo e frequentar a Sua escola de vida
é um
dom e uma bênção que necessita de silêncio,
contemplação,
escuta, tranquilidade, fé, dedicação.
Os
mosteiros de Bento de Núrsia são universidades de vida
onde
se aprende a trabalhar rezando e a rezar trabalhando.
Não
há férias de distração, mas horários de humanização.
Descobre-se
a beleza da liturgia e do louvor,
eleva-se
a dignidade do trabalho a ser cocriador,
faz-se
a experiência duma fraternidade saudável,
para-se
para refletir e aprofundar o conhecimento volátil.
Sem
pressas, mas persistente, respira-se eternidade,
testemunha-se
hospitalidade, evangeliza-se com o exemplo.
Senhor,
Pai-Mãe que nos geras para a vida e nos ensinas a viver,
envia-nos
a sabedoria da felicidade eterna
e
abre-nos à humildade do discípulo que deseja aprender.
Cristo,
nossa sabedoria em linguagem corrente,
orienta
os nossos passos para escutar e seguir a Tua Palavra.
Espírito
de paz e de fraternidade ilumina os nossos caminhos,
sacia-nos
com a Tua luz e alimenta-nos com a Tua paz,
para
sermos, como Bento, uma bênção para a história.