quinta-feira, julho 31, 2014

 

5ª feira da 17ª semana do Tempo Comum – S. Inácio


Como o barro nas mãos do oleiro, assim estais vós na minha mão, ó casa de Israel. (cf. Jer 18,1-6)

Deus é um oleiro a refazer obras de arte,
desfiguradas pela teimosia da dureza do coração
e a cegueira da obstinação do pecado e da ilusão.
O Criador projetou filhos alegres e fraternos,
semelhantes ao Pai na beleza produtiva
e na ternura de relações irradiantes de felicidades,
mas foram surgindo pequenos monstros,
agressivos e egoístas, predadores de ventre disforme,
que semeiam o medo, a destruição e o desequilíbrio.
Mas o Senhor não desiste de recriar este barro disforme,
só espera que nos deixemos remodelar pela misericórdia.

A conversão, como qualquer processo de mudança, é difícil.
Supõe alterar formas de viver, rotinas aprendidas,
critérios de valor, hábitos de dependência, mundividências.
Supõe acreditar no Deus dos impossíveis
que é capaz e quer recria-nos homem novo,
moldando-nos como a Inácio de Loiola, sensual e militar,
num santo e missionário, audaz e espiritualmente clarividente.

Senhor, oleiro incansável a recriar e a retocar a criação,
dá-nos um coração dócil e confiante na Tua graça.
Cristo, Homem novo e restaurador dos cacos da humanidade,
eis-nos aqui Senhor, faz de nós a obra nova que quiseres.
Espírito de santidade, a inspirar conversão e docilidade,
dá-nos um coração inteligente, forte e humilde,
para recorrermos com mais frequência e confiança

à olaria dos sacramentos e à escola da Palavra de Deus. 

quarta-feira, julho 30, 2014

 

4ª feira da 17ª semana do Tempo Comum


Eu estou contigo para te proteger e salvar. (cf. Jer 15,10.16-21)

Deus alimenta o profeta com o pão da Sua Palavra,
que o faz uma pessoa em contracorrente e incómoda.
A conversão exige mudança de metas de vida,
purificação de valores nas relações sociais,
restabelecimento da justiça num mundo desequilibrado,
voltar à obediência da fé e à aliança de amor com Deus.
Por isso, o profeta aparece como um desmancha-prazeres.
E Deus não se manifesta violento com os violentos!

Hoje há cristãos a serem perseguidos por causa da sua fé.
São impossibilitados de celebrar publicamente a liturgia.
São descriminados socialmente e privados de liberdade.
E perante tal fragilidade do justo que vive da fé,
Deus parece ficar calado, ausente e impotente;
não se manifesta diretamente como guerreiro e protetor!
É o mistério do silêncio de Deus na cruz!
No entanto, Ele esta lá a sofrer com eles e por eles,
a gritar às consciências anestesiadas dos agressores,
e às nossas, que optámos por ser espetadores indiferentes!

Senhor, mistério de amor a envolver toda a criação,
obrigado pela Tua presença invisível e libertadora.
Cristo, nossa força e tesouro escondido,
dá-nos o Teu Espírito de fortaleza e de fé,
nas desolações da cruz e na solidão profética.
Liberta-nos da indiferença crítica e altiva
e envia-nos em missão profética e evangelizadora,
para sermos hoje a Tua boca e o Teu coração inquieto

a denunciar a injustiça arrogante e a proteger o frágil impotente.

terça-feira, julho 29, 2014

 

3ª feira da 17ª semana do Tempo Comum – S. Marta


Esperávamos a paz e nada vemos de bom. (cf. Jer 14,17-22)

Todos anseiam pela paz e oram por este dom do Céu,
mas esta é dom e compromisso construído por todos.
É dom de Deus e fruto da obediência à Sua aliança.
É oferta de cada um ao outro, tesouro em vasos de barro,
que se deve acarinhar e cuidar, como bebé inconsolável,
que busca a proteção de quem o possa tranquilizar.
A paz acolhe-se como chuva do Céu e semente de trigo,
e frutifica em terreno purificado de pedras ofensivas
e aberto ao sol da justiça, do perdão e da fraternidade.

Após a oração dos presidentes de Israel e da Palestina,
promovida pelo Papa no Vaticano, esperávamos a paz,
mas só vemos guerra, destruição, mortes, vingança.
Então será que não adianta rezar pela paz?
O mal semeia durante a noite, manobrando a vingança.
Os interesses do negócio de armas servem-se dos nacionalismos,
das injustiças, do medo, dos fundamentalismos, das ideologias...
para assegurarem a sustentabilidade das suas empresas.
O amor bate à porta para entrar no banquete do diálogo,
enquanto o mal arromba a porta e destrói a casa da fraternidade.

Senhor, Deus da paz, a chorar a morte e a angústia dos teus filhos,
liberta-nos desta possessão que nos cega e turva o pensamento.
Jesus, Príncipe da paz e fonte de amor a jorrar da cruz,
cura-nos do ódio e da vingança, e ensina-nos a ser dom de paz
e ponte de diálogo e reconciliação, com joelhos penitentes.
Espírito de compaixão, desperta-nos da diversão mortífera,

e dá-nos a fortaleza da paz, com mãos livres para abraçar e orar.

segunda-feira, julho 28, 2014

 

2ª feira da 17ª semana do tempo Comum


Este povo ficará como essa faixa, que já não serve para nada. (cf. Jer 13,1-11)

Deus prendeu-se ao Seu povo pela faixa da aliança de amor.
O povo desprende-se de Deus pela idolatria, a injustiça,
o esquecimento dos mandamentos e a obstinação do seu coração.
Abandonou o Deus da intimidade, da comunhão e da libertação,
apodrecendo no seu pecado e em terra estrangeira.
Mais do que um exílio físico é um divórcio teológico,
que já começou no tempo antes de ter acontecido no espaço.

Colecionam-se vestimentas de Batismo, de 1ª Comunhão,
de Comunhão solene, de Crisma, de casamento...
São lembranças guardadas no baú da história pessoal,
muitas vezes distanciadas do coração e divorciadas da vida.
O que é dinâmico e necessitado de ser alimentado,
arquivamo-lo no esquecimento e mumificamo-lo para museu.
De nada servem, a não ser para recordar a nossa infidelidade!

Senhor, Deus fiel e ousadia da aliança de amor,
ajuda-nos a atualizar cada dia esta faixa de compromisso,
num coração que palpita adoração e serviço solidário.
Cristo, semeador incansável do Reino de Deus,
aumenta-nos a fé e ajuda-nos a cuidar da semente do Evangelho
que plantas, com tanta esperança, no nosso coração.
Espírito de santidade, a fermentar um mundo novo,

ensina-nos a amassar, cada dia, o trabalho com o amor.

domingo, julho 27, 2014

 

17º Domingo do Tempo Comum


Dai ao vosso servo um coração inteligente para saber distinguir o bem do mal. (cf. 1 Reis 3,5.7-12)

Deus alegra-se, quando o tesouro que suplicamos
é um coração inteligente e bom,
que sabe governar a justiça e administrar a caridade.
Gostaria que todos fossemos parecidos com Jesus:
fieis à aliança, sábios em saber distinguir o essencial,
livres para dar a vida pela salvação do mundo,
misericordiosos para compensar e perdoar o ódio agressivo.

Estamos a substituir a educação pela escolarização.
Investe-se na instrução e transmissão de conhecimentos,
mas pouco ou nada na formação de um coração inteligente,
que sabe distinguir o bem do mal, o bem comum do capricho,
o ilusório do que permanece, a verdade da mentira...
Falta diálogo e tempo na família para gravar valores.
Democratiza-se o acesso aos meios de consumo
mas não se lhe dão critérios de utilização.
Por isso, há tanta gente insolvente e dependente!

Senhor, fonte de toda a sabedoria e coração bom,
dá-nos a Tua sabedoria e ensina-nos a viver,
semeando felicidade e recriando a esperança.
Cristo, nosso Irmão salvador e Mestre da verdade,
conduz os nossos passos na justiça e na santidade.
Espírito Santo, sábio formador de consciências,

ensina-nos a fazer desta vida um estágio para a eternidade.

 

O VERDADEIRO TESOURO


Busco, Senhor, o Tesouro,
Mais valioso que o ouro,
Que acorda, em mim, a paixão,
E seduz todo o meu ser,
Alma, mente e coração,
Pelo fascínio exercido,
Que me leva a tudo fazer,
Para o conseguir obter,
Embora, não vendo o brilho,
Mas, sinto a força de CRER.

A sabedoria do povo,
Diz algo que não é novo:
Onde está o teu Tesouro,
Está o teu coração
E, com ele, toda a atenção.

Jesus, na Sua Sabedoria,
Diz que o Reino dos Céus
É semelhante ao Tesouro
Escondido em certo campo,
Por ser muito precioso,
É a pérola de maior valia
Aos olhos do próprio Deus.

Feliz, pois, quem tudo vende,
Para comprar o Tesouro,
E de tudo o mais se desprende,
Porque encontra-lo pretende,
Com todo o esforço preciso,
Visto estar escondido!

Meu tesouro, és Tu, Senhor,
Fonte de paz e amor,
Pérola do maior brilho,
Em cada passo que trilho,
Com espírito sonhador,
Da grandeza do tesouro
E do seu real valor,
Bem maior que todo o ouro!

TUA PALAVRA É LUZ,
QUE ME ENCANTA E SEDUZ
E MANTÉM MEU SER DESPERTO,
NA CERTEZA QUE ME GUIA,
A PROCURAR, NOITE E DIA,
ATÉ MESMO, NO DESERTO,
ONDE A BRISA ME SEGREDA:
-OLHA BEM DENTRO DE TI,
PORQUE ESTOU, DE TI, TÃO PERTO!...

Maria Lina da Silva, fmm

Lisboa, 27.7.2014      

sábado, julho 26, 2014

 

Sábado da 16ª semana do Tempo Comum – S. Joaquim e S. Ana


E dizeis: ‘Estamos salvos’, para voltar a cometer todas essas abominações. (cf. Jer 7,1-11)

O templo é a memória da presença de Deus,
no meio do Seu povo, em atitude de espera e acolhimento.
Mas toda a terra é verdadeiramente um templo do Senhor
e devemos andar sempre na Sua presença,
louvando-O com as nossas boas obras e palavras.
Pensar que basta umas visitas ao templo para nos salvarmos,
é enganar-nos a nós mesmos e querermos enganar a Deus.
O louvor perfeito e agradável ao Senhor dos Senhores,
brota do coração, vive-se na vida e celebra-se no templo.

O tempo de férias leva muitos a fazerem férias de Deus
e a outros a visitar santuários de referência,
após um ano de trabalho esquecido de Deus e da Sua aliança.
Acende-se uma vela, dá-se uma esmola, faz-se uma oração,
às vezes cumpre-se uma promessa...
e volta-se para casa, com a consciência do dever cumprido
e o propósito de continuar tudo na mesma.
Limita-se o sagrado ao recinto do santuário
e faz-se do quotidiano um espaço profano e órfão de Deus.

Senhor, presença amorosa no meio de nós,
liberta-nos dos nossos autismos e jogos de poder,
para vivermos sempre em comunhão contigo e com os irmãos.
Alimenta-nos com o pão da santidade e da justiça
para que façamos da sociedade casa de acolhimento
e do templo festa da vida e escola de fraternidade.
Dai-nos o Vosso Espírito de verdade e de coerência
para consagrarmos a vida ao amor do bem comum
e purificarmos a vida do joio da mentira camuflada.

S. Joaquim e S. Ana abençoai os nosso avós.

sexta-feira, julho 25, 2014

 

Festa de S. Tiago, Apóstolo


A fim de que se manifeste também no nosso corpo a vida de Jesus. (cf. 2 Cor 4,7-15)

O seguimento de Jesus traz a marca da cruz.
Por causa dele, somos desafiados a amar até doer.
A glória do discípulo é parecer-se com o Mestre
e no seu corpo manifestar-se a vida de Cristo:
sofre por Cristo, alegra-se em Cristo, anuncia Cristo,
perdoa pela graça de Cristo, celebra a Páscoa de Cristo,
ora como Cristo, entrega-se de alma e coração à Missão de Cristo.
Tiago, de “filho do Trovão”, renasce “primícia do trigo de Cristo”.

A identidade cristã não é uma construção subjetiva
nem um título de glória que cada um atribui a si mesmo.
A fé em Jesus ou se manifesta na nossa vida,
ou não passa de palavras com que tapamos a mentira.
Uma vida descomprometida com o bem comum e a justiça,
distraída de Deus e surda à Sua Palavra de aliança,
corrompida de materialismo e cega de avareza,
azeda de ódio e doente de vingança compulsiva,
não manifesta uma vida animada pelo Espírito de Cristo!

Cristo, nossa paz e tesouro da nossa salvação,
recria-nos no Teu Espírito e dá-nos um coração novo.
Jesus, Pão do Céu, que nos dás força para ser Eucaristia
faz da nossa vida um sacrifício de louvor agradável ao Pai.
Ensina-nos a cuidar do tesouro da nossa vocação e missão,
para que o barro da nossa fragilidade nos faça humildes
e a graça da Tua misericórdia nos faça audazes e fieis.
S. Tiago, confidente do mistério de Jesus, rogai por nós.



quinta-feira, julho 24, 2014

 

5ª feira da 16ª semana do Tempo Comum


Abandonaram-Me a Mim, fonte de água viva, e cavaram cisternas rotas. (cf. Jer 2,1-3.7-8.12-13)

Deus fixa o enlevo da sua memória na fidelidade.
Lembra-se do amor jovem do povo durante o êxodo.
Foi um tempo de namoro que se desvaneceu,
quando o deserto deu lugar à Terra Prometida.
O povo instalou-se no comodismo e imitou os cegos,
abandonando o Deus vivo, fonte de água viva e libertação,
cavou cisternas rotas, cheias de suor e vazias de esperança.

A humanidade sentou-se no trono do comodismo
e do comando à distância, que o faz sentir rei e senhor.
Abandonou a sua condição de peregrino, em busca da Fonte,
e congelou a alegria de viver, o amor e a justiça fraterna.
A conta bancária é uma cisterna rota que não poupa,
a avareza é uma represa que apodrece a solidariedade,
o diálogo é um cano furado pela mentira e a infidelidade,
as idolatrias são miragens que iludem quem vagueia perdido.

Senhor, Fonte da vida e do amor para sempre,
cura o nosso coração vadio e cheio de arritmias.
Cristo, proposta em parábolas que nos desperta para a verdade,
envia-nos o Teu Espírito de discernimento e de luz,
para que aprendamos a fidelidade na prosperidade e na adversidade.
Dá-nos a sabedoria que vence a ilusão da vitória fácil,
do enriquecimento sem esforço, da salvação sem conversão,

da felicidade sem amor, da justiça sem verdade. 

quarta-feira, julho 23, 2014

 

Festa de S. Brígida, co-padroeira da Europa


Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim. (cf. Gal 2,19-20)

A encarnação do Filho de Deus entrou pelo Sim de Maria.
A paixão e morte na cruz é resultado do Não dos homens.
A ressurreição de Jesus é o Sim de Deus ao Seu Filho.
O dom do Espírito e a aliança eterna é o Sim de Jesus, Emanuel.
O amor de Jesus é tão grande e profundo que não quer ser exterior,
mas quer encarnar na vida de cada um de nós.
Pela fé, Cristo vive em mim e eu nele,
alimenta-nos com o Pão da Eucaristia e assimila-nos nele,
envia-nos em missão e fala em nós.

A tradição cristã é uma herança histórica,
que só se tornará vida pessoal e atual em Cristo,
quando cada um disser o seu Sim a Jesus.
Então as normas e preceitos cristãos deixarão de ser deveres
e passarão a ser caminhos trilhados com alegria e amor.
A esquizofrenia entre a ética pessoal e a ética eclesial,
deixará de existir, porque Cristo será tudo em todos.
Só quando desejamos e deixamos Cristo encarnar em nós
é que podemos gerar Cristo para o mundo, como Maria.

Senhor, Sim gerado no amor eterno da Trindade,
faz que o nosso Sim seja semelhante ao Vosso.
Cristo, Palavra divina encarnada para salvar,
ajuda-nos a descobrir a beleza de ser filho no Filho de Deus,
e a alimentar a nossa vida com a seiva do Teu Sim.
Corta em nós os ramos que não dão frutos crísticos,
para que sejamos totalmente teus e ao serviço da Tua missão.
S. Brígida, mística do amor divino crucificado,

intercede por esta cristandade adormecida e distraída.

terça-feira, julho 22, 2014

 

3ª feira da 16ª semana do Tempo Comum – S. Madalena


Não guarda para sempre a sua ira, porque prefere a misericórdia. (cf. Miq 7,14-15.18-20)

Deus é graça e misericórdia enamorada dos seus filhos.
Busca-os com carinho e perseverança, como um tesouro,
embora com o coração a sangrar por os ver a acumular pecados.
Sonhou-os felizes e irmãos e vê-os tristes e em guerra.
Ensinou-os a amar a misericórdia e vê-os consumidos na ira.
Mas o Seu amor é fiel, com entranhas misericordiosas.

As relações humanas estão cheias de desencontros.
Perante as limitações normais de aprendizes do amor,
uns retraem-se feridos e guardam para sempre a sua ira.
Quanto mais cuidam da sua ira, mais agressivos se tornam,
menos carinhosos se mostram, mais se isolam,
menos capacidade têm de ver a vida com esperança.
A ousadia da caridade alimenta-se da misericórdia,
servida cada dia, com a humildade de quem peca também.

Senhor, oceano de misericórdia onde purifico o coração,
ensina-nos a não nos deixarmos contagiar pelo vírus do ódio.
Cristo, aliança eterna com bordão de peregrino,
alimenta-nos com o Pão da fraternidade e a Palavra do perdão.
Espírito de Santidade purifica as nossas dispensas da ira podre
e fecunda-nos com a Tua misericórdia que perfuma a memória.
S. Maria Madalena, apóstola do amor crucificado,

ensina-nos a buscar Cristo e a anuncia-Lo como enamorados.

segunda-feira, julho 21, 2014

 

2ª feira da 16ª semana do Tempo Comum


O que o Senhor exige de ti: praticar a justiça e amar a misericórdia e ser humilde diante do teu Deus. (cf. Miq 6,1-4.6-8)

Deus quer dar-nos um coração semelhante ao dele:
justiça que salva, amor misericordioso, grandeza humilde.
Tudo o resto: ritos, sacrifícios, preceitos, promessas...
só são importantes como expressão dum coração puro e santo.
O ser humano anda desencontrado de Deus.
Deus enviou profetas de aviso que identificamos como ameaças;
enviou o próprio Filho, humilde, próximo e humano,
e não O reconhecemos nem acolhemos como Salvador.

As guerras empunham, muitas vezes, a bandeira religiosa.
É um pecado contra o segundo mandamento,
pois invocam o Santo Nome de Deus em vão!
Quem quer agir em nome e como enviado de Deus,
deve ser justo, amar e perdoar o outro como irmão,
servir o Senhor com humildade e espírito de conversão,
ser construtor da paz com pontes de diálogo e de solidariedade.

Senhor, coração, revestido de avental, a servir-nos a salvação,
fecunda-nos com a Tua misericórdia e cura a nossa cegueira.
Cristo, Filho de Deus e companheiro dos homens,
dá-nos um coração bom, semelhante ao Teu,
e ensina-nos a condimentar as relações com metas misericordiosas.
Faz de nós Teus missionários da paz e da esperança,

do diálogo e da fé, da justiça e do amor globalizado.

domingo, julho 20, 2014

 

16º Domingo do Tempo Comum


O Espírito Santo vem em auxílio da nossa fraqueza.(cf. Rom 8,26-27)

A omnipotência de Deus é misericórdia infinita,
cheia de cuidados e bondade para com as Suas criaturas.
Deus é um semeador de trigo de vida e salvação,
no terreno de liberdade que é cada um de nós.
Mas não é só Deus que semeia o humus dos nossos sonhos,
por isso, ficamos fracos e desorientados nos ideais e nas metas.
O Espírito Santo vem em nosso auxílio e segrega-nos a luz,
geme em nós a oração filial e reanima em nós o amor fraterno.

A vida de muitos nós parece-se a um campo abandonado.
Nele há trigo semeado no Batismo e na catequese de infância,
mas há também joio de caprichos e consumismo mimado,
há demasiadas horas de televisão, de novelas e marketing,
há curiosidades desnorteadas na internet e nas redes virtuais,
há experiências radicais em noitadas, festivais e praxes...
Liberdade não é os outros poderem semear o que quiserem,
mas é eu poder escolher o que quero que em mim se semeie.

Espírito Santo vem em nosso auxílio
e conduz os nossos passos, neste labirinto de boas novas,
com que somos bombardeados por todos os sentidos.
Faz brotar em nós o louvor perfeito e o amor verdadeiro,
para que a nossa vida frutifique paz e justiça
e a nossa presença seja pão que alimenta e fortifica.
Dá-nos o dom do discernimento que sabe escolher a vida
e o dom da conversão que sabe refazer e curar a consciência.
Ajuda-nos a ser pacientes com quem peca

e a sermos criativos e perseverantes no anúncio do Evangelho.

 

MISTÉRIO DAS PARÁBOLAS DO REINO


Jesus, nas parábolas do Reino,
Se revela Autor do Bem,
E nos fala da clemência,
Da bondade e paciência,
Que, connosco, Deus Pai tem,
No Seu infinito amor,
Perdão e misericórdia,
Para com o pecador.

Na parábola do trigo e do joio.
Jesus se identifica
Com o bom dono do campo
E com a melhor semente
Do bom trigo semeado,
Com esforço e fielmente,
Esperando colher bom grão
E, com ele fazer, o pão,
Para alimentar a gente.

Eis, porém, que o inimigo
Semeou joio entre o trigo,
Estragando o plano ao dono,
De noite, durante o sono.

Quando se tornou conhecido,
Pondo o trigo em perigo,
Sendo o joio erva daninha,
Os servos se precipitaram
E queriam arrancá-lo.
Mas, o senhor discordou,
Para não arrancarem, com o joio,
O trigo que ele semeou.

Quanto amor, aqui, revelado
Ao trigo que cresceria
Com o joio, lado a lado,
Em tolerância e perdão,
Como mistério do mal,
Em paz e bem transformado,

Evitando condenar,
Pois Jesus veio salvar,
Todo o que estava em pecado.

E para melhor expressar
Sua clara e firme opção,
Pelos pequenos e pobres,
Como parte do Seu Reino,
Não escolhe símbolos nobres,
Como o cedro do Líbano,
Mas o simples e pequeno,
Como é o grão de mostarda,
Que é a menor das sementes,
Mas que cresce e abriga as aves
E dá sombra a toda a gente,
Que, ao passar, na estrada,
Ao menos, na sua sombra,
Repousa da caminhada.

É igualmente pequeno
O fermento necessário,
Para transformar a massa
E levedar bem o pão,
Que, depois de bem cozido,
Alimenta o pobre e o rico,
E o estrangeiro que passa,
POIS TUDO É DOM E GRAÇA!

Maria Lina da Silva fmm

Lisboa, 19.7.2014

sábado, julho 19, 2014

 

Sábado da 15ª semana do tempo Comum


Ai daqueles que, deitados em sua cama, planeiam a injustiça e tramam o mal. (cf. Miq 2,1-5)

Deus está atento aos pensamentos de cobiça,
que se congeminam na escuridão da noite
e nas assembleias secretas dos malfeitores.
A todos ama, mas àqueles que praticam a injustiça
e fazem da vida um inferno, Deus os denuncia
e lhes dá a comer o pão amargo que amassaram para os outros.
O profeta é a voz sofrida de Deus a convidar à conversão.

O segredo é a alma do negócio e da concorrência.
Os contratos habituaram-se a ter uns parágrafos,
em letras mais pequenas, como ratoeira camuflada.
A vida real de muita gente acontece à noite e no segredo;
o que aparece no teatro da vida, não passa duma representação!
São os filhos da noite e das trevas e não do dia e da luz
a quererem dominar o palco da vida, como banqueiros da injustiça.

Senhor da luz e da verdade que é e que aparece,
liberta-nos da cobiça e da mentira que nos engorda o ego.
Cristo, caminho, verdade e vida com a marca de eternidade,
faz de nós mão amiga e ombro acolhedor do irmão,
anjo de luz e profecia de conversão deste mundo.
Espírito Santo, luz interior de quem Te procura,
faz de nós profetas que resistem à tentação da corrupção

e se tornam obreiros de uma vida com ética e justiça.

sexta-feira, julho 18, 2014

 

6ª feira da 15ª semana do tempo Comum


Põe em ordem a tua casa, pois vais morrer e não viverás! (Is 38,1-6.21-22.7-8 )

Deus avisa o rei Ezequias da sua fragilidade.
O Senhor não quer a morte, mas a vida dos seus filhos.
A oração do rei, banhada em lágrimas,
foi a forma de começar a pôr em ordem a sua casa.
Deus escuta a sua oração confiante e cura-o do seu mal.
É o encontro entre a conversão e a misericórdia.

Acostumamo-nos a adiar para o amanhã do talvez
a faxina da nossa casa, de acordo com discernidas prioridades.
“Hoje não posso”; “não tenho tempo agora”;
“um dia destes quero deixar de fumar, de beber, de jogar,
de ser infiel, de mentir, de roubar, de ofender as pessoas...”
A urgência do instante eclipsa-nos a inevitabilidade do eterno,
daquilo que importa aprender, porque é para sempre sempre!

Senhor, misericórdia infinita, a oxigenar a história,
ajuda-nos a viver em conversão permanente.
Cristo, nosso salvador, ensina-nos a pôr em ordem a vida
e a tornar-nos ministros da reconciliação.
Espírito de santidade, a segredar-nos a verdade
da eternidade que nos espera, vestida de aliança,
ensina-nos a contar os nossos dias ao ritmo da misericórdia.



quinta-feira, julho 17, 2014

 

5ª feira da 15ª semana do tempo Comum


Concebemos e sentimos as dores de parto, mas foi vento que demos à luz. (cf. Is 26,7-9.12.16-19)

Deus é nossa vida, força e salvação,
é a mão que nos conduz e o sol que nos ilumina.
Quando nos afastamos dele e cegamos de convencimento,
concebemos cólicas de vento e dores de desalento,
que nos incha o ventre de vanglória fanfarrona,
mas não gera vida à nossa volta nem a salvação de ninguém.
Só um coração humilde e contrito acolhe o “orvalho de luz”
que desce do Céu e fecunda a terra com a sua misericórdia.

Muitos de nós somos como touros lançados na arena:
batemos com a cabeça nas barras para mostrar a nossa força,
vociferamos e atacamos tudo e a todos,
e acabamos feridos num espetáculo de morte!
Trabalhamos, cansamo-nos, sofremos para ter,
mas a fecundidade gera-se na RELAÇÃO e no SER amante.
Sozinhos e contra os outros não geramos vida,
mas destruímos felicidades, desertificamos a natureza,
perdemos o horizonte do infinito e da esperança,
matamo-nos de cobiça e alta tensão.

Senhor Deus, fecundidade generosa e misericordiosa,
obrigado pela paciente salvação que jorra do Teu coração
e reconstrói o mundo, por nós, tantas vezes estragado.
Cristo, manso e humilde de coração, tão próximo e tão ignorado,
só em Ti descansa a minha alma e refaço a confiança.
Espírito Santo, fecunda a nossa vida com a profecia da sensatez

que dá à luz vida e alegria, na justiça e na paz para todos.

quarta-feira, julho 16, 2014

 

4ª feira da 15ª semana do Tempo Comum


A Assíria diz: ‘Eu agi pela força do meu braço'. (cf. Is 10,5-7.13-16)

Deus vai conduzindo o rumo da história
nas linhas bem tortas que cada um vai escrevendo.
Deus sofre ao ver a infidelidade do povo da Sua aliança
e fortalece a Assíria para que esta castigue Israel
e o faça despertar para a humildade da conversão a Deus.
No entanto, o poder sobe à cabeça da Assíria,
que se endeusa de orgulho e de vanglória,
atribuindo a si mesma o poder e a iniciativa.
Perante tal comportamento, Deus retira-lhe a mão!

A força e o poder idolatram o ser humano.
Começa a falar apenas na primeira pessoa do singular:
“eu fiz”, “eu sou”, “eu posso”, “eu mando”, “eu quero”...
Esta conjugação centrípeta cega o bem comum,
ignora o irmão e usurpa o lugar de Deus.
O resultado é a tirania, a injustiça, a opressão,
a exploração, o poder do medo, a violência e o ateísmo.

Senhor, amor que sustenta a vida e a história,
obrigado por tudo o que fazes para nos salvares,
por meio de pessoas, palavras e acontecimentos.
Cristo, nosso redentor e amigo de todas as horas,
obrigado porque concorres em tudo para o nosso bem.
Espírito de sabedoria, que floresce nos simples e humildes,
dá-nos um coração confiante e puro,

com bordão de peregrino e sandálias de fraternidade.

terça-feira, julho 15, 2014

 

3ª feira da 15ª semana do Tempo Comum


Tem cuidado, mas não temas; não desanimes nem te assustes.(cf. Is 7,1-9)

Deus sabe o que nos pode fazer mal e avisa-nos,
e o que é inofensivo, embora temível, e liberta-nos.
Concentra o nosso coração mais em Quem nos pode salvar,
do que naqueles que nos paralisam e assustam.
Ter cuidado é estar vigilante, preparado, confiante.
Tremer de medo é assustar-se com a derrota antecipada,
deprimir-se, não preparar-se, viver em estado de emergência.

As famílias ausentes e desestruturadas criam insegurança.
O futuro é frágil e temível: amizades superficiais,
laços matrimoniais fluidos, empregos precários,
contratos complexos e escorregadios, chefes corruptos,
mercados globais, imprevisíveis e emocionais...
Perante estes “tições fumegantes” há pessoas que paralisam,
e se refugiam no virtual, no sonho drogado, na depressão crónica,
na revolta contra um Deus que se recusa ser a sua fada mágica.

Senhor, luz que ilumina a realidade e nos liberta dos fantasmas,
obrigado por conduzires os nossos caminhos com a Tua Palavra
e nos alimentares a verdadeira esperança que vence o mundo.
Cristo, nossa força e salvação, dá-nos a Tua paz e livra-nos do mal,
para Te seguirmos como discípulos e Te anunciarmos com ardor.
Espírito de discernimento e de verdade, guia-nos neste labirinto
e mostra-nos o que devemos temer e como nos devemos defender,
para sermos fieis e livres, como filhos de Deus em Jesus Cristo.



segunda-feira, julho 14, 2014

 

2ª feira da 15ª semana do Tempo Comum


Não suporto a impiedade das vossas festas. (cf. Is 1,10-17)

Deus é amor e não suporta a mentira na piedade e na liturgia.
A incoerência dum incenso drogado de injustiça
desgosta Aquele que é verdade e santidade de coração.
O verdadeiro sacrifício de louvor e de ação de graças,
brota dum coração humilde e justo,
com mãos calejadas de solidariedade e de fraternidade.
É aquele que sabe trazer no coração o santuário da aliança
e levar para o santuário as relações humanas do quotidiano.

As festas populares do padroeiro dão cobertura ao arraial.
Fazem-se peditórios para o santo, a pensar na farra da noite.
Anuncia-se a missa e a procissão, a pensar nos comes e bebes.
Deitam-se foguetes na festa e coloca-se auto-falantes ruidosos,
para atrair foliões com garganta seca e carteira recheada.
Celebrar comunitariamente a fé, escutar a Palavra da conversão,
deixar-se entusiasmar pelo exemplo de santidade do padroeiro,
querer voltar renovado e melhor para o tempo comum,
não são prioridades que preocupem os festeiros e participantes.
O resultado é a ressaca, noites mal dormidas, gastos desnecessários.

Senhor, Tu conheces o nosso íntimo melhor do que nós mesmos.
Sabes como vivemos e os tesouros que buscamos.
Cura-nos da superficialidade e da alegria interesseira.
Cristo, Pão da Vida, em doação redentora,
alimenta-nos o amor por Deus, nosso Pai,
e ajuda-nos a carregar a nossa cruz de cada dia
e a sermos cireneus dos mais frágeis da nossa sociedade.
Purifica-nos e ajuda-nos a louvar-Vos com um coração puro.



domingo, julho 13, 2014

 

15º Domingo do Tempo Comum


A palavra que sai da minha boca não volta sem ter produzido o seu efeito. (cf. Is 55,10-11)

A Palavra do Senhor tem poder criador e recriador.
É movida pelo amor e tem a eternidade como fidelidade.
Desperta para a vida e penetra nos corações empedernidos.
É semeada generosamente, confundindo-se com outras sementes,
só os frutos a distinguem pela beleza e pelo sustento.
Os profetas e os apóstolos brotam palavra inspirada pela Palavra,
no tempo encarnada no seio de uma Virgem,
em Emanuel ressuscitada e em Pão sacramental partilhada.

A Palavra necessita de terreno bom para germinar.
O desnorte adormecido faz de nós caminhos impenetráveis,
onde viajam palavras livremente, sem critério nem nidação.
A superficialidade com que fugimos à avaliação de vida,
faz de nós cata-ventos e esponjas que tudo absorvem,
numa síntese sem identidade e sem meta, a não ser o instante.
A cultura do tudo deixar crescer livremente,
faz da nossa vida um campo bravio e descuidado,
onde as ervas daninhas e os espinhos abafam o trigo.

Senhor, semeador de Palavras de vida e de verdade,
faz de nós terreno sequioso e disponível para escutar
a Tua Palavra de conversão e de vida nova.
Ilumina os nossos passos com o sol do Teu amor
e liberta-nos dos ídolos que nos cansam e distraem
num desvario sem norte nem fraternidade fecundante.
Cristo, Palavra ungida pelo Espírito de santidade,
fecunda a nossa fé e faz de nós apóstolos

que dão fruto abundante para semear em toda a gente.

 

SEMEADOR INCANSÁVEL


Na manhã de cada dia,
Faça, sol, chuva, ou vento,
Eis que sai a semear
A semente da Palavra,
No bom e no mau terreno,
Que, por muito nos amar,
Jesus arrisca lançar,
Esperando germine e cresça,
E seu fruto amadureça,
Como a espiga de trigo,
Carregadinha de grão,
Para alimentar o Povo,
Com pão de fermento novo.

Quem defende esta semente,
Que dá vida a toda a gente,
Para não ser sufocada
Pelos espinhos e abrolhos,
Se quer colher trigo aos molhos,
Pois ela é como a água
Que não volta para o céu,
De onde, para nós, veio,
Sem produzir seu efeito,
Na terra, onde caíu,
Caso seja em bom terreno
E, com fé e amor, regada,
Dando fruto em abundância,
Que enche de esperança
O idoso e a criança,
Desde que bem partilhada,
Com justiça e caridade,

Para não haver mais fome
De pão por falta de trigo,
Na mesa d pobre e do rico.

A semente semeada,
É a Palavra de Deus
E o semeador é Cristo,
Caminho, verdade e vida,
No seu amor, sem medida,
Pelo pobre e o pecador,
No desejo de salvar
A todos, sem distinção.
Por isso, lança a semente,
No humano coração,
Embora haja quem o tenha
Bem fechado a cadeado,
Arriscando caia no chão,
Entre espinhos, no caminho,
Que servirá de alimento
Às avezinhas do céu
E os bebés, no seu ninho.

Sem um olhar cristalino
E um coração, puro e recto,
A Palavra cairá,
Mas, a alma ficará
Mais vazia que o deserto.

Maria Lina da Silva, fmm


Lisboa, 12.7.2014

sábado, julho 12, 2014

 

Sábado da 14ª semana do Tempo Comum


«Quem enviarei? Quem irá por nós?». Eu respondi: «Eis-me aqui: podeis enviar-me». (cf. Is 6,1-8)

Deus manifesta-se, na Sua majestade, a Isaías.
Ele é o três vezes santo que no Seu templo o purifica.
Só Deus pode curar o pecado e encher-nos com a Sua santidade.
Mas a santidade é apostólica e “ver a Deus” é para O anunciar,
por isso, o Senhor pergunta a Isaías: “Quem irá por nós?”
A resposta foi um sim disponível para ser profeta
e tornar-se a boca e os olhos que interpretam Deus.

A busca de Deus leva, muitas vezes, a um intimismo espiritual,
mais fuga do mundo do que missão de Deus no mundo.
Procuram-se consolações espirituais e gozos de alma,
mas evitam-se passos solidários e incómodos missionários.
É uma Igreja virada para si mesmo, num egoísmo espiritual,
e não uma comunidade purificada pelo fogo da graça
a semear testemunho evangélico e a promover justiça verdadeira.

Senhor, Missão trinitária de amor salvador,
mostra-nos o Teu rosto, majestoso e próximo,
que nos purifica e salva do nosso pecado paralizador.
Jesus e Espírito divino, enviados pelo Pai em missão,
ajudai-nos a fazer da nossa vida uma compaixão evangelizadora.
Liberta-nos do medo do mal e das cadeias do egoísmo,
para podermos dar voz à Tua Palavra iluminadora da verdade

e corpo dócil ao Teu amor redentor e santificador.

sexta-feira, julho 11, 2014

 

Festa de S. Bento, padroeiro da Europa


É o Senhor que dá a sabedoria, da sua boca procedem o saber e a prudência. (cf. Prov 2,1-9)

Em Deus está a fonte da vida e o saber viver feliz e sábio.
Ele conhece-nos intimamente e sabe o que necessitamos,
por isso, porque nos ama, comunica-nos a Sua Palavra
e conduz os nossos passos no caminho da paz e da alegria.
Poder escuta-Lo e frequentar a Sua escola de vida
é um dom e uma bênção que necessita de silêncio,
contemplação, escuta, tranquilidade, fé, dedicação.

Os mosteiros de Bento de Núrsia são universidades de vida
onde se aprende a trabalhar rezando e a rezar trabalhando.
Não há férias de distração, mas horários de humanização.
Descobre-se a beleza da liturgia e do louvor,
eleva-se a dignidade do trabalho a ser cocriador,
faz-se a experiência duma fraternidade saudável,
para-se para refletir e aprofundar o conhecimento volátil.
Sem pressas, mas persistente, respira-se eternidade,
testemunha-se hospitalidade, evangeliza-se com o exemplo.

Senhor, Pai-Mãe que nos geras para a vida e nos ensinas a viver,
envia-nos a sabedoria da felicidade eterna
e abre-nos à humildade do discípulo que deseja aprender.
Cristo, nossa sabedoria em linguagem corrente,
orienta os nossos passos para escutar e seguir a Tua Palavra.
Espírito de paz e de fraternidade ilumina os nossos caminhos,
sacia-nos com a Tua luz e alimenta-nos com a Tua paz,

para sermos, como Bento, uma bênção para a história.

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