quarta-feira, dezembro 31, 2014
4ª feira, 7º dia da Oitava de Natal
Estava no mundo e o mundo, que foi
feito por Ele, não O conheceu. (cf.
Jo,1-18)
O
mistério divino e a omnipotência criadora
revestiram-se
de ritmo e arte natural.
Tudo
parece normal, mas poucos se interrogam:
donde
vem tanta beleza e tanta harmonia sustentada?
Da
mesma forma que Deus se manifesta na criação,
se
manifestou também na encarnação: nasceu menino,
num
casal de Nazaré e, aparentemente, nada mais é!
Anda
Deus disfarçado no quotidiano que rotinámos,
na
fragilidade dum menino, na mendicidade de um pobre,
no pão
e no vinho, na palavra que desperta esperança...
Passou
mais um ano solar num abrir e fechar de olhos.
Olhamos
para trás e que flores semeámos?
Encontrámos
pessoas e quantas fizemos felizes?
Estabelecemos
relações e quantas pontes construímos?
Bateram-nos
à porta e a quantos abrimos e ajudámos?
Sentímo-nos
feridos e a quantos perdoámos?
Rezámos,
mas quantas vezes O encontrámos?
Alimentámo-nos
de Cristo e que frutos brotaram de tanta graça?
É
tempo para avaliar, pedir perdão e para louvar!
Senhor,
obrigado porque estiveste sempre connosco,
como
luz sem ofuscar, como palavra silenciosa,
como
Anjo da guarda, como bálsamo na dor,
como
alimento de esperança, como misericórdia no pecado.
Perdoa
termos andado tão distraídos connosco mesmos,
tão
absorvidos com os nossos brinquedos,
tão
alheados daqueles que gemem por um ouvido amigo.
Abençoa
o novo ano e abre os olhos do nosso coração
para
que Te vejamos e escutemos como discípulos fiéis e felizes.
terça-feira, dezembro 30, 2014
3ª feira, 6º dia da Oitava de Natal
Estando presente na mesma ocasião,
começou também a louvar a Deus.
(cf. Lc 2,36-40)
Deus
está sempre presente em todo o momento e lugar.
É uma
presença que tudo enche e a todos envolve,
sem se
notar nem aplacar, com a doce unção que cura e salva.
É uma
presença que a todo o momento nos surpreende,
pois é
tão grande que só podemos ver um ponto de cada vez.
E só
quem, como Ana, se torna íntima de Deus,
O pode
reconhecer, louvar e anunciar no Menino que a visita.
Neste
tempo em que o tempo corre e o sonho não descansa,
a
ausência é o normal e o atraso quase uma regra.
Tentamos
marcar o ponto, mas o coração anda errante,
e
falhámos à hora da visita que nos esperava ansiosamente.
Rezámos
palavras e estamos de corpo presente,
mas a
comunhão voa como cata-vento de bezerros de ouro.
Estamos
em família, mas ligados a redes virtuais e a sms
de
diálogos sem o calor do olhar e a ternura da verdade.
Senhor,
que na hora de Deus encarnaste, após longa espera,
faz da
nossa vida um permanecer em Ti, numa eternidade amante.
Cura-nos
da pressa sem norte e do coração inquieto e sem gozo,
para
que saibamos valorizar o amor e a gratuidade do estar com.
Ensina-nos
a sintonizar com a eternidade encarnada
para
que a nossa vida seja uma história de salvação
e de
encontros salutares contigo e com os irmãos.
segunda-feira, dezembro 29, 2014
2ª feira, 5º dia da Oitava de Natal
Simeão recebeu-O
em seus braços e bendisse a Deus.
(cf. Lc 2,22-35)
O
Verbo Divino encarnou desarmado.
Veio
em missão de paz e de reconciliação.
Não
há que ter medo deste Menino chegado.
Perante
tanta ternura escondida só se pode abrir os braços,
acolhe-lo
no coração e soltar o louvor ao Deus doador,
que
nos convida a ser, do seu Filho amado, mãe, pai e tutor.
É
um colo aquecido e aberto pelo Espírito divino,
que
permite a Simeão e a todo o ser humano
aproximar-se
de Deus, por meio deste Menino.
O
colo é um útero externo acessível a todo o género.
A
fragilidade, dependência e ternura do bebé,
suspira
por proteção e acolhimento repousante.
O
bebé recorda a cada ser humano a sua missão
de
cuidar do mais fraco, de estreitar o carente,
de
embalar o que chora, de aquecer o inseguro,
de
pacificar o medo, de sorrir gratuitamente.
O
que seria da humanidade sem as crianças?
Senhor,
obrigado porque nos confiaste o teu Filho querido,
mesmo
sabendo que há Herodes que assassinam inocentes.
Envia
sobre nós o teu Espírito e desperta-nos para a fé,
para
que possamos acolher o teu Enviado como Maria e José,
como
Simeão e Ana, como os pastores e os magos.
Faz-nos
grutas vivas e fecundas que, acolhendo-te,
se
deixam conceber e renascer à imagem e semelhança
do
Filho de Deus, em Maria dado à luz e consagrado.
domingo, dezembro 28, 2014
NATAL, ENCONTRO DE AMOR
Natal, encontro do
amor,
De Deus com a
humanidade,
Em Jesus, o
Salvador,
No seio duma
família,
Construída na fé e
no amor,
Como
espaço-maravilha
De vida e
felicidade,
Que a família de
Nazaré
Revelou ser um sonho
lindo,
De ternura e de
carinho,
Potenciado na fé.
Família, sorriso de
Deus,
Abraço vindo dos
céus,
Divino e caloroso,
Permanente e
amoroso,
A imprimir paz e
gozo,
No humano coração,
Que vive o
amor-doação,
Que a estrela
anuncia
Ser fonte de
felicidade,
Estima mútua e
bondade,
Beleza e harmonia,
Porque o amor, aí,
cresce
E a vida se faz
prece,
No hoje de cada dia.
Deus abençoa a
família,
Onde o Seu Filho
nasceu,
Descendo à terra do
céu,
Para fazer da
família
O espaço-maravilha,
Apto a gerar nova
vida,
Qual berço de
embalar
A vida nele nascida,
No seio de cada lar,
Com gestos
celebrativos
De amor e muita
alegria,
Que torna felizes e
unidos,
O esposo e a esposa,
Aos pais e os filhos
queridos.
Na ternura dum
abraço,
Ou aconchego do
regaço,
A criança dorme e
sonha,
Como Jesus, em
Belém,
Com o sorriso da
mãe.
QUE O NATAL DE JESUS
ACONTEÇA, HOJE E
SEMPRE,
NO CORAÇÃO E NA
VIDA
DE TODA A PESSOA
CRENTE,
PARA, AÍ, NASCER DE
NOVO,
A ABENÇOAR O SEU
POVO.
Maria Lina da Silva,
fmm -Lisboa, 28.12.2014
Domingo da Sagrada Família de Jesus, Maria e José
Maria e José levaram Jesus a
Jerusalém, para O apresentarem ao Senhor.
(cf. Lc 2,22-40)
O
Verbo Divino desce da família divina
para
nascer numa família sagrada e consagrada a Deus.
Vivem
segundo a aliança, na presença do Senhor,
por
isso, trazem no coração os caminhos do santuário
e nas
entranhas os mandamentos do Altíssimo.
É uma
comunhão de vidas, simples na aparência
e
zelosas na oração e no trabalho,
que
criam na terra o colo para o Deus-Menino crescer.
Vivemos
tempos novos com sinais de vida e de morte.
Vemos
casais, abertos à fecundidade e à fé,
em que
os dois tratam responsavelmente dos seus filhos
e os
ajudam a crescer em estatura, em sabedoria e em graça.
Há
outros casais em que o trabalho ou a realização pessoal,
criam
pais ausentes ou lares monoparentais,
sem
paciência para colo nem tempo para cuidar.
Há
ainda casais divorciados e recasados,
com
filhos de várias barrigas, numa convivência insegura,
onde
todos se sentem em estágio familiar, por tempo incerto.
Deus
Trindade, comunhão de amor de pessoas divinas,
ensina-nos
a viver em família e a construir comunidade
que
seja fecunda, alegre e ajude a crescer de forma integral.
Cristo,
que escolheste viver em família simples e rica de valores,
envia
o teu Espírito sobre os nossos casais
e
ajuda-os a ser fecundos e a viver no amor, no diálogo e no perdão.
Abençoa
as nossas famílias e aviva nelas a fé,
para
que haja lugar para Ti e se respire a Tua presença,
na
oração, na escuta da palavra, no discernimento,
na
justiça, na educação, no trabalho e no lazer.
sábado, dezembro 27, 2014
Sábado, 3º Dia da Oitava de Natal – S. João, Apóstolo e Evangelista
Com o discípulo predileto de Jesus.
(cf. Jo 20,2-8)
O
Verbo Divino encarnou para revelar Deus-Amor,
aliança
eterna, graça sem medida, fidelidade incondicional.
Todo
este mistério toca-se na gruta de Belém,
sente-se
na doçura da palavra anunciada aos pobres,
vê-se
nas mãos que libertam da doença e do pecado,
segue-se
até à cruz da injustiça incompreensível,
pressente-se
no túmulo vazio que esconde e anuncia a vida.
A
gruta de Belém é iluminada pela gruta do Calvário!
Só os
cristãos-discípulos podem celebrar o Natal de Jesus,
porque
só para eles Jesus é uma festa e um seguimento.
O
resto é tradição, feriado ternurento, encontro de famílias,
troca
de prendas, gastronomia gulosa, cenários luminosos,
interstícios
solidários, fogueiras de convivências...
Há
pessoas que neste dia até vão à Missa do Galo,
mas no
resto do ano, esquecem o caminho da Eucaristia.
São
como os pinheiros de Natal, sem raízes ou artificiais!
Menino-Mestre,
que nos revelas os mistérios do Céu,
na
simplicidade do quotidiano, grávido de amor eterno,
faz de
nós teus discípulos prediletos na raiz que nos sustenta
e nos
frutos que de nós brotam pela seiva da tua graça.
Liberta-nos
da rotina da tradição que nos fragmenta
e
completa em nós a alegria de Te seguir,
como
João que corre ligeiro, porque Te ama e Te busca.
S.
João, ensina-nos o caminho da intimidade mística com Jesus,
para
que não nos cansemos de anunciar Aquele que nos ama.
sexta-feira, dezembro 26, 2014
6ª feira, 2º dia da Oitava da Natal – S. Estêvão
Para dar testemunho diante deles e
das nações. (cf. Mt 10,17-22)
Deus
enviou o seu Filho para ficar no meio de nós.
Ser
Emanuel é uma missão que não depende do nosso acolhimento,
mas da
fidelidade de Deus à sua aliança.
Natal
é dar testemunho do Emanuel, diante das nações.
E dar
testemunho é abrir as velas ao vento do Espírito
e não
ao mercado de valores do “agora é assim”
nem
das sondagens de opinião e palmas da multidão.
A
festa de S. Estêvão dá ao Natal o sabor da maturidade na fé.
Vivemos
tempos dramáticos para muitos cristãos.
A
perseguição, o extermínio, a calúnia, a tortura
são
algumas das faces da intolerância e descriminação religiosa,
O
martírio é uma realidade palpável, embora silenciada.
A
nossa apatia e indiferença pode colocar-nos no papel de Saulo,
como
espetadores da morte inocente dos “Estêvãos” de hoje.
Natal
é ser solidário com o pobre, nosso vizinho,
mas
também com a Igreja que sofre , longínqua mas irmã.
Senhor,
Emanuel, totalmente virado para a nossa salvação,
dá-nos
o dom da perseverança e da fortaleza no testemunho cristão.
Jesus,
menino frágil, ensina-nos a cuidar dos mais vulneráveis,
dos
que choram por proteção e gritam impotentes por justiça.
Envia
o teu Espírito e faz de nós profetas da tua verdade,
marcados
pela ousadia, pela oportunidade e pela santidade.
Dá um
coração novo e pacífico aos intolerantes e agressores,
para
que também eles se possam salvar e acolher a tua graça.
quinta-feira, dezembro 25, 2014
Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo
E o Verbo fez-Se carne e habitou
entre nós. (cf. Jo 1,1-18)
Deus é
graça em comunicação e proposta de salvação.
É uma
palavra criadora que origina, salva e sustenta a vida.
É uma
palavra profética que desperta e ilumina o que anda perdido.
É uma
palavra encorpada no tempo que eterniza
e faz
renascer a alegria no útero da fé e do seguimento.
É uma
palavra inabitada e viva no coração do quem O ama.
É uma
palavra glorificada na festa do Pai e do Espírito.
É um
presente que se oferece no missionário que O anuncia.
Esta
quadra está cheia de mensagens de boas festas.
É o
digital e o postal, o encontro e os cumprimentos,
que se
enchem de sorrisos e bons votos.
Não
se sabe bem se é para cumprir a tradição
ou
para gozar bem o feriado e o encontro de família!
Às
vezes soa a oco e a rotina de momento.
A
festa da Palavra Encarnada enche-se de palavras vazias
que
secam quando viramos as costas, ensimesmados.
Neste
Natal demos tempo e condições de fé e conversão
para
que a Palavra conceba em nós cristãos renascidos?
Bendito
sejas, meu Senhor, pelo dom do teu amor.
Bendito
sejas, Menino Deus, por teres querido acampar
e
connosco continuar, mesmo sem te darmos muito carinho.
Bendito
sejas, Filho do Altíssimo e de Maria,
que do
Céu nos abraças e nos enches com as tuas graças.
Bendito
sejas no aniversário do teu nascimento
e que,
no nosso Batismo, nos fazes filhos de Deus.
Bendito
sejas, porque do teu presépio nos fazes sujeitos
e nos
chamas a ser santos, Maria, José, pastores e magos.
quarta-feira, dezembro 24, 2014
4ª feira da 4ª semana do Advento (manhã de 24 de dezembro)
Das alturas nos visita como sol
nascente, para iluminar os que vivem nas trevas.
(cf. Lc 1,67-79)
A
encarnação germina do coração misericordioso de Deus.
É a
sua graça e misericórdia que cura o coração doente do pecado
e
ilumina os pés dos que tropeçam nas trevas do caminho incerto.
Como é
belo o Sol nascente fazer-se candeia companheira,
que
fortalece a esperança, aquece o amor e fecunda a fraternidade.
Ó
vinde, ó vinde, sem demora neste frio de indiferença
e
faz-nos manta de aconchego e mesa natalícia que chega à periferia.
Já a
vigília se anuncia e a fé anseia por dar à luz o Menino
que do
Céu nos visita e no coração do que acredita se aninha.
Habituámo-nos
à luz noturna, ao calor da estufa,
ao
solário do ginásio, ao luar romântico da discoteca,
à
luminosidade do telemóvel e à persiana fechada...
parecemos
mochos que não aguentam a luz do sol!
Nestes
dias, a casa e a rua vestem-se de luzes e cores.
Será
porque se anuncia a chegada da Luz, Sol nascente
ou
porque Lhe queremos dizer que não precisamos dessa Luz
porque
as que temos chegam bem e para nós são suficientes?
E se
um dia a Luz se cansasse de nos dar luz?!
Senhor,
Sol nascente que és e brilhas eternamente,
obrigado
porque Te fazes gente e és Luz na ternura do olhar.
Eu Te
louvo, ó coração misericordioso,
que de
paixão Te sustentas e de loucura nos amas.
Sê a
nossa luz para que possamos dar à luz a paz e a justiça,
anunciando
a boa nova para todos e a alegria da esperança,
que o
Menino em nós acende como vela do presépio.
terça-feira, dezembro 23, 2014
3ª feira da 4ª semana do Advento
«Quem virá a ser este menino?»
(cf. Lc 1,57-66)
Zacarias
e Isabel confessam que Deus é graça e misericórdia
e, por
isso, dão ao filho um nome que desperta questões
e abre
os corações ao mistério de um Deus atuante na história.
Cada
um de nós é um “João”, agraciado por Deus,
conduzido
pela mão do Altíssimo e o ar oxigenado do Espírito.
A
proximidade do Natal deve despertar-nos da rotina,
abrir-nos
à esperança, questionar a fé e a caridade.
Há
lugar para o Deus-Menino no meio de tanta azáfama?
Hoje é
difícil ser livre para escolher o que se quer ser!
Os
pais, porque têm apenas um ou dois filhos,
projetam
todas as suas expetativas nas crianças
tentando
formata-los à imagem dum ideal de sucesso.
Outros,
com receio de intervir, deixam-nos crescer bravios,
dependentes
dos tutores de influência, sem o crivo dos valores.
Na
escola, o seu futuro fica dependente das médias alcançadas,
dos
cursos ministrados, da influência dos colegas,
das
profissões com saída no mercado do emprego.
No
meio desta pressão predadora sobre os mais novos
é
difícil interrogar-se: “o que Deus quer de mim?”
Bendito
sejas, meu Senhor, pelo dom da vida e da vocação.
Bendito
sejas, Deus do amor, pela fecundidade
que
nos abre à esperança e louva a tua misericórdia.
Faz da
nossa vida uma inquietação salutar e libertadora
que
desperta para a fidelidade e a missão.
No
meio de tantos embrulhos e enfeites,
purifica-nos
da rotina do pecado e do egoísmo,
para
que o Natal de Jesus possa, em nós, florescer.
segunda-feira, dezembro 22, 2014
2ª feira da 4ª semana do Advento
O meu espírito se alegra em Deus,
meu Salvador. (cf. Lc 1,46-56)
Deus
surpreende-nos com a sua misericórdia e fidelidade.
Quando
olhamos para o Alto, descobrimos que somos puro dom.
Aquilo
que vendemos na bolsa de valores, nada vale nessa praça,
e
aquilo que é desprezado e humilde é valorizado.
Que
alegria saber-nos tão importantes aos olhos de Quem nos ama!
Que
bom deixar-se bailar por Aquele que nos conduz!
Como
Maria, descobrimos o estremecimento do louvor
e
fazemos da vida um “magnificat” permanente!
O
gesto de embrulhar os presentes revela ou esconde
o
valor ou a inutilidade daquilo que se oferece?
Muitas
vezes não é mais que a arte de maquilhar bugigangas,
no
teatro da troca de presentes que a quadra de Natal impõe.
Noutros
o presente não tem embrulho, mas tem presença habitual,
com um
“desculpe em ser pouco, mas fui eu que fiz para si!”.
Outros
são visitadores de solidões, de mãos vazias
e
ouvidos disponíveis para escutar vinílicos antigos,
assegurando
no final: “sabe todos os dias falo de si a Deus”!
E como
é bom sentir-se gente e que alguém pensa em nós!
Senhor,
dom escondido e generoso, na harmonia do quotidiano,
ajuda-nos,
nesta novena de Natal, a reaprender o louvor.
Jesus,
presente do Pai e de Maria, sem embrulho nem enfeite,
ensina-nos
o caminho da alegria de ser humilde e verdadeiro.
Que o
teu Espírito faça de nós pessoas eucarísticas,
disponíveis
para nos oferecermos e alimentarmos
a
alegria de viver da gente invisível e esquecida da sociedade.
domingo, dezembro 21, 2014
NÃO TEMAS, MARIA!
Diz-me, ó Virgem
Maria,
Menina de Nazaré,
Pura e cheia de fé,
Que sentiste naquele
dia,
Quando, em casa, te
encontravas
A orar meditativa,
Em silêncio
contemplativo,
Como sempre, em tua
vida,
E o anjo te saudou,
Com total surpresa
tua,
Sussurrando-te
baixinho:
“Ave, ó cheia de
graça!
O Senhor está
contigo”
O mesmo que me
enviou
A anunciar esta
dita,
Virgem Maria,
bendita,
Entre todas as
mulheres,
Para alegria de
todos,
Sejam homens u
mulheres.
Mas ao ver-te
perturbada,
Pois, teu coração
não contava,
Com tamanha
novidade,
Tal era a tua
humildade,
Com que vivias e
oravas,
O anjo te acalmou,
Tranquilizando teu
ser
E coração de
mulher,
Em nome de quem o
enviou:
-“Não temas,
Maria,
Porque encontraste
graça,
Aos olhos do Senhor,
teu Deus,
Que, por isso, te
cobrirá,
Com o poder do Seu
Espírito,
E, Tu, conceberás,
Dando à luz um
Filho,
Que se chamará
Jesus,
O Filho do Altíssimo
Que, por ti, virá
morar,
No meio do Seu Povo,
Sedento de amor e
paz,
E de um mundo novo,
Como novidade
E Boa Notícia
Para a humanidade.
ENSINA-ME, MARIA,
A DIZER MEU SIM,
COMO TU, UM DIA,
PARA SER MORADA
DE DEUS QUE ME
CHAMA,
A SER UMA ESTRELA,
A ANUNCIAR:
JESUS AÍ VEM,
QUERENDO HABITAR,
NA NOSSA BELÉM!
Maria Lina da Silva,
fmm-Lisboa, 21.12.2014
4º Domingo do Advento
Tendo entrado onde ela estava. (cf.
Lc 1,26-38)
Deus é
aquele que vem ao nosso encontro,
entra
onde nós estamos, vive dentro de nós
e
fecunda a nossa vida com a força do seu Espírito!
Saber-se
surpreender e acolher o anjo do Senhor,
aprender
a dialogar numa comunicação sintonizada,
saber
dizer sim, oferecendo a Deus a nossa vontade,
é a
janela luminosa que se abre na periférica Nazaré da Galileia.
Em
Maria desponta a aurora nova que todos ansiamos!
Deus
bate-nos à porta, cada manhã, como suave brisa.
Muitos
jamais tiveram a coragem de lhe abrir a porta
e de
conhecer o rosto daquele que lhe diz que o ama.
Uns
pensam que é um fantasma e fogem dele.
Outros
preferem não O escutar, ensurdecendo com ruídos
ou
dizem-lhe que não têm vagar, atarefados com as suas coisas.
Outros
entreabrem a porta para lhe entregar a carta de desejos.
Poucos
são como Maria que O deixam entrar,
surpreendendo-se
com a graça do seu olhar,
O
deixam agir e a sua vida lavar e fecundar.
Senhor,
mendigo que oferece amor à solidão fria, vem a nós,
perfuma
a nossa vida com o calor da tua misericórdia.
Aumenta
a nossa fé e confiança para que possas em nós criar
a casa
grande e generosa onde todos tenham lugar e possam habitar.
Fecunda
a nossa vida com a força criadora da tua Palavra
para
que o presépio que construímos com as nossas mãos
Tu o
possas em nós modelar e os outros em nós o possam contemplar.
sábado, dezembro 20, 2014
Sábado da 3ª semana do Advento
O nome da Virgem era Maria.
(cf. Lc 1,26-38)
A
promessa, que uma virgem dará à luz o Emanuel,
é
anunciada, pelo profeta Isaías, a Acaz, rei de Judá;
o nome
da Virgem, que concretizará este sinal,
é
anunciado pelo Anjo Gabriel, sete séculos depois.
A
sequência histórica não depende do movimento solar ou lunar,
mas da
iniciativa de Deus e da resposta do ser humano.
Maria
é virgem de coração e, por isso, cheia de graça.
Nela
não se encontram amores ou adorações idólatras,
toda
ela é de Deus na fé, na esperança e na caridade.
Deus
tem o coração cheio de promessas-presentes.
Cabe-nos
a nós dar corpo e nome a cada promessa de Deus.
Cada
um, segundo o dom e chamamento que recebeu,
deve
hoje dizer sim, assinando por baixo, com paixão.
Eu
assinei ser voz que anuncia boas novas,
outros
a ser braços que acalentam o frio da desesperança,
outros
a ser mãos solidárias que levantam e servem,
outros
a ser pés companheiros que acompanham e ensinam,
outros
a ser coração misericordioso que adota e perdoa,
outros
a ser joelhos que se consagram, intercedem e louvam...
Senhor,
paciência eterna e fiel às tuas promessas,
sustenta
a nossa fé e a nossa esperança no teu amor.
Dá-nos
um coração fiel e indiviso, totalmente concentrado em Ti,
para
que sejamos virgens na adoração
e
disponíveis para entregarmos toda a nossa vida nas tuas mãos.
Liberta-nos
do medo e da idolatria que nos fragmentam,
para
que, como Maria, possas encontrar-nos cheios de Ti
e
abertos a concretizar em nós a tua promessa.
sexta-feira, dezembro 19, 2014
6ª feira da 3ª semana do Advento
Será grande aos olhos do Senhor.
(cf. Lc 1,5-25)
Advento
é tempo de fé, de escutar o olhar terno de Deus.
Zacarias
e Isabel eram justos aos olhos de Deus,
oravam
e cumpriam a Lei da aliança,
mas,
apesar disso, eram um casal estéril, infecundo.
Quando
chegou o tempo da súplica ser realizada,
Zacarias
responde que é tarde de mais, pois estão velhos!
Por
causa da fé limitada às suas forças, fica mudo,
mas
reanimados pela força fecunda de Deus,
geram
a Voz que vai preparar a vinda da Palavra!
Advento
é tempo de nos olharmos nos olhos de Deus.
Com o
eclipsar da fé, busca-se apenas ver-se nos olhos dos outros.
Com
isto, a santidade e a justiça perdem dimensão e horizonte,
encaixilham-se
em quadros de impotência e de exterioridade.
Busca-se
parecer mais que ser, representar mais do que amar.
Colecionam-se
títulos, enfeites, guindastes, pódios
para
se acrescentar dimensão e se dar nas vistas,
mas
investe-se pouco em ser caridade na verdade,
em
alegrar-se sem induções nem dependências artificiais.
Senhor,
olhar grande para além dos impossíveis,
ajuda-nos,
nesta novena de Natal, a parar para contemplar.
Liberta-nos
dos adereços e máscaras com que nos enganamos
e
adiamos a conversão à fecundidade da tua graça e misericórdia.
Faz de
nós profetas, especialistas em intimidade consagrada,
para
que libertemos a esperança e deixemos Deus atuar.
Dá-nos
a fecundidade da fé e a força regeneradora do teu Espírito,
para
que não fiquemos acorrentados aos respeitos humanos
e
possamos ser livres para Te louvar e Te anunciar.
quinta-feira, dezembro 18, 2014
5ª feira da 3ª semana do Advento
Ela dará à luz um Filho e tu
pôr-Lhe-ás o nome de Jesus.
(cf. Mt 1,18-25)
A ação
de Deus baralha os carris das lógicas humanas.
José,
homem justo, não consegue odiar a sua esposa,
por
isso, resolve repudia-la em segredo, soluçando a dor.
O seu
coração inquieto não tem insónias,
mas
ora, durante o sonho, como quem luta contra os seus medos
e
procura sentido na fé para as surpresas da vida.
A sua
noite é iluminada por um mensageiro de paz,
que o
convida a colaborar no projeto de Deus,
acolhendo
Maria e adoptando, como seu filho, o Salvador.
O ódio
e a vingança são maus conselheiros na resolução de conflitos.
Centram-nos
sobre nós, temem o que os outros vão pensar ou dizer,
gemem
noites de insónia e sonhos de pesadelo,
buscando
apenas armas engenhosas que possam aniquilar o outro.
O
resultado são pessoas amarguradas, feridas, solitárias,
deprimidas,
revoltadas, agressivas, desesperadas...
É
urgente aprender com José a sonhar com Deus,
como
quem tatea o mistério e desperta com o coração iluminado.
Senhor
da história e nuvem que ilumina durante a noite,
faz-nos
repousar em Ti e sonhar ser teu aliado,
neste
projeto eterno de rejuvenescer a esperança.
Jesus,
nosso salvador e filho do sim de Maria e José,
fecunda
os nossos desertos áridos com a água viva da tua Palavra,
nas
noites escuras da nossa inquieta busca de sentido.
Faz
que a nossa vida não seja um fuga pela calada da noite,
mas um
despertar corajoso para o sim da tua vontade.
quarta-feira, dezembro 17, 2014
4ª feira da 3ª semana do Advento
Genealogia de Jesus Cristo, Filho de
David, Filho de Abraão. (cf. Mt
1,1-17)
Jesus,
Filho de Deus, nasceu Messias, no povo de Israel,
filho
de uma promessa que pacientemente espera florir,
com o
sim abraâmico da fé de José e de Maria.
O que
vemos na história é uma sequência de gerações,
umas
exemplares outras nem tanto,
do
povo escolhido ou estrangeiras,
que
culminam numa geração nova, fruto do Espírito.
Tudo
parece tão humano e, afinal, há aqui o dedo de Deus!
O ato
de gerar um filho, para muitos, passou a ser secundário.
O
importante sou eu e o prazer que retiro das relações!
Por
isso, diminuiu a natalidade e aumentaram os abortos,
desvalorizou-se
a fidelidade e cresceram os divórcios,
agudizou-se
a solidão e multiplicaram-se os animais de estimação.
Numa
vida assim, esponjosa de prazer egoísta,
é
difícil Deus poder escrever a sua história de salvação.
Apesar
disso, Deus continua a esmerar-se na arte dos impossíveis,
a
escrever direito nas linhas tortas e desesperadas da história.
Senhor,
gerador de vida e fecundador da história,
abençoa
os nossos passos e torna-nos canais da tua graça.
Cristo,
Filho de Deus e Filho do Homem,
irmão
grande que se faz pequeno e próximo,
fecunda-nos
com a tua ressurreição e faz de nós uma bênção.
Dá-nos
um coração de pastor como David
e a
maturidade da fé de Abraão que se faz peregrino da escuta,
para
que Tu possas nascer de novo no coração de cada um de nós.
Ensina-nos
o viver justo e confiante de José e de Maria!
terça-feira, dezembro 16, 2014
3ª feira da 3ª semana do Advento
João Baptista veio até vós,
ensinando-vos o caminho da justiça, e não acreditastes nele; (cf.
Mt 21,28-32)
A
fidelidade de Deus à sua aliança conjuga-se no presente eterno.
Vai
enviando os seus mensageiros, enviados da misericórdia,
para
nos despertar da rotina da mentira e da infidelidade.
O sim
a Deus, sem um presente continuado,
é um
sim descontinuado e um não surdamente confessado.
O
alerta para a conversão tanto pode chegar do deserto,
como
do rebuliço da cidade, o importante é praticar o sim.
Há a
tentação de viver, conjugando a vida no passado e no futuro.
No
passado: fui batizado, andei na catequese, fiz a primeira comunhão,
fui
crismado, frequentei o grupo de jovens, casei na Igreja... e hoje?
No
futuro: vou rezar mais, vou ser melhor, vou deixar de fumar,
vou
ter mais tempo para estar com a família, vou perdoar... e hoje?
Hoje
não tenho tempo, tenho mais que fazer, quero gozar a vida,
tenho
que aproveitar a ocasião para ganhar mais,
não
posso pensar na ética, nos valores, na justiça, na ecologia...
E
quando surge um João Batista a pregar a conversão,
assobio
para o lado e continuo a conjugar o presente de sempre.
Senhor,
fidelidade enraizada no amor eterno,
perdoa
as nossas promessas troantes de vento
e
vazias de compromisso à tua aliança de vida.
Cristo,
sim incondicional gravado na cruz,
fortalece
a nossa vontade inconstante e incoerente,
e
dá-nos o dom dum seguimento fiel e descentrado.
Dá-nos
a ousadia do Espírito que nos desinstala,
para
que vivamos o presente com a verdade da caridade
e o
louvor duma vida justa, piedosa e evangelizadora.
segunda-feira, dezembro 15, 2014
2ª feira da 3ª semana do Advento
Jesus
respondeu-lhes: vou fazer-vos uma pergunta. (cf. Mt 21,23-27)
Deus é
um perguntador que desperta para a verdade.
Pergunta
a Adão e a Eva escondidos: onde estais?
Pergunta
a Caim fratricida: onde está o teu irmão?
Pergunta
ao povo infiel e idólatra: que mal te fiz eu?
Pergunta
a Maria se quer ser a mãe do seu Filho.
Pergunta
aos discípulos: e vós quem dizes que eu sou?
Questiona
o soldado que o agride: porque me bates?
Pergunta
a Pedro: tua amas-me mais do que estes?
Pergunta
a Paulo: porque me persegues?
A
Palavra de Deus é um questionamento vital
que
nos desperta para a verdade e a conversão.
Na
“idade dos porquês” questionamos para compreender.
É a
altura em que nos sentimos peregrinos da verdade.
A
seguir vem a idade do “porque sim, do porque me apetece”
que
procura apenas sentir prazer e pensar com o sentimento.
Depois
vem a idade do “saber fazer e do saber vencer”,
em que
não interessa tanto os valores e a verdade,
mas a
eficiência e os objetivos a alcançar.
Por
fim, vem a idade da maturidade, do olhar para trás,
do
questionar-se sobre o sentido da vida,
do
buscar uma luz ao fundo do túnel do mistério,
do
aprender a escutar o silêncio e a relativizar as coisas.
Nem
todos crescem, alguns estacionam numa das etapas!
Senhor,
pedagogo paciente da verdade e da liberdade,
sonda
os meus pensamentos, sentimentos e desejos,
e
faz-me despertar para a ternura redentora da tua Palavra.
Cristo,
nosso amigo e irmão de caminhada,
toma-nos
pela mão e desperta-nos para a conversão.
Aumenta
a nossa confiança discipular em ti,
para
que deixemos que as tuas perguntas se escutem
nas
caves mais profundas dos nossos segredos ocultos.
Ensina-nos
a saber fazer perguntas que libertem
e não
perguntas que ferem, julgam, envergonhem.
domingo, dezembro 14, 2014
EU EXULTO DE ALEGRIA NO SENHOR
Com a Virgem Maria,
Os maiores dos
profetas,
Isaías e João,
Esta certeza nos
dão:
A verdadeira
alegria,
Que irradia luz e
cor
E anima todo o
cristão,
É Jesus, o salvador
De todo o povo e
nação,
Nascido da Virgem
Mãe,
Na cidade de Belém.
E ei-lo que aí vem,
O Emanuel, Deus
connosco,
Presente e não
distante,
P’ra libertar o
Seu Povo,
Criando, com amor
novo,
A Nova Jerusalém.
Quem, vivendo a
expectativa,
Duma esperança
activa,
Pela mais bela
notícia,
Não rejubila e se
alegra,
Ao ver sinais
evidentes
De que está próximo
o dia,
Que a humanidade
espera,
Como João anuncia
E já Isaías dizia,
Ser a Boa Nova aos
pobres,
A redenção dos
cativos,
Que exultavam de
alegria,
Por confiarem em
Deus,
Senhor da terra e
dos céus,
Vindo até nós por
Maria?!
POR ISSO, HOJE,
EXULTAMOS,
COM MARIA, NO
SENHOR,
PORQUE DEUS FARÁ
BROTAR
A JUSTIÇA E O
LOUVOR,
PARA TODAS AS NAÇÕES
E A PAZ, NOS
CORAÇÕES,
LIBERTOS DA
OPRESSÃO,
POR CRISTO JESUS,
BOM PASTOR,
NOSSA LUZ E
SALVAÇÃO.
Maria Lina da Silva,
fmm
Lisboa, 14.12.2014
3º Domingo do Advento
Ele confessou:
«Eu não sou o Messias».
(cf. Jo 1,6-8.19-28)
A
Palavra chama João a servir-lo como mediação de voz.
O
Batista sabe quem é o único que pode dizer: “Eu sou”,
por
isso, apresenta-se como o “não sou”,
a
voz que prepara e aponta para a vinda do Messias.
A
fidelidade profética reveste-o de humildade e de verdade,
não
se aproveitando do deslumbre do povo
que
vê nele um homem de Deus, um profeta.
É
a alegria de servir o Senhor e não de se servir do Senhor.
A
tentação de se autoproclamar messias é transversal.
Há
messianismos políticos, económicos, étnicos, religiosos,
ideológicos,
culturais, científicos, etário, de género,...
Em
todos há a desconfiança e inferiorização do outro,
e
a cegueira da imprescindibilidade de si mesmo.
Estes
messianismos geras tiranias, paternalismos,
desigualdades,
injustiças, guerras, fundamentalismos,
medos,
marginalizações, preconceitos, racismos...
É
difícil viver ser numa sociedade de messianismos!
Senhor,
omnipotência que se inclina e serve a aliança,
obrigado
porque nos chamas a ser teus colaboradores
na
missão de governar e salvar o mundo.
Cristo,
Messias revestido de humanidade frágil e pura,
envia-nos
o teu Espírito para Te seguirmos com fidelidade
e
Te testemunharmos com humildade feliz e corresponsável.
Cura-nos
da tentação da idolatria e do messianismo,
e
faz de nós irmãos uns dos outros.
Ajuda-nos
a ser a voz que Te anuncia e o coração que Te ama.
sábado, dezembro 13, 2014
Sábado da 2ª semana do Advento – S. Luzia
Elias há de vir
para restaurar todas as coisas. (cf. Mt 17,10-13)
Deus cria a vida
com arte, o homem estraga e quebra laços e dignidade.
Por isso, Deus
chama pessoas a aprender a arte de restaurar,
segundo a beleza do
coração e não a maquilhagem da aparência.
O profeta é um
aprendiz íntimo do Restaurador,
que se coloca ao
seu serviço para devolver a beleza original.
Encarrega-se de
limpar o caruncho e os micróbios que a debilitam
e a retirar o
repinte de vaidade que a enfeiam...
o resto, deixa-o
com o Mestre, que lhe restaura a dignidade original
e faz novas todas
as coisas, vivificando-as com o seu Espírito.
O grande perigo da
humanidade é conformar-se com o mal.
Habituamo-nos a um
mundo quebrado, feio e infeliz,
desigual e
conflituoso, doente e deprimido, individualista e predador.
Achamos inevitável
a pobreza, o divórcio, a injustiça, a guerra!
Instala-se uma
desesperança apática, fatalista e impotente!
Mas este não é o
projeto original e presente de Deus!
Precisamos de
profetas, mensageiros sentinelas do Criador,
que nos ajudem a
restaurar esta obra prima
que é o ser
humano, a sociedade e a natureza.
Necessitamos de
profetas que nos despertem da rotina do mal
e provoquem em nós
o desejo de conversão ao projeto original.
Senhor, restaurador
de cacos com amor e arte,
restaura a nossa
confiança e faz-nos sonhar divinamente grande.
Queremos aprender
com o teu Filho a arte de restaurar
com um coração
compassivo e o brilho fraterno no olhar.
Ajuda-nos a ser e a
reconhecer os teus verdadeiros discípulos
para que não
gastemos o tempo a repintar,
segundo a tacanhez
da nossa imagem e semelhança.
Faz de nós, hoje,
Elias, João Batista, Pedro, Paulo, Luzia,
que louvam o
Criador com a santidade de vida
e dão a vida por
um mundo restaurado em Cristo.
sexta-feira, dezembro 12, 2014
6ª feira da 2ª semana do Advento – N. Sra de Guadalupe
A quem poderei
comparar esta geração? (cf. Mt 11,16-19)
Deus é paciente e
criativo ao propor a sua aliança.
Sabe que o coração
do ser humano é duro e empedernido,
por isso, procura
ter uma comunicação personalizada.
Aos que gostam do
silêncio, da sobriedade e da solidão
envia João Batista
asceta e retirado do mundo;
aos que preferem o
reboliço da cidade,
as comesainas
sociais e o estresse empresarial,
envia o seu próprio
Filho que aceita o convite de todos
para ganhar alguns
para a liberdade dos filhos de Deus.
Mesmo assim, quem
não quer sair de si mesmo,
encontra sempre
defeitos no mensageiro e na comunicação,
e desculpas para
ficar na sua e não se converter.
Alguns pastores têm
alergia à diversidade de carismas.
Confundem comunhão
eclesial com uniformidade pastoral.
No entanto, quanto
maior for a riqueza de carismas e movimentos,
maior é a
possibilidade de incluir um maior número de sensibilidades.
Assim, há lugar
para os carismáticos festivos e para as confrarias.
Há espaço para o
grupo de reflexão bíblica e a oração do terço.
Há necessidade da
comissão de festas e do grupo de ação social.
É essencial o
grupo de catequese e evangelização
e o conselho
económico e grupo de justiça e paz.
É vital haver
liturgias animadas por crianças, jovens,
casais, idosos,
movimentos...
porque a Igreja
deve ser de todos e contagiar o maior número!
Bom Deus, trindade
rica em amor na comunhão da diversidade,
dá-nos um coração
com horizontes abrangentes de fraternidade.
Liberta-nos das
viseiras do clubismo e da crítica rebaixadora.
Abre a nossa vida
ao vento renovador da conversão.
Cura-nos do
clericalismo e do absentismo espetador
e faz da tua Igreja
a casa de todos e para todos.